Peterson Soares da Silva / Jayme Matheus da Silva Neto / Amandio de Carvalho Pereira
SINOPSE
Tema: Sonhos.
Público: Infanto-Juvenil
Clara está inscrita num grande concurso musical, contudo seu teste é
interrompido pela rival, que por não saber cantar lança uma maldição
espalhando todas as notas musicais por diferentes décadas. A única forma de
Clara restaurar a existência da música é viajando pelo tempo e resgatando as
notas perdidas, só não contava que seu ex-namorado Bruno também entrasse
nessa busca e que os deuses Gregos tentariam impedir que seu sonho se
concretizasse.
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Uma Viagem pelo Tempo
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PERSONAGENS
03 JURADOS(AS)
02 AMIGOS DE CUPIDO
NARRADOR(A)
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Uma Viagem pelo Tempo
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CENAS
CENA I – A Inveja de um Concurso
Página: 05
CENA VI – A 7ª Nota
Página: 23
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Uma Viagem pelo Tempo
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[sai narrador]
ISADORA – Finalmente achei o bendito artefato. Tanto tempo estudando, tanto tempo
procurando e finamente terei uma vingança digna de uma rainha. Ela vai me pagar por
roubar tudo o que eu mais quis: a voz, o namorado, o sucesso. Depois do que eu fizer,
ela não terá mais chances de obter conquistas, aí sim finalmente terei a grande
chance de aparecer. Sem música, ninguém mais vai amá-la e finalmente eu poderei
fazer o sucesso que eu tanto almejo, até porque, somente eu terei o dom da música.
SOMENTE EU! Hahahahahahahahahahahaha.
ISADORA – Creio que seja a hora da minha saída, mas antes, deixarei este microfone
aqui. Quando aquela garota horrorosa começar a cantar, a maldição começará a fazer
efeito, e uma a uma, as notas musicais desaparecerão pelo tempo. [dirigi-se ao
público] E vocês, não ousem a contar meu plano, ela vai fazer a música sumir, e vocês
não falarão mais nada, ou eu faço a voz de cada um desaparecer para sempre.
Hahahahahahahahahahaha!
CLARA – Não Bruno! Já falei que não temos mais tempo de conversar. Já acabou
tudo entre a gente. Não sei nem porque fui pedir uma carona a você. Sabia que iria me
alugar falando do nosso namoro. Eu não quero mais ficar com você, ACABOU!
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Uma Viagem pelo Tempo
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CLARA – Eu vi! Não sou cega, você estava com a Isadora. Ela é uma invejosa,
sempre quer tudo o que tenho. Uma falsa, que não tem condições de trilhar o próprio
sucesso, só é capaz de conseguir as coisas através da desgraça alheia. Não houve
nenhuma vez que ela conquistasse algo sem derrubar alguém.
BRUNO – Não decida nada agora. Você está gostando de outro não é?
CLARA – Não tem nada haver! Eu simplesmente não quero mais nada com você.
CLARA – Não adianta todo esse romantismo. Ela conseguiu o que tanto queria, agora
vai embora, eu preciso começar o teste para o meu concurso. Não está vendo que o
público já está me esperando? [aponta para o público]
CLARA – É claro que pode. [mais calma] Não é porque terminamos, que não podemos
ser amigos, só quero que não fale mais de relacionamento. Esse teste é de grande
importância para mim. Se eu entrar nesse concurso e ganhar posso começar a minha
carreira de cantora. Entende o que é realizar um sonho?
CLARA – Antes de mais nada gostaria de agradecer a todos aqui presentes. Muito
obrigada por todo o apoio. E agradeço a instituição que me deu esta oportunidade.
[A música vai parando e ela simula come se não tivesse mais voz]
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JUIZ 01 – Pra mim é lorota! Garota, está na cara que você está nos enrolando. Quer
saber? DESCLASSIFICADA.
CLARA – Não!
BRUNO – Calma! Dêem uma chance a ela, só mais uma. Eu sei que ela sabe cantar,
e muito bem!
JUIZ 02 – Não vou perder mais tempo com pessoas sem talento. Não sei pra que veio
fazer teste comercial.
JUIZ 03 – Claro! Pro próximo detergente Mamma Mia!. Limpa tudo com maior
economia.
