diversas áreas.
capacidade de realização.
luzes sobre a essência do ser e todas as suas potencialidades. Por meio dela,
Por tudo isso, este trabalho pretende oferecer subsídios capazes de ampliar os
8
PLATÃO
característica e suma do gênio grego – deram, na mocidade, livre curso ao seu talento
de seus escritos; entretanto isto prejudicou sem dúvida a precisão e a ordem do seu
pensamento, tanto assim que várias partes de suas obras não têm verdadeira importância
e valor filosófico. Suas obras foram em torno de 36 trabalhos, a mais importante delas,
que se destacou, foi sem dúvida nenhuma a República (nela Platão expõe suas idéias
políticas, filosóficas, estéticas, éticas e jurídicas). Também ficou marcante foi à fundação
Aos vinte anos, Platão travou relação com Sócrates- mais velho do que ele quarenta anos
Sócrates e ainda depois, Platão retirou-se com outros socráticos para junto de Euclides,
em Mégara.
Daí deu início a suas viagens, e fez um vasto giro pelo mundo para se instruir (390-
Itália meridional, onde teve ocasião de travar relações com os pitagóricos (tal contato será
Antigo, tirano de Siracusa e travou amizade profunda com Dion, cunhado daquele. Caído,
porém, na desgraça do tirano pela sua fraqueza, foi vendido como escravo. Libertado
Em Atenas, pelo ano de 387, Platão fundava a sua célebre escola, que, dos jardins
9
Adquiriu, perto de Colona, povoado da Ática, uma herdade, onde levantou um templo às
Musas, que se tornou propriedade coletiva da escola e foi por ela conservada durante
filosofia política. Foi assim que o filósofo, após a morte de Dionísio o Antigo, voltou duas
vezes – em 366 e em 361 – a Dion, esperando poder experimentar o seu ideal político e
realizar a sua política utopista. Estas duas viagens políticas a Siracusa, porém, não tivera
melhor êxito do que a precedente: a primeira viagem terminou com desterro de Dion; na
segunda, Platão foi preso por Dionísio, e foi libertado por Arquitas e pelos seus amigos,
ensino filosófico e à redação de suas obras, atividade que não foi interrompida a não ser
pela morte. Esta veio operar aquela libertação definitiva do cárcere do corpo, da qual a
filosofia – como lemos no Fédon – não é senão uma assídua preparação e realização no
tempo. Morreu grande Platão em 348 ou 347 a.C., com oitenta anos de idade.
diálogos, porém, que correm sob o seu nome, muitos são apócrifos, outros de
autenticidade duvidosa.
A atividade literária de Platão abrange mais de cinqüenta anos da sua vida: desde
a morte de Sócrates, até a sua morte. A parte mais importante da atividade literária de
10
Platão é representada pelos diálogos – em três grupos principais, segundo certas ordens
socratismo ao aristotelilimo.
A Gnosiologia (diálogo) para Platão tem uns fins práticos, morais; é a grande
ciência que resolve o problema da vida. Este fim prático realiza-se, no entanto,
intelecto, a paixão contrasta com a razão. Assim, considera Platão o espírito humano
peregrino neste mundo e prisioneiro na caverna do corpo. Deve, pois, transpor este
mundo e libertar-se do corpo para realizar o seu fim, isto é, chegar à contemplação do
inteligível, para o qual é atraído por um amor nostálgico, pelo Eros platônico.
mutáveis e relativos, não podem explicar os conhecimentos intelectuais, que tem por sua
11
O conhecimento humano integral fica nitidamente dividido em dois graus: O sensível,
de um lado, é eterno e imutável, e aquilo que, de outro lado, flui, ou seja movimenta-se.
Conclui que aquilo que é eterno e imutável está no plano ideal, racional e espiritual. Já
aquilo que flui pertence ao mundo dos sentidos, dos acontecimentos, e é feita de um
conhecimento verdadeiro. Partiu da constatação de que tudo aquilo que sabemos, temos
corrosão do tempo.
não dos sentidos, que são apenas aparências. Entretanto não se pode desprezar o
mundo dos sentidos, pois só com base nele é que podemos chegar nas idéias.
