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1) O documento discute o conceito de máquinas simples, que são dispositivos capazes de alterar uma força aplicada para ajudar o homem a realizar tarefas com menos esforço.
2) As máquinas simples historicamente reconhecidas são a alavanca, polia, plano inclinado e roda/eixo, sendo que a alavanca e o plano inclinado são as formas físicas básicas.
3) A vantagem mecânica de uma máquina é a razão entre a força transmitida e
1) O documento discute o conceito de máquinas simples, que são dispositivos capazes de alterar uma força aplicada para ajudar o homem a realizar tarefas com menos esforço.
2) As máquinas simples historicamente reconhecidas são a alavanca, polia, plano inclinado e roda/eixo, sendo que a alavanca e o plano inclinado são as formas físicas básicas.
3) A vantagem mecânica de uma máquina é a razão entre a força transmitida e
1) O documento discute o conceito de máquinas simples, que são dispositivos capazes de alterar uma força aplicada para ajudar o homem a realizar tarefas com menos esforço.
2) As máquinas simples historicamente reconhecidas são a alavanca, polia, plano inclinado e roda/eixo, sendo que a alavanca e o plano inclinado são as formas físicas básicas.
3) A vantagem mecânica de uma máquina é a razão entre a força transmitida e
A palavra mquina desperta a imediata lembrana de um mecanismo complicado pois nos leva a pensar em algo como: a locomotiva de uma estrada de ferro, um motor de automvel, a mquina de costura, de escrever, de lavar roupa etc. Toda mquina, porm, por mais complexa que nos parea, no passa de combinaes inteligentes de umas poucas peas isoladas, as quais so denominadas por mquinas simples. Fisicamente no passam de duas, a saber, a alavanca e o plano inclinado. Historicamente citaramos a existncia de quatro: alavanca, polia, plano inclinado e roda/eixo. Sob o ponto de vista do equacionamento, as polias e as rodas acopladas em seus eixos, podem ser estudadas como convenientes associaes de alavancas. Manteremos o ponto de vista histrico. Toda mquina simples um dispositivo, tecnicamente uma nica pea, capaz de alterar uma fora (seja em intensidade e/ou direo e/ou sentido) com o intuito de ajudar o homem a cumprir uma determinada tarefacom um mnimo de esforo muscular. De modo geral, o objetivo da mquina multiplicar a intensidade de uma fora. Se um homem no consegue, por si s, levantar um automvel de peso 2 000 kgf (2 toneladas- fora), uma mquina poder ajud-lo a fazer isso. A idia central portanto a seguinte: o operador aplica na mquina uma determinada fora (em geral de pouca intensidade, pois resulta de seu esforo muscular e, na maioria dos casos, no mximo igual a seu peso) que indicaremos por F a -- fora aplicada na mquina pelo operador -- e a mquina, devidamente apoiada em algum lugar, o qual lhe aplica a fora N -- fora que o apoio aplica na mquina -- transmitir para a carga (aquilo que caracteriza a tarefa do operador) a fora F t -- fora que a mquina aplica na carga --, resultado de sua funo. Ilustremos isso:
Destaquemos que 'nenhuma mquina funcionar se no estiver devidamente apoiada' e, essa fora (N) que o apoio aplica nela far parte integrante de sua condio de equilbrio. Alm de N, agem na mquina mais duas foras, aquela aplicada pelo operador (F a ) e a reao fora transmitida (- F t ). Fisicamente a mquina estar 'em equilbrio' (esttico ou dinmico) quando for nula a resultante e o momento resultante dessas trs foras, N, F a e - F t , em relao a um ponto arbitrrio. Para efeito de estudo as foras F a e - F t sero indicadas por F e R, respectivamente. Quando s denominaes, a F a = F poder assumir os nomes --fora aplicada, fora potente, potncia e fora motora, enquanto que a - F t = R poder receber os nomes --fora resistente, resistncia, fora transmitida (ou ainda, carga, e indicada por Q). Lembrar que, em intensidade, - F t e F t so iguais. As equaes que resolvem o equilbrio das mquinas (ou seja, do sistema de foras que nela agem) so, portanto:
Vantagem Mecnica de uma mquina simples Dada uma mquina simples em operao, devemos desenvolver um conceito que exprima sua eficincia, ou seja, um fator que indique por quanto ela multiplica a intensidade da fora nela aplicada e retransmite para a carga. Para toda mquina simples (ou mesmo para quaisquer associao delas), a razo entre a intensidade da fora transmitida pela mquina carga e a intensidade da fora aplicada na mquina, pelo operador (ou outra mquina) recebe a denominao de vantagem mecnica (VM). Em outras palavras, o nmero pelo qual deve ser multiplicada a intensidade da fora aplicada para se obter a intensidade de fora que a mquina transmite para a carga.
