Agostinho nasceu na cidade de Tagaste,[6] atual Souk Ahras, Argélia, e sua mãe,
católica, se chamava Mônica. Foi educado no Norte da África e resistiu aos pedidos da
mãe para se tornar cristão. Vivendo como um intelectual pagão, ele tomou uma
concubina e se tornou um maniqueísta. Posteriormente se converteu para a Igreja
Católica, se tornou um bispo, e se opôs às heresias, como a crença que as pessoas
possuem a habilidade de escolher fazer um bem tão forte que poderia merecer a
salvação sem receber a ajuda divina (pelagianismo).
Índice
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• 1 Biografia
o 1.1 Conversão
o 1.2 Bispo
• 2 Obras
• 3 Pensamento
• 4 Influência como pensador e teólogo
• 5 Notas e referências
• 6 Bibliografia
• 7 Ver também
• 8 Ligações externas
[editar] Biografia
Agostinho nasceu na cidade de Tagaste, a atual Souk Ahras, uma província romana da
cidade no Norte de África, na Argélia, filho de pai pagão, Patrício e mãe católica, Santa
Mônica. Foi educado no Norte de África e resistiu aos ensinamentos de sua mãe para se
tornar cristão.
Agostinho era de ascendência berbere. Com 11 anos de idade, foi enviado para a escola
em Madaura, uma pequena cidade da Numídia. Lá ele tornou-se familiarizado com a
literatura latina, bem como práticas e crenças pagãs. Em 369 e 370, ele permaneceu em
casa.
Durante esse período ele leu o diálogo Hortensius de Cícero (hoje perdido), que deixou
uma impressão duradoura sobre ele e despertou-lhe o interesse pela filosofia e passou a
ser um seguidor do maniqueísmo.
Durante os anos 373 e 374, Agostinho ensinou gramática em Tagaste. No ano seguinte,
mudou-se para Cartago a fim de ocupar o cargo de professor da cadeira municipal de
retórica, e permanecerá lá durante os próximos nove anos.
Desiludido pelo comportamento indisciplinado dos alunos em Cartago, em 383, mudou-
se para estabelecer uma escola em Roma, onde ele acreditava que os melhores e mais
brilhantes retóricos ensinaram. No entanto, Agostinho ficou desapontado com as escolas
romanas, que ele encontrou apática. Quando chegou o momento para os seus alunos
para pagar os seus honorários eles simplesmente fugiram.
[editar] Conversão
Enquanto ele estava em Milão, Agostinho mudou de vida. Ainda em Cartago, começou
a abandonar o maniqueísmo, em parte devido a um decepcionante encontro com um
chefe expoente da teologia maniqueísta, Fausto.
A mãe de Agostinho havia-o seguido para Milão e insistiu para que abandonasse a
relação com a mulher com quem vivia ilegalmente e procurasse outra para casar,
conforme as leis do mundo e a doutrina cristã. A amada foi mandada de volta para a
África e Agostinho deveria esperar dois anos para contrair casamento legal; mas logo
ligou-se a uma concubina.
No Verão de 386, após ter lido um relato da vida de Santo António do Deserto, de Santo
Atanásio de Alexandria, que muito inspirou-lhe, Agostinho sofreu uma profunda crise
pessoal. Decidiu se converter ao cristianismo católico, abandonar a sua carreira na
retórica, encerrar sua posição no ensino em Milão, desistir de qualquer idéia de
casamento, e dedicar-se inteiramente a servir a Deus e às práticas do sacerdócio.
A chave para esta transformação foi à voz de uma criança invisível, que ouviu enquanto
estava em seu jardim em Milão, que cantava repetidamente, "Tolle, lege"; "tolle, lege"
("toma e lê"; "toma e ler"). Ele tomou o texto da epístola de Paulo aos romanos, e abriu
ao acaso em 13:13-14, onde lê-se: Não caminheis em glutonerias e embriaguez, nem em
desonestidades e dissoluções, nem em contendas e rixas, mas revesti-vos do Senhor
Jesus Cristo e não procureis a satisfação da carne com seus apetites.[9]
Ele narra em detalhes sua jornada espiritual em sua famosa "Confissões" (Confessions),
que se tornou um clássico tanto da teologia cristã quanto da literatura mundial.
