Comunicação Educacional
Mestrado em Comunicação Educacional Multimédia
Portefólio individual
Participações individuais na Unidade Curricular de CE
Comunicação
Congresso Virtual
Educacional no SL
(Actividade 3)
(actividade 4)
Discente: Milena Jorge
Docente: António Quintas
2008|2009
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
2
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Índice
Introdução ………………………………………………………………. 4
Reflexão………………………………………………………… 19
Anexos
a) Tradução da obra………………………………………. 20
b) Resumo………………………………………………….. 33
c) Slides da apresentação…………………………………. 35
d) Ligações…………………………………………………… 43
Docente: António Quintas
3
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Introdução
Este portefólio, pretende ser um documento que ilustre o meu percurso realizado na
Unidade Curricular (UC), Comunicação Educacional, do mestrado Comunicação
Educacional Multimédia, da Universidade Aberta.
Utilizando a ideia do Escritor José Saramago, que deu numa entrevista recente, disse
que todos os livros deviam levar uma cinta com estas
palavras: “Atenção, este livro leva uma pessoa
dentro”. Este aviso, pelo que implica de entrega
e exposição do autor e pelo apelo que faz à
cumplicidade do leitor, poderia ser facilmente
transposto para este portefólio. Assim sendo,
coloco também uma cinta neste portefólio, com
Docente: António Quintas
o seguinte:
4
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
2 4
•Wikispaces •Second Life •Organização
(exploração e •Tradução (Inauguração) •Second Life do
organização) (Viagem aos congresso
•Resumo
planetas)
1 3 5
•Apresentação
7 •Discussão
9 •outras
electrónica •Discussão (capítulo 4) •Discussão discussão
(capítulo 3) (Capítulo 6 e 7)
6 8 10
Docente: António Quintas
Figura 1
5
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Actividade 1 ‐ Orality and Literacy
1
a)Escolha e exploração da ferramenta Wikispaces
Olá a tod@as!
Neste momento, já estamos todas inscritas na wikispaces e, todas com privilégios para
editar a área. Podemos, a partir de agora, começar a trabalhar.
Este tópico também poderá servir para colocarmos as nossas dúvidas que possam,
eventualmente, surgir na utilização desta ferramenta!
Se alguma de vocês necessitar que se digitalize algumas páginas, eu tenho o livro e não
me importo de o fazer.
Milena Jorge
Docente: António Quintas
1
http://walterong.wikispaces.com/
6
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Actividade 1
2
b) Tradução |Resumo | Apresentação
Uma das primeiras actividade desenvolvida, em torno da obra
literária de Walter Ong: “Orality and Literacy", consistia na
tradução da obra, por capítulos e posterior apresentação, à turma,
numa ferramenta à escolha (GoogleDocs ou Wiki).
Actividade 1:
Tradução por capítulos do livro de Walter Ong (“Orality and Literacy-The Techonogizing
of the Word")
Grupo Laranja
Ferramenta: Wikispace
(Clique na imagem para entrar neste espaço)
7
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
beijinhos!
P.S. A noite está animada...
Até já!
Milena
Docente: António Quintas
2
Ver anexos D Ligações
8
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Actividade 2 ‐ Second Life
3
a) Inauguração da Academia
Uma das actividades, no tema SL, foi a inauguração da academia
e‐le@rning3.
http://picasaweb.google.com/nalemi.canucci/Inauguracao#
Olá a todos,
Boa tarde!
Ainda sobre o evento, gostaria de referir que, do principio ao fim, senti uma constante
motivação e entusiasmo por estar a participar naquela actividade! Devo confessar,
também, que senti alguma adrenalina, nomeadamente, na altura do salto ! Adorei!
Docente: António Quintas
P.S.: quem quiser comentar as fotos (espaços, nome de avatares, etc...) , pode fazê-lo
!
Tenho ainda muita dificuldade em relacionar os nomes da RL com os da FL
Abraços
9
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Actividade 2 ‐ Second Life
4
b) Aulas e actividades síncronas: Viagem aos planetas
Aulas e actividades síncronas -> Viagem aos planetas -> Re: Viagem aos
planetas
Olá Mysa
Não há dúvida que o Second Life é uma ferramenta de motivação, por excelência
Desde muito pequena que repetia e sonhava com algumas perguntas do tipo:
“E se um dia… eu pudesse explorar a lua?”
” Viajar pelo sistema solar?”
Dizia que gostava de ser astronauta! A resposta, em geral, vinha rapidamente: “Não
é possível, Milena!”. Na altura não existia o Sl...
Adorei!
Nalemi Canucci
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
--
Docente: António Quintas
10
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Actividade 3 ‐ Congresso Virtual 5
a) Organização do congresso
Preparação dos textos para o congresso
Olá Anel
Minha companheira !
Como vou estar fora no próximo fim de semana, deixo aqui a síntese do capítulo 6 para
o congresso (apresentação ao público).
