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MANIFESTO NACIONAL PRÓ INQUÉRITO JUDICIAL OU


ANULAÇÃO DA QUESTÃO DA PEÇA PROFISSIONAL

URGENTE!

"Para uma pergunta errada, não existe


uma resposta certa"

Os ACADÊMICOS-CONCLUINTES e BACHARÉIS

em Direito do Brasil, examinandos da segunda fase do

Exame de Ordem dos Advogados do Brasil 2009.2, prova

prático-profissional de Direito do Trabalho, e ainda

advogados, que este subscrevem, vêm respeitosamente,

perante este CONSELHO SECCIONAL DA OAB e sua respectiva

COMISSÃO DE EXAME DE ORDEM, com esteio nos artigos 5º,

inciso IX e 220 da Constituição Federal, por ducto deste

MANIFESTO, requerendo-se desde já sua remessa ao Conselho

Federal da OAB, à Comissão Nacional de Exame de Ordem e

ao Colégio de Presidentes dos Conselhos Seccionais,

declarar que: a questão da peça profissional apresentada

no referido exame traz consigo sérias e evidentes

omissões e obscuridades, dando margem à erro e diversas

interpretações, e, em que pese o nosso entendimento ser

no sentido de que o Inquérito Judicial para apuração de

falta grave seja a peça mais adequada para o deslinde da

questão, demais medidas tais como Reclamação Trabalhista,


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Ação de Consignação em Pagamento e ainda outras, podem

merecer guarida, a depender da interpretação adotada,

razão pela qual a hipótese de consideração de mais de uma

tese, desde que fundamentada, ou até mesmo a ANULAÇÃO da

questão em tela merece, desde já, especial consideração

pela banca examinadora do CESPE, conforme os fundamentos

de fato e de direito a seguir perfilados.

I – DA OMISSÃO, DUBIEDADE E OBSCURIDADE DO ENUNCIADO

1. A questão singelamente menciona

que o empregado “afastou-se do trabalho mediante a

concessão do benefício previdenciário de ‘auxílio-

doença’”.

2. No entanto, tal enunciado

encontra-se puramente dúbio e omisso, uma vez que não

especificou que tipo de auxílio-doença se tratava.

Auxílio-doença por acidente do trabalho, doença

profissional ou doença comum? Se o do tipo B-31,

costumeiramente chamado de “auxílio-doença comum”, ou do

tipo B-91, costumeiramente chamado simplesmente de

“auxílio-doença” ou “auxílio doença acidentário”. A

caracterização do tipo de auxílio-doença sempre deve ser


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acompanhada de seu código de identificação ou fato

gerador (natureza).

3. Para corroborar com os ditames

supra arguidos, colacionamos letra do texto extraída da

RESOLUÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL -

CNPS Nº 1.308 de 27.05.2009:

2.3.3 Índice de custo

Representa o custo dos benefícios por afastamento cobertos


pela Previdência. Para esse índice são computados os valores
pagos pela Previdência em rendas mensais de benefícios. No
caso do auxílio-doença (B91), o custo é calculado pelo
tempo de afastamento, em meses e fração de mês, do
trabalhador. (grifamos)

4. Observemos ainda que o próprio C.

TST faz a referida distinção:

TST - EMBARGOS DECLARATÓRIOS RECURSO DE


REVISTA: ED-RR 1538 1538/2002-670-09-41.0
Relator(a): Guilherme Augusto Caputo Bastos
Julgamento: 03/12/2008
Órgão Julgador: 7ª Turma,
Publicação: DJ 05/12/2008.
Embargos de declaração. Omissão. Vício inexistente.
Desprovimento.
Ementa
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. VÍCIO
INEXISTENTE. DESPROVIMENTO.
No caso, o v. acórdão afirmou ser dispensável a percepção
do auxílio-doença acidentário quando o nexo causal entre a
doença ocupacional e o serviço for descoberto após a
rescisão contratual, conforme orientação o item II da Súmula
nº 378. Portanto, prescindível o registro de que o reclamante
percebeu auxílio-doença comum ou qualquer outro
benefício previdenciário durante a vigência da relação de
emprego. Embargos de declaração a que se nega
provimento.
4

