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Resenha:

A aquisição da linguagem à luz de um paradigma teórico de cognição


Leandro Moura1

O trabalho de Kupske propõe uma discussão a respeito das formas de aquisição da


linguagem pautada na teoria do gerativismo, de Noam Chomsky, e nos novos achados das
neurociências e no emergentismo.
O autor parte dos preceitos apresentados por Platão, em que o conhecimento já era
considerado algo que estava na mente da criança, sendo, portanto, a razão de uma criança
sem instrução conseguir compreender conceitos complexos de geometria, por exemplo.
Descartes (1979) teria se baseado nessa corrente filosófica - Racionalismo
Cartesiano - e acreditava que se uma criança fosse criada por lobos, ela não desenvolveria
a linguagem, porém se voltasse ao convívio humano, tudo voltaria a ser como deveria e ela
aprenderia a falar. Mas um animal, como o macaco, por exemplo, mesmo que fosse criado
entre humanos, não desenvolveria a linguagem, porque não é inata dele.
De acordo com Quadros (2008), baseado na teoria gerativista, os seres humanos
possuem uma capacidade inata para a linguagem, e possuem um conhecimento sobre o
sistema linguístico, sendo possível então, uma criança desenvolver a linguagem mesmo
que seja exposta a poucos dados no seu ambiente. Isto é, a criança é capaz de extrair do
ambiente as informações relevantes para acessar os recursos que estão biologicamente
determinados. Dessa forma, quando consideramos a aquisição da linguagem no paradigma
racionalista, devemos considerar três fatores: os princípios geneticamente determinados; os
mecanismos de aprendizagem; e a exposição, mesmo que mínima, a uma determinada
comunidade de fala.
De acordo com essa proposta, a criança teria uma Gramática Universal (GU) que
seria inata e comportaria as regras de uso da língua. A criança teria que aprender somente o
léxico de seu contexto de fala, pois os princípios de uso já fazem parte da sua capacidade
linguística.
Tendo em vista a variedade de línguas, Chomsky (1981) lança a Teoria de
Princípios e Parâmetros, onde a concepção de GU muda, sendo mais maleável. De acordo
com essa nova abordagem, ela é formada por princípios, que seriam leis invariantes e que