No 6º capítulo, o autor, expõe que o género narrativo é o género oral, por excelência.
A narrativa surge como um estilo maior da arte verbal, desde as culturas primárias orais
até à literacia avançada e ao processamento electrónico da informação.
É nas culturas orais primitivas que a narrativa é mais funcional, não existindo qualquer
referência ao texto visual perceptível, o som entra de uma forma natural no sentido
existencial humano, processado pela palavra falada.
De acordo com o autor, as pessoas das culturas literatas e tipográficas actuais pensam
Docente: António Quintas
Comparando o discurso oral natural com a escrita, pode dizer-se que a escrita é, na
verdade, artificial. Paradoxalmente, o autor considera que a artificialidade é natural ao
ser humano e pode enriquecer a psique humana.
11
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
O antigo drama clássico Grego, foi a primeira forma de arte verbal ocidental a ser
totalmente controlada pela escrita e onde surgem as primeiras aproximações que temos
à personagem “redonda”, usando o termo de E.M. Forster.
Os tipos de personagens servem, quer para organizar o próprio enredo quer para
controlar os elementos não-narrativos que ocorrem na narrativa, permitindo ao leitor
moderno compreender de uma forma mais eficaz a narrativa ou o drama, através da
“caracterização", da produção da personagem “redonda”, personagem que "nisso tem o
valor inquantificável da vida".
A escrita e a leitura, como actividades solitárias que são, envolvem a mente num
pensamento árduo, interiorizado e individualizado, inacessível para o povo na oralidade.
beijinhos
Milena Jorge
Docente: António Quintas
12
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Actividade 3 ‐ Congresso Virtual
6
b) Organização do congresso ‐ Preparação do powerpoint
congresso_virtual_-_cem_-_equipa_laranja_v2.ppsx
Olá!
[ ] Milena Jorge
Docente: António Quintas
13
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Actividade 3 ‐ Congresso Virtual 7
c) Pós congresso ‐ Discussão capítulo 3
Equipa Vermelha - Capítulo 3 -> Grupo Vermelho -> Re: Grupo Vermelho
por Nalemi Canucci - sábado, 20 junho 2009, 15:15
Olá a todos!
Antes de começar, gostaria também de felicitar a equipa vermelha pelo seu trabalho!
Por isso, acho que os modelos de comunicação mais eficazes deverão ter também em
conta todos os dispositivos próprios do registo da oralidade, tal como foram analisados
Docente: António Quintas
por Ong. Como por exemplo: a empatia, a participação do interlocutor, ter conta a
situação, etc.
Abraço
14
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Actividade 3 ‐ Congresso Virtual 8
d) Pós congresso ‐ Discussão capítulo 4
Tal como a Eme, eu também fiquei a pensar na questão colocada pelo professor: O que
Platão diria hoje dos computadores?
Esta pergunta é sempre um exercício especulativo mas que pode ser muito positiva.
Julgo que Platão não exclui totalmente a linguagem escrita, todos sabemos que tem
dezenas de obras, que recebemos da tradição escolástica.
O que Platão tenta mostrar, julgo eu, será mais que as tecnologias são um meio de
expressão do espírito. O erro denunciado por ele surge quando confundimos os meios
ou as tecnologias com a sua finalidade. Ou seja, o que é dito, o que está escrito ou o
que é apresentado pelos diferentes media digitais tem como fim a expressão do sentido
do pensamento humano. Não se pode pensar que esses suportes físicos esgotam o
que significa a singularidade de uma pessoa.
15
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Actividade 3 ‐ Congresso Virtual 9
e) Pós congresso ‐ Discussão capítulo 6 e 7
Equipa Laranja - Capítulos 6 e 7 -> Ainda a escrita... -> Re: Ainda a escrita...
por Nalemi Canucci - sábado, 20 junho 2009, 17:53
Como já referi, noutras ocasiões, esta parte do livro não foi tarefa fácil. No entanto,
achei muito enriquecedor.
Docente: António Quintas
16
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Actividade 3 ‐ Congresso Virtual 10
f) Pós congresso ‐ Discussão capítulo 3
Equipa Vermelha - Capítulo 3 -> Exemplos das tarefas de Luria citadas por Walter Ong -
> Re: Exemplos das tarefas de Luria citadas por Walter Ong
por Nalemi Canucci - segunda, 22 junho 2009, 04:29
Olá Johanna,
restantes colegas e professor!
Como referiu Ong, o conhecimento advém da experiência humana. Desta forma, o ser
humano acumula experiências e vai transmitindo-as, por meio de registos através dos
tempos, como condição para sua vida em sociedade. Cria novos códigos, que interagem
entre si e respondem às necessidades emocionais, intelectuais, de sobrevivência e de
comunicação entre os indivíduos. Ao trocar essas mensagens, os códigos alteram-se e
adaptam às novas realidades e provocam transformações na própria sociedade.
[ ] Nalemi Canucci
Docente: António Quintas
17
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Reflexão
Chegámos ao fim deste percurso!