Tribunal Superior do Trabalho. 5ª Turma


Acórdão do Processo Nº 1269-2002-38-3-0
Data 17/12/2008
Ementa
ESTABILIDADE PROVISÓRIA. AUXÍLIO-DOENÇA
COMUM. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 230 DA
SBDI-1. CONTRARIEDADE. NÃO-CONFIGURAÇÃO.
EVIDENCIADO O NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE A
MOLÉSTIA SOFRIDA E AS ATIVIDADES
DESENVOLVIDAS PELA EMPREGADA, A
CONCESSÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA COMUM, POR SI
SÓ, NÃO INDUZ O RECONHECIMENTO DE
CONTRARIEDADE À DIRETRIZ TRAÇADA NA OJ 230
DA SBDI-1, SE OS FUNDAMENTOS DO V. ACÓRDÃO
NÃO REVELAM O TEMPO DE AFASTAMENTO DA
EMPREGADA EM FUNÇÃO DA ACENADA DOENÇA.
A ESTABILIDADE PROVISÓRIA A QUE ALUDE A
ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL EM FOCO SUPÕE
O AFASTAMENTO DO EMPREGADO DAS
ATIVIDADES LABORAIS POR PRAZO SUPERIOR A 15
DIAS, PREMISSA NÃO ENFRENTADA NO V.
ACÓRDÃO RECORRIDO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA
Nº 297 DESTA CORTE. RECURSO DE REVISTA NÃO
CONHECIDO.

5. Noutro bordo, a própria LEI Nº

8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre os Planos

de Benefícios da Previdência Social, deixa bem claro em

seu art. 18 que o auxílio-doença é gênero:

“Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social


compreende as seguintes prestações, devidas inclusive
em razão de eventos decorrentes de acidente do
trabalho, expressas em benefícios e serviços:
I - quanto ao segurado:
(...)
e) auxílio-doença;”

6. Como bem esclarecem Antonio Lopes

Monteiro et al, na obra “Acidentes do Trabalho e Doenças


5

Ocupacionais”, 2ª ed. São Paulo, Editora Saraiva, 2000,

p.32:

“Para facilitar a concessão e controle dos benefícios, bem


como para efeitos de estatística, o INSS, através da Ordem
de Serviço n. 078/92, codificou-os da seguinte forma: a)
benefícios de natureza acidentária: auxílio-doença – B91;
aposentadoria por invalidez – B92; pensão por morte – B93;
auxílio-acidente –B94; pecúlio por invalidez – B96; pecúlio
por morte – B97; b) benefícios de natureza comum:
auxílio-doença – B31; aposentadoria por invalidez – B32;
pensão por morte –B21”.

7. Não é demasiado, neste momento,

colacionarmos ainda notícia vinculada pela própria

Agência de Notícias da Previdência Social, na qual ela

distingue explicitamente os referidos auxílios:

“O trabalhador que recebe auxílio-doença ou auxílio-


doença acidentário do INSS não pode ser demitido da
empresa durante o período em que estiver afastado de suas
atividades e em gozo do benefício. Após a alta do INSS, o
segurado que recebia o auxílio-doença acidentário continua
com estabilidade no emprego por mais 12 meses, de acordo
com as leis trabalhistas. O mesmo, entretanto, não ocorre
com a pessoa que recebia o auxílio-doença comum. Nesse
caso, ela pode ser demitida pela empresa após o seu retorno
ao trabalho.

O auxílio-doença comum é pago pela Previdência Social ao


trabalhador que, por causa de doença ou acidente não
motivados pelo trabalho, fica afastado das atividades
profissionais por mais de 15 dias consecutivos. Os primeiros
15 dias de afastamento são pagos pela empresa. Do 16º dia
em diante é o INSS que assume essa responsabilidade.
(grifamos)

Fonte: AgPREV - Agência de Notícias da Previdência


Social”
http://www.direitonet.com.br/noticias/exibir/5859/INSS-
quem-recebe-auxilio-doenca-tem-estabilidade-no-emprego
6

8. Pelo exposto, resta fartamente

demonstrado que a não especificação do auxílio-doença (ou

seja, se comum, se acidentário ou de doença decorrente do

labor, v.g. LER) prejudica a elucidação da medida

cabível.

