Análise e Comentário crítico à presença de referências à BE nos Relatórios de Avaliação Externa dos
Agrupamentos de Escolas de Salir e Monchique
INTRODUÇÃO
O sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário está regulamentado
pela Lei nº 31/2002 de 20 de Dezembro, a qual define orientações para a auto-avaliação e para a avaliação externa.
A Inspecção-Geral da Educação, entidade responsável pela avaliação externa das escolas, espera, segundo consta da
introdução dos dois relatórios analisados, que “o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa
oportunidade de melhoria para o Agrupamento”. Considera ainda a IGE que, “ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem
como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos
de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se
insere”.
Estes pressupostos estão também subjacentes ao Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares.
A avaliação é um instrumento de melhoria da qualidade. Os resultados obtidos no processo de auto-avaliação devem (…)
originar a implementação de medidas adequadas aos resultados obtidos. Esta análise deve identificar os sucessos - pontos
fortes – no trabalho realizado em cada um dos domínios de funcionamento da BE e as limitações – pontos fracos – que
correspondem a um desenvolvimento menor nalguns domínios de funcionamento.
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O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: Metodologia de Operacionalização (Conclusão)
Ana Paula Almeida / 2009
Assim sendo, torna-se pertinente fazer uma análise às referências à BE que constam dos Relatórios da IGE.
Para realizar este trabalho, seleccionei o Relatório de Avaliação Externa do Agrupamento de Escolas de Salir (2008/2009),
por ser, tal como Monchique, um agrupamento de escolas do interior algarvio, com um reduzido número de alunos, provenientes
de um meio rural socioeconomicamente desfavorecido e marcado pelo peso da desertificação.
Foi também decisivo o facto de ter conhecimento de que este agrupamento aderiu, no ano lectivo transacto, ao Projecto
aLer+, sendo interessante constatar o seu impacto na avaliação externa.
Por não ter conseguido aceder, de novo e atempadamente, ao sítio da IGE, esta análise também se centrará no relatório do
agrupamento de escolas em que estou inserida.
REFERÊNCIAS À BE
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1.2 Participação e desenvolvimento cívico
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3. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR BOM BOM
3.1 Concepção, planeamento e
desenvolvimento da actividade
3.2 Gestão dos recursos humanos
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aquele serviço.
COMENTÁRIO
A análise da tabela anterior permite-nos verificar que há, nos dois relatório da IGE, referências frequentes à BE. Se tivermos
em consideração que o trabalho das equipas inspectivas assenta na análise documental e em entrevistas a diferentes
intervenientes da comunidade educativa, é possível concluir que a BE deixou de ser um mero espaço de informação organizada e
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que já é encarada pela comunidade como um pólo de acção pedagógica ao serviço da construção das aprendizagens e do sucesso
educativo.
Relativamente ao Agrupamento de Escolas de Salir, revela-se como uma mais-valia para a BE e para o agrupamento, em
geral, o facto de já estar a ser desenvolvido o processo de auto-avaliação com base no Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas
Escolares, que conduziu à implementação de um plano de acção, cujo impacto nas aprendizagens dos alunos já está a ser
reconhecido.
O Projecto aLer+, além de enfatizar o trabalho desta BE ao serviço da promoção da leitura, assume-se, igualmente, como
uma excelente oportunidade para conferir à BE uma dinâmica mobilizadora de toda a comunidade.
Nas entrelinhas, adivinha-se uma vincada capacidade de liderança do(a) Coordenador(a) e um desempenho excepcional da
Equipa da BE do Agrupamento de Escolas de Salir, pois a BE/CRE é “unanimemente reconhecida pela excelência da sua dinâmica”.
Esta BE assume um papel importantíssimo ao nível da “Prestação de Serviço Educativo / Valorização e Impacto das
Aprendizagens”, já que é através dela que “o Agrupamento procura valorizar os saberes, constituindo-se como um pólo da acção
pedagógica que abrange a totalidade dos alunos e da comunidade envolvente”. Percebe-se, neste parâmetro, a valorização da BE
por parte dos órgãos de direcção, administração e gestão do agrupamento.
No que diz respeito ao Agrupamento de Escolas de Monchique, merece destaque a referência à BE, relativamente aos
“Resultados / Sucesso Académico”, sendo possível inferir do contributo da BE para os bons resultados obtidos (Muito Bom).
A BE desempenha também um papel importante na “Prestação do Serviço Educativo / Acompanhamento da Prática Lectiva
em Sala de Aula”, havendo “um trabalho conjunto dos docentes (…) com recurso à BE/CRE para a realização de trabalhos de
pesquisa na Internet”, o que implica parcerias consolidadas com os docentes responsáveis pelas áreas curriculares não disciplinares
e um apoio ao desenvolvimento das literacias da informação, tecnológica e digital.
Nos dois relatórios da IGE é retratado o contributo das duas BEs para a “Prestação do Serviço Educativo / Articulação e
Sequencialidade”, ao promoverem a articulação e interdisciplinaridade entre as unidades que constituem os agrupamentos.
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Também no domínio “Liderança / Abertura à Inovação”, as duas BEs voltam a ser referenciadas pelos recursos que
disponibilizam.
Neste parâmetro é evidente o excelente desempenho da BE do Agrupamento de Escola de Salir, cujo trabalho fomenta
práticas educativas diversificadas, inovadoras e sustentadas.
Parece-me, pois, poder concluir que o desempenho das duas BEs teve repercussões favoráveis na avaliação externa dos dois
agrupamentos e que também a IGE passou a encarar a Biblioteca Escolar de uma forma diferente, associada ao conceito de
MUDANÇA que hoje a caracteriza. Afinal, a BE deixou de ser um mero espaço de informação e transformou-se num espaço de
aprendizagem e de construção do conhecimento.
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