JUIZ 01 – Cantora? Existe isso? Menina, não sei o que é, mas se não tem mais nada
pra nos encher e inventar, passe bem.
[entra Isadora]
CLARA – O que?
ISADORA – É exatamente isso. Não existe mais música pelo mundo. O microfone que
você usou estava enfeitiçado, quando alguém com talento cantasse nele, eliminaria do
mundo toda a arte musical contida. Você está acabada. Não tem mais uma carreira.
CLARA – Sua invejosa. Porque isso tudo? Porque não trilha seu sucesso sozinha?
Porque destruir o sonho de outros?
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ISADORA – Porque conseguir com a desgraça dos outros é mais divertido. Não
preciso estudar, nem trabalhar duro, apenas derrubar e conseguir o que quero. Fácil!
Fácil!
ISADORA – Menininha ignorante, logo vi que não sabe nada de mitologia grega.
ISADORA – Pode tentar me matar, não vai conquistar nada com isso. Eu sou a toda
poderosa por aqui, e vocês não passam de dois vermezinhos sem talento.
Hahahahahaha!
CLARA – O que farei agora? Sem talento. Tudo que sempre batalhei, simplesmente
acabou. [ela avista uma nota musical] Espere! É uma nota musical. É o Dó. Ela deve
ter deixado cair. Dó leve-me para a próxima década. Por favor! Leve-me para o meu
talento.
CLARA – Com essa nota musical eu sei que irei conseguir tudo de volta. Eu acredito
nisso! Não desistirei do meu sonho com tanta facilidade.
[voz do narrador]
NARRADOR – Belo plano de Isadora, que graças a ajuda dos deuses conquistará
seus objetivos. Na mitologia grego-romana, muitos são os relatos de deuses que não
aceitavam as vontades humanas, interferindo em suas escolhas. Eles temiam que nós,
poderíamos alcançar algo que somente eles tinham total direito, a felicidade. Desta
vez eles irão conspirar para que uma dádiva nunca mais venha a pertencer ao nosso
mundo.
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CUPIDO – Bora turma, os brotos estão a minha espera, e hoje promete. [dirigi-se ao
púbico] Sabe como é, eu sou o cara. Gostosão. Não existe broto que não tenha caído
no meu papo.
AMIGO 01 – Cara. Não é justo! Você sempre consegue as melhores e nos deixa com
as meninas de fim de baile. Só se dá bem.
CUPIDO – Não tenho culpa de ser um cara irresistível. Nasci para o amor. Aliás eu
sou o amor.
AMIGO 02 – Quero ver o que sua mãe faria se te visse se relacionando com humanas.
[entra clara]
CUPIDO – Por Zeus e todos os deuses. Que broto é aquele meu irmão. Nunca vi
nessas bandas. Vou me aproximar.
CUPIDO – E em que posso ajudar? Um broto como você pode pedir que seu fiel
Cupido fará.
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CLARA – Obrigada, mas prefiro não entender. Estou na busca de algo importante.
CUPIDO – Então é você que veio buscar a nota. Fui avisado que viria uma pessoa, só
não pensei que minha mãe, Afrodite – a deusa da beleza, a abençoaria com essa
dádiva, a beleza.
CLARA – E onde é?
CUPIDO – Meu coração. Não houve uma só mulher que conseguiu roubá-lo. Quer
tentar? Podemos ir para um lugar assim, mais aconchegante.
CUPIDO – Então podemos fazer assim. Que tal ir no festival comigo? Minha turma
está indo para lá. Não estaremos sozinhos. Você vai comigo e se não sair apaixonada,
eu te entrego a nota.
CLARA – Huuumm! Parece ser uma boa proposta, mas você tem cara de que nem
sabe dançar.
[Clara se recompõe]
CUPIDO – Como? Só se você se refere a sua época, onde não existe mais flerte ou
dança. As pessoas parecem loucas. Tomam alguma droga?
CLARA – É! Quase isso! Mas não vem ao caso. É uma parte da minha época que eu
não me orgulho muito.
CUPIDO – Broto, você é das difíceis, mas não sou de desistir. Se você é pedra, eu
sou água. Vou batendo, batendo até moldar essa pedra linda.
CLARA – Desiste Cupido, não pretendo cair na sua lábia. Se para você tudo foi fácil,
para mim... Calma aí! Eu cantei! Não podia cantar!