9. Dessa forma, por qualquer flanco

que se analise a questão, resta patente configurada a

omissão e obscuridade no seu enunciado no que tange à

tipificação do benefício previdenciário que se quis

apresentar, que pode levar o examinando à diversos

caminhos, dependendo do tipo de auxílio-doença que se

interprete, sendo o nosso, por não ter-se associado a

palavra “comum”, repita-se, costumeiramente utilizada

pela jurisprudência do TST para os casos não decorrentes

da relação laboral, como aquele decorrente de acidente ou

doença derivada do trabalho, assegurando-lhe assim

estabilidade nos 12 meses subsequentes a cessação dos

efeitos do benefício previdenciário, consoante art. 118

da LEI Nº 8213/91.

10. Importante frisar ainda que este

é apenas um dos pontos de omissão/obscuridade que podem

ser suscitados, uma vez que outros pontos também não

foram claro tais como: se houve ou não concessão de

férias e em quais circunstâncias; da existência ou não de


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saldo salarial, dentre outros que não cabem ser

discutidos nessa oportunidade, uma vez que nesse ato não

estamos tratando de medida recursal.

II – DOS PEDIDOS DA QUESTÃO E DO CABIMENTO DO INQUÉRITO


JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE E RESCISÃO
CONTRATUAL

11. A questão também foi obscura

quando diz que a empresa está “preocupada com a rescisão

do contrato de trabalho, com a baixa da CTPS, com o

pagamento da parcelas decorrentes e para não incorrer em

mora”, e para isso procura o profissional de advocacia

que deverá, a seu critério, elaborar “a peça processual

adequada a satisfazer-lhe judicialmente o interesse”.

12. Pois bem. A rescisão aconteceu ou

não? Os que interpretaram que o advogado deveria entrar

com a medida judicial “adequeda” para solucionar a

rescisão do contrato de trabalho, dar baixa na CTPS e

quitar verbas, levando em conta ainda que o tipo de

auxílio-doença não foi tratado na questão, e por

conseqüência interpretaram que o referido benefício

previdenciário decorria de acidente ou doença derivada do

labor, não restam dúvidas que a medida mais adequada

seria o inquérito, pois trata-se da única medida judicial


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legítima para pleitear a rescisão do contrato de

trabalho.

13. Em que pese a jurisprudência

somente ser unânime na aplicação do inquérito para o caso

de dirigente sindical, no entanto, existe grande

controvérsia nos demais casos de estáveis que seriam

passíveis desta ação, sendo amplamente admitida para os

casos de beneficiários de auxílio-doença, conforme

depreende-se nesse julgado:

ACÓRDÃO Nº: 20090095027


Nº de Pauta:178
PROCESSO TRT/SP Nº: 01022200648202003
RECURSO ORDINÁRIO - 02 VT de São Vicente
RECORRENTE: JOSÉ MEIRELES ALEXANDRE
RECORRIDO: CONDOMÍNIO EDIFÍCIO COSTA AZUL
EMENTA
INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE.
CONTRATO SUSPENSO POR AFASTAMENTO
PREVIDENCIÁRIO. CABIMENTO.

É possível o prosseguimento do inquérito para apuração


de falta grave quanto o empregado percebe auxílio-
doença, eis que, no mínimo, quando cessado o benefício,
haveria assegurado o emprego pelo prazo legal.

14. Nesse mesmo diapasão, o

doutrinador Manoel Antonio Teixeira Filho leciona:

“Segue-se que decorridos mais de trinta dias de ausência


injustificada do empregado ao serviço e desde que esse
elemento objetivo se configure com o subjetivo (a intenção
de não mais comparecer, animus abandonandi), estaria
configurada, por princípio, a falta grave tipificada na lei.
Este fato, por si só, todavia, não autoriza a que o empregador
considere resolvido o contrato de trabalho; haverá
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necessidade de que ingresse em Juízo com a ação


adequada (inquérito), na qual, comprovada a prática dessa
falta grave, a Justiça determinará a resolução contratual”
(Comentários às Súmulas Processuais do TST – Editora LTr
– 1981 – pág. 148).

