Anda di halaman 1dari 5

PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado da Bahia


Gabinete do Desembargador José Olegário Monção Caldas

QUARTA CÂMARA CÍVEL


AGRAVO DE INSTRUMENTO N.º3604-1/2009- SALVADOR
AGRAVANTE: ESTADO DA BAHIA
PROCURADOR: ADRIANO FERRARI SANTANA
AGRAVADO: JORGE LUIS FERNADES DOMINGOS
ADVOGADO: CONCEIÇÃO MARIA NORBERTO QUADROS
RELATOR: DES. JOSE OLEGÁRIO MONÇÃO CALDAS

D E C I S Ã O

Vistos etc...
ESTADO DA BAHIA interpõe Agravo de
Instrumento, da decisão proferida pelo MM. Juiz
de Direito da 6ª Vara da Fazenda Pública, nos
autos do Mandado de Segurança nº2093906-6/2008,
impetrado por JORGE LUIS FERNADES DOMINGOS.
É que o ilustre julgador da
Instância, considerando relevante o fundamento
da demanda e o justificado receio de ineficácia
do provimento final, houve por bem de conceder a
tutela initio litis, impondo à Ré a “matrícula
do impetrante no Curso de Formação de Soldado da
Polícia Militar, em igualdade de condições com
os demais candidatos, até ulterior deliberação e
sob as penas da lei.” (fls. 87/89).
Contrapondo-se, o ESTADO DA BAHIA vem
argüir, preliminarmente, a decadência do direito
à impetração, a impossibilidade jurídica do
pedido, requerendo a extinção do feito, sem
julgamento de mérito.
No mérito, o provimento do recurso,
tendo em vista a ausência dos requisitos

1
AI3604-1/2009 (JOMC6)
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
Gabinete do Desembargador José Olegário Monção Caldas

autorizadores do deferimento da liminar e o


caráter satisfativo da medida deflagrada.
Requer, de logo, outorga da
suspensividade prevista na Lei de Ritos, seu
art. 527, inciso III.
O agravo vem no prazo e se faz
acompanhar das peças indispensáveis à sua
interposição.
É o breve relatório.

Decido.

O exame das matérias alvo de argüição


preliminar deve-se ao juízo a quo, sob pena de
indevida supressão de instância.
No que pertine à providência inicial,
não vislumbro a configuração do periculum in
mora, justificador da suspensão, especialmente
em vista do que dispõe o art. 527,II, do CPC, in
verbis:
"Art. 527...
...

II-converterá o agravo de
instrumento em agravo retido,
salvo quando se tratar de
decisão suscetível de causar à
parte lesão grave e de difícil
reparação, bem como nos casos
de inadmissão da apelação e nos
relativos aos efeitos em que a
apelação é recebida, mandando
remeter os autos ao juiz da
causa;

A concessão da medida emergencial,


portanto, só é de ser autorizada em situações

2
AI3604-1/2009 (JOMC6)
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
Gabinete do Desembargador José Olegário Monção Caldas

que traduzam risco concreto de “lesão grave e de


difícil reparação” a direito da parte.
Precisos são os comentários do Prof.
ANTÔNIO DA COSTA MACHADO ao disposto no art. 522
do CPC:
“A nova redação deste art. 522,
somada às outras alterações
decorrentes da Lei n.
11.187/2005, muda o quadro
processual significativamente,
por alguns motivos: 1º)
instituído o agravo retido como
regra, pela disposição legal ora
enfocada, o próprio cabimento do
agravo de instrumento deixa de
existir fora dos três casos
elencados, o que certamente
significará desencorajamento à
interposição despreocupada de
agravos diretamente no tribunal,
inclusive porque descabido o
agravo de instrumento, nesse
contexto, não haverá lugar para a
aplicação do princípio da
fungibilidade dos recursos e a
possibilidade de recorrer
retidamente terá sido perdida;
2º) desaparece aquilo que
chamamos de razoável expectativa
dos advogados quanto à não-
conversão do agravo de
instrumento em retido, uma vez
que a nova redação do inc. II do
art. 527 estabelece enfaticamente
que o relator ‘converterá o
agravo de instrumento [...]’, o
que significa reforço ao
desencorajamento mencionado; 3º)
a exigência constante de

3
AI3604-1/2009 (JOMC6)
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
Gabinete do Desembargador José Olegário Monção Caldas

demonstração de periculum in
mora, para caracterizar o
cabimento do recurso, salvo ‘nos
casos de inadmissão da apelação e
nos relativos aos efeitos em que
a apelação é recebida’, mas que
compreende todos os agravos que
digam respeito à ‘provisão
jurisdicional de urgência’,
coloca, desde logo, o problema da
‘lesão grave e de difícil
reparação’ no centro da
preocupação dos advogados –
porque dele depende o cabimento
do recurso – e não mais como
problema secundário a ser
enfrentado, pela via do agravo
interno, se o relator viesse a
praticar o ato de conversão por
ausência de periculum in mora;
4º) o desaparecimento do agravo
interno – o recurso que
viabilizava o combate à decisão
monocrática do relator que
convertesse o agravo de
instrumento em retido, segundo
dispunha a parte final do inc.
II, em sua redação anterior, do
art. 527 – por óbvio identifica-
se como mais um fato a
desencorajar a interposição,
perante os tribunais, de agravos
de instrumento inadmissíveis.
(Código de Processo Civil
Comentado: artigo por artigo,
parágrafo por parágrafo – 5ª ed.
rev. e atual. – Barueri, SP:
Manole, 2006, p. 870-1.)”

4
AI3604-1/2009 (JOMC6)
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
Gabinete do Desembargador José Olegário Monção Caldas

Tenho, neste caso, por ausente a


demonstração fática e jurídica da probabilidade
de dano potencial irreparável ou difícil
reparação ao Estado agravante.
Merece, por outro lado, sobrelevar a
ordem initio litis, respaldada em prova efetiva
de que, à época da inscrição, o candidato
atendia ao pré-requisito etário, não podendo
ver-se alijado da disputa, em decorrência da
própria mora administrativa na realização do
processo seletivo.
São razões pelas quais, denego a
suspensividade e converto o recurso em agravo
retido.
Publique-se. Intimem-se.
Salvador(BA), de fevereiro de 2009.

Des. JOSÉ OLEGÁRIO MONÇÃO CALDAS


Relator

5
AI3604-1/2009 (JOMC6)

Anda mungkin juga menyukai