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FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

RENATO DE SOUZA SANTOS

Gerenciamento de Resíduos: Coleta de Óleo


Comestível

São Paulo
2009
RENATO DE SOUZA SANTOS

Gerenciamento de Resíduos: Coleta de Óleo


Comestível

Monografia apresentada no curso de


Tecnologia em Logística com ênfase em
transporte na FATEC ZL como requerido
parcial para obter o Título de Tecnólogo
em Logística com ênfase em Transporte

Orientador: Profª. Drª. Marly Cavalcanti

São Paulo
2009
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

Santos, Renato de Souza.


Gerenciamento de resíduos: coleta de óleo comestível /
Renato de Souza Santos – São Paulo, SP : [s.n], 2009.
52f.

Orientador: Prof ª. Drª. Marly Cavalcanti.


Monografia (Graduação) – Faculdade de
Tecnologia da Zona Leste
Bibliografia: 52f.

1. Logística. 2. Logística reversa. I. Cavalcanti, Marly. II.


Faculdade de Tecnologia da Zona Leste.
Nome: SANTOS, Renato de Souza
Título: Gerenciamento de resíduos: coleta de óleo comestível

Monografia apresentada no curso de


Tecnologia em Logística com ênfase em
transporte na FATEC ZL como requerido
parcial para obter o Título de Tecnólogo
em Logística com ênfase em Transporte.

Aprovado em:

Banca Examinadora

Prof ª. Dr ª Marly Cavalcanti Instituição: FATEC-ZL

Julgamento:__________________________Assinatura:_________________________

Prof. José Alex Felippe Instituição:ETEC-ZL

Julgamento:_________________________Assinatura:__________________________

Srª Gisleine Nunes Adriano Instituição:Tecnólogo em Logística

Julgamento:_________________________Assinatura:__________________________
A Deus, aos meus pais, a minha namorada e aos meus amigos...
companheiros de todas as horas...
AGRADECIMENTOS

A Deus, que me iluminou e me deu inspiração para concluir este trabalho.

À Professora Doutora Marly Cavalcanti, pelas valiosas sugestões e orientações que


contribuíram para o desenvolvimento e enriquecimento do trabalho.

Aos meus pais, que me proporcionaram tudo de melhor, pelo apoio e dedicação, ombro
amigo das horas difíceis. A minha mãe, mulher forte e guerreira, paciente, que acreditou
no meu potencial.

À minha namorada que sempre esteve ao meu lado dando forças.

Aos professores que me proporcionaram uma formação acadêmica e cultural.

Aos meus amigos e colegas, pela força e pela vibração em relação a esta jornada.

Aos profissionais entrevistados, pela concessão de informações valiosas para a


realização deste estudo.

A todos que, com bom intuito, contribuíram para a realização e finalização deste
trabalho.
“Se existe uma forma
de fazer melhor, descubra-a. “

Thomas Edison
SANTOS, Renato de S. Gerenciamento de resíduos: coleta de óleo comestível. 2009.
Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnólogo em Logística) – Faculdade de Tecnologia
da Zona Leste.

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo ressaltar a importância da logística reversa do óleo
de cozinha usado, fazendo com que se evite o seu descarte inadequado e com isso possa
retornar ao ciclo produtivo em grande escala. Este trabalho explora os métodos usados
por algumas organizações que coletam o resíduo, dos problemas encontrados pelos
consumidores após o consumo do produto e das iniciativas do poder legislativo no
sentido da criação de leis sobre o retorno do resíduo, com o intuito de se entender os
motivos pelos quais o resíduo deixa de ser reciclado em grande escala e retornado a
produção. Uma vez que, com o seu retorno ao ciclo produtivo, há possibilidade de
ganhos ambientais e econômicos.

Palavras-chave: Logística reversa, óleo de cozinha, ambiental, econômico.


SANTOS, Renato de S. Waste management: collection of edible oil. 2009. Trabalho de
Conclusão de Curso (Tecnólogo em Logística) – Faculdade de Tecnologia da Zona
Leste.

ABSTRACT

This study aims to highlight the importance of reverse logistics of cooking oil, causing prevented
from being discarded and thus can return to the production cycle on a large scale. This paper
explores the methods used by some organizations that collect the waste, the problems encountered
by consumers after consumption of the product and the initiatives of the legislature for the creation
of laws on the return of the waste in order to understand the reasons by which the waste ceases to be
recycled on a large scale and returned to production. Since his return to the production cycle, the
possibility of environmental and economic gains.

Key words: Reverse logistics, cooking oil, environmental, economic.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Elementos básicos da logística.................................................................14

Figura 2 – Processo logístico: direto e reverso..........................................................19

Figura 3 – Canais de distribuição diretos e reversos.................................................27


Figura 4 – Tubulação antes e depois de contato com o óleo.....................................30
Figura 5 – Consumidor despejando óleo na pia.........................................................32
Figura 6 – Cadeia reversa do resíduo de óleo de cozinha..........................................34
Figura 7 – Ecopontos.................................................................................................35
Figura 8 – Veículo courrier........................................................................................35
Figura 9 – Recipientes para armazenagem do resíduo na empresa..........................36
Figura10 – Processo de transesterificação..................................................................39
Figura 11 – Ciclo de funcionamento do biodiesel.......................................................40
Figura 12 – Veículo adaptado com tanque e mangueira de sucção.............................44
Figura 13 – Uso da mangueira de sucção....................................................................45
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................11
2 LOGÍSTICA ..............................................................................................................13
2.2História da logística...................................................................................................15
3 LOGÍSTICA REVERSA..........................................................................................17
3.1 Ciclo de vida do produto..........................................................................................22
3.2 logística reversa de pós-venda..................................................................................23
3.3 logística reversa de pós-consumo.............................................................................25
4 ESTUDO DE CASO..................................................................................................29
4.1 Resíduo de óleo........................................................................................................29

4.2 Destino do óleo de cozinha usado............................................................................29

4.3 Legislação brasileira.................................................................................................33

4.4 Logística reversa do óleo de cozinha usado.............................................................33

4.5 Do óleo de cozinha ao biodiesel...............................................................................37

4.6 Estudo comparativo de algumas empresas coletoras no Brasil e um programa

modelo nos Estados Unidos............................................................................................41

4.7 Programa de São Francisco, EUA: modelo para as cidades do mundo...................42

4.8 Métodos utilizados pelas empresas coletoras...........................................................44

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................46

REFERÊNCIAS...........................................................................................................49
1- INTRODUÇÃO

Com a crescente densidade demográfica urbana, juntamente com o aumento do


consumo de resíduos pela sociedade. Exige-se uma maior produção, por parte das
empresas, onde cada vez mais se transforma matéria-prima em produtos acabados para
atender a demanda, gerando uma maior quantidade de resíduos.
O problema é gerenciar todo este resíduo após o seu consumo, para que ele
obtenha um descarte adequado, reduzindo os impactos ambientais sem perdas
econômicas.
Fundamentado no exposto acima, a importância deste trabalho é evidenciar a
possibilidade de se obter a melhor maneira possível, para um destino final do resíduo de
óleo de cozinha usado. Fazendo com que, aquilo que se tornou inútil, possa obter um
descarte seguro através do ciclo reverso de logística, podendo promover alternativas
sócio-econômicas e redução de impactos ambientais.
A logística reversa é caracterizada pelo processo de planejamento,
implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo de matérias-primas, produtos em
processamentos, produtos acabados e informações relacionadas do ponto de consumo ao
ponto de origem, com a finalidade de recapturar o fluxo, agregar valor ou obter um
descarte adequado ao produto.(MOURA et al. 2004, p.138).
O presente trabalho tem como alvo, analisar através desta pesquisa uma melhor
maneira de se desenvolver um canal reverso do resíduo de óleo de cozinha. Fazendo
com que se tenha, um melhor destino adequado do resíduo, e com isso, possa se obter
ganhos ambientais e sócio-econômicos.
Neste estudo, iremos avaliar como a logística reversa poderá auxiliar as
organizações brasileiras, para um melhor gerenciamento do fluxo reverso de resíduos de
óleo de cozinha usado. Viabilizando a sociedade, com geração de empregos, educação
ambiental e desenvolvimento sustentável na geração de energia limpa através do
resíduo.
Os investimentos ficam a cargo dos empresários e do poder público, os quais
poderiam se beneficiar do retorno em grande escala do resíduo.
A metodologia utilizada para a realização deste trabalho consistiu em explorar
vasta pesquisa bibliográfica, ao propósito de expor conceitos teóricos acerca dos temas
propostos, e suas importâncias nas atividades da logística reversa. E, para um melhor
entendimento, será apresentado um estudo de caso referente a um comparativo do
gerenciamento logístico reverso entre empresas brasileiras à um programa modelo dos
estados unidos, juntamente com uma possível solução na produção de biodiesel.
2. LOGÍSTICA

A palavra logística possui vários conceitos e definições, mas a palavra


originou-se do grego logistike, relativo ao cálculo. Denominação dada pelos gregos à
parte da aritmética e da álgebra concernente às quatro operações. (FERREIRA, 1986,
p.1045).