Mas a vida é assim mesmo, cheia de inícios e de fins!
A frequência nesta unidade curricular permitiu-me acima de tudo reflectir e discutir, em
grupo, estas temáticas tão interessantes e pertinentes. A interiorização das leituras,
permitiram analisar e questionar os diferentes tipos de comunicação mediatizada
tendo em conta os tipos de interactividade, das exigências cognitivas colocadas aos
sujeitos e do contexto cultural em que se processa a mediatização da comunicação.
Ao longo destes quatro meses, participámos, desenvolvemos e apresentámos vários
trabalhos de grupo e individuais. Nada me pareceu descontextualizado, contribuindo
assim para o meu desenvolvimento pessoal e profissional!
Gostaria, ainda, de referir, uma vez que não me foi possível faze-lo através de um
post, que a última actividade - Trabalho no SL (Comunicação Educacional no SL), foi
muito positiva. Permitiu-nos compreender as potencialidades pedagógicas, da
plataforma Second Life, no âmbito da educação online. Testamos as nossas
competências de uma forma mais inovadora e saudável, levando-nos a descobrir
novas formas de comunicar e de aprender.
Não poderia terminar este portefólio sem agradecer ao Professor António Quintas e
Professora Maria Balsamão Mendes, pela dedicação, disponibilidade e apoio.
Agradecer aos meus colegas deste mestrado, pelo excelente ambiente criado… pelo
companheirismo… pela colaboração nos trabalhos realizados ao longo deste
semestre…!
Até breve ☺ !
Docente: António Quintas
18
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Anexo A Anexo B
(Tradução) (Resumo)
Anexos
Anexo C Anexo D
(Slides) (Ligações)
Docente: António Quintas
19
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Anexo A - Tradução
A narrativa é sempre um estilo maior da arte verbal, que surge em todo o percurso
desde as culturas primárias orais até à literacia avançada e ao processamento
electrónico de informação. Em certo sentido, a narrativa é primordial entre todas as
formas de arte verbais pela maneira como está subjacente em tantas outras formas de
arte, muitas vezes até mesmo nas mais abstractas. O conhecimento humano vem com
o tempo. Até por detrás das abstracções da ciência, há a narrativa das observações,
na base das quais as abstracções foram formuladas. Os estudantes num laboratório
de ciências têm de "descrever pormenorizadamente” as experiências, o que é o
mesmo que dizer, que eles têm que narrar o que fizeram e o que aconteceu quando o
fizeram. A partir da narrativa podem fazer-se algumas generalizações ou formular
Docente: António Quintas
20
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
e tornando-se real incorporada no fluxo do tempo. Desenvolver um enredo é uma
maneira de lidar com esse fluxo.
género.
A narrativa, na sua essência, tem uma história. Scholes e Kellogg (1966) examinaram
e esquematizaram algumas das formas pelas quais a narrativa, no Ocidente, se
desenvolveu a partir das suas tradições orais ancestrais até à actualidade, com uma
total atenção aos seus complexos factores como o social, o psicológico, o estético, e
21
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
ainda outros. Reconhecendo as complexidades de toda a história da narrativa, a
explicação actual servirá simplesmente para chamar a atenção de algumas diferenças
significativas que se estabelecem entre a narrativa puramente oral e a narrativa
literária, com particular ênfase para os aspectos que se prendem com o funcionamento
da memória.
A antiga narrativa oral Grega, a epopeia, não foi construída desta forma. Na sua Ars
Poetica, Horácio escreve que o poeta épico ‘incentiva à acção e precipita o ouvinte no
meio das coisas’ (linhas 148-9). Horácio tinha principalmente em mente o
característico desrespeito pela sequência temporal manifestado pelos poetas épicos.
O poeta refere uma situação e, só posteriormente, oferece uma explicação, por vezes
bastante detalhada, de como esta surgiu. Ele, provavelmente, também teria em mente
o vigor e consciência de Homero (Brink 1971, pp. 221-2): ‘Homero quer chegar
imediatamente aonde está a acção’. O que quer que isto seja, os poetas literatos
eventualmente interpretaram a in media res de Horácio fazendo o hysteron proteron
obrigatório na epopeia. Deste modo, John Milton explica no 'Argumento' do Livro I do
Paraíso perdido que, depois de propor ‘em síntese todo o assunto’ do poema e
focando a ‘primeira causa’ da queda de Adão, ‘o Poema‘ não é um relato desde o
início temporal da acção, mas a partir de um ponto médio do seu desenvolvimento no
meio dos acontecimentos’.