15. Ainda nessa esteira, o professor

Antonio Carlos de Oliveira, membro efetivo da Academia

Nacional de Direito do Trabalho e da Academia de Letras

Jurídicas da Bahia, esclarece:

“Em se tratando de empregado portador de estabilidade


decenal ou de estabilidade provisória, a medida adequada
é a abertura de inquérito judicial para apurar a falta de
abandono de emprego, no momento em que tiver dado por
configurada a deserção. Porque, se não processar o
trabalhador estabilitário, que deixou de comparecer ao
trabalho, dá a entender que não quis enxergar, na situação, a
ocorrência de abandono de emprego, e está aguardando que
ele reapareça e volte a trabalhar na empresa”.

16. De outro modo, ainda que seja só

para argumentar, não existe qualquer dispositivo legal

que proíba a rescisão do empregado em gozo do benefício

previdenciário pela via do Inquérito, existe sim

legislação dizendo que é obrigatório em caso de estável

dirigente sindical, mas não existe nenhum dispositivo

legal dizendo que não é cabível (que não pode) nos casos

de não estabilidade ou estabilidade provisória. Senão

vejamos a jurisprudência:

IDENTIFICAÇÃO DO ACÓRDÃO
TRIBUNAL: 12ª Região
ACÓRDÃO NUM: 10032
DECISÃO: 28 08 2001
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TIPO: RO-V NUM: 00992


ANO: 2001
NÚMERO ÚNICO
PROC: RO-V -
TURMA: 2ª T. - Segunda Turma
FONTE: DJ/SC DATA: 08.10.2001 PG: 180
PARTES
AUTOR: BANCO DO BRASIL S.A.
RÉU: PEDRO JOSE PACHECO
RELATOR Juiz TELMO JOAQUIM NUNES
EMENTA
SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.
EMPREGADO EM GOZO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO. AJUIZAMENTO DE
INQUÉRITO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE
FALTA GRAVE. POSSIBILIDADE. Apesar de a lei
prever o ajuizamento de inquérito para apuração de
falta grave de empregado estável, não há irregularidade
no procedimento patronal que assim o faz em relação ao
empregado que tem seu contrato de emprego suspenso,
por força de gozo de benefício previdenciário, porque do
contrário seria reconhecer ao trabalhador que se encontra
nessa circunstância uma estabilidade absoluta, que não
encontra amparo legal. Ademais, é inconcebível a imposição
ao patrão que mantenha em seus quadros empregado que
acusa ter cometido falta grave, sendo realmente salutar a
ambas as partes o ajuizamento de ação, porquanto o
empregado manterá seu emprego até decisão judicial final
acerca da falta que lhe é imputada e o empregador, dessa
forma, previne-se de responsabilidade.
DECISÃO
ACORDAM os Juízes da 2ª Turma do Tribunal Regional do
Trabalho da 12ª Região, por unanimidade de votos,
CONHECER DO RECURSO. No mérito, por igual votação,
DAR-LHE PROVIMENTO para determinar o retorno dos
autos à origem, para instrução e julgamento do mérito do
presente inquérito para apuração de falta grave. Custas na
forma da lei.

17. Considere-se ainda, que na vida

prática, a fungibilidade, no caso, se tornaria

inafastável, porquanto a petição inicial estaria apta a

ser analisada, alcançando o seu fim maior. Pensar o


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contrário seria ignorar a essência do princípio da

instrumentalidade das formas, em clara e insuportável

agressão ao artigo 244 do CPC, compatível, vale

ressaltar, com o processo do trabalho, consoante artigos

8º e 769 da CLT.