Essa divisão entre dois mundos é a marca da filosofia de Platão, para ele, o
inferior. O corpo, com suas inclinações e paixões, contamina a pureza da alma racional,
Platão dava um papel importante aos exercícios físicos, atribuindo eles a qualidade de
vivificar a alma e permitir a sua concentração no contemplar das idéias, e acreditava que
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Platão defendia a existência de um mundo ideal, perfeito e imutável.
Segundo ele, o corpo humano consistia em três partes, cabeça, peito e baixo ventre,
sendo que a razão pertence à cabeça, que inspira a sabedoria, a vontade pertence ao
peito, onde se deve mostrar a coragem, os desejos pertencem ao baixo ventre e devem
ser controlados.
método do diálogo para expressar suas idéias, e se utilizou também da escrita onde
Segundo Platão, a união da alma espiritual como os corpos são extrínsecos, até
violenta. A alma não encontra no corpo o seu complemento, o seu instrumento adequado.
Mas a alma está no corpo como num cárcere, o intelecto é impedido pelo sentido da visão
das idéias, que devem ser trabalhosamente relembradas. E diga-se o mesmo da vontade
mundo, pois, está entre o ser (idéia) e o não-ser (matéria), e é o devir ordenado, como o
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No seu conjunto, o mundo físico percorre uma grande evolução, um ciclo de dez
chegado o grande ano do mundo, tudo recomeça de novo. É a clássica concepção grega
do eterno retorno, conexa ao clássico dualismo grego, que domina também a grande
concepção platônica.
corrompê-lo;
reflexão, não podemos perder de vista esse legado. Sabemos que o pensamento se
situação vivida, assim como hoje o pensamento reflete o momento presente. Na busca da
verdade não podemos prescindir da reflexão do passado, assim como no futuro não
14
Desconhecer o passado pode ter como consequência uma distorção da verdade.
exigência básica, para alguém se torna educador, procurar a verdade onde ela estiver.
Então, por aí, podemos dizer que a Filosofia de Platão é o mais útil de todos os
saberes de que os seres humanos são capazes. Pois, com ela, abandona-se à
para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a
felicidade para todos. Com ela, fazemos juízos de valor. Indagamos. Questionamos.
saber, indo racionalmente às raízes das realidades. Por tudo isso é que fica definido que
a Filosofia de Platão é altamente benéfica para nosso curso de DIREITO que estamos
iniciando.
Platão (428/7 - 348/7 a.C.) - Filósofo grego, um dos mais importantes pensadores
era Aristocles, sendo Platão (em grego Pláton) um apelido, significando de amplas
espaldas. Seu primeiro mestre em filosofia foi Crátilo, discípulo dos ensinamentos de
importância deste último para a formação do pensamento de Platão foi tão grande que
15
este o incorporou como personagem central em quase todos os seus diálogos. Segundo
alguns autores, talvez Platão o tenha feito para fazer reconhecer seu ponto de partida;
investigações platônicas.
contemporâneas. Em Megara, travou contato com Euclides e sua escola; no Egito, Sicília
encontro com Arquitas de Tarento. De passagem por Siracusa, ligou-se a Díon e Dionísio,
Com a morte de Dionísio I, Díon teria chamado Platão de volta a Siracusa, para
aconselhar e encaminhar politicamente o novo tirano, Dinísio II, a quem Platão deixou sob
a tutela de Arquitas de Tarento. Posteriormente, o filósofo teria retornado ainda uma vez a
esta cidade, a pedido de Arquitas e do novo tirano. Ao que se sabe, Díon teria sido banido
de Siracusa, por opor-se ao governo de Dionísio. Esta última viagem veria malograr a
tirano, nem fazer este último ingressar no estudo da filosofia, Platão ainda se veria retido
Tarento junto a Dionísio. Após seu regresso a Atenas, Platão dedicou-se exclusivamente
16
2.0 - Etapas de composição
Discípulo de Sócrates, aceitou sua filosofia e sua forma dialética de debate. Seus
segunda e terceira, compostas pelos diálogos dos períodos intermediário e final de sua
vida, refletem sua própria evolução filosófica, expondo já suas próprias idéias.