Docente: António Quintas
22
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
No passado, a exegese dos literatos sobre os épicos orais era a de considerar que
estes faziam exactamente a mesma coisa, imputando-lhes o desvio temporal artificial
e consciente, de uma organização que está, de facto, indisponível sem a escrita. Tal
exegese vai de encontro, evidentemente, ao mesmo manuscrito no termo “literatura
oral”. Como o desempenho oral é pensado como uma variante da escrita, assim o
enredo do épico oral é pensado como uma variante da elaborada escrita do drama. Já
Aristóteles tinha pensado o mesmo na Poetics (1447-1447a,1451ª, e noutros locais), o
que, por razões óbvias, apresenta um melhor conhecimento do drama, escrito e
interpretado na sua cultura manuscrita, do que do épico, produto de uma cultura
primária oral, já há muito desaparecida.
De facto, uma cultura oral não tem a experiência do longo enredo do épico e da
novela. Não se consegue organizar, mesmo nos estudiosos das pequenas narrativas,
a forma rígida do enredo que os leitores da literatura dos últimos 200 anos
aprenderam a esperar cada vez mais e mais – e, em décadas mais recentes, a
desvalorizar conscientemente. Dificilmente se faz justiça à representação oral
descrevendo-a como uma variação de uma organização que desconhece e que não
pode conceber. As “coisas” que a acção supõe desencadear no seu seio nunca foram,
excepto em breves passagens, atingidas num enredo traçado que obedeça a uma
ordem cronológica. A res de Horácio é uma construção da literacia. Não encontramos
enredos lineares pré formatados na vida das pessoas, embora as vidas reais possam
fornecer material para que, a partir delas, tais enredos possam ser construídos através
de uma cruel e cuidadosa eliminação de todos os raros incidentes marcantes. A
história completa de todos os acontecimentos de toda a vida de Otelo seria um perfeito
aborrecimento.
Além disso, o material dos épicos não é o tipo de coisa que, em si, renda facilmente
uma intriga linear. Se os episódios da Ilíada ou da Odisseia fossem rearranjados
obedecendo a uma ordem estritamente cronológica, o todo como numa progressão,
23
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
não teria a apertada estrutura típica do drama. O mapa de organização da Ilíada de
Whitman (1965) sugere um esquema de caixas dentro de caixas, criado por
recorrências temáticas e não uma pirâmide de Freytag.
O que faz um bom poeta épico não é a mestria de uma intriga linear que ele
desconstruiu por força de um sofisticado estratagema denominado mergulhar o
ouvinte in medias res. O que faz um bom poeta épico é, entre outras coisas, primeiro,
a tácita aceitação que a sequência com que os episódios são apresentados
corresponde à única forma totalmente natural de imaginar e lidar com a extensão da
narrativa, segundo, possuir a capacidade suprema de gerir “flashbacks” e outras
técnicas episódicas. Iniciar “no meio das coisas” não é um truque conscientemente
construído, mas a forma original, natural e inevitável de aproximação de um poeta oral
face uma narrativa extensa (talvez seja diferente para narrativas muito curtas). Se
considerarmos a intriga linear como o paradigma das intrigas, um épico não tem
intriga. A intriga rígida para as narrativas extensas chegou com a escrita.
Porque é que a longa intriga que só surgiu com o início da escrita, chegou primeiro ao
drama, onde não existe narrador, e não se iniciou nas longas narrativas onde só
chegou 2000 anos mais tarde, com as novelas da altura de Jane Austen? Antes as
chamadas “novelas” eram mais ou menos episódicas, embora La Princesse de Clèves,
de Mme de la Fayette (1678) entre outras seja menos que a maioria. A intriga linear
atinge a sua plenitude nas histórias de detectives – criando tensão a custo,
descobertas requintadamente intrincadas e a inversão, na resolução perfeita do
desenlace. Considera-se que as histórias de detectives tenham surgido em 1841, com
a obra The Murders in the Rue Morgue de Edgar Alan Poe. Porque é que, tanto quanto
sabemos, todas as narrativas longas são em todo o mundo, mais ou menos episódicas
antes dos inícios de 1800 (mesmo a de outra maneira preciosa obra The Tale of Gengi
de Lady Murasaki Shikibu)? Por que é que ninguém escreveu antes de 1841 uma
história de detectives? Algumas respostas a estas questões – embora, com certeza,
não todas as respostas – podem ser encontradas num conhecimento mais profundo
da dinâmica da mudança da oralidade-literacia.
24
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Em parte, com a explicitação, em parte por implicação, Peabody mostra uma certa
incompatibilidade entre a intriga linear (pirâmide de Freytag) e a memória oral, como
os antigos estudos eram incapazes de o fazer. Ele torna claro que o verdadeiro
“pensamento” ou conteúdo dos antigos épicos Gregos residem mais na lembrança de
formulários tradicionais e nos padrões stânzicos do que na intenção consciente do
cantor em organizar ou criar uma “intriga” narrativa a partir do que se lembra de ouvir
(1975, pág. 172-9). “O efeito do cantor, não é uma transferência das suas intenções, é
sim uma realização convencional do pensamento dos ouvintes, onde ele próprio se
inclui.” (1975, pág.176). O cantor não pode ser entendido como um transmissor de
“informação” no sentido tradicional de canal emissor-receptor, em que ele é o emissor
e os seus ouvintes, os receptores. Basicamente, o que o cantor faz é relembrar-se
publicamente de uma forma curiosa – relembra não um texto memorizado, pois não
existia tal coisa, não uma sucessão literal de palavras, mas assuntos e fórmulas que
ele mesmo ouviu outros cantores cantarem. Essas lembranças são sempre diferentes,
construindo rapsódias ou “costurando-as” à sua maneira, para cada momento e para
uma audiência particular. “Uma cantiga é a lembrança de uma música cantada” (1975,
pág. 216).
