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Planejar, Pensar, Criar e Recriar

Celina Dupont Birck1


Judite Filgueiras Rodrigues2

A nossa vida é um eterno planejamento. Para administrar a casa


precisa-se de um planejamento. Numa empresa precisa-se de planejamento
para que se possa ter lucro, até mesmo para descansar nós planejamos como
iremos fazer para termos um melhor descanso. O que diremos de um
planejamento para as nossas aulas? Para a nossa escola?

Planejamento tem suas finalidades e não são meras exigências


burocráticas ou coisa de estagiário para apresentar para o seu supervisor.

Muitas vezes, na sala dos professores se escuta colegas falando “Eu


não preciso mais planejar, já tenho muitos anos de experiência e já sei tudo o
que devo passar para meus alunos e onde vou chegar”. Ai eu me pergunto:
São sempre os mesmos alunos? Com o mesmo modo de pensar? A mesma
estrutura familiar? A mesma classe econômica? Eles assistem aos mesmos
programas televisivos? Tem os mesmos gostos?

Se cada professor se fizesse essas perguntas no mínimo iriam pensar


sobre suas práticas pedagógicas e conseqüentemente perceberiam que
precisariam planejar para atingir as expectativas desses alunos.

Planejar, pensar, criar estratégias para a sua aula, vão dando


sustentação ao trabalho do professor. Numa sociedade globalizada, que busca
a construção do conhecimento e as mudanças para uma sociedade melhor e
mais justa, deve-se ter a percepção das reais necessidades educacionais e
que aprendizagem seja significativa, e desafiadora para os alunos. O
planejamento se faz imprescindível, pois ele norteia, esquematiza e facilita as
ações do professor para que esse possa oferecer uma educação dialética, de
construção e transformação do sujeito. Segundo as palavras de Gandin:

O planejamento é o processo de transformar idéias em ação, ou seja, é o


processo de intervir na realidade existente, retirando, incluindo, enfrentando
ou reforçando idéias e, assim, transformando estruturas. (Gandin, 2000,
p.38).

Planejar não é tão doloroso como muitos professores querem colocar.


Planejar dá segurança ao professor, domínio da turma, pois o professor sabe o
que quer e onde quer chegar com a atividade desenvolvida. Garante eficiência
ao professor, que ao planejar vai articulando os saberes dos alunos e os
saberes científicos, selecionando os que são mais importantes para aquela
turma se desenvolver mais, o que eles já trazem em bagagem, como fazer e
por que fazer. Gandin nos diz que:

Planejar é transformar a realidade numa direção escolhida, é organizar a


própria ação ou de grupo, é implantar um processo de intervenção na
1
Acadêmica do Curso de Pós-Graduação em Pedagogia Gestora da FETREMIS.
2
Dra. docente da FETREMIS
realidade, é agir racionalmente, é dar clareza e precisão a própria ação,
explicitar os fundamentos da ação do grupo, é pôr em ação um conjunto de
técnicas para racionalizar a ação, é realizar um conjunto orgânico de ações,
proposto para aproximar uma realidade a uma ideal a realizar o que é
importante (essencial) e, além disso, sobreviver... se isso for essencial
(importante). (Gandin, 1985, p.18)

O planejamento jamais pode ser estanque, ele implica em situações


diversas de escolhas que anteriormente podem não ter dado certo em sua
aula, e que o professor deva mudar. Tal atitude levará o professor a uma
reflexão e uma nova ação e posteriormente uma nova reflexão seguida de nova
ação de sua práxis. O planejamento é um processo de racionalização,
organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e
a problemática do contexto social.
Um planejar consciente evita rotina e fadiga aos alunos. Apesar de o
planejamento ser visto por muitos professores como mais uma exigência das
instituições, ele é seu braço direito e garante um resultado positivo em termos
de rendimento. O planejamento deve refletir a postura do profissional em sala.
Se ele for elaborado apenas para cumprir normas e não olhar para o aluno,
torna-se maçante e não funciona. O planejamento é passível de alterações à
medida que as necessidades das crianças aparecem, elas contribuem
ativamente para o processo porque trazem para as aulas suas dificuldades e
repertório de vida. Por isso é fundamental que se pense no planejamento
escolar como um agente de transformação da realidade, e que um bom plano
comece com objetividade, simplicidade e clareza na sua linguagem. Seu papel
é de estabelecer linhas de ação e não ser o passo-a-passo de procedimentos a
serem seguidos, nesse caso deixa de ser flexível.