Novaes (2001, p. 36), define logística da seguinte maneira:

Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira


eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e
informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de
consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor.

Os dois autores seguintes, seguem conceitos parecidos.

Para Moura et al (2004, p.136):

A logística é o processo de planejamento, implementação, controle de fluxo e


armazenagem eficientes de matérias-primas, estoque em processo, produto
acabado e informações relacionadas desde o ponto de origem até o ponto de
consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente, em uma mesma
organização. Em um contexto, industrial, a arte e a ciência da administração e
engenharia para obter, produzir e distribuir materiais fabricados ou
industrializados a um local específico e em quantidades específicas. Em um
sentido militar também pode envolver o movimento de pessoal/recurso.

Segundo Gasnier (2005, p.17), a logística é definida da seguinte maneira:

O Processo de planejar, executar e controlar o fluxo e a armazenagem, de


forma eficaz e eficiente em termos de tempo, qualidade e custos, de matérias-
primas, materiais em elaboração, produtos acabados e serviços, bem como
das informações correlatas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo
(cadeia de abastecimento), com o propósito de assegurar o atendimento das
exigências de todos os envolvidos, isto é, clientes, fornecedores, acionistas,
governo, sociedade e meio ambiente.

Os três autores citados, seguem uma linha de raciocínio muito parecida.


Definindo que a logística é uma ferramenta muito importante para a gestão de todo o
processo, fazendo com que desde o ponto de origem até seu ponto de destino, um
processo planejado, implementado e bem controlado seu fluxo e a armazenagem de
produtos, tem tudo para ser uma estratégia de negócio agregando valor aos clientes,
reduzindo custos e melhorando o nível de serviço.
Para Bowersox et al (2006, p. 48):

A logística existe para mover e localizar o inventário de maneira a alcançar


os benefícios desejados de tempo, local e posse, a um custo total mínimo. Se
uma organização não satisfaz adequadamente as exigências de tempo e lugar,
não consegue disponibilizar seus produtos/serviços ao cliente.

Já, para Bowersox, a logística possui a finalidade de mover e localizar o


inventário, com o intuito de buscar benefícios como: tempo, local e posse, com custos
reduzidos. Não alcançado esses benefícios, uma organização não consegue
disponibilizar seus produtos/serviços aos clientes.
Enquanto Ballou (2001, p.25), descreve que, “a missão da logística é dispor a
mercadoria ou serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas,
ao mesmo tempo em que fornece maior contribuição à empresa”.

Os principais elementos conceituais da logística segundo Novaes (2004, p. 37)


estão presentes na figura 1.

Processo de Planejar,
operar.

Fluxo e armazenagem

Matéria-prima
Do ponto Produtos em processo Ao ponto
de Produtos acabados de
origem Informações destino
Dinheiro

De forma econômica, eficiente Satisfazendo as necessidades e


e efetiva. preferências dos clientes.

Figura 1: Elementos Básicos da Logística.


Fonte: NOVAES (2004)
A figura 1 demonstra toda a ação da logística, desde o ponto de origem até o
ponto de destino, com o objetivo de satisfazer as necessidades e preferências dos
consumidores finais de forma econômica, eficiente e efetiva. Segundo Novaes (2004, p.
37):

Todos esses elementos do processo logístico devem ser enfocados com um


objetivo fundamental: satisfazer as necessidades e preferências dos
consumidores finais. No entanto, cada elemento da cadeia logística é também
cliente de seus fornecedores. Assim, é preciso conhecer as necessidades de
cada um dos componentes do processo, buscando sua satisfação plena.
Finalmente, operando num mercado eminentemente competitivo, não basta
adotar soluções tecnicamente corretas. É necessário buscar soluções
eficientes, otimizadas em termos de custo, e que sejam eficazes em relação
aos objetivos pretendidos.

Como visto, o gerenciamento do fluxo de materiais do seu ponto de origem ao


seu ponto de consumo, são elementos do processo logístico que busca sempre soluções
eficientes, otimizadas e que sejam eficazes em relação aos objetivos pretendidos, para
que possa satisfazer as necessidades e preferências dos consumidores finais.

2.1 História da logística

Desde a época antiga, mesmo que sem as ferramentas tecnológicas que temos
hoje, há indícios da administração logística aplicada em diversas construções históricas
feitas em épocas antigas, como as pirâmides do Egito. Imaginem a gestão logística
necessária para a construção daquela obra, e de tantas outras obras antigas complexas
que existem pelo mundo. Sabendo que a logística é um sistema de prover e gerar fluxos
de materiais e informações do seu ponto de origem ao seu ponto de destino em uma
operação, produção ou organização com uma missão clara a ser cumprida. Não restam
dúvidas de que a logística sempre existiu, o que tem acontecido é a sua evolução.
O surgimento da logística e o seu desenvolvimento ocorreram nas operações
militares, durante a segunda grande guerra mundial. Segundo explicação de Novaes
(2004, p. 31):

Na sua origem, o conceito de logística estava essencialmente ligado às


operações militares. Ao decidir avançar suas tropas seguindo uma
determinada estratégia militar, os generais precisavam ter, sob suas ordens,
uma equipe que providenciasse o deslocamento, na hora certa, de munição,
viveres, equipamentos e socorro médico para o campo de batalha.
Como visto na citação anterior, a logística era implementada pelos exércitos
em guerras como uma estratégia, para que alimentos, vestuários, armamentos bélicos e
atendimento médico, fossem bem administrados no campo de batalha.
Desde sua origem, suas inovações foram constantes no decorrer do tempo, suas
atividades são essenciais às novas estratégias empresariais. Segundo Novaes (2004, p.
31): “Nesses cinqüenta e tantos anos decorridos desde a Segunda Guerra Mundial, a
logística apresentou uma evolução continuada, sendo hoje considerada como um
elemento-chave na estratégia competitiva das empresas”.
Resumidamente, entende-se que a logística no decorrer de tantos anos
apresentou uma evolução continuada, sendo hoje considerada uma área de grande
importância e participação dentro das empresas, já que é responsável pela gestão dos
fluxos ao longo de uma cadeia produtiva. E com o passar do tempo, a logística se tornou
uma atividade chave para determinados tipos de organização, sejam elas privadas ou
públicas. Portanto a sua evolução constante, está relacionada com a busca de uma
organização diferenciar-se de seus concorrentes, para manter e conquistar novos
clientes.
3. LOGÍSTICA REVERSA

A gestão mais freqüente utilizada pelas empresas é a logística em termos de


canais diretos, ou seja, o fluxo de materiais desde a aquisição da matéria-prima até o
produto acabado chegar as mãos do consumidor final. Mas existe também a gestão do
fluxo reverso, que é a logística em termos de canais reversos. Em seu sentido mais
amplo, significa as operações relacionadas com a reutilização de produtos e materiais.
O conceito de logística reversa é recente, obteve indícios na década de 70,
sendo motivada particularmente a gestão de resíduos e a reciclagem GONÇALVES-
DIAS (2006) apud PIAZZA (2007).
Segundo Krumwied e Sheu (2001) apud Campos (2006), as definições de
logística reversa dependem da corporação ou do ramo da indústria que define esse
conceito. Por exemplo, o varejista vê a logística reversa como uma forma de retornar ao
fornecedor um produto devolvido pelo consumidor; os produtores tende a ver a logística
reversa como um método de receber de volta dos usuários produtos danificados ou
embalagens reutilizáveis.
Para Stock (1998), a definição de logística reversa em uma visão de logística
de negócios, é a área da logística que trata dos aspectos de retorno de produtos, redução
na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de
resíduos, reforma, reparação e remanufatura [...].
Apesar da administração logística, muitas vezes, dar preferência apenas para o
planejamento do fluxo de produtos em canais diretos, Bowersox et al. (1986), descreve
a importância de também administrar o fluxo reverso. Quer seja pelo vencimento de
produtos, responsabilidade pelo correto descarte de produtos perigosos após seu uso,
produtos defeituosos e devolvidos para troca, entre outros, a questão é que o fluxo
reverso é um fator comum.Bawersox et al. (1986, p. 16):

A logística reversa não serve necessariamente para aprimorar a produtividade


logística. No entanto, o movimento reverso é justificado sobre uma base
social e deve ser acomodado no planejamento do sistema logístico, [...]. O
ponto importante é que a estratégia logística não poderá ser formulada sem
uma consideração cuidadosa dos requerimentos da logística reversa.