O eixo de sua filosofia é sua teoria das formas ou das idéias. Sob esta perspectiva,
devem ser entendidas sua idéia do conhecimento, sua teoria ética, sua psicologia e seu
conceito de Estado. Platão, também, distingue entre dois níveis de saber: a opinião e o
experiência. A razão, utilizada de forma adequada, leva a idéias que são corretas, e os
substâncias que constituem o mundo real. Influenciado por Sócrates, estava persuadido
Nesta obra, sua maior obra política, trata da questão da justiça. O Estado ideal se
17
vontade e os apetites. Uma pessoa justa é aquela cujo elemento racional, com ajuda da
Sua teoria ética repousa na suposição de que a virtude é conhecimento e que este
pode ser aprendido. Esta doutrina também deve ser compreendida no âmbito de sua
Florentina, fundada no século XV, próximo a Florença. Sob a direção de Marsilio Ficino,
foi recuperado no século XVII, pela escola de Cambridge. Sua filosofia também
3.0 - Idealismo
fora da própria pessoa. Os idealistas reconhecem o mundo externo e evitam afirmar que
este pode se reduzir ao mero fato de pensar. Para eles, a mente atua e é capaz de fazer
existir coisas que, de outro modo, não seriam possíveis, como a arte ou a matemática. Os
18
idealistas são mais radicais, ao afirmarem que objetos percebidos por uma pessoa são
afetados, até certo ponto, pela atividade mental. Ao longo da história da filosofia podem-
4.0 - Obras
Sócrates. Um dos sinais do prestígio do filósofo é o fato de seus textos terem sido
conservados na totalidade. Entretanto, foram-lhe atribuídos diversos escritos que hoje são
Laques, Lísis, Cármide, Eutífron e os dois Hípias, embora a autenticidade do Hípias maior
Menéxeno (nem sempre aceito), O banquete, A república, Fédon e Fedro. Nos quatro
últimos, a teoria das idéias aparece exposta em sua forma mais característica.
19
(3) Diálogos tardios: grupo que, iniciado com Teeteto, inclui os escritos elaborados
durante a velhice de Platão e nos quais ele faz a revisão crítica da teoria das idéias:
Além dos textos, há uma série de cartas, das quais duas são tidas como autênticas.
Seus livros mais conhecidos são Apologia de Sócrates, em que retoma as teorias do
que sintetiza toda a sua filosofia sobre a organização da cidade, a política, a dialética e a
As Idéias:
Demiurgo e as almas, através de que desce das idéias à matéria aquilo de racionalidade
idéia do Bem, que está no vértice. A existência desse mundo ideal seria provada pela
o dever ser, de que este nosso mundo imperfeito participa e a que aspira.
20
Visto serem as idéias conceitos personalizados, transferidos da ordem lógica à
aquela mesma ordem lógica dos conceitos, que se obtém mediante a divisão e a
Bem, que é papel da dialética (lógica real, ontológica) esclarecer. Como a multiplicidade
dos indivíduos é unificada nas idéias respectivas, assim a multiplicidade das idéias é
suprema, donde dependem todas as demais idéias, e todos os valores (éticos, lógicos e
estéticos) que se manifestam no mundo sensível; é o ser sem o qual não se explica o vir-
a-ser. Portanto, deveria representar o verdadeiro Deus platônico. No entanto, para ser
qual, embora superior à matéria, é inferior às idéias, de cujo modelo se serve para
julgou indispensável elaborar uma teoria do conhecimento. O problema com o qual ele se
defrontou foi o problema do ser. Uma vez que os sentidos nos revelam as coisas como
múltiplas e mutáveis, ao passo que a inteligência nos revela sua unidade e permanência,
21
conhecimento intelectual. Baseou-se nos conceitos matemáticos e nas noções éticas para
demonstrar que a essência real e eterna das coisas existe. Usou como argumento a
possibilidade de pensar figuras geométricas puras, que não existem no mundo físico. Da
mesma forma, todo homem tem as noções de bem e justiça, por exemplo, que não têm
objeto de opinião -- reproduziria de forma imperfeita. O homem, por ter corpo e alma,
demais. Logo abaixo estão as idéias de beleza, verdade e simetria e, em plano inferior, os
valores éticos e os conceitos matemáticos. Além disso, cada classe de ser existente no
mundo sensível possui sua forma ideal: homem, cachorro, casa etc. A relação entre os
diferentes seres que constituem uma classe e seu arquétipo, por exemplo, entre um
homem e a idéia de homem, se explica pelo fato de serem os objetos sensíveis cópias ou
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A ciência é objetiva; ao conhecimento certo deve corresponder a realidade. Ora, de
arquétipos eternos de que as coisas visíveis são cópias imperfeitas e fugazes. Assim a
Todas as idéias existem num mundo separado, o mundo dos inteligíveis, situado na
de Parmênides , sem, com ele, negar a existência do fieri. Tal a célebre teoria das idéias,
alma de toda filosofia platônica, centro em torno do qual gravita todo o seu sistema.