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CUPIDO – To dizendo! Eu sou muito bom. Tanto que sei porque você pode cantar.
CUPIDO – Simples! A música sumiu na sua época. Antes disso ela ainda existia. Você
está no passado. Mas um motivo para ficar aqui, posso realizar todos os seus sonhos,
desde de cantar a um grande amor. E modéstia parte, eu sou o tipo de amor que não
se joga fora.
CLARA – Você não se joga fora? Só porque se acha bonito, pensa que pode ter
qualquer mulher?
CLARA – Você fica tão distraído me olhando, que nem reparou que enquanto eu
dançava eu tirei do seu bolso a nota musical. Vejam só! Estava no bolso, e ainda me
veio com aquele papo de coração. É o Ré.
CLARA – Mas pra mim já consegui o que eu queria. Tchauzinho cupido. Beijinhos.
[manda um beijo pra ele e sai de cena].
CUPIDO – Eu! O deus do amor enganado. Pois é! Mas você tem que ver que ...
Cadê? Cadê ela? Ei! Não vai saindo de fininho não, você me deve um festival e um
beijo. O garota, volta aqui!
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NINFA 01 – Não adianta! Hoje ele é meu! Não bastou o que te aconteceu ontem?
NINFA 02 – Tapa de amor não dói. Isso mostra o quanto ele gosta de mim. Ainda sou
a favorita!
NINFA 01 – Pode até ser sonho. Mas enquanto você era esbofeteada, eu era beijada.
NINFA 01 – Diz pra ela Hércules, você vai ficar comigo hoje, não vai?
HÉRCULES – Minhas Ninfas. Eu amo todas vocês, mas eu queria um prato diferente
hoje? Todo dia feijão com arroz enjoa. De vez em quando um bife com batata frita não
cai nada mal.
NINFA 01 – DR?
HÉRCULES – Mas eu disse que quero amor? Quero baladas, garotas. Bem meu
estilo. Anos 70. Que por falar em garotas. Que tetéia vem vindo ali.
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Uma Viagem pelo Tempo
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HÉRCULES – É o que você quiser que seja. Desde que passe essa noite comigo, te
levo onde quiser.
HÉRCULES – Tarado? Eu? Nada disso. Só um cara bacana que gosta de namorar.
Quer ser minha garota?
BRUNO – Ei, ei, ei! Solte ela. Tá achando o que? Que é garagem para ir
estacionando. Ela tem dono.
CLARA – Tenho?
HÉRCULES – Tudo que queria ouvir. A menina ta solta, e você pode virando as costas
e se mandar ou leva um chute nesse traseiro.
BRUNO – Vim te ajudar, consegui uma nota musical. Mas vejo que não precisa de
mim.
HÉRCULES – Isso mesmo. Não precisa. Já tem homem suficiente nessa peça. Não
dá, tenho que disputar espaço no tapa. E eu achando que ia me dar bem. Ainda pego
quem escreveu isso.
BRUNO – Epaaaaa! Que bagunça é essa. Ninguém vai beijá-la, além de mim.
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HÉRCULES – Tá achando o que? Que chega na minha área e canta de galo? Vai
apanhar muito.
BRUNO – Só porque nas histórias você é o senhor fortão, ta achando que pode
comigo?
HÉRCULES – Que calma o que, o cara chega mexendo com a minha mina.
HÉRCULES – Claro que não. Elas são pro fim de semana, hoje é quarta.
HÉRCULES – Não vem ao caso. O que interessa é que vou acabar com ele.
NINFA 01 – Porque festeiro como ele é, ficou com medo de perder esse tesouro. Aí já
viu, O outro lá matava todo mundo.
HÉRCULES – Sua lerda, sua tonta, sua tola, agora então é que ele vai matar a gente
de verdade. Não era pra entregar nada pra ela.
NINFA 02 – Mas ela já entregou. Pronto! Já era! Vamos embora curtir a noite. Já está
todo mundo ferrado mesmo.
HÉRCULES – BURRAS! Só por causa disso vou achar outras, não quero mais saber
de vocês.
NINFAS – Não! Nos perdoe. Por favooooooorrr! Não fica com outras. Olha a gente
aqui.
CLARA – Ai chega de papo furado. E vamos partir. Anda Bruno! Não me faz perder
tempo.