Como se observa, a VM grandeza adimensional. Assim, se VM = 4 a vantagem mecnica de uma dada mquina simples, isto significa que, se voc aplicar-lhe uma fora de 10 unidades, a mquina transmitir para a carga (aquilo que voc quer levantar, empurrar, arrastar, puxar, apertar, rasgar, cortar etc.) uma fora de 40 unidades. Trabalho nas mquinas simples Enquanto as mquinas 'trabalham', ou seja, enquanto as foras F e R efetuam deslocamentos em seus pontos de aplicao, haver transferncia ou transformao de energia mecnica. O trabalho realizado pela fora F dever aparecer na carga sob alguma forma de energia, devido ao trabalho realizado pela fora R. A carga dever aumentar sua energia potencial (algo sendo levantado, por exemplo) ou aumentar sua energia cintica ou se deformar, ou se aquecer etc. ou 'mistura disso tudo'. No caso mais simples, no qual o trabalho mecnico transcorre sob o concurso de fora constante efetuando deslocamento em sua prpria direo e sentido, tal trabalho calculado, como sabemos, por: Trabalho = (intensidade da fora) x (extenso do deslocamento) Nas mquinas simples ideais, onde todos os trabalhos ocorrem sem o concurso de foras dissipativas (no h os atritos indesejveis) o trabalho da fora resistente deve ser igual ao trabalho da fora motriz. Isso conseqncia imediata do princpio da conservao da energia. Escrevemos: t r = t m ==> mquinas ideais Se indicarmos por d R e d F os deslocamentos dos pontos de aplicao da fora resistente e da fora motriz, respectivamente, nas condies acima teremos: t r = t m ou R. d R = F. d F <== mquinas ideais Como a VM = R/F, decorre da expresso acima que tambm VM = d F /d R , ou seja, a vantagem mecnica pode ser expressa em termos de deslocamentos; razo entre os deslocamentos efetivados pelas foras motriz e fora resistente. Ainda sobre o trabalho nas mquinas vale ressaltar: (a) Nenhuma mquina pode multiplicar trabalho ou energia. A 'lei urea' da Mecnica nos informa que nenhuma mquina pode realizar trabalho maior do que aquele recebido. (b) A 'economia' em intensidade na fora motriz (ou aplicada, ou potente) implica em 'acrscimo' no seu deslocamento: o que se ganha em fora perde-se em distncia. Uma mquina simples com VM = 2, tem capacidade de multiplicar a fora aplicada por 2 porm, para tanto, o deslocamento dessa fora ser duas vezes maior que aquele da fora transmitida (ou resistente, ou resistncia). (c) comum denominarmos como "trabalho da mquina" aquele trabalho realizado pela fora que ela transmite. bom lembrar, entretanto, que: trabalho conceito associado a uma fora e no a uma mquina. (d) No existe mquina ideal, ou seja, aquela cujo trabalho das foras dissipativas nulo. Para as mquinas reais o trabalho passivo (trabalho das foras dissipativas) deve ser incorporado como parcela do trabalho resistente; a outra parcela ser o trabalho til. Para tais mquinas tem-se, portanto: t motor = t resistente = t passivo + t til
Nessas condies, define-se como rendimento da mquina razo entre o trabalho til e o trabalho motor: q = t til / t motor
Como na realidade t til < t motor o rendimento sempre ser uma frao da unidade. Para aumentar o rendimento das mquinas necessrio diminuir os atritos, o que se consegue por meio de lubrificantes, rolamentos de esferas de ao etc.