decadência e da morte. Não é acessível a qualquer um, mas apenas àquele que estiver
diversos graus da realidade até atingir a perfeição. Não é algo que esteja reservado a um
bruto qualquer. A alma humana, por oposição ao corpo, tem natureza inteligível, mas por
23
isso mesmo são possíveis para o homem dois caminhos: um ascendente, quando é a
alma a dominar o corpo, e outro descendente, quando é o corpo que domina a alma. No
ponto mais alto da subida está o bem e o belo absolutos, a mais perfeita realidade; no
ponto mais baixo da descida está o nada (cf. A alegoria da caverna - vide abaixo -, onde
Platão retrata, de forma simbólica a existência dos dois mundos e a posição do filósofo e
mundo inteligível está na base de outra distinção fundamental para a ciência ocidental: a
notar, que a ciência procura sempre "essências": o que é a matéria, a luz, a vida, etc.?
inteligível".
crença numa realidade superior, que continua a falar-nos pela voz do poeta: "Se não
encontras a alegria nesta terra, procura-a irmão para além das estrelas".
Aquilo que Platão nos legou tem sido objeto das mais variadas avaliações e
interpretações, mas por isso mesmo merece da parte de cada um de nós uma análise
cuidadosa. Um dos fatos essenciais, é que não existe propriamente uma doutrina
platônica definida em todos os seus pormenores. Aquilo que os livros escritos por Platão,
os diálogos, retratam, é antes uma procura constante da verdade, com avanços, mas
24
também com retrocessos e oscilações. A sua chave é constituída pela chamada teoria
das idéias, mas Platão é o primeiro e talvez o mais eficaz crítico da mesma, não
As Almas:
de uma ação do Demiurgo sobre a alma. Assim, deveria ser, tanto no homem como nos
outros seres, porquanto Platão é um pampsiquista, quer dizer, anima toda a realidade.
vista dos seus impelentes interesses morais e ascéticos, religiosos e místicos. Assim é
que considera ele a alma humana como um ser eterno (coeterno às idéias, ao Demiurgo e
à matéria), de natureza espiritual, inteligível, caído no mundo material como que por
mundo das idéias. Sua natureza é tripartida: no nível inferior, está a alma sensível,
temperança; vem em seguida a alma irascível, que impele à ação e ao valor; sobre elas
está a alma racional, que pertence à ordem inteligível e permite ao homem recordar sua
cultivo da filosofia. A alma superior é imortal e retornará à esfera das idéias após a morte
25
Duas interpretações:
a) - Uma delas deriva de Nietzsche: afirma que a filosofia platônica representa a negação
da vida e da diferença, que sob o reino igualitário da razão aquilo que ela visa impor é o
Nada.
b) - A outra torna Platão um dos últimos representante de uma forma de ser mais
coerência para compreendê-lo, e para isso busca uma realidade una e permanente por
exigência da razão.
