Da produção de segurança
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Molinari foi profundamente influenciado pela tradição liberal-clássica de Bastiat e sua visão de mundo; consequentemente, ele se tornou um devoto defensor da propriedade privada e do livre mercado. No entanto, Molinari foi ainda mais longe e expandiu a lógica dos argumentos às suas últimas consequências, concluindo que o mercado também era melhor para prover aquele serviço que o estado alegava ser seu monopólio: a segurança.
Desta maneira, sua contribuição ímpar foi a de nos distanciar da falsa suposição de Hobbes de que, por alguma razão, o estado seria necessário para evitar que a sociedade se degenerasse no caos. Ao contrário, argumenta Molinari, a sociedade voluntária é a fonte da ordem, a qual se origina na própria liberdade. Não há nenhuma contradição, ou mesmo tensão, entre a liberdade e a segurança. Se a livre iniciativa funciona bem em um setor, ela também pode funcionar bem em outros setores.
Molinari era de fato um radical, mas no sentido de ter prenunciado como seria a evolução do pensamento libertário: um radical na defesa do capitalismo em todas as áreas da vida, que é apenas outra forma de dizer que ele era um consistente defensor da sociedade completamente livre.
Talvez possa ter existido uma época em que as pessoas poderiam considerar benigno o monopólio do governo sobre a polícia e os tribunais, uma atribuição indelével do estado defendida pelos liberais-clássicos dos velhos tempos. Mas o inexorável avanço do estado policial alterou esta visão: agora estamos mais aptos a entender que os serviços de "segurança" estatais são a mais grave ameaça à liberdade que podemos enfrentar.
Neste sentido, Molinari é o homem do momento.
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Book preview
Da produção de segurança - Gustave de Molinari
Sumário
Capa
Prefácio
Introdução
Rodapé
A Ordem Natural da Sociedade
Competição em Segurança?
Rodapé
A Segurança é Uma Exceção?
As Alternativas
Monopólio e Comunismo
A Monopolização e a Coletivização da Indústria de Segurança
Rodapé
Governo e Sociedade
O Poder Divino dos Reis e das Maiorias
O Regime do Terror
O Livre Mercado de Segurança
Rodapé
Gustave de Molinari
Título original em inglês
De la production de securité
Título
Da Produção de Segurança
Autor
Gustave de Molinari
Ano em que foi publicado pela primeira vez: 1849
Esta obra foi editada por:
Instituto Ludwig Von Mises Brasil
Rua Iguatemi, 448, conj. 405 – Itaim Bibi
São Paulo – SP
Tel: (11) 3704-3782
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
ISBN: 978-85-8119-084-6
1ª Edição
Tradução
Erick Vasconcelos
Tradução do Prefácio de Murray Rothbard
Fernando Fiori Chiocca
Revisão
Marcelo Werlang de Assis
Capa
Gustavo Guatelli / Neuen Design
Imagem da Capa
Dennis Steen/Shutterstock
Aleksandar Stokic/Shutterstock
Rashad Ashurov/Shuttertock
Projeto gráfico
Estúdio Zebra
Ficha Catalográfica elaborada pelo bibliotecário
Pedro Anizio Gomes – CRB/8 – 8846
Prefácio
O pensamento laissez-faire nunca foi tão dominante quanto entre os economistas franceses, a começar por J. B. Say, no começo do século XIX, passando pelos seguidores mais modernos de Say, Charles Comte e Charles Dunoyer, até os primeiros anos do século XX. Durante praticamente um século, os economistas laissez-faire controlaram a sociedade dos economistas profissionais, a Société d’Économie Politique, e a sua revista acadêmica, o Journal des Économistes, bem como muitas outras revistas e publicações universitárias. Ainda assim, poucos desses economistas tiveram as suas obras traduzidas para o inglês, e quase nenhum é conhecido entre os professores americanos e ingleses — sendo a única exceção Frédéric Bastiat, que não é o mais intenso desses pensadores. Todo esse ilustre grupo permanece desconhecido e não estudado.
O mais extremista
e consistente — bem como o mais prolífico e o de existência mais duradoura (faleceu em 28 de janeiro de 1912, aos 92 anos) — dentre os economistas laissez-faire franceses foi Gustave de Molinari (que nasceu na Bélgica, em 03 de março de 1819), editor do Journal des