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ÁRTEMIS – Vermes insolentes. Eu triunfei. Vou acabar com toda essa babaquice
chamada infância. E assim ajudarei meu irmão eliminando mais uma dádiva deste
mundo inferior.
CECÍLIA – Não conseguirá. Essa fase da vida humana não vai se acabar.
ÁRTEMIS – [com desdém] A vai sim! Hahahahaha! Com o coração de uma rainha
infantil como o seu, as crianças perderão o amor pela fantasia.
CHAPEUZINHO – Só isso não bastará. Ainda há muito neste mundo, que acabará
com esse seu feitiço maldoso, sua deusa de araque.
ÁRTEMIS – Deusa de araque? Eu? Mas é essa deusa de araque que também retirará
a ingenuidade das crianças, ou se esqueceu que é esse seu papel nos contos
infantis?
ESPANTALHO – Mas haverá alguém, com cabeça suficiente que irá se rebelar contra
o mal que você está provocando.
ÁRTEMIS – Exato! Por isso não podemos esquecer do cérebro. E nessa parte você
entra caro espantalho. Como podem ver eu pequei as três maiores virtudes infantis. E
com a morte de vocês acabarei destruindo a infância. Hahahahahahaha!
ÁRTEMIS – Meros personagens. Nada comparado a uma deusa. Vou transformar toda
a infância numa noite eterna, iluminada apenas por mim, a deusa da lua. Chega de
sonhos.
CHAPEUZINHO – Mas toda criança precisa sonhar. O que serão quando se tornarem
adul...
ESPANTALHO – Não vê que assim acabará com tudo que os humanos tanto
batalharam para construir?
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CLARA – Clara.
CLARA – Namorado?
ÁRTEMIS – Não vamos perder tempo. Podem saindo, que este não é assunto para
meros mortais.
CLARA – Ouvimos tudo, e você quer matar esses personagens para aniquilar a
infância e todos os sonhos que vem junto dela.
ÁRTEMIS – Eu odeio esta década e tudo que nela está contido. Detesto os anos 80.
[com desdém] Época de sonhos, fantasias, personagens infantis, e todo esse blá blá
blá blá. Me enjoa. Pronto, só de falar já me deu uma vontade de vomitar. [fala com o
público] Ainda mais olhando para esses mortais ridículos e feios.
ÁRTEMIS – Então zela comigo, Bruninho. Beleza igual a minha não existe. Nem
Afrodite é tão bela.
ÁRTEMIS – E de novo essa lenga, lenga. [com desdém] Eu sou seu namorado! Eu
não sou sua namorada. Chega, larga essa mortal e vive a eternidade comigo. Aliás
sou poderosa, e muito, muito bonita e gostosa.
BRUNO – Nem em todo desespero eu ficaria com uma deusa como você.
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ÁRTEMIS – Insolente. Não tem idéia do que fala. Prefere essazinha do que a mim.
Então assim será. Assistirão de camarote o fim de todos os sonhos.
ÁRTEMIS – Eu tenho todo o direito que eu quiser. E não vai ser uma mera humana
que vai decidir isso. Acorda enjoadinha, não tem chances contra mim.
ÁRTEMIS – [chuta o espantalho] Quieto comida de corvo. Mais uma palavra e você vai
ser apenas palha espalhada por aqui.
CHAPEUZINHO – Clara, é verdade! Pense! Existe uma magia na infância. Sete coisas
que podem acabar com o feitiço de Ártemis e impedir o plano dela.
ÁRTEMIS – Mas nunca que você vai descobrir. [parte para cima de Clara, mas é
segurada por Bruno].
CECÍLIA – Não podemos falar para você, mas existe sete coisas mágicas nas
crianças. Sete coisas que lembram a beleza de um arco-íris. Coisas que só os
humanos podem conhecer. Sentimentos que nenhum deus pode tolerar na vida
humana. È exatamente isso que faz um humano capaz de realizar milagres.
CHAPEUZINHO – Que vemos nos rostos de toda criança. E que dá a cada uma a
habilidade de sonhar e crescer.
CLARA – Nunca! Eu não vou permitir, pois eu já sei as sete emoções que
encontramos em toda criança. E tenho certeza que essas crianças são as mesmas
que não deixarão que acabem com ela.
