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1) Aristóteles via a justa medida como um ponto fixo determinado pela lógica e raciocínio, enquanto os chineses enxergavam como um processo adaptativo.
2) Aristóteles propôs determinar a justa medida através de uma média aritmética entre excesso, falta e ser justo.
3) Isso permitiria uma inferência precisa do ponto correto, porém causaria problemas por fixar o que não pode ser regulado de forma arbitrária.
1) Aristóteles via a justa medida como um ponto fixo determinado pela lógica e raciocínio, enquanto os chineses enxergavam como um processo adaptativo.
2) Aristóteles propôs determinar a justa medida através de uma média aritmética entre excesso, falta e ser justo.
3) Isso permitiria uma inferência precisa do ponto correto, porém causaria problemas por fixar o que não pode ser regulado de forma arbitrária.
1) Aristóteles via a justa medida como um ponto fixo determinado pela lógica e raciocínio, enquanto os chineses enxergavam como um processo adaptativo.
2) Aristóteles propôs determinar a justa medida através de uma média aritmética entre excesso, falta e ser justo.
3) Isso permitiria uma inferência precisa do ponto correto, porém causaria problemas por fixar o que não pode ser regulado de forma arbitrária.
Aristteles percebeu com clareza que um processo simples de determinao do que
moderado no seria capaz de promover uma concepo de justa medida eficaz, razo pela qual ela soobraria numa medianidade perigosa e irreal (ou, o conhecido meio-termo); De tudo que contnuo e divisvel possvel citar uma parte maior, menor ou igual, e isto tanto em termos da coisa em si quanto em relao a ns; e o igual um justo meio entre o excesso e a deficincia. Por justo meio entende-se aquilo que eqidistante em relao a cada um dos extremos, e que nico e o mesmo em relao a todos os homens; o justo meio em relao a ns significa aquilo que no nem demais nem muito pouco, e isto no nico nem o mesmo para todos. Por exemplo, se dez muito e dois pouco, seis o meio-termo, considerado em relao ao objeto, pois este justo meio excede e excedido por uma quantidade igual; este o justo meio de acordo com uma proporo aritmtica. Mas o justo meio em relao a ns no deve ser considerado de maneira idntica. [...] Sendo assim, um mestre em qualquer arte evita o excesso e a falta, buscando e preferindo o justo meio - o justo meio no em relao ao prprio objeto, mas em relao a ns. [...] Estou falando da virtude, pois esta que se relaciona com as emoes e aes, e nestas h excesso, falta e justa medida. (EN, II, 6, 1106a 25 1106b 15) Esta interpretao valida-se como uma transliterao homeomrficamente equivalente do conceito de justa medida, tal como realizaram os chineses; situa-se no problema da adequao, que reconhece os seres como possuindo diferentes potenciais e necessidades, o que conseqentemente desloca o ponto ideal de moderao de acordo com estas condies (ou propenses) e modela a virtude, tornando-a ao mesmo tempo o modelo da medida correta; Sendo ento as disposies morais opostas umas s outras, o maior grau de oposio o existente entre os dois extremos, e no entre cada extremo e a centralidade, pois os extremos esto mais afastados entre si do que cada um deles em relao centralidade, da mesma forma que o grande est mais longe do pequeno e o pequeno do grande do que ambos esto do mdio. Ademais, alguns extremos apresentam uma certa semelhana em relao centralidade, como no caso da temeridade em relao coragem e no da prodigalidade em relao liberalidade, mas entre si que os extremos apresentam a maior desigualdade; tanto assim que os contrrios so definidos como as coisas mais afastadas entre si, de tal forma que quanto mais afastadas esto as coisas, mais contrrias elas so. Em relao ao justo meio, em alguns casos a falta e em outros o excesso que est mais afastado; por exemplo, no a temeridade, que o excesso, mas a covardia, que a falta, que mais oposta coragem, e no a insensibilidade, que uma falta, mas a concupiscncia, que um excesso, que e mais oposta moderao. Isto acontece por duas razes; uma delas tem origem na prpria coisa, pois por estar um extremo mais prximo ao meio-termo e ser mais parecido com ele, opomos ao intermedirio no o extremo, mas seu contrrio (ibidem, II, 8). Mas o que diferenciar o ponto de vista grego do chins resulta, pois, deste aspecto final da aquisio da justa medida. Como vimos, o pensar chins processual, se guia por procedimentos adaptativos, e acopla o problema da exatido a uma estrutura onde a mutao a reguladora do processo gerativo. Aristteles, porm, estava inserido numa outra perspectiva que privilegiava a relao entre o pensamento lgico-matemtico com a realidade fenomnica; ele no podia admitir que a justa medida pudesse sofrer os tais deslocamentos contextuais (em relao ao carter da ao) que caracterizam a possibilidade dialtica existente na proposta confucionista. Ambos os autores parecem, pois, se encaminhar na mesma direo, excetuando precisamente esta ltima questo; e ela que investigaremos agora.