Enquanto a logística tradicional otimiza o processo de aquisição da matéria-


prima até a chegada ao consumidor final. A logística reversa se encarrega do retorno de
produtos, materiais e peças, após sua venda ou consumo ao processo de produção da
empresa.
Segundo Lacerda (2002, p.65), “o processo reverso, garante a otimização de
todos os materiais que podem não servir a um determinado cliente, porém retornados
para o processo de suprimento distribuição, podem ser colocados novamente no
mercado”. Portanto, materiais inúteis para certos clientes podem ser reciclados e
reinseridos na cadeia produtiva agregando-lhes valores e preservando ao meio ambiente.

Para Leite (2003, p. 16-17):

A logística reversa é uma área da logística empresarial que planeja, opera e


controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos
bens de pós-venda e pós-consumo, ao ciclo de negócio ou ao ciclo produtivo,
por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de
diversas naturezas: econômica, ecológica, legal, logístico, de imagem
corporativa, entre outros.

Percebe-se que cada autor possui sua visão em relação a logística reversa,
embora a finalidade da mesma seja semelhante. Na visão geral, a logística reversa
possui a função de administrar o retorno dos bens de pós-venda e pós-consumo ao ciclo
produtivo. Por meio dos canais reversos, agregando-lhes valores de diversos aspectos e
fazendo com que se tenha um descarte adequado. Conforme a figura seguinte.
A figura 2 seguinte, demonstra o processo logístico direto e reverso, conforme
citado anteriormente.

Materiais

Novos

Processo Logístico Direto

Suprimento Produção Distribuição

Materiais Processo Logístico Reverso

Reaproveitados

Figura 2 – Processo Logístico: Direto e reverso.


Fonte: Lacerda (2002).

A figura 2, ilustra a área da logística que planeja, implementa e controla o


fluxo, que se refere ao resgate de produtos acabados e as devidas informações, desde o
ponto de consumo até o ponto de origem, com o intuito de agregar-lhe valor e enviá-lo
para um descarte apropriado. (ROGERS e TIBBEN-LEMBKE, 1999).
Este conceito passou por grande desenvolvimento na década de 90, com a
ampliação das preocupações e das pressões legais sobre os temas ambientais, que se
somaram a uma maior conscientização, além da busca pelas empresas em reduzir perdas
nos processos produtivos CHAVES (2005) apud PIAZZA (2007).
Apesar de ser um tema atual, a logística reversa já podia ser observada há
algum tempo atrás por indústrias de bebidas, ao reutilizar seus vasilhames retornáveis
no processo de produção novamente, recolhendo o mesmo no ponto de consumo para
reaproveitá-lo e em seguida voltar ao consumidor final, gerando um processo contínuo.
Fazendo com que um bom gerenciamento da logística reversa, influi na economia da
empresa reduzindo a necessidade de fabricar novos vasilhames e contribuindo para o
meio ambiente com um descarte adequado. Conforme Lacerda (1998), cita que a
utilização da logística reversa não vem a ser novidade para diversas empresas, que
atuam em diferentes setores econômicos bastante conhecidos, tais como: o mercado de
bebidas, que gerencia o fluxo reverso das garrafas retornáveis ou o setor siderúrgico,
que gera determinada fração de sua produção utilizando-se de matéria-prima reciclada.
Na visão do autor Leite (2003), as diversas opiniões encontradas para a
logística reversa, revelam que essa área, ainda se encontra em evolução, devido ao
recente interesse direcionado aos estudos referente a área.
Para Campos (2006), parece não existir um conceito definitivamente aceito
para a logística reversa. Diversos autores têm citado definições diferentes para a área ao
longo dos anos e seu significado parece ser incerto até mesmo para as empresas que a
utilizam, podendo diversificar com características de diversos segmentos, ou até mesmo
de empresa para empresa. Ao contrário da logística tradicional, a logística reversa
atualmente não apresenta uma estrutura suficiente para fazer fluir, de forma eficiente, o
retorno dos materiais gerados pela cadeia de distribuição direta.
Em contraste Lacerda (2002), cita que as iniciativas em relação à logística
reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas justificando os
investimentos realizados e estimulando novas iniciativas, mas que o melhor ou pior
processo de logística reversa vai depender da sua administração. O autor cita ainda, logo
abaixo, alguns fatores positivos que podem contribuir para um bom desempenho da
logística reversa:

• Bons controles de entrada: significa identificar corretamente o estado dos


materiais que retornam para que possam seguir o fluxo reverso correto: revenda;
recondicionamento; reciclagem; ou descarte. Quando a identificação não é feita
corretamente pode gerar retrabalho ou atritos entre fornecedores e clientes pela falta de
confiança em relação às causas dos retornos.

• Processos padronizados e mapeados: a logística reversa não deve ser tratada


de forma esporádica, e sim regular, sendo que seus processos devem ser corretamente
mapeados e os procedimentos formalizados a fim de que se possa ter controle e obter
melhorias.
• Tempo de ciclo reduzidos: refere-se ao tempo entre a identificação da
necessidade de reciclagem, disposição ou retorno de produtos e seu efetivo
processamento – ciclos longos atrasam a geração de caixa para a empresa além de
ocupar espaço de estoque entre outros aspectos.

• Sistemas de informação: é um grande desafio para as empresas construir ou


adquirir sistemas de informação que tenham a capacidade de rastreamento de retornos,
medição dos tempos de ciclo e medição do desempenho de fornecedores
disponibilizando informações para negociação, melhoria de desempenho e identificação
de abusos dos consumidores no retorno de produtos.

• Rede logística planejada: assim como no processo logístico direto, a


implementação da logística reversa demanda uma infraestrutura logística adequada para
lidar com os fluxos de entrada de materiais usados e fluxos de saída de materiais
processados.

• Relações colaborativas entre clientes e fornecedores: como existem uma série


de devoluções que são feitas em função de produtos danificados, é necessário uma
relação de confiança e colaboração entre varejistas e indústrias, a fim de que ninguém se
sinta lesado na transação.

Pelo visto, a logística reversa apresenta-se atualmente como uma área da


logística, que merece atenção, dedicação e empenho para que se supere as dificuldades.
Devido a carência de material teórico e vivências práticas aplicadas em empresas, a
tarefa de elaboração de projetos relacionados a logística reversa ainda é uma tarefa
desafiadora para os que pretendem se dedicar ao assunto (GOMES e RIBEIRO, 2004).
Observa-se ainda que a logística reversa será cada vez mais uma ferramenta
importantíssima para as empresas que desejam se manter no mercado competitivo.
Questões ambientais, comerciais e econômicas, necessidade de redução de
custos e o aumento da concorrência, fazendo com que as empresas invistam na
diferenciação dos serviços, são fatores que têm pressionado as empresas a cada vez mais
adotarem a logística reversa (SARIAN, 2003). Portanto entende-se que, com a crescente
problemática de geração de resíduos, devido a rapidez com que um produto é lançado, o
rápido avanço da tecnologia, juntamente com um grande fluxo de informações (LEITE,
2003). Faz com que a logística reversa se torne um ponto fundamental para a
concorrência entre as empresas, contribuindo com o meio ambiente através de um
desenvolvimento sustentável, ocasionando ganhos financeiros pelas empresas na
reutilização de peças recicláveis para um descarte ecologicamente correto dos produtos
e como conseqüência ocorre um diferencial de serviço para os seus clientes.

