“Construção de um Termômetro”
Laboratório de Física II
César de Oliveira
Christiano Peres
Lucas Hubacek
Manuel Simas
Rodrigo Kai
Objetivo
Nesse experimento objetivamos realizar a montagem de um termômetro de bulbo, a
experimentação de diferentes materiais nessa montagem, realizar a calibragem do
termômetro, analisar as dificuldades de construção, as diferenças entre os materiais e a
influência da condução de calor, além da criação de uma nova escala termométrica.
Introdução
Nesse projeto utilizamos diversos conceitos da física térmica para entender e explicar o
funcionamento dos mecanismos envolvidos nas etapas dos experimentos.
Outro ponto interessante é o fluxo de calor, onde o calor sempre irá fluir do ponto de
maior temperatura, para o de menor temperatura.
2 – Dilatação Térmica
Quanto maior a temperatura, maior a movimentação dos átomos, por isso, o volume de
um o objeto quando aquecido se dilata. Matematicamente, essa dilatação é dada pela
relação entre o volume inicial e a quantidade de volume dilatada, essa quantidade ∆V é
dada por V0β∆T, sendo que, β é equivalente ao triplo do valor do coeficiente de
dilatação linear do material (dada por α), podemos entender que há dilatação linear nas
três dimensões (os lados A, B e C) do objeto, da seguinte forma[1]:
V ( ABC ) A B C V
3T (1)
V ABC A B C V
x xT
Pois T
x x
Entre os vários conceitos físicos, podemos perceber que a química consegue explicar
qual material seria melhor para ser utilizado como o líquido presente em um termômetro
caseiro. São importantes que sejam verificadas as condições as quais ele será exposto,
construindo de maneira com que aguente as dilatações e tenha capacidade de ser
medido.
Outra comparação pode ser estabelecida, entre a água e o álcool, qual dos dois seria
melhor em um termômetro?
Fazendo uma comparação entre os coeficientes de dilatação de cada material, temos[2]:
Observa-se que a água tem diferentes coeficientes de dilatação volumétrica para cada
faixa de temperatura, enquanto o álcool tem um coeficiente de dilatação volumétrica
constante.
4 – Condução de Calor
Quando o calor flui entre dois objetos materiais por condução, existe a transferência de
energia em cada um dos átomos.
Q TQ T f
P kA (2)
T L
2
P 2 P 2 P 2 P
2
2
2 2
2
L A T TF (3)
condução
L A T Q T
Q F
1
n 1
( x i mi )² (4)
5 – Capilaridade
Ação capilar: Quando um líquido entra em contato com uma superfície solida, este vai
ser sujeito a dois tipos de forças que atuam em sentidos contrários: a força de adesão, e
a força de coesão.
Materiais e Métodos
Tubo de ensaio;
Corante Vermelho ou Verde;
Álcool Isopropílico 92%;
Canudo de desodorante;
Material para vedante (chiclete, durepoxi, massa de modelar);
Termômetro Digital.
L L L0
cm/ºC (6)
T T T0
A partir dessas razões, podemos fazer uma “régua” de calibragem, para auxiliar na
leitura das temperaturas, fazemos uma régua onde cada centímetro de elevação equivale
a uma temperatura, e outra régua onde cada acréscimo em 1ºC está tem a altura
equivalente a esse aumento.
2.2 – Criação da escala termométrica
Tivemos que tomar também duas temperaturas de referência, que podem ser as mesma
usadas em 2.1 (mas deve-se usar exatamente essas temperaturas, sem arredondamento),
relacionamos cada temperatura em Celsius com outra na escala que vamos criar,
genericamente, fazemos:
Onde B>A.
A partir dessas informações, descobrimos quanto cada grau na nova escala genérica β
vale em Celsius e estabelecemos uma regra de conversão entre as escalas (em
Resultados mostramos isso de forma prática).
3 – O último passo é testar a eficiência do termômetro caseiro verificando conceitos que
envolvem a Termodinâmica, estabelecendo comparações entre o termômetro
industrializado e o caseiro.
• Porquê utilizou-se um tubo de ensaio de vidro e não uma garrafa PET? Como
isso se reflete matematicamente?
• Como escolher o material para o bulbo? Porquê usar álcool e não água?
1 – Calibragem do termômetro
Inicial 22.5 0
Final 54.5 13
T 32
Utilizando a razão temos = 2,461538461≈ 2,46 ºC/cm
L 13
L 13
Também poderíamos fazer temos = 0,40625 ≈ 0,4 cm/ºC
T 32
0º β ___________ 22,5ºC
( x º C )(214,5º )
y º (7)
100º C
( y º C )(100º C )
x º C (8)
214,5º
Onde (7) é a conversão de graus Celsius em graus β, já (8) é a conversão de graus β em graus
Celsius.
3 – Cálculo da Condução de Calor
Os dados a seguir são provenientes do fabricante do tubo de ensaio, com uma régua
comum verificamos valores iguais e o erro de medida é o de uma régua comum
(±0,5mm):
• k = 2x10-4 kcal/m.ºC
Q 32,5 22,5
(5,024 x10 5 )(2 x10 4 ) 0,10048(0,02)cal
t 10 3
Como o termômetro ficou em contato com a água por aproximadamente 2 segundos, até
a temperatura se elevar (e modificar a temperatura da fonte quente e fria), em dois
segundos foi conduzido 0,1cal para o termômetro, ou, 0,418J.
Discussão
Um dos fatos mais observados nesse experimento é que o calor é muito difícil de ser
trabalhado experimentalmente. Há um alto índice de dissipação de calor, pois não era
um sistema isolado, ou seja, pouco de todo o calor produzido no aquecimento da água é
conduzido ao termômetro.
A variação de temperatura nesse caso foi de 15ºC em menos de 10s, como havia pouca
água sendo aquecida, 200ml, que podemos considerar como aproximadamente 200g de
água, foram produzidos 4 cal de calor, a diferença entre o calor aproximado do
conduzido ao calor total é dissipado no ar, e ainda há uma certa dissipação durante a
transferência de calor entre o vidro e o álcool.
A condução de calor é necessária para explicar alguns fatos:
O plástico tem uma condutividade maior que o do vidro, mas é menos resistente ao
calor, e acaba entortando e perdendo consistência em alta temperatura. Por isso não é
interessante para se usar em um termômetro.
Bulbo
Pois o recipiente deve estar devidamente vedado, não podendo entrar ar atmosférico (o
material não deve receber a ação da pressão atmosférica).
Outro problema encontrado foi o isolamento do vedante, este não podendo entrar em
contato com a coluna de liquido (álcool isopropilico, no caso), pois ao se entrar em
contato com o vedante, o liquido pode interferir na sua forma e resistência, podendo
causar danos no vedamento e este estar comprometido.
Ajustar a coluna de liquido foi outro problema detectado, pois a coluna não pode estar
nem muito acima (pois pode entrar em contato com o vedante, e comprometê-lo, além
de subir em um ritmo elevado) e nem muito abaixo.
Referências Bibliográficas
[2]
HALLIDAY, D. et all. Fundamentos de Física. 9.ed. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 2011. v.2.