O épico oral (e hipoteticamente, por extensão, outras formas de narrativa das culturas
orais) não está relacionado com imaginação criativa no sentido actual em que este
termo é aplicado às composições escritas. “O nosso prazer em construir
deliberadamente novos conceitos, abstracções e padrões do nosso agrado são
características que não devem ser atribuídas ao cantor tradicional” (1975, pág.174).
Quando um trovador acrescenta novo material, ele processa-o da forma tradicional. O
trovador é sempre surpreendido por situações que ele não controla inteiramente: numa
ocasião, algumas pessoas querem que ele cante (1975, pág.174). (Sabemos, da
experiência do dia-a-dia que um intérprete, inesperadamente pressionado a cantar por
um grupo de pessoas, inicialmente coloca objecções, tentando provocar um novo
convite até que, finalmente, se estabeleça uma relação de entendimento com a sua
audiência (“Está bem, já que insistem …”). A canção oral (ou outra narrativa) é o
resultado da interacção que se estabelece entre o cantor, a sua audiência e as suas
memórias das músicas cantadas por outros. Trabalhando com estas interacções, o
trovador é criativo e original em níveis distintos dos do escritor.
Nunca ninguém cantou as cantigas das guerras troianas, por exemplo, na sua
sequência cronológica integral, nem Homero nunca sequer imaginou cantá-las dessa
forma. Os objectivos trovadorescos não são arquitectados numa mera intriga global.
No Zaire moderno (actual República Democrática do Congo), Candi Rureke, quando
lhe pediram para narrar todas as histórias do Nyanga, herói Mwindo, ficou abismado
Docente: António Quintas
(Biebuyck e Mateene 1971, pág.14): nunca, protestou ele, ninguém interpretou todos
os episódios de Mwindo de seguida. Nós sabemos como esta interpretação deve ter
sido “arrancada” a Rureke. Em resultado de negociações prévias com Biebuyck e
Mateene, ele narrou todas as histórias de Mwindo, umas em prosa, outras em verso,
casualmente acompanhado por um coro, perante uma audiência (mais ou menos
fluída) durante doze dias, enquanto três escribas, dois Nyanga e um Belga, tomavam
nota das suas palavras. Isto não tem qualquer semelhança com escrever uma novela
ou um poema. Cada dia de interpretação esgotava Rureke, quer física quer
25
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
psicologicamente, e no final dos doze dias ele estava completamente exausto.
O profundo estudo sobre a memória de Peabody lançou uma nova luz sobre muitas
das características baseadas na oralidade do pensamento e da expressão
anteriormente discutidas no Capítulo 3, nomeadamente no seu estilo aditivo, carácter
agregador, no seu conservadorismo, na sua redundância ou cópia, e na sua economia
participativa.
Claro que a narrativa tem de obedecer a uma sequência temporal dos acontecimentos,
pelo o que em todas as narrativas existe sempre um enredo.
Em resultado da sequência de acontecimentos, a situação final é subsequente à que
existia no início. Contudo, a memória, à medida que guia o poeta oral frequentemente
não obedece a uma rígida sequência cronológica de apresentação dos
acontecimentos. O poeta vai ser apanhado pela descrição do escudo do herói e perde
completamente a sequência da narrativa. Na nossa cultura tipográfica e electrónica,
deliciamo-nos com a correspondência exacta entre a ordem linear dos elementos num
discurso e a ordem de referência, a ordem cronológica do mundo a que o discurso se
refere. Nós gostamos que a sequência nos relatórios verbais corresponda
exactamente ao que experienciámos ou que se consiga harmonizar com a
experiência. Quando a narrativa actual abandona ou distorce este paralelismo, como
no Marienbad de Robbe-Grillet ou na Rayuela de Júlio Cortázar, o efeito é claramente
intencional: nós damo-nos conta da ausência do normal paralelismo esperado.
trabalhar a partir de notas, pode até mesmo esboçar uma história, antes de escrevê-la.
Apesar de a inspiração continuar a provir de fontes inconscientes, o escritor pode
submeter a inspiração inconsciente a um muito mais consciente controlo do que o
narrador oral. O escritor encontra as suas expressões escritas, acessíveis a uma
reconsideração, revisão, e outras manipulações, até serem finalmente publicados e
fazerem o seu trabalho. Segundo o ponto de vista do autor, o texto define o início, o
26
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
meio e o fim, de modo a que o escritor seja estimulado a pensar no seu trabalho como
uma unidade independente, discreta e definida pelo seu fim.