refletir esta dicotomia inicial, sendo que os pontos de referência básicos, ou paradigmas,
26
do devir, da transformação das coisas umas nas outras; o outro, a defesa intransigente da
O MUNDO INTELIGÍVEL:
desde o nada, ou não ser, até aquilo que está para além do ser, o Bem ou o Belo. O
Amor, ou Eros, seria aquela dinâmica capaz de levar o homem a subir a escala do ser,
a) - Da beleza física:
É, pois, necessário que aquele que empreende o reto caminho para este fim
comece desde a infância a procurar a beleza dos corpos; e, se o seu guia o orientar como
deve, há de primeiro amar a beleza de um único corpo, logo começando a gerar belos
que reside em outros corpos, e dado que, através da forma física, é necessariamente o
Belo que persegue, muito insensato seria, se não julgasse uma e a mesma coisa a beleza
corpos belos e libertar-se-á do excesso que o prendia àquele único, relegando-o como
coisa de baixo valor; porém, logo em seguida há de considerar mais preciosa a beleza
das almas do que a beleza física, de tal sorte que uma alma dotada de qualidades,
mesmo num corpo sem atrativos, será suficiente para lhe inspirar amor e interesse, não
que tornam melhores os jovens e por onde eles possam ser levados a admirar a beleza
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dos hábitos e das leis e a reconhecer em tudo isto a mesma origem; deste modo, pouco
b) - das ciências:
Depois dos hábitos, é para as ciências que importa ao jovem ser dirigido, a fim de
apreender, por sua vez, a beleza destas, contemplando o Belo na sua imensidade, não já
com os olhos do escravo que, preso a uma forma particular de beleza (...), se torna, em
oceano sem fim do Belo, poderá dar à luz uma profusão de discursos belos e magníficos
e de pensamentos nascidos na sua profunda aspiração pelo saber, até que, já pleno de
força e grandeza, descubra, enfim, a existência de um conhecimento único, que vem a ser
c) – da beleza inteligível:
Tenta agora - prosseguiu - prestar a maior atenção que te for possível. Aquele que
até aqui foi orientado nos mistérios do Amor, contemplando as coisas belas na sua ordem
espetáculo surpreendente - a natureza do Belo, desse mesmo Belo, ó Sócrates, que era o
Uma natureza eterna, antes de mais, que não nasce nem morre, não cresce nem
murcha; e, em segundo lugar, que não é bela neste ponto e feia naquele, ou bela num
momento e noutro já não, ou em determinada perspectiva, bela e feia noutra, nem bela
aqui, feia acolá, de modo que uns lhe achem beleza e outros não. Mais ainda, esse Belo
não se lhe representará sob forma de rosto, de mãos, do que quer que pertença a um
corpo, nem sob forma de palavra ou conhecimento, nem, por exemplo, em qualquer outro
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Ser vivo da terra ou do céu ou de qualquer outro sítio, mas, ao contrário, mostrar-se-lhe-á
por si e em si, como natureza simples e eterna, da qual participam todas as outras coisas
belas, por um processo tal que a geração e destruição dos outros seres em nada a
FILOSOFIA MEDIEVAL
medieval.
sistematização que foi muito útil para a afirmação dos ensinamentos do Cristianismo,
combatendo os céticos, e retomando parte da elaboração platônica, sem contudo ser ele
mesmo um platônico.
disputas como o choque entre Nominalistas e Universalistas. Houve uma separação dos
relativas a Deus, vista como superior; e a filosofia, que abrangia todos os outros saberes,
inclusive, inclusive as investigações sobre natureza, fazendo com que a filosofia fosse
clareza da demonstração tomista em que é exposta uma tese, seguida dos argumentos
29
organizar os argumentos e realizar as sínteses da sua religião e também da obra de
Aristóteles.
Ao longo dos tempos tivemos diversos significados sobre o que seria a filosofia.
Muitas vezes ela foi apresentada como o instrumento do conhecimento que superasse
Em outros instantes, sem que isso significasse uma sucessão temporal, ela foi
profundamente desprezada e posta à margem, por ser tida como especulativa e pouco
prática.
No entanto, qualquer que seja a visão que se tenha sobre a Filosofia, a noção de
“amor à sabedoria” dos primeiros filósofos tornou-se um campo de saber marcado por
Este trabalho tem como objetivo relatar e apresentar, em síntese, a vida e as obras
parte, de circunstâncias de sua vida; mas era também uma atitude compreensível num
famílias de Atenas e estava ligado, sobretudo pelo lado materno, a figuras eminentes do
mundo político. Sua mãe descendia de Sólon, o grande legislador, e era irmã de
30
Cármides e prima de Crítias, dois dos Trinta Tiranos que dominaram a cidade, Atenas,
durante algum tempo. A vida de Platão transcorreu entre a fase áurea da democracia
político.
