Essa nova fase pôde ser bem refletida a partir do filme Rio, 40 Graus(1955), de
Nelson Pereira dos Santos. As propostas do neo-realismo italiano que Alex Viany
vinha divulgando, foram a inspiração do autor do filme.
O que esses jovens queriam era a produção de um cinema barato, feito com
"uma câmera na mão e uma idéia na cabeça". Os filmes seriam voltados à realidade
brasileira e com uma linguagem adequada à situação social da época. Os temas
mais abordados estariam fortemente ligados ao subdesenvolvimento do país.
Outra característica dos filmes durante o cinema novo é que eles tinham
imagens com poucos movimentos, cenários simplórios e falas mais longas do que o
habitual. Muitos ainda eram rodados em preto e branco.
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O núcleo mais popular do cinema novo na época era composto por: Glauber
Rocha, Nelson Pereira dos Santos, Joaquim Pedro de Andrade, Carlos Diegues,
Paulo Cesar Saraceni, Leon Hirszman, David Neves, Ruy Guerra e Luiz Carlos
Barreto.
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A Terceira e última fase do Cinema Novo, que vai de 1968 a 1972 é, agora,
influenciada pelo Tropicalismo. O movimento levava suas atitudes às ultimas
conseqüências e extravasou por meio do exotismo brasileiro, com palmeiras,
periquitos, colibris, samambaias, índios, araras, bananas. Um marco dessa fase é o
filme Macunaíma(1969), de Joaquim Pedro de Andrade. A obra se utilizava de uma
das grandes figuras da chanchada, Grande Otelo, que estrelava como um herói sem
nenhum caráter. Como descreve o livro A Fascinante Aventura do Cinema
Brasileiro, de Carlos Roberto de Souza, Otelo vive "o brasileiro preguiçoso e
fanfarrão, sensual e depravado, que luta para ganhar dinheiro sem trabalhar".
Mas logo a repressão política deu fim ao movimento e até alguns dos seus
cineastas tiveram de se exilar. Grande parte das produções foram fracassos
comerciais. Além disso, "se os diretores do Cinema Novo procuraram se adaptar às
novas circunstâncias, mantendo-se fiéis um grande público, a parcela mais jovem
do grupo de realizadores que se formava a sua volta recusou-se a isso", como
completa o livro de Carlos Roberto de Souza. Surge então um novo movimento no
país, o Cinema Marginal.