3.1 Ciclo de vida do produto

Entende-se por vida útil de um produto o tempo intermediário entre sua


produção e o seu descarte pelo primeiro possuidor. Mas não é assim que funciona, o
ciclo de vida de um produto é composto pela extração, processamento da matéria
prima, manufatura, transporte, distribuição, uso, reuso, manutenção e disposição final
adequada ao produto. Conforme Campos (2006, p. 22):

O ciclo de vida de um produto engloba todas as fases em que ele passa: a


extração de matérias primas, a manufatura, as fases de sua distribuição, a
aquisição, o uso, chegando aos processos envolvidos com o final de seu ciclo
vital. Assim, diferentemente do que se imagina, o ciclo de vida de um
produto, não se termina com sua entrega a um cliente. Quando os produtos se
tornam obsoletos, são danificados ou não funcionam, devem ter um
encaminhamento para ser adequadamente descartado, reparados ou
reaproveitados, esse encaminhamento fica a cargo da logística reversa.

Campos afirma que, o ciclo de vida de um produto engloba várias fases até o
seu descarte adequado, que fica sobre responsabilidade da logística reversa. O ciclo de
vida do produto permite uma visão dos diversos impactos provocados ao meio
ambiente, possibilitando a identificação das medidas mais adequadas do ponto de vista
ambiental e econômica para sua minimização. Para Chehebe ( 1998) apud Soto; Arica (
2005), o estudo do ciclo de vida útil de um produto constitui-se então, num método de
gestão ambiental e desenvolvimento sustentável.

Para os autores Manzini; Vezzoli (2005) apud Baenas; Castro. (2007, p. 1):

Se define a vida de um produto como o conjunto de atividades e processos,


cada um deles absorvendo certa quantidade de matéria e de energia, operando
uma série de transformação e liberando emissões de natureza diversas. Tais
processos se agrupam nas diversas fases dos ciclos de vida de um produto,
que são, Pré-Produção, Produção, Distribuição, Uso e Descarte. Conforme os
autores seguem:
• Pré-Produção – fase em que são introduzidos os materiais, isto é, as matérias
primas semi-elaboradas, utilizadas para a produção dos componentes.

• Produção – fase em que os materiais são elaborados para o uso, envolvendo a


transformação dos materiais, a montagem e o acabamento.

• Distribuição – fase que envolve a embalagem, o transporte e a armazenagem.

• Uso - fase de atendimento da finalidade do produto, para que ele foi


produzido
atendendo as necessidades de seus usuários.

• Descarte – É o momento da eliminação do produto. Nesta fase, abre-se uma


série de opções sobre o destino final. Quando se trata desta fase entra a Logística
Reversa, onde procurará dar ao produto o final mais adequado.

Segundo Bowersox; Closs ( 2001) apud Garcia, (2006), O ciclo de vida do


produto se conclui quando o seu descarte é feito de forma adequada, ou seja, descartado
de forma segura, podendo dentro do ciclo de vida, ter sido remanufaturado, recuperado
e voltado ao mercado, ou ainda, sua parte ou sub parte, terem sido aproveitadas ou
recicladas. Resumidamente, conclui-se que, o ciclo de vida útil de um produto vai além
do que se pode imaginar, o ciclo não se acaba com a entrega do produto a um cliente, e
depois sendo descartado pelo mesmo. Tem que haver um encaminhamento apropriado
para ser descartado, reparado ou reaproveitado adequadamente. E esse encaminhamento
fica a cargo da logística reversa.

3.2 Logística reversa de pós-venda

Segundo Leite (2003, p.25), a logística reversa de pós-venda, pode ser


interpretada como um dos critérios-chave de modernização, para um relacionamento
duradouro que visam a fidelidade do cliente. A logística reversa de pós-venda destaca-
se como um importante serviço prestado pelas empresas que têm adotado maior
flexibilidade operacional e proporcionado altos níveis de valor em relação aos clientes.
Acredita-se que as empresas dão maior importância ao ciclo reverso de pós-venda, pelo
motivo de manter a fidelidade do cliente-alvo.

Denominamos de logística reversa de pós-venda a específica área de atuação


da logística reversa que se ocupa do planejamento, da operação e do controle
do fluxo físico e das informações logísticas correspondentes de bens de pós-
venda, sem uso ou com pouco uso, que por diferentes motivos retornam aos
diferentes elos da cadeia de distribuição direta, que constituem uma parte dos
canais reversos pelos quais fluem esses produtos. ( LEITE, 2003, p.206).

Como descrito pelo autor, a logística reversa de pós-venda possui como


objetivo principal, a recuperação adequada dos bens de pós-venda devolvido pelo
consumidor final por vários motivos como: defeitos de fabricação, problemas de
qualidade, término de validade, entre outros. Para Leite (2003, p.18), este retorno dos
bens de pós-venda, pode ser proveniente de diferentes motivos, sendo eles:

• Garantia/Qualidade: produtos que apresentam defeitos de fabricação ou de


funcionamento, quando há avarias no produto ou na embalagem.

• Comerciais: Quando há retorno de produtos devido há erros de expedição,


excesso de estoques no canal de distribuição, mercadorias em consignação, liquidação
de estação de vendas, pontas de estoque etc., que retornam ao ciclo de negócios por
meio de distribuição em outros canais de vendas.

• Substituição de componentes: decorre da substituição de componentes de


bens duráveis e semiduráveis em manutenções e consertos ao longo de sua vida útil e
que são remanufaturados, quando tecnicamente possível, e retornam ao mercado
primário ou secundário ou são enviados à reciclagem ou para uma disposição final, na
impossibilidade de reaproveitamento.

Como se pode observar, os bens de pós-venda, com ou sem uso, formam os


canais reversos de pós-venda. Seu objetivo é estabelecer um retorno ao produto
rejeitado pelo cliente por diversos motivos e agregar valor ao mesmo. Para se manter
neste mercado cada vez mais concorrido, as empresas têm que implantar o ciclo
logístico reverso com as mesmas tecnologias do ciclo logístico direto, pois o nível de
devoluções por não satisfação dos clientes aumentaram muito nos últimos anos, devido
a tantas oportunidades e comodidades oferecidas pelo mercado inovador.

3.3 Logística reversa de pós-consumo

Enquanto a logística reversa de pós-venda, apresenta como função o retorno de


produtos por possuir pouco ou nenhum uso. A logística reversa de pós-consumo possui
como características, o retorno de produtos descartado pelos consumidores, devido ao
ciclo de vida útil ter chegado ao fim, ou por não apresentar utilidade ao primeiro
possuidor que os descarta ou negocia para extensão de utilizações.
Segundo Guarnieri (2005), a logística reversa de pós-consumo tem como
objetivo o controle, planejamento e acondicionamento final dos bens de pós-consumo,
que são aqueles bens que estão no final de sua vida útil, devido ao uso. Essa vida útil
pode ser prolongada se outras pessoas virem neste mesmo bem, outras formas de ser
reutilizado mantendo em uso por um determinado período, após a sua reutilização o
mesmo é destinado à coleta de lixo urbano, podendo ser reciclado ou simplesmente
depositado em aterros sanitários, causando sérios impactos ao meio ambiente. A função
da logística reversa de pós-consumo, é de administrar um bem descartado pelo
consumidor, para que seja reutilizado ou não, mas que tenha um descarte adequado e
não cause impacto ambiental.

Conforme Leite(2003), há três grandes categorias de bens produzidos, são eles:

• Bens descartáveis: são os bens que apresentam duração de vida útil média de
algumas semanas, raramente superior a seis meses. Essa categoria de bens produzidos
constitui-se tipicamente de produtos de embalagens, brinquedos, materiais para
escritório, suprimentos para computadores, artigos cirúrgicos, pilhas de equipamentos
eletrônicos, fraldas, jornais, revistas, entre outros.