350 - 900 DC. Agostinho foi a linha de separação entre a especulação patrística e
escolástica. Agostinho o maior de todos os pais latinos da igreja e não houve igual
filosofo, teólogo desde Paulo até Tomás de aquino. Além dele temos Boethius como um
dos principais filósofos deste período. Jonhn Scotus Erigena foi precursor do
embora tivesse apenas quatrocentos anos, era considerado a verdade irrefutável. Apesar
disso, Santo Agostinho, que nasceu no norte da África, numa cidade chamada Tagarte,
nem sempre foi cristão. Fez os primeiros estudos na cidade natal e ,com a ajuda de um
amigo foi para Cartago, aos dezesseis anos, completar os estudos superiores. Não foi um
bom aluno. Na juventude, detestava estudar grego. Interessa-se pôr filosofia ao ler uma
obra de Cícero. Quando criança era cristão, mas depois interessou-se pôr outras
religiões, como a dos maniqueus, que formavam uma seita, e dividiam o mundo entre o
maniqueísmo contém uma visão dualista radical, bem e mal são tomados como princípios
absolutos. Posteriormente, Agostinho combateu essa doutrina, que foi criada pôr Manes.
De início ele recusava a ler a Bíblia, pôr considerá-la vulgar. Teve um caso de amor,
Com vinte anos, perdeu o pai e ficou sendo o responsável pelo sustento de duas famílias.
31
Foi professor de retórica em Cartago, mas depois mudou-se para Roma. Sua mãe foi
contra a mudança e Agostinho teve de enganá-la na hora da viagem. De Roma foi para
Milão, onde foi novamente professor de retórica. Foi influenciado pelos estóicos, pôr
apóstolo Paulo, e batizou-se aos trinta e dois anos de idade. Desistiu do cargo de
fundamentar racionalmente a fé, como foi comum na Idade Média. Mostrou que sem a fé
a razão não é capaz de levar para a felicidade. A razão, para Agostinho serve de auxiliar
da fé, esclarecendo e tornando inteligível aquilo que intuímos. Ele tinha tomado contato
divina. Demonstra que há limites para a racionalidade, receberemos um saber que está
além do natural. Com o cristianismo uma luz inundou seu coração, sua alma encontrou a
paz. Virou vigário aos trinta e seis anos, praticando a vida ascética.
sentidos dizem algo verdadeiro. O erro provém do juízo que fazemos das sensações, e
não delas próprias. A sensação não é falsa, o que é falso é querer ver nelas uma verdade
Agostinho ficou conhecido pôr "cristianizar" Platão, fazendo vários paralelos entre a
escrituras. Faz a distinção entre o corpo, sujeito à sorte do mundo e a alma, que é
atemporal., com a qual se pode conhecer Deus. Antes de Deus ter criado o mundo a partir
do nada as Idéias eternas já existiam na sua mente. Deus é bondade pura. Ele já conhece
o que uma pessoa vai viver antes dela viver. Assim apesar da humanidade ter sido
32
Isso depende do uso que fazemos do livre arbítrio, a faculdade que o indivíduo tem de
determinar de acordo com a sua própria consciência a sua conduta, livre da Divina
Providência enquanto está vivo. Seria o ato livre de decisão, de opção. Durante um
diálogo, Agostinho chega a conclusão que o mal não provém de Deus, mas sim do mau
uso do livre arbítrio. De fato ,para ele não existe mal, apenas a ausência de Deus. (com
isso ele refuta de vez a doutrina dos maniqueus) Essa teoria encontra-se no livro O livre
arbítrio.
Com uma vida errada, a alma fica presa ao corpo, porém a relação correta é a
inversa. Os órgãos sensoriais sentem a ação dos elementos exteriores, a alma não. Deus
pensar corretamente a ordem natural divina. A unidade divina é plena e viva, e guarda a
alma e corpo, espírito e matéria, bem e mal e ser e não ser. Acrescenta a história à
inspirada no amor à Deus e nos valores que Cristo pregou, presentes na Igreja, e a
Cidade humana, baseada nos valores imediatos e mundanos. Essas cidades estariam
presentes na alma humana, e no final a Cidade de Deus triunfaria. Outra obra importante
são as Confissões, que é autobiográfica. Essa obra faz dele um precursor de Descartes,
Rousseau e o existencialismo. Acredita na verdade contida nos números, que fazem parte
da natureza.
Gondolfo, e de uma mãe rica, Ermenberga. Seguiu a carreira religiosa, fez estudos
clássicos e escreveu sempre em latim. Foi eleito prior em 1063, porque tinha muita
33
inteligência e piedade. Sua biografia nos é contada pelo seu discípulo, Eadmero. Foi
uma obra sobre esse assunto. É considerado um dos iniciadores da tradição escolástica.
