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ECOLOGIA DAS PAISAGENS COMO INSTRUMENTO DE

INOVAÇÃO PARA A MELHORIA NO DIAGNÓSTICO


AMBIENTAL DE PROJETOS

Marcel Faria Fraga


Graduado em Arquitetura e Urbanismo – UFMG
Mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos – UFMG
Pós-Graduado em Gestão de Projetos - IETEC
Coordenador de Projetos na Lume Estratégia Ambiental
E-Mail – arqmarcel@gmail.com

RESUMO

O artigo apresentado trata da utilização da ciência da Ecologia das Paisagens, como


instrumento para aprimorar a gestão do uso do solo, subsidiando, de forma científica
e através do uso da tecnologia de geoprocessamento, as decisões governamentais
para o uso do território para atividades urbanas, agropecuária, projetos de infra-
estrutura, indústria primária, dentre outras atividades, dentro do contexto dos
Estudos de Impacto Ambiental – EIA’s. O grande benefício do uso desse
conhecimento é o de permitir que as decisões sejam menos arbitrárias e baseadas
somente no conhecimento empírico dos profissionais de planejamento urbano e
regional, passando a ter embasamento matemático, econômico, ambiental e social.
Palavras-Chave: ecologia, geoprocessamento, urbanismo, planejamento regional.

ABSTRACT
The article presented deals with the use of the science of landscape ecology as a
tool to improve management of land use, supporting, in a scientific manner and
through the use of GIS technology, governmental decisions for land use, for urban
activities, agricultural projects, infrastructure, primary industry, among other activities,
within the context of the Environmental Impact Studies. The major benefit of using
this knowledge is to enable decisions to be less arbitrary and based only on the
expertise of professionals in urban and regional planning, to read mathematical,
economic, environmental and social foundations.
Key-words: ecology, GIS technology, urbanism, regional planning.

1
INTRODUÇÃO
A ecologia de paisagens é uma nova área de conhecimento dentro da ecologia,
marcada pela existência de duas principais abordagens: uma geográfica, que
privilegia o estudo da influência do homem sobre a paisagem e a gestão do território;
e outra ecológica, que enfatiza a importância do contexto espacial sobre os
processos ecológicos, e a importância destas relações em termos de conservação
biológica. Estas abordagens apresentam conceitos e definições distintas e por vezes
conflitantes, que dificultam a concepção de um arcabouço teórico comum.

Como bem informa Metzger, 2001, a ecologia de paisagens vem promovendo uma
mudança de paradigma nos estudos sobre fragmentação e conservação de espécies
e ecossistemas, pois permite a integração da heterogeneidade espacial e do
conceito de escala na análise ecológica, tornando esses trabalhos ainda mais
aplicados para resolução de problemas ambientais.

A ecologia das paisagens vem se tornando instrumento de inovação dentro do


contexto de elaboração e desenvolvimento dos Estudos de Impacto Ambiental – EIA,
documentos previstos em legislação para a viabilização, aprovação e licenciamento
de empreendimentos das mais diversas tipologias, desde a mineração, a
infraestrutura modal ferroviária, rodoviária e hidroviária, chegando a
empreendimentos ditos urbanos, como shopping centers, hospitais, centros de
eventos, dentre outros.

Para entender esse contexto de inovação, é importante entender o desenvolvimento


desses EIA’s, em especial no Brasil, e suas potencialidades e deficiências, no que
se refere à análise das áreas de influência de determinado empreendimento sobre o
meio ambiente em que será inserido.

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DEFICIÊNCIAS EM ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL
De acordo com a Resolução 01/86, do Conselho Nacional de Meio Ambiente –
CONAMA, em seu artigo 5º:
O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação,
em especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política
Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes
gerais:
[...]
III – Definir os limites da área geográfica a ser direta ou
indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de
influência do projeto, considerando, em todos os casos, a
bacia hidrográfica na qual se localiza.

A definição da área geográfica a ser estudada não fica ao arbítrio do órgão


público ambiental, do proponente do projeto ou da equipe multidisciplinar. A
possibilidade de se registrarem impactos significativos é que vai delimitar a área
chamada de influência do projeto. A Resolução, contudo, apontou uma referência
geográfica inarredável do estudo: a bacia hidrográfica na qual se situará o
projeto.

De acordo com MPU, 2004, a delimitação das áreas de influência tem particular
relevância num Estudo de Impacto Ambiental, tanto que a Resolução CONAMA nº
01/86 a incluiu entre as diretrizes gerais de elaboração do Estudo. Essa delimitação
não pode ter como único referencial as obras de infra-estrutura definitivas
projetadas, mas sim a abrangência espacial provável de todos os impactos
significativos decorrentes das intervenções ambientais, em todas as fases do
projeto.

Por outro lado, a importância da definição das áreas de influência não se limita à
correta caracterização dos impactos. A partir dela também são delimitados os
espaços onde incidirão os programas e/ou medidas de mitigação ou
compensação, com repercussão no custo final do projeto. Uma área de
influência menor pode implicar menores gastos com programas ambientais,

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enquanto uma área de influência maior pode demandar a aplicação de maior volume
de recursos num segmento que, em geral, não é visto como prioritário pelos
empreendedores.