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CECÍLIA – Essa eu mesma guardei, é o Sol. Ártemis não ligava para isso, só queria
saber de destruir a infância. Agora deixe que nós a acompanharemos até a próxima
década. Mas vocês entrarão lá sem a gente. Nós estaremos onde a infância
prevalecer. Esta é nossa época, e espero que as crianças do futuro nos revivam em
seus corações.
CHAPEUZINHO – Adeus Clara. Boa sorte na sua jornada pela busca do seu sonho.
ESPANTALHO - E nunca! Nunca desista deles, pois com muita luta você irá realizá-lo.
Pois nenhum sonho se realiza sem batalha.
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[Entra Dionísio]
DIONISIO – Oba! A parada de hoje a noite vai ser boa. Festas! Curtição, e o melhor
cheio de gatinhas na minha onda.
CLARA – Obrigada por estar comigo durante essa aventura. Realmente foi de grande
ajuda.
DIONISIO – Ei! Psiu! Quem são vocês que invadem a minha praia?
DIONISIO – Nada! Sou um deus, mas não ligo pra divindade. Curto mais minhas
ondas e surfar na net. Me adicionem dionisiopegador@deus.com.br.
BRUNO – Opa! Mais um assediando a Clara. O teatrinho pra ter homem safado. Me
lembra de reclamar com o autor.
DIONISIO – Não Brow. Não sou desse tipo. Minha parada é azarar as solteiras,
inclusive já to de olho em uma, a Dorinha.
CLARA – Você pode nos ajudar então. Tem como nos entregar a nota musical de sua
responsabilidade, o Fá.
DIONISIO – Cara, a Dorinha ficaria bolada. E eu não quero perder a gata. Se bem que
eu to doido para viajar.
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DIONISIO – Na mitologia, ele criou a coroa de louros, para homenagear sua amada.
Logo, ele em tem uma ligação forte com ela [aponta para a coroa]. Me obrigou a usá-la
para saber meus passos. [fala com desdém] Acha que eu não sou capaz de cumprir
com minhas obrigações, só porque eu gosto só um pouquinho de festas. Pow, eu
nasci para brilhar.
[entra Isadora]
ISADORA – E você nunca irá para lá. Não está cumprindo com o trato. A tecnologia
está crescendo.
ISADORA – [com desdém] Você aqui? Nossa, os deuses anteriores eram uma
porcaria, que não impediram uma ameba como você de chegar tão longe.
BRUNO – Veja como fala com ela. Estou para te enforcar desde a primeira cena, o
autor que não deixou.
ISADORA – Calma meu lindo. De você eu cuido depois, e será muito bem cuidado
[sorriso safado].
DIONISIO – O que é isso Dorinha? Te dou maior moral, e você cai na onda de outro?
ISADORA – Que do seu coração, o que. Se enxerga seu trouxa. Você não cumpre
nem com suas obrigações. Já impediu o crescimento da tecnologia?
DIONISIO – Pois é. Ele me mandou para esta década para impedir a tecnologia, para
evitar concretização de sonhos.
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CLARA – Entendo que queira destruir os meus sonhos, mas porque destruir os sonhos
dos outros?
ISADORA – Não sei. Mas minha parte no trato é essa. Eu ajudo a ele, e ele me ajuda
a destruir você.
BRUNO – Não sei quem é esse cara que todos falam. Mas vamos acabar com os seus
planos.
DIONISIO – Desde que não acabem com ela. Essa gracinha. Minha mina.
ISADORA – Se toca. Não quero você. Quero ele. Por falar nisso, você vai comigo
agora Bruno.
BRUNO – Nunca!
ISADORA – VAI SIM! [ela retira a nota do bolso e aponta para ele]
ISADORA – Nem em sonho. HÁ-HÁ-HÁ! Olha bem para essa nota Bruno. VEM
COMIGO! VEM COM SUA DONA!
DIONISO – Já sei! Usa minha nota musical. Vamos juntos atrás dos dois.
CLARA – Não quero! Desisto de tudo. Ela não vai deixar eu realizar tudo que quero,
nem ficar com ele.
DIONISIO – Então não desista. Se tem um sonho, [pega na mão dela] vá em frente.
Realize. Sempre aparecerá pessoas que colocarão pedras em seu caminho. Muitos
obstáculos. Ultrapasse-os.
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CLARA – Você tem razão. O sonho é o tesouro mais precioso que temos. E não pode
ser destruído por ninguém mais além de nós mesmos. Vou lutar pelo que quero.