Buscava um argumento para provar a existência de Deus, e sua bondade suprema. Fala
qual não é possível pensar nada maior. Ele não existe apenas na inteligência, mas
bases, chamados de argumento ontológico, que foi retomada por Descartes e criticada
por Kant, e ela estava numa obra chamada Proslógio. Parte do fato de que o homem
encontra no mundo muitas coisas, algumas boas, que procedem de um bem absoluto,
que é necessariamente existente. Todas as coisas tem uma causa, menos o ser incriado,
que é a causa de si mesmo e fundamenta todos os outros seres. Esse ser é Deus. Seus
doações de terras para a igreja, mas brigou com Guilherme, o ruivo, rei da Inglaterra pois
não queria fazer comércio com os bens da Igreja. Isso foi considerado um desrespeito ao
poder Real, e Guilherme impediu Anselmo de Viajar para Roma, desafiando o poder da
Igreja.
Num dos seus primeiros livros, Monológico, em que apresenta sua visão de Deus,
Anselmo fala que a essência suprema existe em todas as coisas e tudo depende dela.
criou tudo a partir do nada. Anselmo procurava desenvolver um raciocínio evolutivo sobre
o que considerava ser a verdade, que estava contida na Bíblia. Para Anselmo, o
pensamento tem algo de divino, e Deus tem uma razão. Sua palavra é sua essência, e
Ele é pura essência (essa noção não é nova) infinito, sem começo nem fim, pois nada
34
existiu antes da essência divina e nada existirá depois. Para ela o presente, o passado e
o futuro são juntos ao tempo, são uma coisa só. E Ela é imutável, uma substância,
embora seja diferente da substância das outras criaturas. Existe de uma maneira simples
e não pode ser comparado com a consciência das criaturas, pois é perfeito e maravilhoso
e tem todas as qualidades já citadas. O verbo e o espírito supremo são uma coisa só, pois
este usa o verbo consubstancial para expressar-se. Mas a maneira intrínseca que o
procede de Deus por nascimento, e o pai passa a sua essência para o filho. O espírito
eternamente. Mas nenhuma alma é privada do bem do Ser supremo, e deve buscá-lo,
através da fé. E Deus é uno. Para se contemplá-lo devemos nos afastar dos problemas e
preocupações cotidianos e buscá-lo. Ele é onipotente embora não possa coisas como
morrer ou mentir. É piedoso, em parte por ser impassível, o que não o impede de exercer
sua justiça, pois ele pensa e é vivo. Anselmo fala muito da crença divina do Pai, do filho e
do espírito humano. Grandes coisas esperam por aquele que aceitar Deus e buscá-lo.
Aquino, Itália, de uma família nobre. Entrou cedo para a ordem Dominicana. Não se sabe
elas começam a ter forte atuação e influência. Cria-se um ambiente cultural, nas capitais,
em que irão atuar Alberto Magno e seu discípulo, São Tomás de Aquino. Há uma
miscigenação cultural, pois os Sábios da Arábia vem para a Europa. São Tomás de
Aquino entrou para a universidade de Nápoles, onde estudou filosofia. Sabia, falava e
35
Escreveu um opúsculo quando ainda era jovem, O ente e a Essência, entre os
forma e matéria, quando tomadas em si, ou seja sem o aparato do entendimento racional
possibilidades. O intelecto quando está isento da materialidade, desvela que nada pode
ser mais perfeito do que aquilo que confere o ser. São Tomás é famoso por ter
cristianizado Aristóteles, à semelhança do que fez Agostinho com Platão, ele transformou
o pensamento desse sábio num padrão aceitável pela igreja católica, Apesar de
Aristóteles não ter conhecido a revelação cristã, como diz Tomás, e de sua obra ser
original, autônoma e independente de dogmas, ele está em harmonia com o saber contido
ele comenta obras como a Física e a Metafísica. E as observações sobre Aristóteles vão
permanecer em todas as suas obras. Além dessa influência podemos citar os padres da
influência. Tomás de Aquino afirma que podemos conhecer Deus pelos seus efeitos, ele é
o último em uma escala evolutiva, a causa de todas as coisas. Antes de Deus vem os
anjos, e antes desses, os homens. Ele comenta o gênero e a espécie, que pertencem à
senão o que lhe cabe como ela própria. Por exemplo o homem, por ser homem, será
sempre racional. Mas o branco e o preto não são noções exclusivas da humanidade.
