TIPOS DE RADIAÇÃO
Raios X – É a radiação emitida por um elétron quando este passa de uma órbita para
outra mais interna.
Ionizam os gases que atravessam
Apresentam trajetória retilínea, não se desviando pela ação de campos elétricos e
magnéticos, não sendo, portanto, constituídos por partículas carregadas.
Sofrem reflexão, refração e difração (radiação eletromagnética, com comprimento
menor que a luz)
λ entre 10-12 e 10-8m
Introdução
Radioatividade natural
A desintegração radioativa
Estabilidade nuclear
133
54Xe → 13355Cs + 0-1e
131
51Sb → 13152Te + 0-1e
→ 13153I + 0-1e
→13154Xe + 0-1e
Núcleos situados abaixo do cinturão aumentam a relação n-p por emissão β+ (pósitron):
48Cd →
105 105 0
47Ag + 1e
Ou na captura eletrônica (CE),onde um elétron de baixa energia é capturado pelo
núcleo, e a energia liberada no processo é, em geral, emitida na forma de raios-X .
54Xe + -1e →
127 0 127
53I
Transmutação artificial
Felipe Joliot e Irene Joliot Curie (filha de madame Curie) descobriram a existência do
pósitron bombardeando uma placa de alumínio-27 com partículas alfa. O alumínio
transmuta-se em fósforo-30 instável, que se desintegra por emissão de pósitrons,
transformando-se em silício-30.
27
13Al + 42α → 3015P + 10n
30
15P → 3014Si +0+1β
O sinal negativo indica que o sistema perde 0,1933 ua por átomo de urânio. Isso
corresponde a uma perda de 1,933 x 10-4 kg mol-1. Como a velocidade da luz no vácuo,
c, é 2,998 x 10-8 m s-1, calcula-se a energia
equivalente à perda de massa observada: de 1,737 x1010 kJ mol-1. Uma energia
colossal, cerca de um milhão de vezes maior que a energia desprendida nas reações
mais exotérmicas.
Na fissão nuclear, cerca de sete oitavos dessa energia aparece na forma de
energia cinética dos produtos e um oitavo como energia eletromagnética (radiante).
A conversão de núcleos muito leves em núcleos pesados - fusão nuclear -
também resulta em grande liberação de energia, ainda maiores que na fissão. Um
problema fundamental nas reações de fusão consiste em iniciá-la. Para conseguir que
dois núcleos leves se fundam é necessária uma temperatura extremamente alta, sempre
maior que um milhão de graus Celsius. O controle da fusão nuclear de maneira que
possa ser usado em formas úteis de energia (a única aplicação realizada, até hoje, foi em
testes de armas termonucleares) constitui um problema que há muito vem desafiando
cientistas e engenheiros. Possivelmente, reações utilizando hidrogênio e deutério
poderão ser empregadas e, embora somente cerca de 0,015% do hidrogênio da Terra
seja constituído de deutério, há água suficiente nos oceanos, fazendo Baterias de lasers
de alta potência têm sido testadas como deflagradores da fusão do hidrogênio, mas há
ainda o problema do recipiente para conter a mistura de reação, cuja temperatura é
suficiente para vaporizar qualquer material. Experimentos estão sendo executados, nos
quais misturas a altíssimas temperaturas são confinadas em um campo magnético
intenso, que impede seu escape.
Radiação ionizante
Decaimento Radioativo
A(t) = A 0 e − λt
Onde λ é a constante de decaimento, característica de cada material.
