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O documento discute diferentes perspectivas sobre o conceito de leitura, incluindo: 1) leitura como um processo de representação que envolve conhecimentos prévios; 2) leitura como extrair significado do texto; 3) leitura como atribuir significado ao texto. A visão conciliatória é que a leitura envolve a interação entre leitor e texto.
O documento discute diferentes perspectivas sobre o conceito de leitura, incluindo: 1) leitura como um processo de representação que envolve conhecimentos prévios; 2) leitura como extrair significado do texto; 3) leitura como atribuir significado ao texto. A visão conciliatória é que a leitura envolve a interação entre leitor e texto.
O documento discute diferentes perspectivas sobre o conceito de leitura, incluindo: 1) leitura como um processo de representação que envolve conhecimentos prévios; 2) leitura como extrair significado do texto; 3) leitura como atribuir significado ao texto. A visão conciliatória é que a leitura envolve a interação entre leitor e texto.
Projeto Ler & Educar: Formao Continuada de Professores da Rede Pblica de SC
Bolsista: Juliana Regazoli Escola: Padre Anchieta Data: 16.10.13 Livro: Os aspectos da leitura: uma perspectiva psicolingstica. (Vilson J. Leffa)
Captulo 1: O conceito de leitura.
O conceito de leitura abordado no texto por diferentes perspectivas: uma concepo geral que apresenta a essncia do ato de ler; duas outras especficas e restritas, que considera que ler extrair significado do texto, e que ler atribuir significado ao texto; e por fim, uma viso conciliatria entre os dois plos, em que ler interagir com o texto. Na definio geral, a leitura um processo de representao. Este processo acontece a partir de conhecimentos prvios de vrios elementos da realidade. Quando se olha para algo, para algum, ou se l um texto, estes elementos funcionam como um espelho promovendo uma interpretao. Nesta acepo, a leitura no se processa somente atravs da lngua; possvel a leitura de sinais no-lingusticos como a leitura dos olhos, de runas de uma cidade ou mesmo a leitura de determinados aspectos de uma sociedade. A leitura no se limita escrita, possvel interpretar uma realidade a partir do reflexo de determinada localidade. A leitura sempre feita a partir de um ponto de vista em relao ao objeto observado. Sendo o primeiro elemento um espelho, a viso a ser dada por esse espelho, depende da posio da pessoa em relao ao espelho. Diferentes posies refletem diferentes segmentos da realidade (p. 11). Portanto, o que se percebe um reflexo da realidade, neste processo de triangulao, ler usar segmentos da realidade para chegar a outros segmentos (p.11)
Na definio que diz que ler extrair significado do texto, a direo da compreenso sempre do texto para o leitor, a importncia no processo a partir deste ponto de vista est no texto, o leitor um agente passivo. Assim, o texto contm o significado exato que deve ser compreendido pelo leitor, no h margem para mltiplas interpretaes, h um significado preciso que dever ser extrado em sua completude pelo leitor. As palavras devem ser compreendidas em seu sentido exato; diante de novas palavras recomenda-se o uso de dicionrio, j que a leitura vista como um processo de decodificao de palavra por palavra. Deste modo, em que o significado todo extrado do texto, o valor da leitura no est no processo da compreenso, mas no produto final, o resultado s poder ser adquirido no final da leitura. Porm, o autor questiona esta acepo afirmando que a leitura como processo de extrao tem srias limitaes, principalmente no que se refere a ideia de extrao como algo que se esvai do texto e se transfere para o leitor.
Em contraposio h a acepo da leitura como atribuio de significado designada pelo leitor, permitindo vrias interpretaes para o mesmo texto. Ao atribuir significado ao texto, o movimento parte do leitor para o texto, e nele que se concentra tanto a qualidade e riqueza da leitura por compreender em si as condies prvias, experincias para processar o texto e dar significado a partir dos desencadeamentos da mente do leitor. Nesta acepo no h uma mensagem a ser apreendida na ntegra, mas a mensagem se forma com a leitura e atribuio de significado pelo leitor, considerando o aspecto temporal e mutvel do ato de ler. Acontece que aqui tambm h alguns riscos apontados pelo autor, como o paradoxo da quantidade de informao oferecida pelo texto, sendo informao a mais, o que torna o texto redundante, e informao a menos quando o texto visto como uma seqncia de lacunas (p.13). Em ambas, ao selecionar contedos ou preencher as lacunas, a obteno de significado se d sempre por fora de sua contribuio (p.16). Assim, apesar de o ato da leitura ser tambm a remetncia do leitor a algum segmento da realidade, necessrio em alguns casos, limitar as interpretaes do texto. Neste caso, as limitaes se do porque para que a leitura acontea, necessria a competncia semntica, sinttica, textual, e ainda uma competncia especfica da realidade histrico-social refletida pelo texto (p.16). Nas duas acepes apresentadas, em que uma exclui a possibilidade da outra, h uma srie de problemas que podem ser superadas na medida em que se concebe uma viso de leitura a partir da conciliao de ambas, junto com o reconhecimento de um terceiro elemento, o que acontece quando o leitor e texto se encontram (p. 17).
Para que o terceiro elemento, a compreenso, se produza, preciso algumas condies como a afinidade entre leitor e texto, e a inteno de ler. Ento o processo de interao entre leitor e texto inicia-se por vrios processos simultneos ou seqenciais, utilizando-se de habilidades de alto e baixo nvel. Este processo de leitura fluente representado por uma pirmide em cuja base esto as habilidades elementares, envolvendo subprocessos que ocorrem em grandes feixes, de modo rpido, simultneo e abaixo do nvel da conscincia. Como esses processos ocorrem em feixes, fala-se, nesse nvel de leitura, de um processamento em paralelo (p.18). E tambm, para a compreenso de um texto preciso acessar vrias fontes de conhecimento do leitor, o conhecimento ortogrfico, lexical, sinttico, semntico, que so processados de modo simultneo. Leitura implica uma correspondncia entre o conhecimento prvio do leitor e os dados fornecidos pelo texto. Leitor e texto so como duas engrenagens correndo uma dentro da outra; onde faltar encaixe nas engrenagens leitor e texto se separam e ficam rodando soltos. Quando isto acontece, o leitor fluente, via de regra, recua no texto, retomando-o num ponto anterior e fazendo uma nova tentativa. Se for bem sucedido, h um novo engate e a leitura prossegue (p. 22). O ato de ler aciona vrios subprocessos, que estabelece canais de comunicao em via dupla, passando informaes entre o leitor e o texto.
Resumo Do Capítulo "A Natureza Da Leitura e Da Escritura" - Parte Do Livro 'No Mundo Da Escrita - Uma Perspectiva Psicolinguística', de Mary Kato - by Feli