Ambrosio batizou Agostinho, juntamente com seu filho, Adeodato, na Vigília da
Páscoa, em 387, em Milão, e logo depois, em 388 ele retornou à África. Em seu
caminho de volta à África sua mãe morreu, tal como fez logo após o seu filho,
deixando-o sozinho, sem família.
[editar] Bispo
Após o regresso ao Norte da África, vendeu seu patrimônio e deu o dinheiro aos pobres.
A única coisa com que ele ficou foi a casa da família, que se converteu em uma
fundação monástica para si e um grupo de amigos.
Em 391 ele foi ordenado sacerdote em Hipona (hoje Annaba, na Argélia). Em 396 foi
eleito bispo coadjutor de Hipona (auxiliar, com o direito de sucessão depois da morte do
bispo corrente) e pouco depois bispo principal. Ele permaneceu nessa posição em
Hipona até sua morte em 430.
Ele deixou o seu mosteiro, mas continuou a levar uma vida monástica na residência
episcopal. Ele deixou uma regra (latim, regulamentos) para seu mosteiro que o levou ser
designado o "santo padroeiro do clero regular", isto é, sacerdotes que vivem por uma
regra monástica.
Sua vida foi registrada pela primeira vez por seu amigo São Possídio, bispo de Calama,
no seu Sancti Augustini Vita. Descreveu-o como homem de poderoso intelecto e um
enérgico orador, que em muitas oportunidades defendeu a fé católica contra todos os
detratores.
Sua vida não é tranquila: missa diária, prega até duas vezes ao dia, dá catequese,
administra bens temporais, resolve questões de justiça (cerca, muro, dívidas, brigas de
família…), atende aos pobres e orfãos, etc.
Pouco antes da morte de Agostinho, a África romana foi invadida pelos Vândalos, uma
tribo guerreira com simpatias com o Arianismo. Pouco depois de Hipona ser cercada
pelos bárbaros Agostinho adoeceu; Possídio relata que ele gastou seus últimos dias em
oração e penitência, pedindo para que os Salmos penitenciais de Davi fossem
pendurados em sua parede para que ele pudesse ler. Pouco tempo após sua morte, os
Vândalos levantaram o cerco de Hipona, mas não muito tempo depois eles voltaram e
queimaram a cidade. Eles destruíram tudo, mas a catedral de Agostinho e a biblioteca
ficaram inalteradas.
[editar] Obras
• Textos autobiográficos:
No fim da sua vida, Agostinho revisitou os seus trabalhos anteriores por ordem
cronológica e sugeriu que teria falado de forma diferente numa obra intitulada
Retratações, que nos daria uma imagem considerável do desenvolvimento de um
escritor e os seus pensamentos finais.
• Filosóficos:
Disciplinarum libri (é uma vasta enciclopédia com o fim de mostrar como se pode e se
deve ascender a Deus a partir das coisas materiais. Não está acabada).
• Apologéticos: Da vida religiosa livro I (De vera religione liber I), etc..
A Cidade de Deus, (iniciado c. de 413, terminado 426, uma de suas obras capitais, nela
nos oferece uma síntese de seu pensamento filosófico, teológico e político.). O De
civitate Dei libri XXII.
• Dogmáticos:
Entre 399-422, escreveu A Trindade, uma das principais obras que apoia a crença na
Santíssima Trindade de Deus. O De Trinitate libri XV.
• Morais e pastorais:
Contra mendacium, Da Catequese dos não instruídos livro I (De catechizandis rudibus
liber I), Da continência livro I (De continentia liber I), Da paciência livro I (De
patientia liber I), etc..
• Monásticos:
• Exegéticos:
Da Doutrina Cristã livro IV (De doctrina christiana libri IV (é uma síntese dogmática
que servirá de modelo para as Sententiae os pensadores da Idade Média), De Genesi ad
litteram libri XII, Da harmonia dos evangelhistas livro IV (De consensu Evangelistarum
libri IV, (foram escritos em resposta aos que acusavam os evangelistas de contradizer-se
e de haver atribuído falsamente a Cristo a divinidade), etc..