Fora do drama, na narrativa como tal, a voz original do narrador oral assumiu várias
novas formas diferentes quando se tornou na voz silenciosa do escritor, assim como o
distanciamento proporcionado pela escrita convida a várias ficcionalizações dos
descontextualizados leitor e escritor (Ong 1977, pp. 53-81). Mas, até ao aparecimento
da impressão e eventualmente até que se fizessem sentir a totalidade dos seus
efeitos, a fidelidade da voz ao episódio manteve-se sempre firme.
Mas a sua posição estava ainda pouco definida. O recorrente “querido leitor” do
romancista do século XIX, revela o problema do ajustamento: o autor ainda tende a
sentir uma audiência, ouvintes, em algum lugar, e muito frequentemente recorda que a
Docente: António Quintas
história não é para ouvintes, mas para leitores, cada um sozinho no seu próprio
mundo. O vício de Dickens e de outros romancistas do século XIX pela leitura
declamatória de selecções dos seus romances, revela também um sentimento
persistente do velho mundo do narrador oral. Um fantasma especialmente persistente
deste mundo foi o herói itinerante, cujas viagens servem para ligar vários episódios e
que sobreviveram através dos romances medievais e até mesmo através do, de outro
modo inacreditavelmente precoce, Dom Quixote de Cervantes até Defoe (Robinson
27
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Crusoé foi um ocioso itinerante) e Tom Jones de Fielding, até às narrativas episódicas
de Smollett, e até mesmo algumas do Dickens, tal como Pickwick Papers.
As intrigas dos romances policiais têm no seu interior um desenlace completo que é
geralmente, em primeiro lugar, realizado dentro da mente de uma das personagens e,
em seguida, difundido para o leitor e para as outras personagens ficcionais. Sherlock
Holmes tinha tudo desvendado na sua cabeça antes de todos os outros, incluindo
especialmente o leitor. Isto é típico do romance policial, ao contrário da simples
história “mistério” que não é tão rigorosa com uma organização fechada. O "virar para
dentro da narrativa", na terminologia de Kahler (1973), é surpreendentemente
apresentado aqui por contraste com a velha narrativa oral. O protagonista do narrador
oral, distinguia-se tipicamente pelas suas explorações externas, que foram
substituídas pela consciência interior do protagonista tipográfico. Não é raro que o
romance policial mostre alguma ligação directa entre a intriga e a textualidade. No The
Gold-Bug(1843), Edgar Allan Poe não só coloca a chave para a acção dentro da
mente de Legrand, mas também apresenta como seu equivalente externo um texto, o
código escrito que interpreta a localização no mapa do tesouro escondido. O problema
imediato que Legrand resolve directamente, não é um problema existencial (Onde está
o tesouro?), mas um textual (Como é que este escrito pode ser interpretado?). Assim
que o problema textual é resolvido, tudo o resto se resolve. E, como Thomas J. Farrell
uma vez me apontou, embora o texto seja escrito à mão, o código no texto é, em
grande parte, tipográfico, construído não simplesmente por letras do alfabeto, mas
também por sinais de pontuação, que são mínimos ou inexistentes no manuscrito, mas
abundantes na impressão. Estas marcas ainda são mais distantes do mundo oral do
que o são as letras do alfabeto: embora façam parte do texto, são impronunciáveis,
não fonémicas. O efeito da impressão, em maximizar a sensação de solidão e de
encerramento, é evidente. O que está dentro do texto e da mente é uma unidade
completa, auto contida na sua lógica interior silenciosa. Mais tarde, variando este
Docente: António Quintas
mesmo tema num tipo de quase-romance policial, Henry James cria em The Aspern
Papers (1888) uma personagem central misteriosa cuja identidade está intimamente
ligada ao esconderijo das suas cartas não publicadas, que no final da história são
queimadas, sem serem lidas pelo homem que dedicou a sua vida a procurá-las para
descobrir o tipo de pessoa que Jeffrey Aspern realmente era. Com os papéis, o
mistério da personalidade de Aspern esfuma-se na mente do perseguidor. A
28
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
textualidade é encarnada nesta história assombrada. ‘A letra mata, o espírito dá a vida’
(2 Coríntios 3:6).