36
No outro modo, algo se predica da essência, por acidente daquilo que é específico,
como o homem ser de cor branca. As formas são inteligidas na medida em que estão
Santo Tomás de Aquino é mais um que fala (como o fez mais tarde Espinosa) que
Então virou professor e foi para Paris, onde escreve comentários sobre a Bíblia.
Nessa cidade passa a vida, foi onde escreveu as duas Sumas que compõe a sua obra: A
Suma contra os gentios e a Suma teológica, mais diversos opúsculos. São obras
teológicas, com muitos aspectos filosóficos. Santo Tomás afirma que o homem possui
uma capacidade, passada por Deus, de distinguir naturalmente o certo e o errado. Ele
não tinha uma visão muito positiva da mulher, como Aristóteles, que dizia ser o homem
passiva. Ele achava que isso estava de acordo com a afirmação da Bíblia que a mulher
deriva de uma costela do homem. Na Bíblia está escrito como viver segundo a vontade de
Deus, e daí Tomás tira seus argumentos sobre a vida moral. Ele demonstra que não há
para o objeto a ser inteligido em si. Apesar de Deus ser a causa de tudo, ele não age
diretamente nos fatos de sua criação. Mas a providência existe e governa o mundo, pois
contemplação da verdade.
A obra de São Aquino é imensa, alguns de seus trabalhos foram escritos por ele
mesmo, outros ditados e outros ainda reportados. Aristóteles disse, e isso foi comentado
37
por São Tomás, que o homem tem a sensação em comum com os animais, que sentem
conhecimento das causas dos fenômenos. Assim a filosofia deve considerar o senso
comum e tem um aspecto coincidente com a teologia: seu saber provém da Sabedoria
divina. Então, em menor grau o saber popular também. Mas a sabedoria divina deve ser
Ele distingue na natureza o ser real e o ser da razão (Espinoza nos Pensamentos
metafísicos também o faz, mais uma vez.). O ser real existe independente de qualquer
não pode ser independente do pensamento de quem o concebe. Assim a lógica humana
só existiria no conceito, e não na realidade. Por outro lado, a alma é imortal, pois é
imaterial, e tudo que é imaterial é imortal. Esse argumento como outras verdades
teológicas pode ser agora combatido, mas durante séculos ele fundamentou o
Para Tomás, o conhecimento passa por vários graus de abstração cujo objetivo é
sensíveis. No terceiro esforço tem que se consideraras coisas independentes do seu valor
encarnação, dos sacramentos e da vida eterna. Deus é a verdade pura, sem falsidade
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vontade que existe em si e para si e neste processo estende sua vontade para o que não
é a sua essência. O que não é sua essência seriam só as coisas percebidas, pois Deus é
tudo. Não tem ódio, não quer o mal, sua potência indica-se com a sua ação, mas ele não
pode tudo. Santo Tomás de Aquino faz a distinção entre a filosofia e teologia. E as
criaturas não existem desde sempre. Ele descreve o momento em que se inicia uma vida,
quando mostra como a alma se junta ao corpo. É uma grande obra, que influenciou e
influencia até hoje todos os que se querem católicos, além de filósofos e outros
estudiosos.
O ESCOLASTICISMO
prolongar-se até o século XV DC. Seja como for, chegou a o seu ponto culminante nos
séculos XII e XIII. Esse nome alude aos homens de escola os mestres universitários,
lógica e a metafísica do último deles. O maior filosofo deste período foi Tomas de Aquino.
A filosofia dele continua sendo uma poderosa força tanto no seio da igreja católica
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• Guilherme de Cjampeaux 1070 - 1121
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Conclusão
Platão foi um dos filósofos mais influentes de todos os tempos. Seu pensamento
entre o que é visível, sensível (o mundo das coisas e dos seres), e o que é invisível,
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BIBLIOGRAFIA
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1999. (unidade pertencente ao acervo da biblioteca do INESC-Unaí/MG
TELES, ANTONIO XAVIER. Introd. Ao estudo de Filosofia. 26ª Ed. SP, Ática, 1989.
PARISI, MÁRIO & COTRIM, GILBERTO. Trabalho Dirigido de Filosofia. SP, Sariava, 1991
Internet filosofia
http://www.mundodosfilosofos.com.br/agostinho.htm
R.N.Chaplin, Ph.D.
J.M.Bentes
Editora Candeia
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