PCdoB/SP
o S U S
f e s a d
e m d e a u l o
l u t a S ã o P
A d e d e
d a
na ci
São Paulo - SP
Setembro/2009
1
EXPEDIENTE
Apresentação.....................................................5
Cirurgias Eletivas..............................................18
Saúde da Mulher...............................................19
Saúde Bucal.....................................................21 3
Saúde Mental...................................................22
Reabilitação.....................................................25
Assistência Farmacêutica...................................26
Gestão do trabalho............................................29
Grandes desafios.............................................31
4
Apresentação
Jamil Murad
Vereador do PCdoB em São Paulo.
6
A História da Saúde em Nossa Cidade
E
m São Paulo moram mais de 11 milhões de habitantes,
além de milhões de pessoas que residem na Região Metro-
politana que por diferentes motivos vem cotidianamente à
cidade. Além disso, a capital paulista também continua a aco-
lher pessoas que aqui chegam de diferentes regiões do Brasil e
do mundo. Uma cidade desse porte representa um grande desa-
fio para os gestores da saúde que se deparam com um conjunto
de problemas gerados pelas profundas desigualdades sociais.
Em São Paulo mais de 60% da população depende do Sistema
Público de Saúde, portanto o SUS é indispensável, mas aqui o
sistema privado tem força política e econômica. A metrópole
sofreu desmonte de seus equipamentos de saúde, fruto de deci-
sões tomadas por governos que optaram por outras diretrizes e
princípios que não as do Sistema Único de Saúde (SUS).
A
pesar da lei municipal prever o estabelecimento de Co-
ordenadorias Regionais de Saúde em cada uma das 31
subprefeituras, hoje, a Secretaria Municipal de Saúde
mantém apenas (05) cinco Coordenadorias Regionais e suas
respectivas Supervisões Técnicas, de conformação bastante frá-
gil e autonomia restrita para o pleno atendimento das demandas
de populações que, numericamente, superam muitos municípios
do Estado de São Paulo.
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Essas coordenadorias, que devem ser responsáveis pela imple-
mentação dos programas de saúde nas suas respectivas regiões,
não dispõem dos mecanismos de controle social desenvolvidos,
A estrutura da Secretaria Municipal de Saúde e o Controle Social
pois os conselhos de saúde regionais assim como o Conselho
Municipal, não são respeitados e valorizados pelo poder público.
10
Rede de Atenção Básica
C
om a escassa transparência das diretrizes políticas atu-
ais, a saúde é administrada através de programas de
ação e eficiência pontual e restrita. Tais ações não res-
pondem às questões de fundo da demanda, privilegiando o
atendimento imediato em detrimento da estruturação de uma
rede básica resolutiva e com referências bem estabelecidas para
as necessidades de intervenções de média e alta complexidade.
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Para absorver a população atendida nestas unidades, a rede bá-
sica deve estar estruturada com as melhores condições para assegu-
rar a integralidade e a universalidade da assistência. Para isso, há a
necessidade de investimentos em recursos humanos e tecnológicos,
em especial, nas UBS, que foram relegadas a segundo plano.
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Atenção Secundária e Terciária:
ampliar o acesso aos serviços de saúde
em todos os níveis de complexidade da
atenção e garantir equidade
C
omo já citado anteriormente, como a maioria dos servi-
ços especializados e direcionados para o atendimento
secundário e terciário estão sob gestão estadual, fica
mais difícil à efetiva integração entre as redes de atenção primá-
ria, secundária e terciária, pois a rede municipal é constituída,
em sua maioria por serviços de atenção primária à saúde.
13
Regulação da Rede de Atenção à
Saúde no Município de São Paulo:
Estratégia Fundamental Para a
Integralidade Efetiva dos Cuidados
O
processo de municipalização das ações de regulação
na cidade de São Paulo foi implementado em meio ao
quadro de dicotomia entre as gestões dos governos do
estado e da prefeitura, já descritos aqui. As dificuldades em
superar esse problema têm limitado uma atuação efetiva das
estratégias regulatórias até hoje implementadas.
