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Educação, Portugal e a “Nova Ordem

Mundial”*

O País sufoca de medo. Um medo quase


incógnito, mas, ainda assim, um
indesmentível e contagiante medo. O
recente relatório da SEDES, talvez à
falta de outra expressão que melhor
traduzisse esta subtil percepção social,
preferiu apelidá-lo de “um difuso Mal-
estar” (…) “que alastra e mina a
confiança essencial à coesão nacional.”

Vou mais longe: “Algo de mais terrível parece ferir de morte o meu
País!”

Vem-me à memória um vídeo casualmente visto há dias no "youtube"


com os meus filhos. Via-se nele as imagens de militares chineses a
disparar sobre civis tibetanos indefesos, os quais apenas procuravam
ir ao encontro dos seus guias espirituais.

Ali, sem outros discursivos subterfúgios urdidos no cúmplice silêncio


das democracias mediáticas ocidentais, o medo, a morte, a
desumanidade, não eram e não são “um mal-estar difuso” que se
possa continuar a maquilhar de “gente feliz com lágrimas”, como
parece ser fado dos portugueses.

Sejamos francos: o povo português sofre hoje em democracia como,


outrora, em declarada ditadura política de má memória, sofreu. Seja
ou não um sofrimento difuso, constato que na actualidade os
portugueses são tidos pelos líderes mundiais da globalização dos
mercados como ‘coisa robótica’ que tem de ser melhor e mais
competitiva do que os obreiros da economia chinesa.

Face à ‘Nova Ordem Mundial’ que se instala a Ocidente, mais


parecemos ser hoje um País fechado para balanço, despovoado de
humanidade e de visão de futuro para os nossos filhos.

Reconheço agora que Sócrates e a nova geração de maus políticos


que nos governam, por si só, não poderiam explicar nem o medo
nem a dimensão desta profunda ferida que alastra em Portugal.
Afinal, o mal-estar, já não é assim tão difuso. Antes começa a ter
rabo e cornos por onde se lhe pegar.
Vou um pouco mais longe na ânsia de conhecer o animal político que
nos governa. Recuo no tempo e relembro-me da "Revolução Cultural"
de Mao Tsé-Tung levada a cabo na China entre 1966 e 1970.

A intenção dos mentores da revolução cultural chinesa era a de


combater o surgimento de classes e corporações sociais privilegiadas.
Olho para a China comunista de hoje e para as barbáries que o
Ocidente, cumplicemente, lhe concede o privilégio de cometer. Isto
ajuda-me a perceber os políticos da ‘Geração Sócrates’.

Com efeito, também o nosso primeiro-ministro quer promover em


Portugal uma revolução. Começou por chamá-la de «choque
tecnológico», porém, a verdade, é que esta é, na sua essência, uma
‘Revolução Brutal’ instigada e sustentada pelo grupo de países que
integram o designado "G-8", rumo àquilo a que muitos deles
designam de ‘Nova Ordem Mundial’, e por eles (e pelas suas
multidimensionais sociedades secretas e tentaculares corporações
financeiras) geridas e controladas.

Também esta coisa que aqui apelido de “Revolução Brutal Mundial”,


não se compagina com democracia e com cidadania, nem,
obviamente, com educação e cultura.

Percebo agora por que razão a cultura e a educação, em Portugal, são


coisas desprezíveis para o governo de Sócrates, pois o importante é
que sejamos competitivos, literados tecnologicamente, e que, ao
mesmo tempo, em matéria de cidadania e de democracia
participativa, sejamos analfabetos funcionais, de preferência
assumidos.

Também não estranha, por isso, o desmantelamento progressivo da


escola pública em Portugal e em muitos outros países do Ocidente
que nós cuidamos de plagiar. Não estranha, ainda por isso, que a
decapitação da revolução de Abril se faça já publicamente, sem
reservas éticas e morais nem pudor político.

Estará a “matrix” em vias de ser definitivamente montada?

Fernando Cortes Leal,

14 de Março de 2008
*Texto escrito, com apreensão e mal-estar difuso, por ocasião do 16º
aniversário da minha filha Paula, cidadã de Portugal, do mundo e da
felicidade que a ela e a todos é por nós devida.

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