• Tratados:
• Polémicos:
Muitas de suas obras tem caráter polêmico por causa dos conflitos que ele enfrentou.
Isso levou São Posídio a classificá-las conforme os adversários combatidos: pagãos,
astrológos, judeus, maniqueus, priscilianistas, donatistas, pelagianos, arianos e
apolinaristas.
[editar] Pensamento
Ver artigo principal: Augustinologia
O Problema do Mal
Em seu livro 'O Livre-arbítrio', Santo Agostinho tenta provar de forma filosófica de que
Deus não é o criador do mal. Pois, para ele, tornava-se inconcebível o fato de que um
ser tão bom, pudesse ter criado o mal.
A concepção que Agostinho tem do mal, esta baseada na teoria platônica, assim o mal
não é um ser, mas sim a ausência de um outro ser, o bem. O mal é aquilo que "sobraria"
quando não existe mais a presença do bem. Deus seria a completa personificação deste
bem, portanto não poderia ter criado o mal.
No diálogo com seu amigo Evódio, Agostinho tenta explicar-lhe de que a origem do
mal esta no Livre-Arbítrio concedido por Deus. Deus em sua perfeição, quis criar um
ser que pudesse ser autônomo e assim escolher o bem de forma voluntária. O homem,
então, é o único ser que possuiria as faculdades da vontade, da liberdade e do
conhecimento. Por esta forma ele é capaz de entender os sentidos existentes em si
mesmo e na natureza. Ele é um ser capacitado a escolher entre algo bom (proveniente da
vontade de Deus) e algo mal (a prevalência da vontade das paixões humanas).
Entretanto, por ter em si mesmo a carga do pecado original de Adão e Eva, estaria
constantemente tendenciado a escolher praticar uma ação que satisfizesse suas paixões
(a ausência de Deus em sua vida). Deus, portanto, não é o autor do mal, mas é autor do
livre-arbítrio, que concede aos homens a liberdade de exercer o mal, ou melhor, de não
praticar o bem.
Santo Agostinho.
Tomás de Aquino tomou muito de Agostinho para criar sua própria síntese do
pensamento filosófico grego e do cristão. Dois teólogos posteriores que admitiram
influência especial de Agostinho foram João Calvino e Cornelius Jansen.
Notas e referências
1. ↑ Wells, J.. Longman Pronunciation Dictionary. 2.ed. New York: Longman, 2000.
2. ↑ The American Heritage College Dictionary. Boston: Houghton Mifflin Company,
1997. pp. 91.
3. ↑ Cross, Frank L.; Livingstone, Elizabeth. The Oxford Dictionary of the Christian
Church. Oxford Oxfordshire: Oxford University Press, 2005.
4. ↑ Durant, Will. Caesar and Christ: a History of Roman Civilization and of Christianity
from Their Beginnings to A.D. 325. New York: MJF Books, 1992.
5. ↑ Wilken, Robert L.. The Spirit of Early Christian Thought. New Haven: Yale
University Press, 2003. pp. 291.
6. ↑ Thagaste na Catholic Encyclopedia.
7. ↑ Archimandrite [now Archbishop] Chrysostomos. "Book Review: The Place of
Blessed Augustine in the Orthodox Church". Orthodox Tradition II: 40–43. Página
visitada em 28 de junho de 2007.
8. ↑ "'Abençoado', aqui, não significa que ele é menos que um santo, porém é um título
concedido a ele como sinal de respeito." "Blessed Augustine of Hippo: His Place in the
Orthodox Church: A Corrective Compilation". Orthodox Tradition XIV: 33–35. Página
visitada em 28 de junho de 2007.
9. ↑ Citação tal como traduzida nas Confissões, edição Nova Cultural 1999, Coleção "OS
PENSADORES", p. 223, apresentada na bibliografia.
[editar] Bibliografia
• Augustinologia
• Graça
• Agostinianos
• Doutor da Igreja
• Patrística
• Anexo:Lista de santos