Mquinas Simples (Parte 2 - Alavancas) Alavancas So simples peas rgidas, tais como, barras, hastes, travesses (retos ou curvos), capazes de girar ao redor de um ponto ou eixo, denominado fulcro ou ponto de apoio. Tesouras, hastes de guarda-chuva, alicates, balanas, articulaes das 'velhas' mquinas de escrever, remos, gangorras e tantos outros dispositivos funcionam baseados no princpio das alavancas. Em uma regio da alavanca o operador aplica seu esforo (F) e ela transfere para a outra regio (onde est colocada a 'carga') uma fora (R). Nas operaes com alavancas distinguimos: a) brao de potncia (ou de esforo) - b p - que a distncia (OA) do fulcro (O) at o ponto (A) onde se aplica a fora do operador (F). . b) brao de resistncia (ou de carga) - b r - que a distncia (OB) do fulcro (O) at o ponto (B) onde se coloca a carga. Estamos, conforme se ilustra abaixo, admitindo que as foras que agem na barra so perpendiculares a ela
Se, na situao ilustrada acima, a alavanca estiver em equilbrio, deveremos ter: Equilbrio das foras: N = F + R
Equilbrio dos momentos: M F,O = M R,O ou F.b p = R.b r
Quando tais condies no se verificam, pode acontecer coisas assim:
Em operao os pontos A e B iro se movimentar sobre arcos de circunferncias de centro O e de extenses d p e d r . No podemos conceitualmente confundir tais deslocamentos com os correspondentes braos de potncia b p e de resistncia b r , mas, valer a relao: d p / d r = b p / b r . Ilustremos isto:
A vantagem mecnica das alavancas VM = R/F poder ser posta sob a forma VM = b p /b r ou ainda VM = d p /d r . Deslocando-se o fulcro para o lado da carga (ver ilustrao acima) o brao de resistncia diminui e a fora transmitida (R) aumenta; a alavanca torna-se mais vantajosa --- maior ser a VM. Um p-de-cabra, dispositivo tambm usado pelos 'gatunos' e no s pelos valorosos carpinteiros, marceneiros, etc., tem brao de carga de 2 cm e brao de potncia que pode chegar aos 2 m (200 cm). Essa alavanca apresentar VM = 200/2 = 100, ou seja, aplicando-se uma fora de 80 kgf na extremidade de esforo (que pode ser o peso do gatuno), teremos na outra extremidade uma fora transmitida de intensidade 8 000 kgf, suficiente at para arrancar os batentes de uma porta! Classificao das alavancas Dependendo das posies relativas das posies ocupadas pela potncia (F), fulcro (O) e resistncia (R), as alavancas classificam-se em: Alavancas do primeiro gnero ou interfixas - onde o fulcro localiza-se entre a fora aplicada (potncia) e a fora transmitida (resistncia). Ordem: ROP Alavancas do segundo gnero ou inter-resistentes - onde a fora transmitida (resistncia) localiza-se entre o fulcro e a fora aplicada (potncia). Ordem: ORP Alavancas do terceiro gnero ou interpotentes - onde a fora aplicada (potncia) localiza-se entre o fulcro e a fora transmitida (resistncia). Ordem: OPR
Para todos os gneros teremos sempre: OA = b p e OB = b r , de modo que a 'equao de equilbrio', comum para todas, ser: F.b p = R.b r . A VM para todas elas ser: VM = b p /b r . Alavancas nem sempre so 'barras retas', no importa, as equaes continuam vlidas se tomarmos os devidos cuidados nas medidas de distncias. Eis um caso:
Eis alguns exemplos desses gneros de alavancas:
Tesoura, quebra nozes, pina, martelo de orelho, carrinho de mo, vara de pesca, guindaste, p, antebrao. Repare que as alavancas interpotentes (as do terceiro gnero) tm VM < 1 pois b p < b r . Sob o ponto de vista 'mecnico' isso seria uma 'desvantagem', pois preciso usar um grande esforo (potncia grande) para vencer (levantar, arrastar, etc.) uma pequena carga (resistncia pequena). Entretanto, nessas situaes em que "se perde em fora", ganha-se em deslocamentos (e portanto em velocidades!). Tomemos como exemplo, no corpo humano, o movimento do antebrao em relao ao brao; uma alavanca interpotente, onde o esforo realizado pelo msculo bceps braquial aplicado entre o cotovelo (fulcro) e a mo (onde se deposita a carga). A fora que esse msculo aplica no antebrao maior que o peso da carga mas, em compensao, podemos levant-la rapidamente. A maioria das alavanca do corpo humano so desse gnero, felizmente, pois em caso contrrio nos moveramos como lesmas! Na parte 4 desse Resumo de Mquinas Simples abordaremos algumas associaes de alavancas e algo sobre balanas.