III – DO NÃO CABIMENTO INTEGRAL DE UMA AÇÃO DE


CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO PARA A SOLUÇÃO DA QUESTÃO

18. Em que pese não estarmos tratando

nessa oportunidade de recurso, e sim, de medida de

prevenção de direitos face à temerosa redação da peça

processual, cumpre-nos aqui desde já arguir que falar-se

em ação de consignação em pagamento para rescisão de

contrato de trabalho e baixa na CTPS é um grande

equívoco, uma vez que tal medida não se presta a

rescindir o contrato de trabalho do empregado e sim,

somente, consignar o pagamento das verbas rescisórias,

destacando ainda que farta doutrina e jurisprudência

entendem que há necessidade de comprovação da recusa no

recebimento de tais verbas pelo empregado para o

cabimento da ACP, o que não foi claramente explicitado na

questão em tela.
12

19. Na esteira do magistério do

ilustre professor e jurista Ives Gandra da Silva Martins

Filho, a AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO é aquela ação

que tem por escopo o depósito em juízo dos "... salários

ou verbas que o empregado esteja recusando-se a

receber...” (Martins Filho, Ives Gandra da Silva: Manual

Esquemático de Direito e Processo do Trabalho. pág. 168).

20. Ademais, é entendimento

pretoriano uníssono aquele que defende a tese de que a

apreciação da ação de consignação em pagamento na Justiça

Laboral limita-se apenas ao valor depositado em juízo

pelo consignante.

21. Destarte, utilizar-se da ação de

consignação em pagamento para discutir extinção do

contrato de trabalho e baixa na CTPS é forçoso, e

inteiramente dissonante dos preceitos jurisprudenciais.

Senão vejamos:

EMENTA: Desde que não discuta a causa da extinção do


contrato de trabalho, como ocorre na despedida sem justa
causa, a ação consignatória é útil no processo trabalhista
para desobrigar o empregador das obrigações decorrentes da
resilição. (TRT/22ª. Região - Acórdão nº. 2.557/1995 - Rel.:
Juiz Cacique de New York - DJPI, 19.01.1996 - página 9);

EMENTA: Ação de Consignação em Pagamento-


Contestação-Consignação em Pagamento. É forma
processual prevista na norma civil adjetiva e visa tão-só a
eximir o devedor de uma obrigação líquida e certa, é
mora do credor. Incabe no corpo da contestação a
discussão em torno de questão estranha ao seu objeto.
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DECISÃO: Por unanimidade. (TRT/1ª. Região - 4ª. Turma -


RO nº. 7.300/84 - Rel.: Juiz Resiere Pavanelli Filho -
DOERJ, 17.04.85).

EMENTA: AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM


PAGAMENTO - COISA JULGADA - INEXISTÊNCIA.

A ação de consignação em pagamento não é meio


processual hábil para que sejam discutidas as razões do
desfazimento do contrato de trabalho. Objetiva-se com a
consignatória compelir o credor a receber valores que o
devedor entende corretos e não criar ou extinguir qualquer
relação jurídica. Ademais para que se configure a coisa
julgada é indispensável a tríplice coincidência dos elementos
da ação, ou seja, partes, causa de pedir e pedido. Não existe
entre a Reclamação Trabalhista e a Ação de Consignação
identidade, posto que o petitum é diverso. Quando muito, as
duas modalidades acionárias podem ser conexas, na
conformidade do Código de Processo Civil, art. 103.
Preliminar de coisa julgada que se rejeita. (Juiz Prolator -
WOLNEY DE MACEDO CORDEIRO - ÚNICA JUNTA
DE CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO DE
MAMANGUAPE - ATA DE JULGAMENTO DA
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA Nº. 01.0265/97)