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CENA VI – A 7ª Nota
[entra Isadora]
[entra Bruno]
ISADORA – Eu não entendo você esqueceu-se da outra, mas agora só quer saber de
curtição. Praias. Réplica perfeita do grude do Dionísio.
BRUNO – Quem?
ISADORA – Ninguém interessante. Eu agora só tenho que ver como farei para vencer
essa batalha. Dionísio virá com ele, e se ela pegar a última nota meus planos se
acabam. [esbravejando] Ela não pode cantar aqui na nossa época. Aqui na atualidade,
o encanto do cupido da falta da música não interferir no passado, não funciona.
ISADORA – Nada Bruno! Nada! Não enche meu saco. Nossa se eu soubesse que
você ficaria tão irritante eu já tinha te largado com a mosca morta lá na década de 90.
ISADORA – Ela vai chegar, o que farei? Preciso impedir ela de conquistar a sétima
nota musical e recuperar o dom dela.
ISADORA – NUNCA! Tomou alguma coisa na viagem? Porque você não está falando
coisa com coisa filhinha.
CLARA – Você vai ver quem está ou não falando coisa com coisa. [parte para cima de
Isadora, mas é segurada pelo Dionísio, e Bruno entra na frente de Isadora] ME DÁ
ESSA NOTA AGORA! E VOCÊ BRUNO, ESTÁ DO LADO DELA? TRAÍRA.
BRUNO - Que enfeitiçado brother. To acordado para o mundo. Pow agora o lance é
praia e festa.
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ISADORA – BRUNO!
ISADORA – HÁ-HÁ-HÁ! Tarde de mais vermezinha. Agora ele só tem olhos para mim.
E não vai demorar muito e terei seu talento. Terei tudo que deveria ser meu.
ISADORA – Pra mim, quase nada. Convenhamos que foi pro mundo, porque só de ter
nascido né meu bem. CATASTROFES!
ISADORA – Alguém muito melhor que você, tenha toda a certeza. Eu não preciso ficar
por aí me matando para ter o que eu quero. Pisar nas pessoas, subir na vida sem
esforços, esse é meu lema e eu odeio quando não consigo o que quero. Odeio ver que
você sempre consegue tudo.
ISADORA – E de que adiantou? Sempre vem um que destrói tudo. Veja você, sem o
Bruno e sem sua música. Seus sonhos estão acabados.
CLARA – Não significa só porque os sonhos se tornam difíceis, que não podemos
conquistá-los. Sempre há um caminho, longo ou curto, para chegar onde queremos.
As barreiras são muitas, mas com garra passarei por todas.
ISADORA – Ai que comovente. Deixa de papo idiota garota. Isso é pra gente que não
tem nada o que fazer. Cai na real, sonhos são para os otários. Pessoas que ainda
acreditam que o impossível existe.
CLARA – Tudo que passei até aqui só me dá mais a certeza de que eu tenho que
batalhar.
ISADORA – E como acha que vai conquistar? Sem poder cantar. Se enxerga! A
Música desapareceu do mundo.
CLARA – Isso só porque você quer que seja assim. Não adianta Isadora, não desistirei
dos meus sonhos.
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Uma Viagem pelo Tempo
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ISADORA – Problema é seu. Eu já sei que é uma luta em vão. E mesmo que encontre
um meio, sempre haverá pessoas como eu que irão atrapalhá-la.
CLARA – Pode até haver, mas nenhuma delas irá me ver caindo. NUNCA!
DIONISIO – E gosto! Tanto que não o quero com ele. E além do mais se não for você,
encontro outra gata na balada.
ISADORA – Nãããããõoo! Me devolva! Não faça isso! Não acabe com tudo assim. Pare
Clara.
BRUNO – Clara?
ISADORA – Não ouça ela Bruno. Não ouça ela. Você é meu, somente meu!
CLARA – Bruno, você no fundo, sabe quem sou. Pense. Lembre do nosso primeiro
beijo, de como éramos felizes. Bruno, eu te amo, volta pra mim.
[abraçados e se olhando]
BRUNO – Clara?
CLARA – Bruno?
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DIONISO – Clara já ajudei no que pude, agora é com você. Terá que ser mais forte.
ISADORA – Sai daqui com essa sua misericórdia tola. Sai e me deixa sozinha. Isso é
coisa para fracos.