A Aquisio pela lgica formal e o problema da fixao do ponto justo Ainda que o mestre grego pudesse vislumbrar o problema da adaptabilidade, a formulao de justa medida, em sua concepo, articulava-se num nico ponto correto, que o justo, a centralidade; No e fcil determinar racionalmente at onde e em que medida uma pessoa pode desviar-se [da centralidade] antes de cair em erro; tais coisas dependem de circunstncias especificas, e a deciso depende da percepo. Isto bastante para determinar uma posio moderada (ou mediana? N.A.) que deve ser louvada em todas as circunstncias, mas s vezes precisamos inclinar-nos no sentido do excesso ou da falta, para assim atingirmos mais conscientemente o a justa medida e o soberano bem (EN, II, 9, 1109b 20/25). Este justo sempre o mesmo (pois a virtude constituda) mas varivel em intensidade, segundo a necessidade de adaptar-se aquele que a busca e a pratica. Ainda assim, o justo tem de ser um, porque moral e mutuamente reconhecido; H tambm, da mesma forma, excesso, falta e justo meio em relao s aes. Ora: a virtude se relaciona com as emoes e as aes, nas quais o excesso uma forma de erro, tanto quanto a falta, enquanto o justo meio tido como um acerto; ser tido e estar como certo so caractersticas da virtude. A virtude, portanto, algo como a eqidistncia, pois, como j vimos, seu alvo o justo meio. [...] por isto que o excesso e a falta so caractersticas da deficincia moral, e a virtude caracteriza o justo meio , pois a bondade uma s, mas a maldade mltipla. A virtude, ento, uma disposio da alma relacionada com a escolha de aes e emoes, disposio esta consistente num justo meio (o justo meio relativo a ns) determinado pela razo (a razo graas qual um homem dotado de discernimento o determinaria). Trata-se de um estado intermedirio, porque nas vrias formas de deficincia moral h falta ou excesso do que conveniente tanto nas emoes quando nas aes, enquanto a virtude encontra e prefere o justo meio. Logo, a respeito do que ela , ou seja, a definio que expressa a sua essncia, a virtude um justo meio, mas com referncia ao que melhor e conforme ao bem ela um extremo (ibidem, 1106b 15/35). Neste ponto, portanto, Aristteles busca articular justa medida um sistema que possa assegurar sua inferncia de modo preciso; necessrio, porm, no somente chegar a esta definio de ordem geral, mas tambm aplic-la aos fatos particulares, pois entre as definies referentes conduta as mais gerais tm uma aplicao mais ampla, mas as particulares so mais verdadeiras, j que a conduta tem relao com casos particulares, e nossas definies devem compatibilizar-se com tais casos (II, 7, 1107a 30). Este sistema a lgica matemtica, capaz para ele - de determinar o ponto onde a virtude atingida, e o procedimento mais adequado para tal (a mensurao das tenses dentro de uma leitura igualmente nica e acessvel a todos). Sua resposta para o problema da adaptabilidade aparece na idia de proporcionalidade resultante da injuno da justa medida atravs de uma mdia aritmtica[1] entre os meios de aquisio das virtudes. Esta proposta de anlise se consigna de fato no livro V (EN, V, 1131a 15/30 1131b 5/20) - embora aparea brevemente no Livro II (8, 1108b 10/15). Sua inferncia pressuporia a existncia de quatro elementos integrados numa equao; a noo de ser justo, o excesso, a falta e a sua aplicabilidade. Com a conjuno destes elementos, se determina um justo que seja devidamente proporcional e eqidistante aos fatores sobre os quais se aplica, de acordo com um princpio de justia distributiva que leve em conta a variablidade daqueles aos quais se aplica, e o contexto em que se encontram. Tal formulao permitiria, para Aristteles, a determinao deste ponto correto de justa medida e, concomitantemente, a sua fixao. Ainda que ele possa se regular por entre os indivduos de modo diferenciado, ou segundo a circunstncia, sua essncia a moderao se situaria num nico arranjo aplicvel a todos os indivduos. , por conseguinte, um mtodo que prescinde de qualquer recurso subjetivo, seno a habilidade e a racionalidade distributiva; e evita, ainda, o problema da No- contradio, proporcionando a excluso das variveis - duas das regras fundamentais do modelo lgico aristotlico.