Meia-vida (t1/2)
O intervalo de tempo, contando a partir de um certo instante, necessário para que
metade dos átomos radioativos decaiam, ou seja, que o valor da atividade reduza-se à
metade, é denominado de meia-vida. Assim:
A0 1 ⎛1⎞
= A 0 . e -λT1/2 ⇒ = e -λT1/2 ⇒ ln⎜ ⎟ = ln e -λT1/2 ( )
2 2 ⎝2⎠
0,693
0,693 = λ . T1/2 ⇒ T1/2 =
λ
Atividade inicial Ao
1 meia-vida - Ao/2 = Ao/21
2 meias-vidas - (Ao/2)(1/2) = Ao/4 = Ao/22
3 meias-vidas - (Ao/2)(1/2)(1/2) = Ao/8 = Ao/23
Ionização
Interação onde elétrons são removidos dos orbitais pelas radiações, resultando
elétrons livres de alta energia, íons positivos ou radicais livres quando ocorrem quebra
de ligações químicas.
Ativação do núcleo
A interação de radiações com energia superior à energia de ligação dos nucleons
com um material pode provocar reações nucleares, resultando num núcleo residual e na
emissão de radiação.
Radiação de freamento
As radiações constituídas por partículas carregadas como alfa, beta e elétrons
acelerados, ao interagir com a matéria, podem converter uma parte de sua energia de
movimento, cerca de 5%, em radiação eletromagnética. Esta radiação, denominada de
raios-X de freamento, é o resultado da interação entre os campos elétricos da partícula
incidente, do núcleo e dos elétrons atômicos. Ocorre com maior probabilidade na
interação de elétrons com átomos de número atômico elevado (Bremsstrahlung).
Efeito fotoelétrico
O efeito fotoelétrico é caracterizado pela transferência total da energia da
radiação X ou gama (fóton que desaparece) a um único elétron orbital, que é expelido
com uma energia cinética Ec bem definida,
Ec = hν - Be
onde h é a constante de Plank, ν é a freqüência da radiação e Be é a energia de
ligação do elétron orbital.
Efeito Compton
No efeito Compton, o fóton é espalhado por um elétron de baixa energia de
ligação, que recebe somente parte de sua energia, continuando sua sobrevivência dentro
do material em outra direção.
Formação de pares
Uma das formas predominantes de absorção da radiação eletromagnética de alta
energia é a produção de par elétron-pósitron. Este efeito ocorre quando fótons de
energia superior a 1,022 MeV passam perto de núcleos de número atômico elevado,
interagindo com o forte campo elétrico nuclear. Nesta interação, a radiação desaparece
e dá origem a um par elétron-pósitron (2 mc2=1,022 MeV), por meio da reação:
γ = e- + e+ + energia cinética
I = I 0 .e − μx
I0 1 ⎛1⎞
(
= I 0 .e −μHVL ⇒ = e − μHVL ⇒ ln⎜ ⎟ = ln e −μHVL )
2 2 ⎝2⎠
0,693
0,693 = μ .HVL ⇒ μ =
HVL
A lei de atenuação exponencial pode ser escrita como:
0 , 693
− .x
I = I 0 .e HVL
μ en μ tr
= (1 − g )
ρ ρ
μ tr
onde ρ é o coeficiente total de transferência de energia.
Partícula Carga Massa Notação
2α
4
alfa +2 4
-1β
0
beta -1 0
1
próton +1 1 1p
1
neutron 0 1 0n
+1β
0
pósitron +1 0
2
deutério +1 2 1D
94Pu + 2α
239 4 241 1 1
Amerício 95 95Am+ 0n+ 1p
94Pu + 2α
238 4 240 1
Cúrio 96 96Cm + 3 0n
96Cm + 2α
244 4 245 1 1
Berquélio 97 97Bk+2 0n+ 1p
238 12 245 1
Califórnio 98 92U + 6C 98Cf + 5 0n
238 14 247 1
Einsteínio 99 92U + 7N 99Es + 5 0n
238 16 250 1
Férmio 100 92 U + 8O 100Fm + 4 0n
99Es + 2α
233 4 258 1
Mendelévio 101 101Md + 0n
Os reatores nucleares, que são baseados nos processos de fissão, podem ser
classificados segundo diversos critérios, tais como, por exemplo: o espectro
predominante de energia cinética dos nêutrons que provocam as fissões (reatores
térmicos ou reatores rápidos); de acordo com o meio utilizado como arrefecedor
(reatores refrigerados a água leve, água pesada, a gás ou metais líquidos); ou de acordo
com o propósito ou função do reator. Neste último caso, a Comissão de Energia
Atômica dos Estados Unidos classifica os reatores em três categorias:
Reatores regeneradores
Reator nuclear
1. Combustível: Isótopo fissionável e/ou fértil ( aquele que pode ser convertido em
fissionável por ativação neutrônica ): Urânio-235, Urânio-238, Plutônio-239,
Tório-232, ou misturas destes ( o combustível típico atualmente é o MOX,
mistura de óxidos de urânio e plutônio ).