ÁRTEMIS – Querida, achou que se livraria de mim? Nem nos seus sonhos. Só vim
para tirar uma barata do nosso caminho. Esse inseto estirado no chão merece um
castigo bem dado pelo meu irmão.
ÁRTEMIS – Claro! Ou vocês acham que uma ignorante como ela conseguiria pensar
em algo? Ela não tem capacidade nem para pensar nela mesma.
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ÁRTEMIS – Com uma pessoa eu não falaria. Mas quando tiver uma pessoa perto de
mim, você me avisa que eu me calo. Como isso nunca acontecerá...
APOLO – Como ousa a levantar a sua voz mortal para uma deusa? Acha que és
superior a nós?
APOLO – Sou Apollo, deus do Sol, das artes, da música e da medicina. Posso dar ou
tirar a vida de qualquer ser. E hoje levarei a vida daquela ratazana jogada no chão que
não soube realizar o que eu mandei.
APOLO – Trato? Você acha que eu faria trato com uma humana? Você foi usada
como todos os humanos. Vocês não passam de fantoches em nossas mãos.
APOLO – Te castigar? Quem disse que eu queria te castigar? Você foi como os
outros, cobaia. Os humanos não merecem uma dádiva como a música. É divino
demais para todos vocês que a banalizam a cada dia. Cada nota pode realizar um
sonho, e foi por isso que as espalhei por décadas, para que nunca mais pudesse
existir para os humanos outra vez.
APOLO – Já mandei baixar a sua voz mortal. Diante da minha presença deve ficar
ajoelhado e de cabeça baixa.
APOLO – Calma minha irmã. É algo que não vale discutir. Eu colocarei esses ratos em
seus esgotos. Bem rapidamente.
[entra cupido]
APOLO – VOCÊ! [ele fica irado] O QUE ESSE TRAIDOR DOS DEUSES,
PASSARINHO DE GAIOLA, ESTÁ FAZENDO AQUI. SAI DAQUI.
CUPIDO – Ô meu querido! Veja bem! Ainda está com aquela raivinha do passado. Por
causa de uma planta de louro.
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APOLO – Culpa de suas malditas flechas que fizeram apaixonar-me por Dafne e
quando iria desposá-la, o pai dela a transformou em louro.
APOLO – Esquecer? Os humanos pagarão por tudo que já dei a eles, e destruíram.
Dei a eles a Medicina, e eles criaram doenças. Dei a arte, e criaram a mentira. Dei a
música e criaram músicas de que ofendem as pessoas.
ÁRTEMIS – Assim como? Vermes? Eles nem nos temem mais. Devem ser destruídos.
APOLO – É por isso que eu retiro a música deles e minha irmã os sonhos.
CLARA – Então é você que está por trás da destruição dos sonhos Ártemis?
ÁRTEMIS – Humanos idiotas, claro que sou eu. E vou acabar com o sonho de cada
um presente neste local. [olha para o público] Destruirei os sonhos de todos vocês!
BRUNO – Apolo, deixe eu e Clara mostrarmos a você que podemos ficar com a
música. Existe coisa boa em que você pode se orgulhar.
APOLO – Fica quieta Ártemis. Se eles acham que podem provar, eu quero ver. Sei
que não farão grande coisa. Mas quero ver. Prossigam mortais.
[Cupido vai até Isadora, a ajuda se levantar e fica no canto com ela. Apolo e Ártemis
se dirigem para o outro canto]
APOLO – Perfeito! Nunca imaginei que algo maravilhoso pudesse sair dos humanos.
Cupido tinha razão. Ainda posso acreditar em vocês.
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Uma Viagem pelo Tempo
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ÁRTEMIS – Como assim? Está louco irmão? Você pode até abrir mão da música, mas
eu não abrirei mão da destruição dos sonhos.
ÁRTEMIS – NUNCAAAA!
ÁRTEMIS – Não é isso! Mas acho que você está fora de si.
ÁRTEMIS – Nããããããooooo
APOLO – [pega na orelha de Ártemis] E você, por desafiar minha autoridade, lhe
castigarei como merece.
ISADORA – Clara.
ISADORA - Sei que pode ser estranho, ou meio tarde, mas ver você realizando seus
sonhos, me fez pensar. Me perdoa?