[2] Eis ento a considerao que gerar inmeros problemas aos leitores posteriores da filosofia grega, e que foi apontada por Jullien (SBI, 36); ao conceber que a centralidade pode ser inferida por um mtodo pragmtico, a sua obteno prescinde da sabedoria e passa a ser tratada como um recurso eminentemente prtico, tal que se baseia numa ao que pode ser aferida e raciocinada. Por conseguinte, ela adquire um carter estrito fundamentado no real, e para o real que subtrai o subjetivismo de sua composio. Este discurso lgico-formal, que caracteriza a filosofia grega, o ponto onde se desdobra e se diferencia a leitura interpretativa do conceito de justa medida; embora os chineses conhecessem o mtodo, decidiram-se por no empreg-lo, acreditando que ele fixaria, justamente, aquilo que no pode ser regulado de uma forma arbitrria. Ao propor a adaptabilidade processual, negam que a lgica formal possa servir diretamente ao problema dos seres, seno quando condicionada estritamente s funes prticas para as quais ela serve de auxiliar (razo pelo qual eles se tornaram to bons matemticos quanto os gregos, e no entanto, nunca conceberam o uso da geometria ou da aritmtica seno como um recurso aos problemas da matria). O que Aristteles fez - determinar um ponto axial para onde a justa medida se desloca e se afirma como nica - causaria incmodo aos chineses, para quem no se podia nivelar de modo singular aquilo que plural (os seres) seno por um sistema referencial ou estrutural. A eqidade se diz ao gnero, e no ao espcime, segundo os confucionistas; fixar ento um ponto significa abstrair uma condio no existente, que ainda que seja proporcional redunda numa medianidade (ou, o temido meio-termo) e no numa correta moderao. Quando afirmamos, tambm, que o problema da articulao entre a lgica formal e a justa medida incomodava aos chineses, no nos remetemos a um possvel contato destes com o pensamento aristotlico em tempos ermos; os orientais tiveram suas experincias em tentar relacionar ambos os processos, mas as recusaram. Esta experincia com a lgica foi compartilhada na China por vrias escolas, mas desenvolveu-se principalmente na doutrina chamada de Mosta (ou Mozista), tida como uma das principais rivais dos letrados e capitaneada por um lder carismtico chamado Mozi.[3] Os mostas foram, talvez, os nicos a tentarem realizar esta fuso entre a lgica-formal e a justa medida. Embora se afirme que o conhecimento de lgica entre os chineses no tenha atingido um nvel de desenvolvimento profundo (Chan, 1978b), tal afirmativa no parece se estabelecer, tendo em vista que at recentemente sabamos muito pouco (e mal) sobre o assunto (Hansen, 1983).[4] Confucionistas e daostas pareciam conhecer igualmente alguma coisa sobre este sistema, mas preferiram no utiliz-lo. Por que isso se deu? A resposta est situada dentro do prprio sistema do pensar chins, como temos analisado at agora; pautando-se na cosmologia, os confucionistas reconhecem a gerao processual, e por conseguinte, a mutao e a variabilidade, focando a constituio de um sistema ciclicamente renovvel de ao; em contraposio, os mostas eram os principais defensores de uma tica universalista redundante, onde todos os seres humanos seriam iguais (seriam proporcionalmente iguais, posto que eram diferentes, mas suas propenses so ajustveis) o que, conseqentemente, forava a estruturao de um sistema que fixasse os pontos axiais das medidas humanas. Fixando-os, tais pontos constituiriam o fundamento da ao, e determinariam a priori a modulao da virtude. Ou seja, os mostas no propunham atingir uma moderao pela experincia, mas sim pelo estabelecimento de uma possvel medianidade que levasse em conta, no entanto, o conhecimento da moderao. Neste momento, pois, os mostas fizeram progressos seguros em direo ao mtodo formal - aristotlico de premissa, prova, hiptese, etc...