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Graduado em Letras – Licenciatura em Língua Portuguesa e mestrando em Letras: Estudos da Linguagem
pela Universidade Federal de Ouro Preto.
se aplicam da mesma forma em todas as línguas, e por parâmetros, leis com valores
variantes, se aplicando ou não nas línguas. Um exemplo de princípio seria que todas as
línguas apresentam sujeito. E um exemplo de parâmetro seria a omissão de sujeito, que é
possível no português e não é possível no inglês.
Ao falar do paradigma conexionista, que busca atualmente seus fundamentos na
neurociência, o autor cita, primeiramente, suas origens, datada das décadas de 1950 e 1960,
paralelamente ao inatismo chomskyano. Esse paradigma se insere no grupo de abordagens
que procuram explicar a aquisição do conhecimento em termos de representações mentais
e processamento de informação, rejeitando a modularidade da linguagem e o inatismo.
Segundo Kupske, o novo conexionismo surge, sendo bem aceito por cientistas que utilizam
simulações computacionais em suas análises.
O autor apresenta também alguns conceitos básicos do conexionismo, como por
exemplo, que a memória é composta de elementos simples ligados ou conectados uns aos
outros, através de um número de mecanismos diferentes – sucessão temporal, similaridade
entre objetos e proximidade espacial.
De acordo com o autor, é possível traçar uma base filosófica, que tem suas noções
advindas da Escola Materialista e são produtos o Empirismo Britânico, para o paradigma
conexionista. Deste modo, é possível pensar, segundo Kupske, que todo comportamento
humano poderia ser explicado como sendo oriundo dos processos físicos do corpo humano,
principalmente do cérebro, fazendo com que os empiricistas possam ver o conhecimento
humano, principalmente do cérebro. Finger (2008, apud Kupske, 2011) apresenta uma
oposição aos racionalistas, que postulam que conhecer uma língua é conhecer sua
gramática. Os conexionistas pregam que “embora possamos supor que os indivíduos
possuem capacidades inatas responsáveis por restringir a aprendizagem da linguagem, é de
questionar se tais capacidades incluem qualquer tipo de conhecimento prévio de estruturas
gramaticais.”
Poersch (2005, apud Kupske, 2011) apresenta a noção de paradigma ligada à
neurociência e não em hipóteses explicativas, como ocorre no paradigma racionalista ou
simbolismo. Para o conexionismo, os processos cognitivos acontecem em um nível
cerebral e não em um nível mental, que não passa de um conjunto de processos cognitivos.
Poersch diz ainda que o conexionismo é polarizado no que concerne ao processamento da
linguagem. Em um dos polos, encontram-se aqueles que acreditam que o modelo
contempla os aspectos da linguagem. Do outro lado, há uma afirmação de que o modelo
não pode abarcar qualquer fato da linguagem humana.
No que respeita o paradigma simbólico, o autor nos apresenta uma concepção de
que há a postulação de um nível simbólico de representação, existindo na mente estados
representacionais, ou seja, símbolos que possuem estrutura combinatória, fazendo com que
a linguagem não passe de um processamento complexo dessas estruturas de símbolos,
baseada em regras, processos, restrições etc. O conexionismo assume que o processamento
se dá em paralelo e a informação é armazenada de modo fragmentado em uma rede
neuronial, pois o cérebro não armazena informações por meio de símbolos e sim padrões
específicos de atividade elétrica.
Novamente o autor cita Poersch para dizer que, segundo o paradigma conexionista,
o conhecimento (linguístico ou enciclopédico) é reduzido a alterações na força das sinapses
neuroniais, a forma como a informação é engramada na memória se dá em formas de
“traços atômicos distribuídos e processados em paralelo nas unidades neuroniais,
conectadas entre si, formando redes tridimensionais”.
Finalmente, o autor aborda questões fisiológicas, citando Bonilha (2004), que
define neurônio como unidade inata, física e não mais abstrata. Esses se ligarão a outros
neurônios, construindo trilhas de engramação. O cérebro é um aglomerado de bilhões de
neurônios que, ligados paralelamente, constituem redes. O neurônio é construído de por
uma massa neural, denominada axônios transmissores de eletricidade e receptores de
impulsos elétricos, que são responsáveis pela formação das redes. Onde há o encontro de
axônios e dendritos, há o processamento de reações químicas – as sinapses – que são
responsáveis pelo aprendizado. Para finalizar, ainda citando Bonilha, o autor nos diz que a
ativação entre os neurônios ocorre em graus diferenciados, portanto, cada mapeamento é
distinto do outro não apenas pelas diferentes unidades interligadas, mas pelas diferentes
forças de ligação entre as unidades envolvidas na engramação estabelecida.
Segundo Lizardi as abordagens conexionistas têm sido usadas na aquisição da
linguagem para corroborar os achados da neurociência O objetivo do conexionismo é
estudar o conhecimento humano em uma perspectiva computacional, isto é, tenta descrever
o processamento cognitivo à semelhança de um computador. Para Gasser (1990) na
abordagem conexionista, o conhecimento é incorporado a uma rede de unidades de
processamento simples. Já Finger, os conexionistas, defenderem que a aprendizagem é
balizada pela demanda do ambiente, logo propõem uma nova forma de inatismo.
O Modelo Conexionista pressupõem a aprendizagem sem a noção de regras
simbólicas. O desempenho linguístico é caracterizado por regras, mas elas não precisam
estar explícitas no mecanismo de aquisição e acesso a informações linguísticas, ou seja, as
regras são uma generalização a partir da realidade linguística, porém a aprendizagem não
se dá, obrigatoriamente, através delas.
Para Gasser, adquirir uma língua é processar padrões. O conhecimento de uma
língua constitui-se de generalizações feitas por meio dos complexos de padrões linguísticos.
Portanto, a aquisição da linguagem é um processo autoassociativo cujo sistema alimentado
com LCPs parciais ou complexos, as associações são construídas dessas estruturas.
Conforme Poersch (2009), aquisição da linguagem, realiza-se por meio de respostas
fornecidas a três tipos de estímulos: estímulos externos primários, estímulos externos
secundários e estímulos internos. Os primeiros são os dados que a criança coleta em sua
comunidade de fala, os estímulos externos secundários correspondem aos dados sobre a
língua, os internos são oriundos do processamento interneuronial e constituem as unidades
intermediárias.
Bonilha aponta que para que uma criança aprenda um conceito como o de boneca, é
necessário que ela entre em contato algumas vezes com esse objeto. O cérebro altera
sinapses para adquirir conhecimento novo. Contudo, além de forçar as sinapses, a
aprendizagem provoca reajustes nas redes neuroniais já existente. A função dos neurônios
é regular as forças de suas sinapses durante o processo de informação.
Rumelhart e McClelland (1986) são considerados os pioneiros no desafio de avaliar
se uma rede neural. Esses autores aplicam o Modelo Conexionista ao processo de
aprendizagem do passado dos verbos do inglês. Eles aplicam o sufixo-ed a verbos
irregulares, como “bring/bringed ou think /thinked. Essa regra é citada como uma
exemplificação da atuação de regras no léxico mental.
O modelo proposto por Rumelhart e McClelland (1986) é dividido em duas partes
básicas; a primeira está associada a rede de padrões que aprende a relação entre o infinitivo
e a forma de passado e a segunda está liga a uma rede de decodificação.
O modelo desses dois autores obteve 90% de acerto na flexão verbal de passado e
foi capaz de produzir resultados não somente para aqueles itens com que foi treinado. O
modelo conexionista obteve grande sucesso na aprendizagem da criança, pois ele
conseguiu reproduzir as três fases do desenvolvimento na aquisição dessa flexão.
Primeiramente, a utilização de poucos verbos na forma passado; em seguida, a
regularização de vários verbos segundo o paradigma - ed; e, finalmente, a coexistência dos
verbos regulares e irregulares em formas corretas.
Segundo Alves (2007), a aquisição da linguagem, para o conexionismo, é um
processo lento e incremental. O autor, ainda concerne que à aquisição da fonologia
devemos repensar a natureza do input linguístico. Bonilha (2004), em sua concepção,
dispensa uma noção de fonema enquanto unidade abstrata, o output de um falante passa a
ser considerado como insumo de aprendizagem e o input não é uma estrutura randomizada
da subjacência, pois ele é tanto o ponto de partida como o ponto de chegada, no processo
aquisicional.

Referência Bibliográfica
KUPSKE, Felipe Flores. A aquisição da linguagem à luz de um paradigma teórico de
cognição. Littera online. Revista da Universidade Federal do Maranhão, Maranhão,
Número 4, 2011.

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