R
espondendo positivamente às diretrizes do governo federal de
efetiva implantação de serviços de atendimento pré-hospitalar
em todo o território nacional, o município de São Paulo, hoje,
conta com 65 bases de atendimento e uma média diária de 130
ambulâncias disponíveis, distribuídas regionalmente para atender
diversas situações de acidentes e emergências que ocorrem cotidiana-
mente em nossa metrópole. A Prefeitura Municipal de São Paulo tem
como meta aumentar esse número para 100 bases de atendimento
ainda em 2009, porém de forma contraditória, a própria Prefeitura con-
tingenciou mais de 14 milhões de reais no orçamento municipal, desti-
nado ao SAMU, o que poderá impedir essa ampliação.
Além disso, tal efetivo se defronta com demandas que não se caracterizam
como emergências, uma vez que muitas delas se constituem em necessi-
dades de transportes para clínicas de fisioterapia, consultas médicas, exa-
mes, hemodiálise e outras. Estas distorções prejudicam a efetiva utilização
do serviço, visto que as viaturas, muitas vezes, retardam o atendimento a
uma situação de emergência ao realizar uma simples remoção.
A
cidade de São Paulo possui uma média de 2,9 leitos para
cada 1000 habitantes, sendo que desse número somente
1,6 leitos/1000 habitantes são do SUS. A rede hospi-
talar municipal deve ser otimizada e a oferta de leitos públicos
deve ser ampliada, levando em consideração que também exis-
te uma excessiva concentração de leitos na região central da ci-
dade, enquanto em várias regiões populosas da periferia, como
Parelheiros, Perus e Cidade Ademar, por exemplo, não existem
leitos hospitalares. É fundamental a reorganização da rede de
atendimento de urgência e emergência. É positiva a busca de
novas metas no atendimento pré-hospitalar, porém é deficiente
a retaguarda.
17
Cirurgias Eletivas
A
demanda reprimida de cirurgias eletivas também deve ser
resolvida sem que tenhamos que recorrer a campanhas ou
mutirões como rotina. A ampliação da rede de atenção
básica e o aumento do atendimento preventivo contribuirão para
o aumento de cirurgias que, realizadas em tempo hábil, poderão
impedir que determinados problemas se agravem.
O
sistema de saúde deve estar capacitado para atender
as questões relacionadas à identificação dos agravos
à saúde de parcelas específicas da população - como
mulheres, idosos, crianças, pessoas com deficiência, com distúr-
bios mentais ou qualquer outro tipo de característica que levem
a uma situação de exclusão - e incorporar os cuidados relacio-
nados aos indicadores que apontam relevância social.
18
Saúde da Mulher
A
s mulheres de todas as idades ainda adoecem e mor-
rem por causas evitáveis. Morrem na gestação, no parto,
no puerpério, morrem pela gravidez não planejada; pelo
câncer de mama, de útero e de pressão alta. Isso acontece por-
que o sistema de saúde falha quando as mulheres precisam. Em
especial as pobres, negras e com menor escolaridade.
20
Saúde Bucal
O
utro aspecto da saúde que demonstra claramente a de-
sigualdade no acesso e no tratamento da integralidade
das ações é a condição da saúde bucal no município.
A maioria da população dispunha de atendimento apenas em
situação emergencial. Hoje, o modelo de assistência preconiza-
do pelo SUS exige a atenção integral nos diferentes níveis de
complexidade e é destinado à população em geral. Suas ações
devem estar divididas em três níveis de atenção:
21
Saúde Mental
E
m 06 de abril de 2001 foi promulgada a Lei 10.216,
que dispõe “sobre a proteção e os direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo
assistencial em saúde mental”, inspirada nos postulados da Psi-
quiatria Democrática italiana. Com efeito, afirma ser direito fun-
damental da pessoa portadora de transtorno mental “ser tratada,
preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental”,
proibindo a internação em instituições asilares.
Mais ainda, com base nos dados acima, é preciso que seja
garantido um número mínimo de 20 leitos psiquiátricos nos hos-
pitais gerais públicos da cidade, especialmente nos novos esta-
belecimentos a serem construídos ou inaugurados.
Considerando-se a regulamentação da assistência psiquiátrica do
paciente morador de hospital psiquiátrico e ainda as consequên-
cias da violência, torna-se necessário atender as demandas em saú-
de mental, que devem estar incluídas nas UBS, compondo as ações
básicas de saúde e executadas por equipes multiprofissionais.