Mquinas Simples (Parte 3 - Polias ou roldanas) Polia ou roldana, consta de um disco de madeira ou de metal, que pode girar em torno de um eixo que passa por seu centro e normal ao seu plano. Na periferia desse disco existe um sulco, denominado golaou garganta, no qual passa uma corda ou cabo contornando-o parcialmente. O eixo sustentado por uma pea em forma de U, denominada chapa, que lhe serve de mancais. As polias, quanto aos modos de operao, classificam-se em fixas e mveis. Nas fixas os mancais de seus eixos (a chapa) permanecem em repouso em relao ao suporte onde foram fixados. Nas mveis tais mancais se movimentam juntamente com a carga que est sendo deslocada pela mquina. Cadernais etalhas so combinaes de roldanas. Eis algumas ilustraes para tais roldanas:
Na roldana fixa, numa das extremidades da corda aplica-se a fora motriz F (aplicada, potente) e na outra, a resistncia R, a carga a ser elevada. Na roldana mvel, uma das extremidades da corda presa a um suporte fixo e na outra se aplica a fora motriz F --- a resistncia R aplicada no eixo da polia (a carga posta no gancho da chapa). Na polia fixa a vantagem mecnica vale 1 (VM = b p /b r = 1), sua funo como mquina simples apenas a de inverter o sentido da fora aplicada, isto , aplicamos uma fora de cima para baixo numa das extremidades da corda e a polia transmite carga, para levant-la, uma fora de baixo para cima. Isso vantajoso, porque podemos aproveitar o nosso prprio peso (como um contrapeso) para cumprir a tarefa de levantar um corpo. Equilbrio das polias I) Para qualquer efeito de clculo a polia fixa comporta-se como alavanca interfixa de braos iguais (VM = 1)e a polia mvel (ramos paralelos) comporta- se como alavanca inter-resistente cujo brao da potncia o dobro do brao da resistncia (VM = 2). por isso que muitos autores no incluem as polias como mquina simples fundamental e sim como simples aplicaes das alavancas. II) Como na polia fixa tem-se VM = 1, disso decorre F = R e d p = d r . Nenhum fator do trabalho alterado; nada se ganha em fora ou em deslocamento. III) Na polia mvel com corda de ramos paralelos tem-se VM = 2, disso decorre F = R/2 e d p = 2.d r . Os fatores do trabalho so alterados; ganha-se em fora, mas perde-se em deslocamento. Associaes de polias I) A polia mvel raramente utilizada sozinha dado o inconveniente de ter que 'puxar' o ramo de potncia da corda, 'para cima'. Normalmente vem combinada com uma polia fixa, conforme ilustramos abaixo. Para tal montagem tem-se F = R/2; VM = 2 e d p = 2.d r . Note que, para a carga subir de "1 m" o operador deve puxar seu ramo de corda, para baixo, de "2 m". "Ganhou em fora, perdeu em distncia"!
