O programa Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) desenvolveu um modelo de avaliação para as bibliotecas escolares que pretende
proporcionar às escolas/bibliotecas um instrumento que, por um lado, identifique as áreas de sucesso e, por outro lado, permita
assinalar resultados menos conseguidos que requeiram maior investimento, ou até uma mudança das práticas instituídas
(Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares).
O grande objectivo da sua implementação é a garantia de que o investimento feito pela RBE nos últimos anos dê
frutos, com a consolidação da noção do valor das bibliotecas escolares no sucesso educativo dos alunos.
Anabela Aguiar 1
Acção de Formação: Bibliotecas Escolares – Modelo de Auto-Avaliação
It asks school librarians to take action, to engage in local initiatives, rather than simply keeping track of the
number of books that are checked out. (TODD:2008)
Prática baseada em evidências (EBP): conceito transversal a todo o modelo, tem por base a contínua e
sistemática recolha de evidências (de tipologia diversa), que fornecerão informação consistente sobre a
qualidade do trabalho realizado pela e na BE. No Modelo de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
encontram-se, em todos os domínios e indicadores, sugestões de evidências, para que o PB possa, logo em
fase de iniciação do projecto prever o tipo de metodologia a seguir para cada uma das actividades
preconizadas.
Práticas de pesquisa-acção (Inquiry-based practices): metodologia, baseada na pesquisa, que assenta no
seguinte processo: identificação do problema, recolha de evidências, avaliação e interpretação das
evidências recolhidas, preconização e implementação de acções/estratégias futuras. Este é a metodologia
preconizada pelo modelo: de forma contínua e sistemática, por um período de quatro anos, o PB irá avaliar
cada um dos domínios presentes, para estabelecer relações entre os processos que implementa e o impacto
ou valor que estes originam.
How can we ensure that students learn essential information skills? How can we partner with teachers to provide
meaningful learning opportunities? How can we ensure that school librarians are central players in our schools?
(EISENBERG & MILLER:2002)
A existência de um documento como o Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares assenta em duas
dimensões:
Nacional: regulação das práticas de todas as BEs, documento padrão que permite à RBE, ME e ao país em
geral aferir objectiva e globalmente a qualidade dos serviços prestados e, ao mesmo tempo, adquirir uma
visão panorâmica da realidade.
Local: aferição pedagógica do impacto das práticas da BE, que permite aos DE, CPs e PBs identificar as áreas
de sucesso e as problemáticas do trabalho desenvolvido pela BE, e orientar a preconização de estratégias e
acções futuras, numa procura de melhoria e qualidade dos serviços prestados aos alunos.
Por outro lado, só através da informação factual do impacto da BE na aprendizagem dos alunos será possível validar
o trabalho desenvolvido pelo PB, a própria existência do cargo recentemente criado pela Portaria 756/2009 de 14 de
Julho e todo o investimento efectuado pela RBE nos últimos anos; If we do not show value, we will not have a future.
(TODD:2008)
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Acção de Formação: Bibliotecas Escolares – Modelo de Auto-Avaliação
Apesar das qualidades inerentes ao documento, ele aparenta criar alguns constrangimentos na sua aplicação que, no
meu entender, se prenderão principalmente com o nível de excelência para o qual este aponta. O PB pode cair em
risco de centrar toda a sua atenção na implementação do modelo e no alcance do nível de excelência do(s)
domínio(s) que se propôs avaliar, relegando os restantes para segundo plano; a recolha de evidências e respectivo
tratamento poderão tornar-se uma tarefa exaustiva., e levarão a um consequente gasto de tempo excessivo, algo
com que todos os PB já têm que lidar, mesmo sem a aplicação do referido modelo. Para ultrapassar este
constrangimento, Ross Todd sublinha a necessidade de o PB possuir visão estratégica na sua liderança da BE.
EBP (…) is about establishing priorities and making choices based on your beliefs about the importance of school
libraries and learning. (TODD:2008)
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Acção de Formação: Bibliotecas Escolares – Modelo de Auto-Avaliação
Para uma implementação bem sucedida do Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares, o PB terá de possuir
competências diversificadas e socorrer-se de estratégias de mobilização e de planificação estratégica de todo o
processo. O conhecimento antecipado do modelo e a formação na sua concretização poderão ser mais-valias
evidentes aquando da implementação do mesmo. Será também essencial a motivação do PB pois, tal como foi
referido anteriormente, este será o pólo unificador e mobilizador de todo este processo.
Entre outras já referidas anteriormente, as competências abaixo mencionadas podem revelar-se essenciais a uma
implementação bem sucedida do modelo em questão:
Visão clara e objectiva do processo que pretende implementar, para que tarefas paralelas não o desviem do
objectivo principal;
Liderança estratégica (purposeful leadership) para que se antecipem problemas/resistências ao processo e
respectivas estratégias de superação;
Comunicação sendo o pólo dinamizador deste processo é essencial que leve toda a escola a empenhar-se na
aplicação do modelo;
Flexibilidade e capacidade de resposta para proceder a mudanças/ reajustamentos imperativos à
concretização do modelo.
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Acção de Formação: Bibliotecas Escolares – Modelo de Auto-Avaliação
Bibliografia
Todd, Ross (2002). “School librarian as teachers: learning outcomes and evidence-based practice”. 68th IFLA
Council and General Conference August. http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/084-119e.pdf [6/11/2009].
Todd, Ross (2008). “The Evidence-Based Manifesto for School Librarians”. School Library Journal.
http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA6545434.html [6/11/2009].
Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002) “This man wants to change your job”, School Library Journal. 9/1/2002
http:www.schoollibraryjournal.com/article/CA240047.html> [6/10/2009].
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