• Bens duráveis: são os bens que apresentam duração de vida útil variando de
alguns anos a algumas décadas. Constituem bens produzidos para a satisfação de
necessidades da vida social e incluem os bens de capital em geral. Fazem parte dessa
categoria os automóveis, os eletrodomésticos, os eletroeletrônicos, as máquinas e os
equipamentos industriais, os edifícios de diversas naturezas, os aviões, as construções
civis, os navios, entre outros.

• Bens semiduráveis: são os bens que apresentam duração média de vida útil de
alguns meses, raramente superior a dois anos. Trata-se de uma categoria intermediária
que, sob o enfoque dos canais de distribuição reversos dos materiais, apresenta
características ora de bens duráveis, ora de bens descartáveis. Trata-se de bens como
baterias de veículos, óleos lubrificantes, baterias de celulares, computadores e seus
periféricos, revistas especializadas, entre outros.

Denominaremos de logística reversa de pós-consumo a área de atuação da


logística reversa que equaciona e operacionaliza igualmente o fluxo físico e
as informações correspondentes de bens de pós-consumo descartados pela
sociedade em geral que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo
por meio dos canais de distribuição reversos específicos. Constituem bens de
pós-consumo os produtos em fim de vida útil ou usados com possibilidade de
reutilização e os resíduos industriais em geral. Seu objetivo estratégico é
agregar valor a um produto logístico constituído por bens inservíveis ao
proprietário original ou que ainda possuam condições de utilização, por
produtos descartados pelo fato de terem atingido o fim de vida útil e por
resíduos industriais. Esses produtos de pós-consumo poderão se originar de
bens duráveis ou descartáveis e fluir por canais reversos de reuso,
desmanche, reciclagem até a destinação final.(LEITE, 2003, p.18).

Como diz o autor, o objetivo da logística reversa de pós-consumo é o de


agregar valor a um bem que pode ser originado de bens duráveis ou descartáveis, em
seu fim de vida útil ou usado com possibilidades de reutilização, percorrendo pelo fluxo
reverso de reuso, desmanche, reciclagem até o seu destino final, como ilustra a figura 3
a seguir:
Fluxos

Mercado R D R Mercado
secundário E I E secundário
V R V
E E E
R T R
S O S
O S O
S S

Reciclagem
Retorno Mercado
primário Desmanche

Reuso

Disposição
Final
Pós-venda Pós-consumo

Figura 3 – Canais de distribuição diretos e reversos


Fonte: Leite (2003)

Conforme a ilustração na parte direita da figura anterior, os bens classificados


como duráveis ou semiduráveis, após seu descarte pelo seu primeiro proprietário,
tornam-se produtos de pós-consumo. Quando há possibilidades de utilização podem
destinar-se ao mercado de segunda mão através do canal reverso de reuso, sendo
utilizado até atingir o fim de sua vida útil. Após os bens atingirem seu efetivo fim de
vida útil, nessa categoria de pós-consumo incluem-se os produtos descartáveis que
apresentam vida útil de algumas semanas. Esses bens são retornados por meio de dois
grandes sistemas de canais reversos de revalorização: o canal reverso de desmanche e o
de reciclagem. Na impossibilidade dessas revalorizações, os bens de pós-consumo
encontram a disposição final em aterros sanitários ou são incinerados (LEITE, 2003).
Pelo ponto de vista do autor, esses bens ou materiais transformam-se em
produtos denominados de pós-consumo e podem ser enviados a destinos finais bem
conhecidos, como a incineração ou os aterros sanitários tecnicamente controlados,
considerados meios seguros de estocagem e eliminação, ou retornar ao ciclo produtivo
por meio de canais de desmanche, reciclagem ou reuso em uma expansão de sua vida
útil. Esses meios alternativos de retorno ao ciclo produtivo, constitui-se na principal
preocupação do estudo da logística reversa e dos canais de distribuição reversos de pós-
consumo (LEITE, 2003).
Leite (2003), descreve que os diversos tipos de bens produzidos, serão
descartados em algum momento se tornando como pós-consumo. Portanto tem que
haver alguma disposição final adequada para que não ocorram danos ao meio ambiente.
Esses bens podem ter uma disposição final segura ou não segura, dependendo de que
maneira vai ocorrer o seu descarte.
Muitas vezes o produto descartado, no todo ou em partes, já não tem utilidade
alguma para o processo industrial. Nessas ocasiões, há necessidade de se garantir a
disposição final para onde os produtos não mais utilizáveis sejam colocados de forma
segura para a população e para o meio ambiente ( NOVAES, 2004).
Para Leite (2003), o descarte seguro de um bem ocorre quando o mesmo é
descartado em um meio controlado que não cause danos ao meio ambiente e que não
atinja, direta ou indiretamente, a sociedade. Já o descarte não seguro, ocorre quando um
bem é descartado de maneira não controlada, tal como locais não impróprios (terrenos
baldios, riachos, rios, mares, lixões etc.), em quantidades indevidas.
Portanto, como se pode observar, o quanto é importante a atuação da logística
reversa de pós-consumo. Através da reciclagem podemos obter valores econômicos,
ecológicos e logísticos. Fazendo com que, o retorno do bem seja evitado gastos de
recursos escassos, tais como os ambientais, econômicos, financeiros e humanos,
gerando um processo de economia reversa. No sistema de reuso, agrega-se valor de
reutilização ao bem de pós-consumo; e ao sistema de incineração agrega-se valor
econômico, pela transformação dos resíduos em energia elétrica (LEITE, 2003).
4. ESTUDO DE CASO

O estudo de caso comparativo a seguir, relata o gerenciamento logístico


reverso de resíduos de óleo de cozinha. Sendo comparado o método utilizado pelas
organizações brasileiras, a uma organização modelo, dos Estados Unidos e uma possível
solução de utilização desta reciclagem para a cadeia produtiva do biodiesel.

4.1 O resíduo de óleo

Importante no preparo de alimentos através de frituras, são geradas grandes


quantidades de resíduos do óleo de cozinha em residências e estabelecimentos
alimentícios conforme Reis et al. (2007) apud Junior et al. (2009), os óleos vegetais são
larga e universalmente consumidos para a preparação de alimentos nos domicílios,
estabelecimentos industriais e comerciais de produção de alimentos.
No Brasil são descartados 9 bilhões de litros de óleo de cozinha por ano, mas
apenas 2,5 % de todo esse óleo de fritura é reciclado, ou seja, separado, coletado,
filtrado e reinserido na cadeia produtiva para atender a diversos seguimentos da
indústria. Em São Paulo, são reciclados 1.000.000 de litros de óleo por mês, mas isso
representa menos que 5% de todo o óleo descartado, ou seja, 95% do óleo descartado
ainda não é reciclado. Segundo o assessor de meio ambiente da Sabesp, cada litro de
óleo de cozinha pode contaminar 25.000 litros de água (GLOBO, 2009). O estrago não
pára por aí, o descarte inadequado deste tipo de resíduo pode ocasionar em diversos
danos como cita o capítulo seguinte.

4.2 Destino do óleo de cozinha usado

Descartado no meio ambiente

Diferente do lixo orgânico que é coletado e despejado em aterros sanitários, o


óleo de cozinha ou óleo vegetal, é descartado por muitas vezes em ralos de pias,
contribuindo para um prejudicial impacto ambiental. Segundo Castellanelli et al. (2007)
apud Junior et al. (2009), o resíduo do óleo de cozinha, gerado diariamente nos lares,
indústrias e estabelecimentos do país, devido à falta de informação da população, acaba
sendo despejado diretamente nas águas, como em rios e riachos ou simplesmente em
pias e vasos sanitários, indo parar nos sistemas de esgoto causando danos no
entupimento dos canos e o encarecimento dos processos das estações de tratamento,
além de acarretar na poluição do meio aquático, ou, ainda, no lixo doméstico,
contribuindo para o aumento das áreas dos aterros sanitários. Com o seu descarte
inadequado o resíduo do óleo de cozinha pode provocar impactos ambientais
significativos, conforme Reis et al (2007) apud Junior et al. (2009), cita a seguir:

• Em mares, rios e lagos: cria condições que levam à morte de peixes, seres
microscópicos e plantas marinhas.