2. Moderador: Água, água pesada, hélio, grafite, sódio metálico: Cumprem a
função de reduzir a velocidade dos neutrons produzidos na fissão, para que
possam atingir outros átomos fissionáveis mantendo a reação.
3. Refrigerante: Água, água pesada, anídrido carbônico, hélio, sódio metálico:
Conduzem o calor produzido durante o processo até a turbina geradora de
eletricidade ou ao propulsor.
4. Refletor: Água, água pesada, grafite, urânio: Reduz o escapamento de neutros
aumentando a eficiência do reator.
5. Blindagem: Concreto, chumbo, aço, água: Evita o escapamento de radiação
gama e neutrons rápidos.
6. Material de controle: Cádmio ou Boro: Finalizam a reação em cadeia, pois são
ótimos absorventes de neutrons. Geralmente são usados na forma de barras { de
aço borado, por exemplo ) ou bem dissolvido no refrigerante.
7. Elementos de Segurança: Todas as centrais nucleares de fissão apresentam
múltiplos sistemas de segurança. Os ativos que respondem a sinais elétricos e os
passivos que atuam de forma natural como a gravidade, por exemplo. A
contenção de concreto que rodeia os reatores é o principal sistema de segurança,
evitando que não ocorra vazamento de radiação ao exterior.
Atualmente existem vários tipos de reatores nucleares de fissão:
LWR - Light Water Reactors: Utilizam como refrigerante e moderador a água e como
combustível o urânio enriquecido. Os mais utilizados são os BWR ( Boiling Water
Reactor ou Reator de Àgua em Ebulição ) e os PWR ( Pressure Water Reactor ou
Reatores de Àgua a Pressão ), estes últimos considerados atualmente como padrão. Em
2001 existiam 345 em funcionamento.
FBR - Fast Breeder Reactors: Utilizam neutrons rápidos no lugar de térmicos para o
processo da fissão. Como combustível utilizam plutônio e como refrigerante sódio
líquido. Este reator não necessita de moderador. Apenas 4 em operação em 2001.
HTGR - High Temperature Gas-cooled Reactor: Usa uma mistura de tório e urânio
como combustível. Como refrigerante utiliza o hélio e como moderador grafite. 34 em
funcionamento em 2001.
ADS - Accelerator Driven System: Utiliza uma massa subcrítica de tório. A fissão é
produzida pela introdução no reator de partículas neutrons através de um acelerador de
partículas. Ainda se encontra em fase de experimentação, e uma de suas funções
fundamentais será a eliminação de resíduos nucleares produzidos em outros reatores de
fissão.
Angra III
Angra III ainda é um buraco escavado na rocha a 200 m de Angra II, mas 43% de seus
equipamentos já foram comprados e estão guardados em 24 galpões na Central Nuclear e em
Itaguaí, na NUCLEP. São cerca de 10 mil t de equipamentos comprados da Alemanha, que
chegaram ao Brasil a partir de 1986.
