Extraio das palavras do poeta esta ideia lapidar: “O caminho
faz-se caminhando”. Nem sempre será a nossa filosofia de vida, mas fui aprendendo que, de facto, aquilo se afigura no primeiro impacto como uma monstruosa complexidade, lentamente vai-se esbatendo essa ideia e a obra vai nascendo, dando o melhor de nós em cada tarefa que foi surgindo.
Apesar de muitas limitações na nossa vida, o tempo a fugir, a
hesitação própria de quem parte para uma nova aventura, de noites mal dormidas, de trabalhos acrescidos, esta formação trouxe também algumas vantagens e mais-valias a todos os formandos.
Sem qualquer ordem de prioridade, apresento algumas linhas
de força que encontrei nesta formação:
• Uma visão alargada do que se pratica e investe na BE em
vários países, tomando contacto com investigação e conhecimento actualizado neste domínio; • Aprofundei, inegavelmente, os meus conhecimentos sobre o Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar;
• Adquiri destreza, mais confiança e mais segurança na
aplicação do Modelo de Auto-Avaliação da BE;
• Tomei consciência das implicações que estão na base da
aplicação do Modelo de Auto-Avaliação, particularmente da responsabilidade e da exigência que está subjacente à função do professor bibliotecário;
• Reconheci a importância da recolha das reais evidências,
através de um diagnóstico rigoroso que nos permita centrar as nossas atenções no essencial, contribuindo para que a BE ajude a concretizar a melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos;
• Interiorizei o paradigma da BE, o desafio nesta nova visão
que coloca a missão da BE no centro das práticas, elege as BE como espaço/recurso fundamental para o desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem e exige do professor bibliotecário e da equipa BE um trabalho concertado, colaborativo e cooperativo com todos os actores educativos, o que nem sempre demonstram sensibilidade e receptividade para novas abordagens.
Evidentemente, encontramos alguns aspectos negativos que
também registamos porque os sentimos e sinceramente devemos dar sentido dos mesmos.
• Seguramente que a velocidade de cruzeiro que foi
imprimida a esta formação deixou-me um pouco angustiada porque senti tudo muito intenso. Teria sido preferível uma formação mais dilatada no tempo;
• O conhecimento que possuía sobre o Modelo de Auto-
Avaliação era apenas superficial, pelo que os trabalhos que produzi para tentar dar respostas às tarefas poderão, eventualmente, não estar à altura do desejado;
• O feedback recebido sobre a prestação dos formandos era
genérico e global. Gostaria de ter algum retorno sobre os trabalhos apresentados; • Mesmo tendo recebido alguns incentivos de colegas formandos, também senti que os comentários que eram realizados aos trabalhos dos colegas não passavam de considerações de circunstância;
• Apesar de não ser um objectivo desta formação, senti que
tive que encontrar respostas em domínios mais técnicos, particularmente na construção do portfólio, pelo que seria desejável alguma formação/informação básica nesta área.
Apesar de tudo, sinto que desta formação retiro enriquecimento
pessoal e uma maior serenidade face ao futuro. Agora, concluo como comecei: “A caminhar se faz o caminho…”