Enquanto o discurso muda cada vez mais da oralidade primária, para um controlo
quirografado e tipográfico, o tipo de personagem plana ou «pesada» sujeita-se às
personagens que crescem cada vez mais “redondas”, ou seja, que se realizam
primeiro de uma maneira imprevisível e finalmente consistente com os termos da
estrutura complexa da personagem e a motivação complexa com que a personagem
redonda é provida. Com o decorrer do tempo, a complexidade de motivação e o
29
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
crescimento psicológico interno fizeram da personagem redonda como que uma
"pessoa real". O aparecimento da personagem redonda surgida do romance, depende
de muitos desenvolvimentos. Scholes e Kellogg (1966, pp. 165-7 7) sugerem
influências como o impulso de interiorização no Antigo Testamento e a sua
intensificação no Cristianismo, na tradição dramática grega e nas tradições de
introspecção Ovidianenas e Agostinianas, e na espiritualidade fomentada pelos
romances medievais celtas e pela tradição do amor cortês. Mas também apontam para
a ramificação de traços de carácter pessoal que não foram aperfeiçoados, até que
apareceu o romance com o seu sentido de tempo, e não simplesmente como um
enquadramento, mas como uma componente da acção humana.
estudo.
A escrita e a leitura, como foi visto, são actividades solitárias (embora a leitura no
início fosse feita frequentemente em comunidade). Estas actividades envolvem a
mente num pensamento árduo, interiorizado e individualizado inacessível para o povo
na oralidade. Nos mundos privados que elas geram, nasce a sensibilidade para a
personagem ‘redonda’ humana – profundamente interiorizada na motivação,
30
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
alimentada misteriosamente, mas consistentemente, a partir de dentro. Surgindo
primeiro no drama Grego antigo controlado quirograficamente, a personagem
‘redonda’ é mais desenvolvida na época de Shakespeare depois do aparecimento da
impressão, e chega ao seu auge com o romance, quando, após o advento da Idade do
Romantismo, a impressão é mais completamente interiorizada (Ong 1971).
Édipo, não como Aquiles e, certamente num Édipo interpretado a partir do mundo dos
romances do século XIX, personagem mais “redonda” do que qualquer outra na
Literatura grega clássica. Parece que o desenvolvimento profundo da psicologia
moderna segue em paralelo com o desenvolvimento da personagem no drama e no
romance, ambos são dependentes da viragem para dentro da mente produzida pela
escrita e intensificada pela impressão. Com efeito, tal como a psicologia profunda
procura cada vez mais fundo um certo sentido obscuro, mas altamente significativo,
31
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
escondido sob a superfície da vida normal, também os romancistas, desde Jane
Austen até Thackeray e Flaubert, convidam o leitor a detectar um certo sentido mais
genuíno por debaixo da superfície imperfeita ou fraudulenta que retrataram. As
introspecções da psicologia da “profundidade” eram impossíveis mais cedo, pelas
mesmas razões que a personagem inteiramente ‘redonda’ do romance do século XIX,
não foi possível antes do seu tempo. Em ambos os casos, a organização textual da
consciência foi exigida, embora naturalmente outras forças estivessem igualmente em
jogo – o movimento de afastamento da terapia holística da ‘velha’ medicina (pré-
Pasteur) e a necessidade de um holismo novo, a democratização e a privatização da
cultura (um efeito próprio da escrita e, mais tarde, da impressão), a ascensão da
chamada família “nuclear” ou “família do afecto” no lugar da família extensa
organizada para preservar a ‘linha’ de descendência, a tecnologia avançada
relacionando grupos maiores de pessoas mais intimamente ligadas umas às outras, e
assim por diante.
Mas o que quer seja que estas outras forças tragam ao desenvolvimento da psicologia
profunda, uma força importante trouxe um novo sentimento para o mundo humano e
para a pessoa humana proporcionados pela escrita e pela impressão. As personagens
delineadas através de epítetos não resistem bem à crítica psicanalítica, nem as
personagens delineadas numa faculdade psicológica de ‘virtudes' e ‘vícios’
concorrentes. Na medida em que a psicologia moderna e a personagem ‘redonda’ de
ficção representam, para a consciência actual, aquilo com que a existência humana se
assemelha, a sensibilidade pela existência humana tem sido elaborada a partir da
escrita e da impressão. Isto não é de forma alguma para acusar a sensibilidade actual
pela existência humana. Bem pelo contrário. A sensibilidade fenomenológica actual da
existência é mais rica na sua consciência e reflexão articulada do que qualquer outra
coisa que a precedeu. Mas é salutar reconhecer que essa sensibilidade dependente
das tecnologias da escrita e da impressão, profundamente interiorizadas, fez parte das
nossos próprios recursos psíquicos. O enorme depósito de conhecimento histórico,
psicológico e de outros conhecimentos que podem aparecer em narrativas e
caracterizações sofisticadas actuais só poderia ser acumulado através da utilização da
escrita e da impressão (e agora da electrónica). Mas estas tecnologias da palavra não
guardam apenas aquilo que sabemos. Estas tecnologias configuram o que
conhecemos em determinadas formas que se tornavam bastante inacessíveis e, na
verdade, impensáveis numa cultura oral.