O atraso do projeto impôs uma série de desafios. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito e
um interminável confronto entre os a favor e os contra, ficamos conhecidos na comunidade
nuclear internacional como exímios armazenadores de US$ 750 milhões. Tanto que Cuba
solicitou ajuda para cuidar do que sobrou de sua Central Nuclear de Juragua em Cienfuegos,
interrompida pelo esfacelamento do parceiro, a União Soviética.
A solução encontrada foi criar uma embalagem especial, que evitasse a entrada de ar e
protegesse os equipamentos da corrosão. Cada equipamento foi embalado em uma capa de
alumínio hermeticamente fechada por costura eletrônica. Dentro da embalagem, foram
colocados absorventes de umidade. Cerca de 50 operários a cada dois anos, os pacotes são
abertos e de novo, embalados. A manutenção das peças já levou mais cerca de R$ 900 milhões
em 18 anos, ou R$ 50 milhões por ano.
Apesar da resistência do Partido Verde alemão, o Acordo Nuclear Brasil - Alemanha foi
renovado (2000) pelos dois países. Ele é confirmado a cada 5 anos, se ambas as partes
quiserem
Por sua vez, a empresa Siemens começou a alinhavar sua fusão com a francesa
FRAMATOME e não haveria problema ético em ajudar o Brasil. A empresa comprou em
2000 a KWU, em nota oficial, informou estar pronta a retomar o projeto de Angra III, agora
que se tornou responsável pelo cumprimento dos acordos de cooperação nuclear entre o
Brasil e a Alemanha, com vigência até 2005.
Pela análise realizada pela EdF, pelo Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (CEPEL) e
pela Iberdrola, a usina de Angra III teria uma vida útil de 40 anos e o empreendimento seria
pago em 10 anos. Se o governo autorizar, Angra III poderá ser construída em cinco anos e
meio.
Em julho de 1999 foi publicado na imprensa que a unidade III é viável ao custo de mais US$
1,7 bilhão. Caso se opte por não construir e montar Angra III, a venda de seus equipamentos
no mercado atingiria somente US$ 60 milhões.
O deputado estadual Carlos Minc (PT-RJ), que é contra a construção de Angra III, diz que
70% dos equipamentos armazenados podem ser aproveitados em termelétricas movidas a
gás, dado contestado por outros especialistas. Minc alerta que não há um plano de
escoamento na região elembra que em 18 anos houve 34 pequenos e médios acidentes e
incidentes em Angra I, como vazamento de água e defeito no gerador de vapor.
Foi publicado que o Brasil prepara a reforma de seu programa nuclear com a adição de mais
4 usinas, além de Angra III, 2 para 2010 e outras em 2016. Seriam unidades de 300 MW com
custo de US$ 2,8 bilhões a serem construídas em Manaus e no Nordeste com tecnologia
nacional, com o fim de abastecimento de energia e filtragem de água salobra. Também está
previsto a construção de unidades de 40 MW a 60 MW. Aumento da produção de rádio-
fármacos e irradiação de alimentos para exportação.
Exercícios
1 – De quais partículas elementares um átomo é composto?
2 – Definir a atividade de um radionuclídio?
3 – Como se determina a meia-vida de um radionuclídio?
4 – Quantos átomos decaem em 1g de 239Pu(t1/2 = 24.000 anos) e em 1g de 3H(t1/2 = 12,4
anos) por minuto?
5 – Como serão influenciadas num campo elétrico as partículas α, β-, β+ e a radiação γ?
6 – Quais as diferenças entre os raios γ e os raios X?
7 – Compare o alcance das radiações α, β-e γ?
14
8 - Sabendo-se que o C é produzido na atmosfera elevada por reações nucleares
ocasionadas pelos raios cósmicos e que a razão de 14C/12C = 1.3 10-12, Calcule a taxa de
decaimento de um fóssil que possui 500g de carbono e que apresenta uma idade de
aproximadamente 6.000 anos. T1/2 carbono14= 5.730anos.
9 - Faça uma comparação entre uma reação química e uma nuclear.