Saúde Mental
23
Ganha importância o papel da organização de uma rede de
atenção, hierarquizada e pactuada no sistema de regulação,
que assegure as condições para reabilitar e reinserir os pacien-
tes no cotidiano desta cidade através da estruturação e implan-
tação de serviços extra-hospitalares, tais como os Centros de
Atenção Psicossocial, os ambulatórios de saúde mental, as resi-
dências terapêuticas e os Centros de Convivência e Cooperativa
(CECCOs). Há que se investir na recuperação das pessoas
pela implementação de políticas que garantam os direitos dos
usuários e dos familiares à atenção integral e dos programas de
reintegração social que os municípios devem implantar.
Saúde Mental
24
Reabilitação
E
xistem, além das necessidades de atenção às demandas de
saúde específicas por faixas etárias ou por gênero, aquelas
que resultam do tipo de desenvolvimento econômico e so-
cial que hoje a cidade adota e que determinam o surgimento de
agravos, cuja intervenção, na maioria das vezes, transcende os
limites do setor saúde.
25
Assistência Farmacêutica
A
lista de medicamentos adquiridos pela SMS é satisfatória
e o abastecimento hoje é realizado através de um sistema
de controle de estoques on-line. Entretanto é preciso me-
lhorar o acesso do paciente ao medicamento assim como criar
mecanismos para que o usuário acompanhe a reposição do
estoque nas UBS e Amas. Aprimorando a função da Assistência
Farmacêutica é necessário que este serviço seja atividade inte-
grante e não apenas apoio da atenção básica. Deve haver um
espaço nas UBS para que sejam desenvolvidas atividades dirigi-
das ao acompanhamento, controle e avaliação das prescrições
realizadas. Devem existir as condições para que seja executado
o planejamento do abastecimento conforme a demanda e o per-
fil epidemiológico da área adjacente à UBS, o que permitirá o
acompanhamento sistematizado dos pacientes.
Assistência Farmacêutica
27
Controle da Gestão da Saúde
A
atual gestão da Secretaria Municipal de Saúde “repartiu”
os diferentes serviços de Saúde entre as 18 Organizações
Sociais. Esta política, que reduz o papel do poder públi-
co no controle das ações estratégicas e o retira das obrigações
constitucionais que garantem a gestão única do sistema, deve
ser combatida. Mais uma vez, se reafirma que, para a consoli-
dação do SUS, se impõe que a gestão seja exercida pelo poder
público, num modelo que fortaleça o papel do Estado na presta-
ção de serviços de saúde.
28
Gestão do trabalho
29
Políticas Públicas Intersetoriais de
Combate a Dengue
E
m São Paulo existem mais de 400.000 imóveis vazios
(IBGE 2000), mais de 1,7 milhões de pessoas vivendo em
favelas sem urbanização (Sempla 2008), inúmeros galpões
abandonados em antigas áreas fabris e várias regiões com mais
de 20% das residências sem tratamento de esgoto. Todos esses
fatores dentre outros, dão conta de que o saneamento básico
e as condições de moradia em São Paulo são propícias para o
desenvolvimento da Dengue e demais doenças em nossa cida-
de. Nesse sentido, cabe aqui a discussão de forma ampla em
torno de políticas públicas que devem minimizar essa situação
de desigualdade e vulnerabilidade social.
30
Grandes Desafios
A
ssim, elencamos de forma resumida alguns pontos que
consideramos fundamentais para construção do Sistema
Único de Saúde na cidade de São Paulo e a superação
dessa situação de descontinuidade que o Sistema enfrenta ao
longo dos seus 20 anos de implementação em uma metrópole
desse tamanho e com essa importância econômica e social. Im-
plementar o SUS em sua plenitude contribuirá para diminuir as
imensas desigualdades aqui vividas:
Eleito deputado por quatro mandatos em 1990, foi autor de diversas iniciativas
que beneficiaram São Paulo: lei da meia - entrada para estudantes, SOS Racis-
mo, o projeto que criou a Universidade Pública da Zona Leste entre outras. Tam-
bém aprovou medidas de proteção aos trabalhadores, como a lei que impediu a
demissão de 60 mil trabalhadores de postos de gasolina.
Em 2002, foi eleito deputado federal com mais de 95 mil votos na chapa do
presidente Lula. Defendeu os aumentos do salário mínimo e das verbas para a
saúde e a universidade pública. Ajudou a aprovar a criação do Prouni, permi-
tindo a entrada de estudantes pobres nas universidades. Foi eleito em 2008,
vereador de São Paulo com 28.145 mil votos.