ISADORA – Farei isso. Farei como a Clara. Vou buscar os meus sonhos sem
atrapalhar os dos outros.
CLARA – [Para o Público] Os sonhos são a maior dádiva que Deus nos deu. Pois nos
motiva a crescer e trilhar um caminho que almejamos. Sonhar é apenas o início do
sucesso humano, mas a derrota não se dá pelo sonho não conquistado, mas pelo
sonho não batalhado. Batalhe por tudo que queira e se sentir que está enfraquecido,
lembre-se que nada na vida é fácil, tudo que até hoje se criou ou descobriu foi pelo
esforço de alguém, então se esforce, e atinja sua vitória, lembrando sempre: Que o
mundo não termina se o seu sonho não se realizar, mas você morre se não lutar por
ele.
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REPERTÓRIO
[ABERTURA]: Atuar, Dançar Cantar - HSM A Seleção
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Os sonhos reluzem a cada olhar One, Two, Three O'clock, Four O'clock rock,
A vida nos diz: vem dançar Five, Six, Seven O'clock, Eight O'clock rock.
E nada termina se um novo amanhã, sorrindo Nine, Ten, Eleven O'clock, Twelve O'clock
já vem te rock,
buscar We're gonna rock around the clock tonight.
As luzes da alma já brilham mais forte Put your glad rags on and join me hon',
Não temos que olhar para trás We'll have some fun when the clock strikes
Não se trata de um lance de sorte one.
Quando muito ainda temos pra dar
We're gonna rock around the clock tonight,
Para seguir além We're gonna rock, rock, rock, 'till broad
Agora você deve voar daylight,
E não pense que tudo termina We're gonna rock, gonna rock, around the
Se o seu sonho não se realizar clock tonight.
Para seguir além When the clock strikes two, three and four,
Agora você deve voar If the band slows down we'll yell for more.
E não pense que tudo termina
Se o seu sonho não se realizar ...
Os sonhos reluzem a cada olhar When the chimes ring five, six, and seven,
A vida nos diz: vem dançar We'll be right in seventh heaven.
E nada termina se um novo amanhã, sorrindo
já vem te We're gonna rock around the clock tonight,
buscar We're gonna rock, rock, rock, 'till broad
daylight,
As luzes da alma já brilham mais forte We're gonna rock, gonna rock, around the
Não temos que olhar para trás clock tonight.
Não se trata de um lance de sorte
Quando muito ainda temos pra dar When it's eight, nine, ten, eleven too,
I'll be goin' strong and so will you.
Para seguir além
Agora você deve voar ...
E não pense que tudo termina
Se o seu sonho não se realizar (se realizar) When the clock strikes twelve we'll cool off
then,
Para seguir além Start rockin' 'round the clock again.
Agora você deve voar
E não pense que tudo termina We're gonna rock around the clock tonight,
Se o seu sonho não se realizar We're gonna rock, rock, rock, 'till broad
daylight,
We're gonna rock, gonna rock around the
clock tonight.
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Splish Splash
Todo mundo olhou
Mas com água na boca
Ninguém mais ficou
Iê, Iê, Splish Splash
Splish Splash
Splish Splah
Splish Splash
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Perigosa Arco-Íris
As Frenéticas Xuxa
No amarelo um sorriso
Pra iluminar feito o sol tem o seu lugar
Brilha dentro da gente
Violeta mais uma cor que já vai chegar
O vermelho pra completar meu arco-íris no ar
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[Olavo] Moroni:
Gosto de ti ouvir falar de me olhar assim uma vez na vida,
É como se você soubesse, tudo sobre mim não dá pra repetir,
E de repente os sonhos ficam todos iguais por isso eu acho que nós dois,
(todos devemos decidir
iguais)
Quando a noite vem Bia:
sonho com você (sonho com você)
faça durar pra sempre,
e com mais ninguém
não olhe para trás,
[Renata]
Gosto de ti ver passar tão perto de mim (perto Moroni:
de é nossa vez e eu quero muito mais
mim) a oportunidade a gente faz.
Parece que foi combinado, que seria assim
E de repente os dias já não são mais iguais Refrão:
(não são Moroni:
mais iguais) toda vez que eu te olhar
Quando você vem (quando você vem)
Olho pra você (olho pra você) Bia:
e pra mais niguem quero ter você, quero te abraçar
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