RECURSO ORDINÁRIO DA 30ª VARA DO


TRABALHO DE SÃO PAULO.
RECORRENTE: SUDESTE SEGURANÇA E
TRANSPORTES DE VALORES LTDA.
RECORRIDO: DEVANIEL ANTONIO DA SILVA
EMENTA: "Consignação em pagamento. Não
comprovação da recusa ao recebimento dos valores.
Aplicação do artigo 306 do Novo Código Civil. Recurso
que não se provê"
RELATÓRIO
Inconformada com a r. sentença de fls. 23/24 que julgou
extinta sem julgamento de mérito a ação consignatória,
por entender ser a Reclamada carecedora de ação, recorre a
mesma pela via ordinária às fls. 29/31, alegando ser cabível
a propositura da consignatória para o caso em tela, uma vez
estar caracterizado o abandono de emprego pelo
Reclamante, havendo necessidade, portanto, da realização do
pagamento das verbas rescisórias devidas pela rescisão
contratual.
Feito instruído, conforme ata de fls. 20, com juntada apenas
de provas documentais que acompanharam a inicial e outra
juntada às fls. 17/18 dos autos.
14

Custas devidamente recolhidas às fls. 32, satisfeitos, valores


e prazo.
Tempestividade observada.
O Reclamante deixou de apresentar contra-razões.
Procurações e substabelecimentos às fls. 05 e 45,pela
Reclamada.
Manifestação da douta Procuradoria Regional do Trabalho
às fls. 51, nos termos do art. 83, II, VII, XII e XIII da Lei
Complementar nº 75/93.
É o relatório do necessário.
CONHECIMENTO
Conheço do recurso. Bem feito e aviado preenchendo,
portanto, os pressupostos de admissibilidade.
VOTO
Entendo que o apelo da consignante não merece ser
acolhido.
Cediço na doutrina e jurisprudência majoritárias que
não se pode consignar valor em juízo cuja recusa
expressa de recebimento não houve. O artigo 304 do Novo
Código Civil (bem como o antigo artigo 930 do Código
Civil de 1916) é claro em dizer, verbis:
"Art.304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode
pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios
conducentes à exoneração do devedor."
No presente caso, como bem posto pela sentença
recorrida, a consignante não comprovou que tenha
intimado ou dando ciência efetiva ao consignado da
disponibilidade dos valores referentes a suas verbas
rescisórias. Decorrido o prazo de 30 dias, simplesmente fez
uma publicação em jornal de circulação local comunicando
o abandono de emprego e propôs a ação de consignação para
se exonerar do cumprimento da obrigação de pagamento das
verbas rescisórias.
Curiosamente, na ação de consignação forneceu endereço
correto, onde o consignante foi encontrado, e depois,
também na fase recursal forneceu outro endereço de possível
paradeiro do consignado.
Correto o entendimento da sentença ao entender faltar
interesse de agir à consignante para promover ação de
consignação em pagamento, pois não houve o
preenchimento dos requisitos processuais autorizadores
da ação de consignação.
Não houve demonstração da recusa imotivada do
consignante, ou seja, não houve oportunidade do
consignante sequer receber, quanto mais recusar as verbas
que lhe foi oferecida, e receber e acolher a consignação é dar
por encerrado o vínculo e exonerada a obrigação de
15

pagamento das verbas rescisórias, o que poderia causar


efetivo dano ao consignado.
Também dar por sanado o vício da propositura da demanda
com a notificação feita nos próprios autos, não parece ser
técnico adequado, pois não aperfeiçoado o determinado no
artigo 304 do CC. Nego provimento ao recurso.
DISPOSITIVO
Com os fundamentos supra, nego provimento ao Recurso
Ordinário da consignante, para manter íntegra a sentença
proferida, por seus próprios e jurídicos fundamentos.
Custas como sentenciado.
É o meu voto.
P. BOLÍVAR DE ALMEIDA
Juiz Relator

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. Ação


objetivando que o empregado assine o termo de rescisão do
contrato de trabalho e para que seja efetuada a “baixa” na
CTPS. Incabível, no caso, a ação de consignação em
pagamento, por não se tratar de qualquer das hipóteses
previstas no art. 335 do Código Civil. Mantida a sentença
que extinguiu o processo sem resolução do mérito. (TRT4ª
R. – RO 00001-2008-512-04-00-9 – Relª Juíza Maria Inês
Cunha Dornelles – DJ 29.05.2008)