• Em pias ou vasos sanitários: provoca entupimentos nas tubulações da


residência ou estabelecimento. Em alguns casos a desobstrução de
tubulações necessita do uso de produtos químicos tóxicos.

Figura 4: tubulação, antes e depois de contato com o óleo


Fonte: SF GreaseCycle Program (2007).

• Na rede de esgotos: ocasiona infiltração do esgoto no solo, poluindo o


lençol freático ou ocasionando refluxo à superfície.

• Em aterros sanitários: diminui áreas úteis destes e transforma-se em gás


metano, contribuindo para o aquecimento global.

• Na estação de saneamento básico: dificulta e encarece o tratamento.


O retorno do óleo de fritura ao ciclo produtivo ao invés de ser despejado no
meio ambiente prejudicando-o, não é apenas ecologicamente correto e lucrativo, mas o
procedimento beneficia até o bolso do cidadão brasileiro, uma vez que, o prejuízo para
tratar a água contaminada pelo óleo de fritura (relembrando, que cada litro de óleo
vegetal é o suficiente para contaminar vinte e cinco mil litros de água) é repassado em
forma de imposto que são pagos por nós mesmos.

Retornando à produção

O resíduo do óleo de cozinha pode ser reaproveitado como matéria-prima,


conforme Reis et al (2007) apud Junior et al. (2009), os principais aproveitamentos de
tais óleos são:

1- Produção de glicerina.
2- Padronização para a composição de tintas.
3- Produção de massa de vidraceiro.
4- Produção de farinha básica para ração animal.
5- Geração de energia elétrica através de queima em caldeira.
6- Produção de biodiesel, obtendo-se glicerina como subproduto.

O autor cita ainda que, com o retorno do resíduo de óleo de cozinha ao ciclo
produtivo, forma-se um desenvolvimento sustentável, abandonando com isso, a extração
de recursos naturais e aumentando a reciclagem circular. No seu retorno à produção
como matéria-prima, o óleo de cozinha usado poderá agregar valor econômico à cadeia
produtiva e contribuir para a preservação do meio ambiente e os conseqüentes custos
sócio-econômicos, também cumpre o papel de evitar o gasto de recursos escassos, tais
como os ambientais, humanos, financeiros e econômicos.
Terra, água, fertilizantes, defensivos agrícolas, maquinário, combustível, mão-de-obra,
financiamento bancário, fator tempo, entre outros, necessários para planejar, preparar o
solo, plantar, colher, armazenar, beneficiar e escoar safras de plantas oleaginosas
(plantas que fornecem óleo, como soja, mamona, girassol, etc.) das quais se extrairia o
óleo que serviria como matéria-prima para os produtos acima citados.
Como visto, a reciclagem do resíduo de óleo de fritura usado, serve como fonte
de matéria-prima para ser inserido na cadeia produtiva de diversos ramos da indústria,
fazendo com que se evite gastos de recursos escassos, tais como : ambientais,
financeiros, humanos e econômicos.

Motivos do descarte inadequado do resíduo

• Os consumidores não estão conscientes.

Figura 5: Consumidor despejando óleo na pia.


Fonte: Programa Via Legal (2007).

Por falta de informação, grande parte da população ainda descarta na pia, no


lixo comum ou mesmo no ralo, o óleo utilizado na cozinha. É fundamental que a
população seja informada sobre a maneira adequada de descarte do produto.

• Faltam meios para o descarte adequado.

Atualmente as grandes cidades enfrentam dificuldades, para que os produtos de


pós-consumo como resíduos sólidos e líquidos gerados pela população tenham um
descarte adequado. Este fato pode ser observado pela inexistência de uma rede de coleta
eficiente que recicle os produtos coletados e que agregue valor aos mesmos.

4.3 Legislação Brasileira

Por enquanto, no Congresso Federal, tramita, desde 19 de setembro de 2007, os


seguintes projetos de lei:
• Nº 2074/2007: dispõe sobre a obrigação dos postos de gasolina,
hipermercados, empresas vendedoras ou distribuidoras de óleo de cozinha e
estabelecimentos similares de manter estruturas destinadas à coleta de óleo de cozinha
usado.

• N º 2076/2007: dispõe sobre a obrigatoriedade de inserção de mensagem no


rótulo das embalagens de óleos vegetais, contendo advertência sobre a destinação
correta do produto após o uso.
A legislação sobre o tema ainda encontra-se em trâmite, fazendo com que o
resíduo de óleo de fritura usado, altamente prejudicial ao meio ambiente, seja
descartado de forma inadequada após o seu consumo. E como conseqüência do descarte
inadequado do produto, a sua volta ao ciclo produtivo como fonte de matéria-prima para
algumas indústrias se torna mais difícil.

4.4 Logística reversa do óleo de cozinha usado

Esta etapa requer desenvolvimento de uma rede logística reversa capaz de


assegurar o suprimento contínuo de óleo para posteriormente ser encaminhado a
diversos seguimentos da indústria. As atividades básicas para o retorno do óleo de
cozinha usado, são as seguintes:

1- Acondicionamento
2- Coleta
3- Transporte

Para que o retorno como matéria-prima seja possível, é preciso uma série de
procedimentos e operações inter-relacionadas e seqüenciais, sendo eles:
acondicionamento, coleta, armazenagem e movimentação até o local de produção. Na
figura seguinte, é ilustrada uma visão geral da cadeia reversa praticado pelas empresas
brasileiras.
Cliente com óleo
de cozinha usado

Ecopontos

Organização

Figura 6 : Cadeia reversa do resíduo de óleo de cozinha.


Fonte: Elaborado pelo autor (2009)

O ciclo reverso utilizado pelas empresas brasileiras pesquisadas ocorre da


seguinte maneira, após a utilização do óleo comestível no final de sua vida útil, o
consumidor armazena em um recipiente para posteriormente ser depositado em um
local apropriado chamado de ecopontos, que são locais dentro dos bairros onde podem
ser recolhidos os óleos de cozinha usados pela comunidade. Os ecopontos podem estar
localizados em diversos lugares como por exemplo: farmácias, padarias, escolas,
hipermercados, entre outros. A figura a seguir, ilustra os chamados ecopontos.

Figura 7 : Ecopontos
Fonte: Google imagens (2009)
No passo seguinte, a coleta, quando os locais apropriados chamados
ecopontos, já estiverem com o limite máximo de óleo, a empresa é avisada através de
telefone ou pela internet. Sendo orientada sobre a coleta, isto geralmente é feito
(semanal, quinzenal ou mensal), posteriormente a empresa segue para os endereços
onde se sabe haver óleo a ser coletado, sem nenhum auxílio de sistemas de informação,
no caso os roteirizadores. As coletas são feitas por um veículo courrier, como mostra a
figura seguinte.

Figura 8 : Veículo courrier


Fonte: Marim Resíduos (2009)

Assim que as empresas recebem o resíduo, o mesmo passa por um processo de


filtragem para remover todas as impurezas e resquícios dos alimentos com os quais o
óleo entrou em contato. Após a filtragem o resíduo vai sendo armazenado em recipiente
especial até que atinja uma quantidade estabelecida pela empresa.

Figura 9 : Recipiente especial para armazenar o resíduo de óleo na empresa


Fonte: Ong trevo (2009)

Depois de uma certa quantidade armazenada, o resíduo é enviado para as


industrias de diversos seguimentos, inclusive industrias que produzem biodiesel através
do óleo comestível usado.
Destaca-se que, um projeto reverso só será sustentável caso a soma dos custos
de todos os procedimentos como: acondicionamento, coleta, armazenagem e
movimentação, sejam menor do que o valor da matéria-prima retornada. Caso contrário,
não haverá interesse no retorno do resíduo. Fatores básicos para se atingir a viabilidade:

• O transporte representa cerca de 60% dos custos logísticos: (1) aquisição e


manutenção da frota de veículos, (2) combustível, (3) motoristas.

• O uso de roteirizador (programa de computador que determina as melhores


rotas a serem seguidas pelos veículos) e de veículos adaptados para cada
situação proporcionam redução significativa de custos e melhorias no
desempenho de entregas ou coletas.

• Economia de escala: quanto maior a quantidade coletada, menor será o


custo médio.

