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1. O Superior Tribunal de Justiça julgou um recurso especial sobre a validade de negócios jurídicos realizados por um ex-mandatário com um banco.
2. O Tribunal entendeu que os negócios são válidos se o banco agiu de boa-fé, não sabendo que o mandato havia sido revogado, mesmo que a revogação tenha ocorrido por escritura pública.
3. O recurso foi negado e o Tribunal confirmou que a agravante deve responder pela dívida contraída em seu nome
Deskripsi Asli:
Judul Asli
STJ Revogação ex-mandatário terceiro boa fé eficácia.pdf
1. O Superior Tribunal de Justiça julgou um recurso especial sobre a validade de negócios jurídicos realizados por um ex-mandatário com um banco.
2. O Tribunal entendeu que os negócios são válidos se o banco agiu de boa-fé, não sabendo que o mandato havia sido revogado, mesmo que a revogação tenha ocorrido por escritura pública.
3. O recurso foi negado e o Tribunal confirmou que a agravante deve responder pela dívida contraída em seu nome
1. O Superior Tribunal de Justiça julgou um recurso especial sobre a validade de negócios jurídicos realizados por um ex-mandatário com um banco.
2. O Tribunal entendeu que os negócios são válidos se o banco agiu de boa-fé, não sabendo que o mandato havia sido revogado, mesmo que a revogação tenha ocorrido por escritura pública.
3. O recurso foi negado e o Tribunal confirmou que a agravante deve responder pela dívida contraída em seu nome
AgRg no RECURSO ESPECIAL N 881.023 - MS (2006/0193539-9)
RELATOR : MINISTRO HUMBERTO GOMES DE BARROS AGRAVANTE : ROSA MARIA ORTEGA ORTIZ TALEB ADVOGADO : COSME LUIZ DA MOTA PAVAN E OUTRO(S) AGRAVADO : BANCO SUDAMERIS BRASIL S/A ADVOGADO : MARCO ANDR HONDA FLORES E OUTRO(S) INTERES. : HANI TALEB E M E N T A AGRAVO REGIMENTAL. CONTRATO BANCRIO. EXTINO DO MANDATO. REVOGAO. ATO PRATICADO PELO EX-MANDATRIO. VALIDADE. TERCEIROS DE BOA-F. - vlido e eficaz o negcio jurdico praticado por ex-mandatrio com terceiro de boa-f, que desconhecia a extino do mandato. ACRDO Vistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Ministros da TERCEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justia na conformidade dos votos e das notas taquigrficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Nancy Andrighi e Sidnei Beneti votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Ari Pargendler. Braslia (DF), 19 de dezembro de 2007 (Data do Julgamento). MINISTRO HUMBERTO GOMES DE BARROS Presidente e Relator Documento: 750156 - Inteiro Teor do Acrdo - Site certificado - DJ: 08/02/2008 Pgina 1 de 6
Superior Tribunal de Justia AgRg no RECURSO ESPECIAL N 881.023 - MS (2006/0193539-9)
RELATRIO MINISTRO HUMBERTO GOMES DE BARROS: A deciso agravada (fls. 329 e 330) negou seguimento ao recurso especial, porque o negcio jurdico praticado por ex-mandatrio - ainda ostentando a antiga condio de procurador - plenamente eficaz para o terceiro de boa-f que desconhecia a revogao do mandato. O agravante alega que: a) o ex-procurador nunca havia negociado com a instituio financeira, o que afastaria a necessidade de comunicao ao terceiro; b) o banco deveria ter verificado a regularidade da procurao; c) a revogao do mandato deu-se por escritura pblica, logo presume-se que a extino do contrato era de conhecimento geral; d) e todos os negcios travados com a instituio financeira aps a extino do mandato so nulos. AgRg no RECURSO ESPECIAL N 881.023 - MS (2006/0193539-9)
AGRAVO REGIMENTAL. CONTRATO BANCRIO. EXTINO DO MANDATO. REVOGAO. ATO PRATICADO PELO EX-MANDATRIO. VALIDADE. TERCEIROS DE BOA-F. - vlido e eficaz o negcio jurdico praticado por ex-mandatrio com terceiro de boa-f que desconhecia a extino do mandato. VOTO MINISTRO HUMBERTO GOMES DE BARROS (Relator): O acrdo recorrido (fls. 285 a 289) atesta que os contratos com a instituio financeira foram celebrados aps a revogao do mandato outorgado pela agravante ao seu marido. O acrdo recorrido, assentado nas provas, fixou a premissa de que o ex-mandatrio e cnjuge da agravante, Sr. Hani Taleb, continuou a ostentar a representao da agravante e que o banco agravado demonstrou a qualidade de terceiro de boa-f. Ultrapassar e infirmar tais concluses, com o reexame das provas constantes Documento: 750156 - Inteiro Teor do Acrdo - Site certificado - DJ: 08/02/2008 Pgina 2 de 6