(ibidem Hansen, 1983) e se distanciaram em definitivo dos seus concorrentes. No entanto, o desenvolvimento da relao tica-lgica formal esmaeceu muito rapidamente na prpria antiguidade chinesa. Provavelmente, o principal elemento que serviu para interromper a seqncia de desenvolvimento desta linha foi a contradio no resolvida com a cosmologia processual chinesa e a questo da sabedoria. Afirmando uma exatido perene e alheia ao processo gerador da natureza, os mostas formularam um tipo de resposta (a preciso formal) que soava artificial e pouco prtica em relao a diversidade dos seres embora sua proposta fosse justamente contrria. Alm disso, como eles poderiam assegurar a existncia de uma nica sabedoria se a prpria variabilidade de idias (e pessoas) demonstrava o contrrio? No sendo ento eficaz (ou seja, no obtendo uma clara eficcia em seus procedimentos aplicativos), a linhagem mosta no se desdobrou seno por entre os grupos menos intelectualizados da sociedade ou, na cincia chinesa (onde sua presena foi mascarada pela forte influncia de uma outra escola, a dos cosmolgicos), e terminou por implodir, no sustentando suas bases conceituais e metodolgicas. Como afirma F. Jullien, Falta responder pergunta; por que a racionalidade mozista, afinal de contas, no conseguiu se desenvolver? Pois foroso constatar que ela desaparece com o fim da antiguidade chinesa (-221 a.C.) e que os textos de seu corpus chegaram at ns em farrapos; foi somente no incio do sculo XX que, descobrindo a lgica ocidental, os chineses voltaram a se interessar por ela. Durante mais de dois milnios ela permaneceu escondida. No que a tenham combatido, mas ela se viu marginalizada e cada no esquecimento; numa palavra, ela no pegou nem afirma sua consistncia (como se diz que uma massa pega), nem busca seu crescimento (como uma planta pega). Questo ao mesmo tempo de coerncia interna e de meio reencontrado: aquela assegurando configurao terica a coeso que lhe permite tomar corpo e se impor, este permitindo-lhe arraigar-se e implantar-se. Se ela no pegou, que certa globalizao no se pode realizar (sob a qual o fenmeno permanece esparso e pende para o seu estiolamento). Prova disso o fato de que, se conceberam o verdadeiro por adequao objetiva ou por legitimidade lgica, os chineses nunca pensaram, nem mesmo os mozistas, uma noo unitria e global, da verdade. Eles nunca buscaram a verdade (e a noo desta foi traduzida no Ocidente). Por isso, a esse escondimento da racionalidade mozista, no se poderia dar uma explicao simplesmente sociolgica, como Graham (1987) tentou fazer, mesmo se tal explicao tambm for verdadeira: os mozistas se formaram nos meios dos artesos, e no de conselheiros da corte, como os confucianos, o que esclarece o seu interesse por tudo o que pertence medida, bem como pelo que chamaramos de tcnica; mas, ao mesmo tempo, isso os tornava passveis do desprezo que manifestou por esse tipo de saber a classe dos letrados-funcionrios que, antes mesmo do aparecimento do imprio, comeou a se impor na China. Tampouco podemos nos ater s razes mais geralmente alegadas, sejam elas lingsticas ou histricas; nem dificuldade que o chins encontraria para formar conceitos, pois est claro que o pensamento chins soube elaborar seus marcadores de abstrao; nem a censura exercida por um poder autoritrio, porque, no fim da antiguidade, a China est dividida em principados rivais entre os quais o pensador chins pode evoluir, no fim das contas, to livremente (como conselheiro itinerante) quanto o filsofo grego entre as cidades. As razes disso seriam, portanto, ao menos em parte, internas ao pensamento e isso que as torna interessantes para a filosofia: se o fato de que o mozismo no se pega trai uma resistncia filosofia, essa resistncia mesma s completamente explicvel a partir de uma orientao inversa, manifestando-se em reao, que a de uma anti-filosofia.