4.5 Do óleo de cozinha ao biodiesel

O desenvolvimento sustentável, tema bastante discutido na atualidade, tem


como objetivo atender às necessidades do presente sem comprometer às necessidades
das gerações futuras. Consiste na transformação e reutilização de materiais, para que
possam ser consumidos sem agredir ao meio ambiente. Abandonando com isso, a
extração de recursos naturais e aumentando a reciclagem circular, Valle (2004). O
problema ambiental vem sendo tratado como causa e não como conseqüência das nossas
ações diárias. É diante desses aspectos que o óleo de cozinha, por ser um produto tão
nocivo ao meio ambiente e fonte de matéria-prima para a produção de diversos
produtos, deve ser reutilizado para se obter um descarte adequado e com isso formar
um ciclo sustentável como a produção de biodiesel.
Biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis, que
pode ser obtido através do processo de transesterificação. Pode ser produzido a partir de
gorduras animais ou de óleos vegetais, existindo dezenas de espécies vegetais no Brasil
que podem ser utilizadas, tais como mamona, dendê ( palma ), girassol, babaçu,
amendoim, pinhão manso, soja ou óleo de fritura usado, que é a matéria-prima utilizada
neste estudo (BIODIESEL, 2009).
Biodiesel é o nome de um combustível alternativo de queima limpa, produzido
de recursos renováveis. O Biodiesel não contém petróleo, mas pode ser adicionado a
ele formando uma mistura. Este biocombustível substitui total ou parcialmente o óleo
diesel de petróleo em motores ciclodiesel automotivos (de caminhões, tratores,
camionetas, automóveis, etc) ou estacionários (geradores de eletricidade, calor, etc).
Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções. A mistura de 2%
de biodiesel ao diesel de petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente, até o
biodiesel puro, denominado B100. Podendo ser usado em qualquer motor diesel sem
alterações na parte mecânica, não havendo perda de potência e rendimento
(BIODIESEL, 2009).
Segundo a Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005, biodiesel é um
biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão
interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro
tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil
(BIODIESEL, 2009).
O biocombustível é 100 % renovável, o Brasil ficará menos dependente do
petróleo e conseqüentemente a troca de um combustível de origem fóssil por um de
fonte renovável contribuirá bastante para a preservação do meio ambiente conforme o
autor cita posteriormente. Segundo Torres (2006) apud Muniz (2008), estudos indicam
os males do efeito estufa e que o uso de combustíveis de origem fóssil como o petróleo
tem sido apontado como o principal responsável por isso. Melhorar as condições
ambientais, principalmente nos grandes centros metropolitanos significa também
melhorar a qualidade de vida da população e evitar gastos dos governos e dos cidadãos
no combate aos males da poluição. O biodiesel, apresenta uma expressiva capacidade
de redução da emissão de poluentes e de diversos gases causadores do efeito estufa.
Comparado com o óleo diesel derivado do petróleo, o biodiesel pode reduzir em 78% as
emissões de gás carbônico, considerando-se as reabsorções pelas plantas. Além disso,
reduz em 90% as emissões de fumaça e praticamente elimina as emissões de óxido de
enxofre. Se fossem apenas estes proveitos ambientais e para a saúde humana, o planeta
inteiro já se beneficiaria do uso do biodiesel, porém ainda existem várias outras
vantagens.
A produção do biodiesel através da matéria-prima óleo de cozinha usado,
ocorre a partir do momento do seu descarte adequado, ou seja, após o seu consumo ele
seja separado, coletado e filtrado pelas empresas que participam do fluxo reverso dessa
matéria-prima. Em seguida, enviados para as indústrias que produzem o biodiesel, o
processo mais comum utilizado para a transformação da matéria-prima em biodiesel é o
chamado de transesterificação, que consiste numa reação química dos óleos vegetais ou
gorduras animais com o álcool comum (etanol) ou metanol, estimulada por um
catalisador, da qual também se extrai a glicerina, produto com aplicações diversas na
indústria química. A Transesterificação nada mais é do que a separação da glicerina do
óleo vegetal. Cerca de 20% de uma molécula de óleo vegetal é formada por glicerina. A
glicerina torna o óleo mais denso e viscoso. Durante o processo de transesterificação, a
glicerina é removida do óleo vegetal, deixando o óleo mais fino e reduzindo a
viscosidade (BIODIESEL, 2009). Conforme citado anteriormente, a figura seguinte
ilustra o processo de transesterificação.

Figura 10: Esquema da reação de transesterificação


Fonte : Ceplac (2009)

Observe a fórmula de modo simplificada:

ÓLEO + ÁLCOOL → ÉSTER + GLICERINA

O produto final da reação é a glicerina e o biodiesel (éster), que durante o


processo será refinado até as especificações padrões . Essa glicerina é utilizada na
fabricação de sabão, mas se sabe que transformar o óleo de cozinha em biodiesel é mais
aconselhável do que em sabão, pois o biodiesel pode ser utilizado como forma de gerar
energia substituindo até mesmo o petróleo (MUNIZ, 2008).
Após a sua produção, o biocombustível pode ser utilizado por veículos com
motores diesel, formando um ciclo de funcionamento conforme a figura a seguir:

Figura 11: Ciclo de funcionamento


Fonte: Plantabio (2009)

Se existir estímulo para a produção de biodiesel a partir do óleo de cozinha


usado, o óleo vegetal volta ao sistema produtivo e até substitui parte do consumo de
óleo diesel, reduzindo assim a dependência do petróleo e se somando ao álcool
combustível como uma fonte de energia renovável.
As vantagens adquiridas com a reciclagem do óleo de cozinha usado para a
produção do biodiesel, como fonte alternativa e limpa de combustível são imensuráveis.
Podem ser auferidos inúmeros proveitos, como vantagens sociais, econômicas,
ecológicas, entre outras. Conforme Reis et al. (2007) apud Junior et al. (2009), o óleo de
cozinha usado retornado à produção, além de afastar a degradação do meio ambiente e
os conseqüentes custos sócio-econômicos, também cumpre o papel de evitar o gasto de
recursos escassos, tais como os ambientais, humanos, financeiros e econômicos.

4.6 Estudo comparativo de algumas empresas coletoras no Brasil e um programa


modelo nos EUA.

A Marim é uma empresa santista que tem a missão de oferecer soluções


ambientais adequadas para o tratamento de resíduos diversos. Em outubro de 2007,
criou o projeto “De Olho no Óleo”, com objetivo de combinar resultado financeiro com
equidade social e qualidade ambiental, buscando para isso parceria com o Poder Público
a fim de desenvolver, junto à rede municipal de ensino, um trabalho educacional para
tornar os alunos em multiplicadores da cultura de preservação ambiental. Para captação
de fornecedores, a empresa realiza palestras educativas sobre o tema e anuncia seu
trabalho em jornais e em seu próprio portal de internet. Uma vez estabelecido um
acordo de coleta com o fornecedor, este recebe da empresa uma bombona com
capacidade de 20 ou 40 litros, para o caso de condomínios e estabelecimentos
comerciais, ou uma caçamba, para o caso de ser um ponto de entrega voluntária. A
empresa remunera condomínios e estabelecimentos comerciais com R$ 0,30 por litro de
óleo. E, no caso de pontos de entrega voluntária de escolas que ultrapassem certo limite
de litros, faz sorteios de prêmios entre os alunos. As coletas são feitas por automóvel
courrier e ocorrem mediante aviso, por telefone ou pela internet, dos responsáveis pelas
bombonas ou caçambas, de que as capacidades dos recipientes chegaram aos seus
limites. Não há roteirização programada para a coleta. O resíduo coletado vai sendo
armazenado em recipiente especial até que atinja 10 mil litros, quando então é
transportado em um tanque especial, com recurso para sucção, para um cliente na
cidade de Piracicaba. Em 2008 a empresa recolheu cerca de 7 mil litros do produto por
mês na sua área de atuação, as cidades de Santos e São Vicente. Os principais
fornecedores são bares, restaurantes e lanchonetes; os quais recebem o selo “Amigos do
Meio Ambiente”, para que a população possa ficar ciente de que os estabelecimentos
dão destino adequado ao resíduo.