Docente: António Quintas
32
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Anexo B - Resumo
CAPÍTULO 6 - MEMÓRIA ORAL, O ENREDO E CARACTERIZAÇÃO
Ong considera que, para além da mudança da oralidade para a literacia, muitos outros
desenvolvimentos na sociedade (mudanças na organização política, desenvolvimentos
religiosos, intercâmbios culturais e acima de tudo a inclusão de géneros verbais)
ajudaram a determinar o desenvolvimento da narrativa ao longo dos tempos, contudo,
esta passagem produziu alguns efeitos significativos.
A narrativa surge sempre como um estilo maior da arte verbal, desde as culturas
primárias orais até à literacia avançada e ao processamento electrónico da
informação. Dada a sua larga expressão em todas as formas de arte e mesmo nas
ciências é possível fazer-se a partir da narrativa algumas generalizações ou mesmo
formular algumas conclusões abstractas, partindo do princípio que todo o
conhecimento advém da experiência humana e, por conseguinte, só conhecemos
aquilo que somos capazes de recordar. Isto é, o conhecimento e o discurso resultam
da experiência humana mantida e fortalecida pelo processo narrativo a que foi sujeita.
Deste modo, o orador, para elaborar e exprimir, assim, um discurso devidamente
articulado, tem de constituir no seu pensamento um registo memorizado, de forma a
fluir no tempo. O desenvolvimento do enredo foi a forma encontrada para lidar com o
fluxo do tempo.
É nas culturas orais primitivas que a narrativa é mais funcional, uma vez que não
existindo qualquer referência ao texto visual perceptível, o som entra de uma forma
natural no sentido existencial humano, processado pela palavra falada.
Assim, para Ong, o ser humano literato não é mais do que um ser cujo pensamento se
desenvolveu não de uma forma natural, mas a partir de poderes estruturados por uma
tecnologia artificial, que transformou a consciência humana. Comparando o discurso
oral natural com a escrita, pode dizer-se que a escrita é, na verdade, artificial (escrever
implica anos de prática e de dedicação, até se conseguir obter uma certa performance,
que só é conseguida a partir do momento em que o utilizador se apropria desta
33
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
tecnologia).
O antigo drama clássico Grego, foi a primeira forma de arte verbal ocidental a ser
totalmente controlada pela escrita e onde surgem as primeiras aproximações que
temos à personagem “redonda”, usando o termo de E.M. Forster (1974, pp. 46-54).
Desta forma, o discurso muda, cada vez mais, da oralidade primária para um controlo
quirográfico e tipográfico, onde o tipo de personagem plana ou «pesada» se sujeita às
personagens que crescem cada vez mais “redondas”, ou seja, que se realizam
primeiro de uma maneira imprevisível, finalmente consistente com os termos da
estrutura complexa da personagem e a motivação complexa com que a personagem
redonda é provida. A complexidade da motivação e o crescimento psicológico interno
com o decorrer do tempo fizeram da personagem redonda como que uma "pessoa
real".
Os tipos de personagens servem, assim, quer para organizar o próprio enredo quer
para controlar os elementos não-narrativos que ocorrem na narrativa, permitindo ao
leitor moderno compreender de uma forma mais eficaz a narrativa ou o drama, através
da “caracterização", da produção da personagem “redonda”, personagem que "nisso
tem o valor inquantificável da vida".
A escrita e a leitura, como actividades solitárias que são, envolvem a mente num
pensamento árduo, interiorizado e individualizado, inacessível para o povo na
oralidade. Nos mundos privados que elas geram, nasce a sensibilidade para a
personagem ‘redonda’ humana – profundamente interiorizada na motivação,
alimentada misteriosamente, mas consistentemente, a partir de dentro.
34
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Docente: António Quintas
35
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Docente: António Quintas
Docente: António Quintas
36
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Docente: António Quintas
37
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Docente: António Quintas
38
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Docente: António Quintas
39
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Docente: António Quintas
40
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Docente: António Quintas
41
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Docente: António Quintas
42
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
Anexo D – Ligações
Wikispaces http://walterong.wikispaces.com/
Tradução capítulo 6 e 7
http://milenajorge.enoema.org/mestradomce/walterong6/i
ndex.html
http://milenajorge.enoema.org/mestradomce/walterong7/i
ndex.html
Resumo capítulo 6 e 7
http://milenajorge.enoema.org/mestradomce/resumo/inde
x.html
Docente: António Quintas
43
Comunicação Educacional
Portefólio de participações: Milena Jorge
http://www.wix.com/milenajorge/walterong?partner_id=W
MGs4POB1ko-
a&wixComputerID=YM0xQ83SrXFqmiUsPfleg8Q70FfIdDY
qPNf2dABdwsR7BdQ9necDsGa6GPFaDKU95bUnA42Fr9B
W2lVEQX5vgQ==&experiment_id=&gu_id=0fe95139-af2a-
47ad-8b49-625d675e37dd&wsess=157ad7db-2662-4368-
89ce-a5c6df422196
Galeria de imagens
http://picasaweb.google.com/home
Docente: António Quintas
Comunicação Educacional no Sl
http://www.slideshare.net/milena/second-life-1769115
44