22. Nesse mesmo sentido, vejamos o

posicionamento do C. TST:

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM


RECURSO DE REVISTA. NEGATIVA DE
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. Não se verifica a
nulidade apontada pela recorrente, quando a decisão
recorrida é motivada e apresenta os fundamentos lógico-
jurídicos utilizados para manter a exinção do processo, por
carência da ação, e, em razão disso, aponta descabida
discussão em torno da validade da citação da consignada e
sua revelia. Incólumes os arts. 93, IX, da Constituição
Federal; 832 da CLT; e 458 do CPC. AÇÃO DE
CONSIGNAÇÃO. TÉRMINO DO CONTRATO DE
TRABALHO. EXTINÇÃO DO ESTABELECIMENTO.
Esta Justiça especializada não pode servir de órgão
meramente homologador de rescisão contratual, em especial
porque não se verificou, por meio da petição inicial ajuizada,
a existência de uma pretensão resistida que justificasse a
atividade jurisdicional, tampouco uma das hipóteses
16

previstas no art. 335 do Código Civil e autorizadoras da ação


de consignação. A pretensão recursal esbarra no óbice da
Súmula nº 296 desta Corte. Agravo de instrumento a que se
nega provimento. (Processo: AIRR - 24945/2002-900-03-
00.4 Data de Julgamento: 04/11/2008, Relator Ministro:
Pedro Paulo Manus, 7ª Turma, Data de Divulgação: DEJT
07/11/2008)

23. Esse aresto confirmou o acórdão

do TRT da 3ª Região no RO cujo teor era o seguinte:

“-Misto de ação de consignação em pagamento e de ação


declaratória, o pleito da recorrente é, de última instância,
obter da Justiça do Trabalho uma sentença sem que lide
exista para ser dirimida, mas que assim proferida a ela,
empregadora, assegure a prerrogativa de furtar-se do normal
procedimento em lei previsto para as homologações das
rescisões contratuais. É, todavia, absolutamente inviável esse
tal querer.
O argumento de que o sindicato da categoria profissional
teria se recusado a homologar as rescisões, ainda que fosse
verdadeiro, e verdadeiro não pode ser aquilo que não
provado, em hipótese alguma justificaria ou legitimaria o
proceder da recorrente. O Ministério do Trabalho, em ordem
sucessiva, cuida desse procedimento, e ostenta, sim, ao
contrário do dito pela recorrente, estrutura para tanto.
A pretensão de que seja declarado extinto o contrato de
trabalho da empregada é de uma impertinência gritante. O
empregador, normalmente, ostenta o pleno poder de
dispensar o empregado, salvo, é certo, em situações
especiais. Já se perdeu no tempo a época em que gozava o
trabalhador deste país direito à estabilidade. Se pode o
empregador dispensar o empregado e se dispensada foi a
recorrida, não há como decretar extinto aquilo que já não
mais existe.
Quanto à eficácia do recibo de quitação, que é outra coisa,
dispõe o parágrafo primeiro, do artigo 477, da Consolidação
das Leis do Trabalho:
(...)
Considerando-se que a recorrida foi admitida pela recorrente
em 02/09/1991, já contando, portanto, com mais de um ano
de serviço quando a presente demanda foi proposta (dia
12/01/2001), o correto seria a rescisão contratual operar-se
perante a entidade representativa da categoria profissional
17

obreira, a fim de que se tenha por cumprido o preceito legal


acima transcrito.
Não se pode perder de vista o preceito constante no texto
expresso do art. 114 da Constituição da República de 1988,
concernente à competência da Justiça do Trabalho, que
estabelece que será submetido ao crivo desta justiça a
composição dos dissídios individuais e coletivos entre
empregados e empregadores decorrentes da relação de
trabalho, bem como os litígios que tenham origem no
cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive,
coletivas.
Assim, acolher a tese da recorrente é desvirtuar o espírito do
legislador, transformando esta Justiça Especializada em
mero órgão homologador de rescisões contratuais,
emperrando a máquina judiciária em flagrante prejuízo dos
jurisdicionados.
Ante o exposto, reputo correta a r. sentença, devendo ser
mantida incólume.
Desprovejo.- ”

24. De outro modo, não existe

qualquer dispositivo legal que proíba a rescisão do não

estável pela via do Inquérito, existe sim legislação

dizendo que é obrigatório em caso de estável, dirigente

sindical, mas não existe nenhum dispositivo legal dizendo

que não é cabível (que não pode) nos casos de não

estabilidade ou estabilidade provisória, sendo portanto

aceito pela CLT.