Para que os planos sejam efetivamente instrumentos para a ação,


devem ser como um guia de orientação, apresentar ordem seqüencial,
objetividade, coerência, flexibilidade.

O professor que planeja, tem atitudes de ação, reflexão e ação, planejar


é pensar, é definir algo que se almeja. Como diz o memorável Educador Paulo
Freire:

O exercício de pensar o tempo, de pensar a técnica, de pensar o


conhecimento enquanto se conhece, de pensar o quê das coisas, o para
quê, o como, o em favor de quê, de quem, o contra quem são exigências
fundamentais de um educação democrática à altura dos desafios do nosso
tempo. (FREIRE, 200, p.102)

Portanto o planejamento tem como função:

• Explicitar princípios, diretrizes e procedimentos de trabalho


docente que assegurem a articulação entre as tarefas da escola e
as exigências do contexto social e do processo de participação
democrática.
• Expressar os vínculos entre o posicionamento filosófico, político-
pedagógico e profissional, as ações efetivas que o professor irá
realizar em sala de aula, através de objetivos, conteúdos,
métodos e formas organizativas de ensino.
• Assegurar a racionalização, organização e coordenação do
trabalho docente, de modo que a previsão das ações docentes
possibilitem ao professor a realização de um ensino de qualidade
e evite a improvisação e rotina.
• Prever objetivos, conteúdos e métodos a partir da consideração
das exigências propostas pela realidade social, do nível de
preparo e das condições sócio-culturais e individuais dos alunos.
• Assegurar a unidade e a coerência do trabalho docente, uma vez
que torna possível inter-relacionar, num plano, os elementos que
compõem o processo de ensino: os objetivos (para que ensinar),
os conteúdos (o que ensinar), os alunos e suas possibilidades (a
quem ensinar), os métodos e técnicas (como ensinar) e a
avaliação, que está intimamente relacionada aos demais.
• Atualizar o conteúdo do plano sempre que é revisto,
aperfeiçoando-o em relação aos progressos feitos no campo de
conhecimentos, adequando-os às condições de aprendizagem
dos alunos, aos métodos, técnicas e recursos de ensino que vão
sendo incorporados na experiência cotidiana.
• Facilitar a preparação das aulas: selecionar o material didático em
tempo hábil, saber que tarefas professor e alunos devem
executar, replanejar o trabalho frente a novas situações que
aparecem no decorrer das aulas.

A maioria dos professores tem a preocupação de como ordenar os


conteúdos, como apresentá-los para efetivar a aprendizagem. O planejar ainda
está muito fixado em modelos, fórmulas e não é levado em consideração o
contexto real. É preciso lembrar que não se planeja partindo do nada ou do
novo, mas partindo das circunstâncias já existentes. E o planejamento é como
Veiga nos diz:

(...) um documento que se constitui na processualidade das práticas,


indicando rumos e indicadores para a verificação dos resultados das ações.
Isto é, um documento facilitador e organizador das atividades, registro
mediador entre a tomada de decisões, a condução das ações e a analise de
suas conseqüências. (Veiga, 1998, p 173)

Planejar é essencial na vida profissional do educador, pois está


interagindo com o outro e precisa ter clareza para si no processo de
aprendizagem. Para planejar não há receitas prontas e para cada situação
teremos outro resultado. Podemos ter os mesmos fins, mas nem sempre os
mesmos caminhos, ou vice versa.

Referências Bibliográficas
GANDIN, Danilo; GANDIN, Luís Armando. Temas para um projeto político-
pedagógicos. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 2000
VASCONCELOS, Celso dos Santos. Planejamento: Plano de ensino-
aprendizagem projeto educativo. São Paulo: Liberdad, 1995

LEAL, Regina Barros. Planejamento do ensino peculiaridades


significativas. Universidade de Fortaleza Brasil (texto)

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros


escritos. São Paulo: Ed UNESP, 2000

VEIGA, Ilma Passos A. (org.) Projeto pedagógico da escola. Uma


cosntrução possível. 2 ed. Campinas: Papirus, 1998

www.anped.org.br/.../24/T1252541823339.htm

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