Em princípio, conforme a citada Resolução CONAMA nº 001/86, bastaria


reconhecer uma única área de influência geral, em relação à qual pudesse ser
prevista a incidência de impactos diretos e indiretos, sempre considerando a bacia
hidrográfica em questão. Porém, a prática de elaboração dos EIA’s tem levado à
delimitação de duas áreas, a saber: a área de influência direta (AID), na qual
seriam esperados os impactos ambientais diretos; e a área de influência
indireta (AII), em que se manifestariam os impactos indiretos do projeto.

Além dessas duas grandes áreas, não é rara a delimitação de outras, tais como
Área Diretamente Afetada, Área de Entorno e Área de Influência Difusa. Embora
esse procedimento possa ser útil à equipe responsável pelo Estudo, em
algumas situações, vale sublinhar que a utilização dessas terminologias, não
devidamente conceituadas, tem levado a distorções e mal-entendidos.

Dentre as principais críticas em relação à delimitação dessas áreas, pode-se citar


uma em que a inserção da análise sob a ótica da ecologia das paisagens encaixa-se
como solução e como inovação dentro de um contexto amarrado à legislação, qual
seja, “a delimitação das áreas de influência sem alicerce nas características e
vulnerabilidades dos ambientes naturais e nas realidades sociais regionais”.

Nesse caso, áreas de influência têm sido estabelecidas, muitas vezes, com base em
argumentos pouco claros. No âmbito local, estabelecem-se recortes que
desconsideram comumente ambientes naturais e socioculturais, articulados e
interdependentes. Quando são adotados critérios que não levam em conta os
modos com que grupos sociais classificam e delimitam seus ambientes ou
territórios, excluem-se ambientes e segmentos populacionais que integram um
mesmo universo sociocultural e que, portanto, poderá ser afetado em sua
totalidade.

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ECOLOGIA DAS PAISAGENS E GESTÃO DA INOVAÇÃO
Quando se fala de Gestão da Inovação, aplicada ao desenvolvimento de estudos e
análises ambientais e de uso do solo e, ainda, quando se fala no uso da Ecologia
das Paisagens como instrumento de aprimoramento dessas análises, estamos
falando de inovação tecnológica aplicada.

A Ecologia das Paisagens faz uso de ferramentas de sensoriamento remoto


(imagens de satélite, fotos aéreas, etc.) e GIS – Geographic Information Systems
(SIG – Sistemas de Informação Geográfica), além do olhar sistêmico em campo para
compreender de que forma o território se organiza e como, a partir dessa
compreensão, pode-se ordenar esse território para quaisquer fins.

Assim, o conhecimento sobre os mecanismos de causalidade dos fatos observáveis


obtidos através do estudo objetivo dos fenômenos empíricos (ciência ou meio
ambiente nessa análise de caso), associado ao conhecimento científico ou empírico
diretamente aplicável à produção ou melhoria de bens ou serviços (tecnologia – GIS,
sensoriamento remoto) nos remete a introdução e difusão de processos novos e
melhorados na economia (a Ecologia das Paisagens aplicada à elaboração de
estudos ambientais).

Como bem explicita Guilen, 2009, seu uso na avaliação de impactos ambientais é
promissor, podendo oferecer as diretrizes para a estimativa tão mal feita até hoje
das áreas de abrangência dos impactos ambientais.

Em vários países como os Estados Unidos, Canadá e Austrália, a Ecologia das


Paisagens já é amplamente utilizada pelos governos, como instrumento para
conhecer os ambientes desses países e manejá-los sustentavelmente.

CONCLUSÃO
O manejo sustentável do território, em especial no Brasil, ainda demanda
instrumentos mais eficazes para que o seu uso e divisão sejam justos, garantindo a
manutenção do ambiente nativo e garantindo o direito do homem de fazer uso da
terra.

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No que se refere às exigências da legislação ambiental, encontra-se ainda graves
deficiências nos estudos desenvolvidos que, via de regra, concluem por uma
intervenção territorial maior ou menor do que a realmente impactada por
determinada obra ou empreendimento. A legislação ambiental brasileira por si só
também delimita o âmbito do estudo a áreas que nem sempre têm
representatividade, estando sub ou superdimensionadas.

Assim, o uso da ciência da Ecologia das Paisagens pode ser um instrumento


inovador para a delimitação das áreas de estudo, tornando as análises menos
arbitrárias e baseadas apenas no conhecimento e experiência das equipes
multidisciplinares de consultoria.

A Ecologia das Paisagens não se resume a isso, nem foi desenvolvida


especificamente para tal fim (estudos ambientais), mas pode e deve ser utilizada
para a melhoria e qualificação desses estudos, tornando a análise ambiental mais
aprofundada e efetiva.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

METZGER, Jean Paul. O que é ecologia de paisagens? Biota Neotrópica,


Campinas, SP, volume 1, número 1, dezembro, 2001.

GUILEN, Carolina. Ecologia de Paisagens – Nova visão das ciências


ambientais. Revista Ecológico, novembro, 2009.

MPU, 2004. Deficiências em Estudos de Impacto Ambiental: Síntese de uma


experiência. Escola Superior do Ministério Público da União, 2004.

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