25. Considere-se ainda, que na vida

prática, o Princípio da Fungibilidade, no caso, se

tornaria inafastável, porquanto a petição inicial estaria

apta a ser analisada, alcançando o seu fim maior, sendo

irrelevante, data máxima vênia, a denominação dada à

ação. Pensar o contrário seria ignorar a essência do


18

princípio da instrumentalidade das formas, em clara e

insuportável agressão ao artigo 244 do CPC, compatível,

vale ressaltar, com o processo do trabalho, consoante

artigos 8º e 769 da CLT.

26. Por derradeiro, oportuno

ressalvar que numa interpretação mais alargada da

garantia de emprego assegurada à coletividade dos

trabalhadores numa aplicação eficaz do inciso I do artigo

7º da Constituição Federal, muito magistrados entendem e

exigem como procedimento correto para que se configure o

rompimento de uma relação de trabalho, o ajuizamento do

inquérito para a apuração de falta grave, sendo que ao

advogado, em especial o trabalhista, em decorrência da

oralidade preponderante no processo, é exigido que se

preocupe inclusive com elementos extraordinários, até em

face do Princípio da Eventualidade.

27. Desta feita, ao “errar” para

mais, apresentando uma peça que exceda as exigências da

lide, a advogado estaria sendo muito menos gravoso para a

defesa dos interesses do seu cliente do que o colega que

o fizesse para o menos.

IV – DA CONCLUSÃO E PEDIDOS
19

28. Por tudo isso, os examinandos e

advogados que subscrevem este MANIFESTO invocam seu apelo

à este Conselho Seccional, à Comissão Nacional de Exame

de Ordem, ao Colégio de Presidentes dos Conselhos

Seccionais e, sobretudo, ao Conselho Federal, que têm a

missão maior de ser o espelho da justiça, requerendo o

que segue:

a) sejam remetidas urgentemente

cópias do presente Manifesto ao Conselho Federal da OAB,

à Comissão Nacional de Exame de Ordem e ao Colégio de

Presidentes dos Conselhos Seccionais, requerendo-se desde

já suas respectivas manifestações, nos termos do artigo

1º da Lei 9.051 de 18 de maio de 1995;

b) seja designada junto à Comissão

Nacional de Exame de Ordem uma comissão especializada na

matéria trabalhista para analisar a má elaboração da

questão em tela, especialmente no que tange aos seus

pedidos, quais sejam: rescisão do contrato de trabalho,

baixa da CTPS, cumulados com a mora, visto que não existe

uma ação específica que contemple cumulativamente tais

pleitos;

c) que o Conselho Federal e a

Comissão Nacional de Exame de Ordem, por medida de

cautela, posicionem-se, desde já, perante à banca


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examinadora do CESPE, expondo as supra arguidas razões,

no afã de que a análise do exposto mereça especial

atenção e consideração, evocando o bom senso e a

equidade, deixando-lhe patente que, diante de tal

conjuntura, não lhe restam alternativas distintas senão o

acatamento das diferentes teses que as falhas do

enunciado podem levar - sobretudo, a mais robusta, a

nosso ver, do Inquérito Judicial - desde que devidamente

fundamentadas, evidentemente, ou ainda, para ser mais

correto, a ANULAÇÃO DA QUESTÃO, tudo sob pena de gerar o

desencadeamento de movimento imensurável, de grande

relevância e repercussão nas searas social, política,

acadêmica, e jurídica nacional, tudo em busca da JUSTIÇA!

JOSÉ HENRIQUE REIS DE AZEREDO

OAB(RN) 3.639-E

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