Superior Tribunal de Justia nos autos, seria ignorar a Smula 7. Baseado nestas questes de fato assentadas em definitivo pelo aresto combatido, percebe-se que ocorreu uma espcie de negcio jurdico putativo. A instituio financeira efetivamente acreditava negociar com procurador de suposta mandante. O negcio jurdico praticado por ex-mandatrio plenamente eficaz para o terceiro de boa-f, que desconhecia a revogao do mandato. Essa a indicao dos Arts. 1.318 e 1.321, do CC/1916 (Arts. 686 e 689, do CC/2002) ao tratar da revogao do mandato, confira-se: "Art. 1.318. A revogao do mandato, notificada somente ao mandatrio, no se pode opor aos terceiros que, ignorando-a, de boa-f com ele trataram; mas ficam salvas ao constituinte as aes que no caso lhe possam caber, contra o procurador." "Art. 1.321. So vlidos, a respeito dos contraentes de boa-f, os atos com estes ajustados em nome do mandante pelo mandatrio, enquanto este ignorar a morte daquele, ou a extino, por qualquer outra causa, do mandato (art. 1.316)." Sem comunicao, outras pessoas dificilmente sabero que o mandato foi revogado, inda mais, no caso em que o ex-mandatrio, casado com a recorrente, constantemente negociava em seu nome. Merece destaque a circunstncia de que a revogao ocorreu em localidade diversa e distante da qual foram celebrados os contratos. A publicidade necessria para preservao da estabilidade e segurana dos negcios jurdicos, um dos princpios elementares do Direito Contratual brasileiro. De igual forma, no se pode exigir que a instituio financeira aja com precaues acima das que o homem mdio tomaria. No lcito exigir que ela verifique a regularidade do mandato em todo o territrio nacional. Precedentes: REsp 448.471/NANCY, REsp 772.687/HUMBERTO e REsp 379/CLUDIO SANTOS. Assim, a agravante deve responder pela dvida contrada em seu nome pelo mandatrio aparente. oportuno observar que o suposto ex-procurador responsvel perante agravante em caso de eventual prejuzo, nos termos dos Arts. 1.297 e 1.331, do CC/1916. Documento: 750156 - Inteiro Teor do Acrdo - Site certificado - DJ: 08/02/2008 Pgina 3 de 6
Superior Tribunal de Justia Nego provimento ao agravo regimental. Documento: 750156 - Inteiro Teor do Acrdo - Site certificado - DJ: 08/02/2008 Pgina 4 de 6
Superior Tribunal de Justia ERTIDO DE JULGAMENTO TERCEIRA TURMA
AgRg no Nmero Registro: 2006/0193539-9 REsp 881023 / MS Nmeros Origem: 20050029586 2030105228 9620057538 EM MESA JULGADO: 19/12/2007 Relator Exmo. Sr. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS Presidente da Sesso Exmo. Sr. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS Subprocurador-Geral da Repblica Exmo. Sr. Dr. MAURCIO VIEIRA BRACKS Secretria Bela. SOLANGE ROSA DOS SANTOS VELOSO AUTUAO RECORRENTE : ROSA MARIA ORTEGA ORTIZ TALEB ADVOGADO : COSME LUIZ DA MOTA PAVAN E OUTRO(S) RECORRIDO : BANCO SUDAMERIS BRASIL S/A ADVOGADO : MARCO ANDR HONDA FLORES E OUTRO(S) INTERES. : HANI TALEB ASSUNTO: Comercial - Ttulos de Crdito - Cdula de Crdito Comercial AGRAVO REGIMENTAL AGRAVANTE : ROSA MARIA ORTEGA ORTIZ TALEB ADVOGADO : COSME LUIZ DA MOTA PAVAN E OUTRO(S) AGRAVADO : BANCO SUDAMERIS BRASIL S/A ADVOGADO : MARCO ANDR HONDA FLORES E OUTRO(S) INTERES. : HANI TALEB CERTIDO Certifico que a egrgia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epgrafe na sesso realizada nesta data, proferiu a seguinte deciso: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Nancy Andrighi e Sidnei Beneti votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Ari Pargendler. Documento: 750156 - Inteiro Teor do Acrdo - Site certificado - DJ: 08/02/2008 Pgina 5 de 6
Superior Tribunal de Justia Braslia, 19 de dezembro de 2007 SOLANGE ROSA DOS SANTOS VELOSO Secretria Documento: 750156 - Inteiro Teor do Acrdo - Site certificado - DJ: 08/02/2008 Pgina 6 de 6