[...] De fato, nesse debate eles (os principais pensadores da poca) vem to somente uma cilada. Porque, constrangendo-os polmica, ele os desvia do essencial: agarrando-se argumentao, fixando-se na verdade, passar-se-ia ao largo (do isso a realizar). Antifilosofia que se revelou suficientemente coerente, e consistente, por conseguinte, para barrar o caminho o da filosofia esta se viu travada nele; e foi por ela que a sabedoria pegou (SBI, 97-9). Portanto, embora o mtodo aristotlico (e analogamente, o mosta) pudesse ser validado entre os chineses (por partirem de um mesmo conceito, que pode ser inferido por todos), possivelmente esta ltima leitura sobre a aquisio da justa medida lhes soasse estranha, por buscar regular o mutvel por um processo fixador. Divergindo ainda do guia da sabedoria completa (sheng), os mostas singularizam-se entre seus compatriotas, visando to somente um saber prtico tido como incompleto; Aristteles, porm, livre destas amarras, d ensejo teorizao da medida aritmtica e da proporcionalidade, podendo completar o circuito da aferio da medida pela lgica formal. De qualquer forma, isso no impediria que a justa medida aristotlica descambasse para uma vulgarizao do meio-termo nas leituras que se fariam dela posteriormente no Ocidente. A dificuldade central que existe na proposta de articul-la a uma coordenada formal reside, como nos mostra Jullien, na brecha aberta entre o problema da adequao dos seres e a formulao de uma regra de mensurao; baseando-se nisso, o que vem a constituir o trabalho filosfico, neste caso, aliena o aspecto subjetivo (a experimentao, a avaliao da experincia, a formao do saber, o preparo, etc) e tenta delinear um mtodo centrando esta subjetividade em sua prpria formulao. Fecha-se ento um crculo, onde o carter prtico teoricamente se superpe inteligncia pautada na sabedoria, e a modelao da virtude retorna a uma constituio arbitrria.*5+ *..+ A excelncia moral assim porque sua caracterstica visar as situaes intermedirias nas emoes e nas aes. Por isto, ser bom no um intento fcil, pois em tudo no um intento fcil determinar o meio (II, 9, 1109a 20/25), disse o Mestre grego. Ele estava correto, principalmente quanto aos seus comentadores...
A sada Confucionista A sada dos confucionistas para o problema da inferncia da justa medida reside justamente, pois, nesta negao aplicao de um recurso tecnicamente fechado e formal ou ainda, estatstico para auferir uma medida que se encontra referencialmente estabelecida na virtude, mas que se manifesta mutavelmente por entre os seres. Teoricamente, ao privilegiar a sabedoria como fundamento e guia no processo de experimentao e percepo do justo meio, os chineses esperavam manifestar o principio da virtude subjacente ao carter da ao, enquadrando-o numa categoria perceptvel de aes que poderiam ser consideradas moralmente corretas e medidas. Anulariam, assim, o problema de se cair numa relativizao completa das morais ainda que admitissem sua pluralidade constituindo a idia de que a propriedade essencial das virtudes encontraria-se imanente na formulao dos raciocnios ticos. A sabedoria completa (sheng), portanto, se definiria como um estado intelectual e tico que se englobaria toda a vivncia das necessidades prticas na qual se constri a excelncia moral, experienciadas atravs de um aparato ideal para a mensurao das tenses existentes nas aes morais, nas virtudes, por meio das quais se constituiria o arcabouo fundamental da experincia humana. Adquirida, possibilitaria ao ser (o sbio) decodificar o mundo atravs da observao dos princpios imanentes nas coisas, analisar suas perspectivas, definir o meio adequado de adaptao a um contexto de vida, inferindo o melhor meio de adaptar-se a ela sem perder-se. Tal caracterstica adaptativa que provavelmente permitiu concepo chinesa reformular-se continuamente sem, no entanto, perder seus princpios delineadores atravs dos sculos, propiciando obra de Confcio uma revitalizao constante que lhe propiciou um processo nico de continuidade em toda a histria do pensar humano. Evitando fixar-se nas regras de um mundo que sempre muda, Confcio permaneceu.