II) Talha Exponencial: O acrscimo sucessivo de polias mveis, como indicamos na seqncia abaixo, leva-nos montagem de uma talha exponencial.
Na talha exponencial com uma polia fixa e duas mveis tem-se F = R/4 = R/2 2 ; com uma fixa e trs mveis tem-se F = R/8 = R/2 3 e assim sucessivamente, de modo que para n polias mveis teremos: F = R/2 n . No caso de uma fixa e trs mveis, para que a carga suba de "1m", o operador tem que puxar sua extremidade de "8m". Observe: M3 sobe de 1m, M2 sobe de 2m, M1 sobe de 4m e a extremidade do operador desce 8m; 1 : 2 : 4 : 8 ou 2 0 : 2 1 : 2 2 : 2 3 . Repare, tambm, que estas sero a razes das velocidades e das aceleraes.
Mquinas Simples (Parte 4 - Planos Inclinados) ) Planos Inclinados So superfcies planas, rgidas, inclinadas em relao horizontal, que servem para multiplicar foras, constituindo, portanto, mquinas simples. Tbuas que se apiam no solo por uma de suas extremidades e num caminho pela outra, sobre a qual operrios empurram 'cargas', so exemplos de planos inclinados. Rampas de acesso a morros ou construes elevadas so tambm, planos inclinados. Eles comparecem, como veremos adiante, em facas, cunhas, talhadeiras, machados, parafusos, porcas, roscas-sem-fim, prensas, escadas rolantes etc. Conservao do trabalho Consideremos o plano inclinado abaixo, que forma ngulo o com o plano horizontal.
O operador deve aplicar sobre a carga (Q = resistncia) uma fora de intensidade F a = P (potncia) paralela inclinao do plano, de modo a transport-la do plano horizontal inferior ao plano horizontal superior, isto , elevar a carga de uma altura H. Sendo Q o peso da carga, para elev-la diretamente, na vertical e, lentamente, o operador deveria aplicar uma fora vertical de intensidade igual a Q, ou seja, deveramos ter P (potncia) = Q (resistncia) para uma elevao vertical direta no deslocamento H. Se, contudo, a carga for empurrada ao longo do plano inclinado de o, a intensidade da fora a ser aplicada (P), paralela ao plano inclinado, ser menor do que Q. Isto significa que, para cumprir a mesma tarefa de levantar lentamente uma carga a uma altura H, o plano inclinado permite uma 'economia de fora' (P < Q), o que acarreta, entretanto, um 'acrscimo de distncia' (L > H). A 'velha' lei urea da mecnica: ganha-se em fora, mas perde-se em distncia. Lembrando que, desprezando-se as foras dissipativas, em toda mquina simples h conservao de trabalho (em regime operacional --- no caso, 'carga' subindo o plano inclinado em movimento uniforme), podemos escrever: P.L = Q.H ou P = Q.(H/L) Observe que P.L o trabalho da fora aplicada pelo operador e Q.H o trabalho necessrio para elevar, lentamente, uma carga de peso Q a uma altura H. Por outro lado, observe, na figura, que H/L justamente o seno, de modo que podemos por: P = Q.seno que a 'equao do plano inclinado'. Vantagem mecnica A vantagem mecnica (VM) de uma mquina simples traduz a 'economia' de fora proporcionada pela mquina, isto , o nmero pela qual a fora aplicada pelo operador est sendo multiplicada. Sendo P a intensidade da fora aplicada pelo operador e Q o peso da carga a ser levantada (lembrar que P < Q), temos: VM = Q/P (definio) Da conservao do trabalho, posto acima, P.L = Q.H tem-se: Q/P = L/H, donde: VM = Q/P = L/H = 1/seno Observe que quanto menor for a inclinao (o), menor ser seno (menor ser o declive) e maior ser a vantagem mecnica;menor ser o esforo para arrastar a carga plano acima ... todavia, maior ser o deslocamento que a carga ir efetuar! Nota: O declive de uma rampa, estrada, rua, etc., definido pela tangente trigonomtrica do ngulo de inclinao, ou seja, o = tgo = H/B, onde B a base da rampa (base do plano inclinado). Assim, somente nos casos em que o muito pequeno (o seno fica pouco diferente da tangente), que vale P = Q.tgo . Experincia 1 Equilbrio no plano inclinado, com 'potncia' paralela ao plano:
Na ausncia de atrito, no corpo sobre o plano inclinado agem trs foras: seu peso Q, a reao (normal) de apoio por parte do plano (N) e a fora potente (P). A carga vertical Q pode ser decomposta em N'(perpendicular ao plano inclinado) e P' (paralela ao plano inclinado). Em funo de Q e o tais componentes valem: P' = Q.seno e N' = Q.coso. No equilbrio devemos ter: N = N' e P = P' ou N = Q.coso e P = Q.seno Experincia 2 Equilbrio no plano inclinado, com 'potncia' horizontal:
Desta vez vamos decompor Q segundo a horizontal (P') e na direo perpendicular ao plano inclinado (N'); teremos: P' = Q.tgo e N' = Q/coso. Logo, no equilbrio, P = Q.tgo e N = Q/coso. Experincia 3 Equilbrio no plano inclinado, com 'potncia' oblqua:
No corpo sobre o plano inclinado, novamente, agem apenas trs foras: P, N e Q. A carga Q pode ser substituda pelos componentes P' = Q.seno e N' = Q.coso. Por sua vez a potncia P pode ser substituda pelos componentes P' = P.cos| e P" = P.sen|. No equilbrio: Q.seno = P.cos| (na direo do plano) Q.coso = P.sen| + N (perpendicular ao plano) A primeira equao desse sistema fornece: P = Q. (seno/cos|); A segunda fornece: N = Q.coso P.sen|, e nessa, substituindo-se P pelo seu valor obtido acima, temos: N = Q.coso Q. (seno/cos|).sen| = Q[coso - (seno.sen|)/cos|] N = Q.cos(o + |)/cos|.
Mquinas Simples (Parte 5 - Rodas e Eixos) Introduo Com a finalidade de multiplicar foras, constituindo assim uma mquina simples, podemos associar rodas e eixos. Duas rodas acopladas a um mesmo eixo ou duas rodas acopladas por correia so exemplos de dispositivos simples capazes de multiplicar foras.
Em uma das rodas (denominada roda motriz), o operador (que pode ser um motor eltrico) aplica sua fora (F a = P = potncia), em geral empunhando uma manopla (Aurlio: a parte por onde se empunham certos instrumentos, utenslios ou armas; punho) e a outra roda (denominada roda de carga) transmite carga, a fora j multiplicada pela mquina (F t = R = resistncia). Como nas demais mquinas, esses acoplamentos entre rodas e eixos obedecem ao princpio daconservao do trabalho (t a = t t ), de modo que, se os raios das rodas so diferentes, podemos ganhar em fora (fora transmitida maior que a fora aplicada: F t > F a ) mas, perder em distncia (o deslocamento tangencial da fora aplicada maior que o deslocamento tangencial da fora transmitida: d 1 > d 2 ). Cinemtica dos acoplamentos Para as mquinas das quais participam rodas e eixos, existem certas grandezas cinemticas especialmente teis, so elas: a) Velocidade angular - para caracterizar a rotao de todos os pontos pontos de uma roda, basta saber de que ngulo central (expresso em radianos) um ponto qualquer da roda gira num determinado intervalo de tempo. A velocidade angular (e) expressa por: e = (deslocamento angular)/(intervalo de tempo) = A/At ... (rad/s) Nota 1: Rodas acopladas a um mesmo eixo tm mesma velocidade angular, mesmo perodo e mesma freqncia. As velocidades lineares so diretamente proporcionais aos respectivos raios (ilustrao abaixo, esquerda): e 1 = e 2 <==> V 1 /r 1 = V 2 /r 2 <==> V 1 /V 2 = r 1 /r 2
Nota 2: Para rodas acopladas por correia, as velocidades lineares dos pontos das rodas, em contato com a correia, tm o mesmo valor. As velocidades angulares so inversamente proporcionais aos respectivos raios (ilustrao acima, direita): V = V 1 = V 2 <==> e 1 r 1 = e 2 r 2 <==> e 1 /e 2 = r 2 /r 1
b) Perodo - Se a velocidade angular for constante, cada ponto da roda descrever um movimento circular e uniforme. Neste caso, definimos o perodo (T) como sendo o intervalo de tempo necessrio para que qualquer ponto da roda descreva uma volta completa. c) Freqncia - Ainda no caso de velocidade angular constante, denomina-se freqncia (f) ao nmero de voltas completas efetuadas pelo ponto da roda, na unidade de tempo. A freqncia vem expressa por: f = (N o de voltas)/(intervalo de tempo unitrio) = N/At Para At = T (perodo), teremos N = 1 e, portanto: f = 1/T. No Sistema Internacional de Unidades, T mede-se em segundos (s), f em hertz (Hz). Na tcnica usam-se, tambm, como unidade de freqncia o rpm (rotaes por minuto). Vale: 1 Hz = 60 rpm. d) Velocidade linear - A velocidade linear (V) de um ponto da roda dada por: V = (deslocamento escalar)/(intervalo de tempo) = As/At ... (m/s) e) Relaes fundamentais - Quando a velocidade angular (e) constante cada ponto da roda, que dista R do centro, descrever seu movimento circular e uniforme; valem: e = A/At = 2t/T = 2tf V = As/At = 2tR/T = 2tf.R V = e.R Sarilho ordinrio Uma aplicao imediata do acoplamento de rodas num mesmo eixo encontra- se no sarilho ordinrio. Esse consta de um cilindro horizontal de raio r (solidrio ao eixo), sobre o qual se enrola uma corda e, por meio de uma manivela (fixada ao eixo), faz-se girar o cilindro. A potncia P se aplica manivela de raio R(uma roda) e a resistncia Q extremidade livre da corda.
O sarilho ordinrio pode ser visto como uma alavanca do primeiro gnero --- interfixa --- (detalhe na ilustrao acima, esquerda); temos: P.R = Q.r <==> P = Q.(r/R) O estudo do equilbrio do sarilho, em laboratrio, feito mediante a montagem mostrada acima, direita, onde a manivela representada pela roda grande; P representa a fora do operador e Q a carga. Engrenagens Quando se acoplam rodas atravs de uma correia, os esforos que se opem fora transmitida podem ser tais que fazem a correia deslizar. Nessas situaes conveniente 'dentear' os bordos das rodas e substituir a correia por uma 'corrente' que 'engata' perfeitamente nos dentes da engrenagem -- engrenagem por corrente -- (abaixo, direita).
A bicicleta, pelo seu sistema de transmisso mediante rodas dentadas e corrente, exemplo de tal situao. Observe os sentidos de movimento nesse acoplamento por corrente; so os mesmos!
As rodas dentadas tambm podem se 'engrenar', diretamente, sem a necessidade de correntes --engrenagem direta -- (ilustrao acima, esquerda). Observe os sentidos de movimento nesse acoplamento direto 'entre dentes' --- giram em sentidos opostos! Eis uma aplicao desse tipo de acoplamento entre rodas dentadas, no sarilho de engrenagens:
Essa mquina consta de dois conjuntos, com duas rodas cada um: (1) a potncia P, atravs da manivela de raio R (primeira roda) atua sobre a pequena roda dentada de raio r (segunda roda); (2) essa roda dentada pequena do primeiro conjunto engrena com a roda grande, de raio R', do segundo sistema (primeira roda) e essa, por sua vez, solidria ao cilindro de raio r' (segunda roda). Sobre esse cilindro se enrola a corda ligada carga Q (resistncia). P.R/Q.r' = F.r/F'.R' ou (P/Q)(R/r') = r/R' P = Q.(rr')/(RR')
COLGIO TCNICO INCONFIDENTES LVARES MACIEL CURSO TCNICO EM MECNICA