A ONG TREVO iniciou suas atividades em Fevereiro de 1992, tendo sido


uma das pioneiras na coleta e reciclagem de resíduos de óleo de cozinha e cuja
preocupação principal continua a ser a preservação de nosso meio ambiente. Atualmente
localizada na Zona Leste de São Paulo, numa área de 1.500m2, dotada de tanques
capazes de armazenar até 150 mil litros, a ONG TREVO coleta cerca de 250 toneladas
por mês de resíduos em mais de 2 mil estabelecimentos cadastrados, entre restaurantes,
empresas, hospitais, clubes e condomínios, apenas dentro da região da Grande São
Paulo, e gratifica com R$ 0,25 por litro retirado, no ato da coleta. Os estabelecimentos
cadastrados na ONG recebem bombonas com capacidade, cada uma, para armazenar até
50 litros de óleo de fritura. A coleta é feita com veículos Kombi com freqüência
(semanal, quinzenal ou mensal) irá depender somente das quantidades de óleo geradas
em cada ponto, mediante aviso por telefone ou pelo site de internet do responsável pelo
recipiente de armazenagem, indicado pelo estabelecimento. Após a reciclagem, o óleo
recuperado é, em parte, destinado a indústrias químicas de diversos segmentos, e, com o
restante, fabrica-se um sabão em pedra para uso na lavagem de roupas e na limpeza
doméstica em geral.

4.7 Programa de São Francisco, EUA: modelo para as cidades do mundo.

O portal da Prefeitura da cidade de São Francisco, EUA, relata que em uma


iniciativa para reduzir as emissões de gases que contribuem para fenômeno do
aquecimento global e frear o crescente número de tubulações obstruídas que flagelam
residências e estabelecimentos comerciais da cidade, foi lançada, em 20 de novembro de
2007, uma solução inovadora para coletar gratuitamente o óleo de cozinha dos
restaurantes da cidade e transformá-lo em biodiesel para ser usado pela frota municipal.
É o primeiro programa municipal do país com essas características e pretende servir
como um modelo para as cidades do mundo inteiro que queiram transformar seu óleo
usado em energia útil e sustentável. Explica o portal de São Francisco que o programa,
chamado de SFGreaseCycle, foi desenvolvido pela Comissão de Utilidades Públicas de
São Francisco (SFPUC) como uma alternativa sustentável para combater os
entupimentos de tubulações causados em parte pelo óleo de cozinha descartado por
restaurantes e lares. Cada ano, o SFPUC estima que 50% dos chamados de emergência
do sistema de saneamento estão relacionadas a entupimentos causados por tal descarte,
representando um custo para os contribuintes de US$3.5 milhões em reparos. O portal
do programa SFGreaseCycle relata que para fazê-lo acontecer a SFPUC estabeleceu
uma estação de transferência para receber o produto coletado e filtrá-lo, na finalidade de
obter uma matéria-prima de boa qualidade, e, então, vendê-lo para a indústria de
biodiesel. O programa tem três objetivos principais: (1) fornecer aos habitantes e
comerciantes uma opção gratuita de eliminação do óleo, (2) enviar para conversão em
biodiesel o óleo que iria causar problemas na rede coletora de esgoto, (3) fornecer à
cidade mais uma fonte de energia. Além desses benefícios financeiros e ambientais,
também visa: (1) fornecer oportunidades de trabalho com uso de tecnologia limpa e
treinamento, (2) ajudar no cumprimento de diretiva municipal requerendo a conversão
de 100% da frota municipal ao biodiesel B20, (3) ser um modelo nacional e
internacional. Projetado para ser uma operação limpa e de grandes volumes, o programa
tem os seguintes passos: (1) nos restaurantes e estabelecimentos alimentícios, os
caminhões do SFPUC coletam o óleo acondicionado através de mangueira de sucção,
(2) a estação de transferência recebe o carregamento de óleo, (3) o óleo é armazenado
em um sistema tanques, onde será filtrado para garantia de qualidade, (4) o óleo é
vendido à industria de biodiesel; fechando-se o ciclo quando o produto volta para ser
usado pela frota municipal. Diferentemente dos restaurantes e estabelecimentos
alimentícios, os residentes da cidade são chamados a deixar seus descartes em postos de
entrega voluntária. O portal do programa SFGreaseCycle conta que outra iniciativa
municipal é o Programa de Redução da Poluição da Água pelo Óleo de Cozinha, no
qual foi formado um grupo de trabalho entre a SFPUC, o Departamento de Saúde e o
Departamento de Operações de Saneamento Básico, para lidar com o problema do
acúmulo de óleo nas tubulações e conseqüentes problemas causados, tais como o
estouro e transbordamento dos canos com liberação de milhares de litros de água não
tratada. No plano de ação, relata o portal, o Departamento de Saúde forneceu um banco
de dados com de restaurantes e estabelecimentos alimentícios e o Departamento de
Operações de Saneamento Básico forneceu um banco de dados com todas as ordens de
serviços relacionadas a óleo dos últimos dois anos. Com esses dados, o SFPUC usa um
sistema de informação geográfica (SIG) para determinar as áreas com maiores
concentrações de restaurantes e, ao mesmo tempo, mais relacionadas a problemas com
óleo. Os inspetores especialmente treinados do SFPUC marcam os pontos para uma
intensa inspeção e atividades de prevenção de poluição.
4.8 Métodos utilizados pelas empresas coletoras

No Brasil, geralmente as empresas coletoras:

• Não utilizam recursos de roteirização.

• Não utilizam veículos adequados para a coleta do resíduo.

• Concorrem entre si numa mesma região, por não compartilharem recursos


(armazéns e transporte).

Nos Estados Unidos, as empresas coletoras utilizam:

• Uso intensivo de sistemas de informação como: roteirizadores.

• Usam caminhões e vans adaptadas com tanques e mangueiras de sucção.

Figura 12: Veículo adaptado com tanque e mangueira de sucção para a coleta do óleo nos Estados Unidos

Fonte: DOE ORG (2008)


Figura 13: No momento da coleta o uso de mangueira de sucção para otimizar o processo, nos EUA:
Fonte: DOE ORG (2008)

• Geralmente há apenas uma empresa para cada região ou cidade.

• Aproveitamento de economia de escala: atua sozinho em áreas com grande


quantidade de pontos de coleta.

• Geração de empregos, com melhoria dos indicadores sócio-econômicos.

• Produção de biodiesel, com diminuição de poluentes no ar.

O programa funciona em três etapas:

• Caminhões adaptados com tanques e mangueiras de sucção fazem a coleta


em pontos pré-determinados por roteirizadores.

• O resíduo coletado é transportado para a estação de transferência onde será


filtrado e armazenado até a quantidade ótima para transporte.

• O óleo filtrado é transportado à indústria de biodiesel.


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através deste estudo, observar-se que, o óleo de cozinha é altamente


consumido na preparação de alimentos. Más apenas partes deste óleo são recicladas, ou
seja, separado, coletado, filtrado e reinserido na cadeia produtiva. E quando se recicla
este óleo, o seu resíduo serve como fonte de matéria-prima para diversos seguimentos
da indústria, sendo possível até a produção de um biocombustível de energia limpa e
100% renovável.
Ficou constatado também que, o resíduo de óleo de cozinha usado não possui
um retorno em grande escala a cadeia produtiva devido aos seguintes casos: (1) as
empresas coletoras brasileiras abordadas, não usam os melhores métodos na execução
do trabalho, pelo motivo de não fazerem uso de tecnologias, como, por exemplo,
sistemas de roteirização ou uso de veículos adaptados com tanques e mangueiras de
sucção que resultariam na redução significativa de custos e otimização do processo de
entregas ou coletas, ou, ainda, por não aproveitarem a economia de escala, pelo fato de
concorrerem entre si numa mesma região e por não compartilharem recursos
(armazenagem e transportes), (2) pela falta de informação, os consumidores não estão
conscientes dos problemas causados pelo resíduo do óleo ou não possuem meios para
descartá-lo adequadamente, (3) as leis, por enquanto, não faz com que se tenha um
descarte adequado do óleo.
Entretanto, este trabalho, indica um programa usado em São Francisco, EUA,
como modelo a ser seguido, pelas características de se aproveitar a economia de escala,
o uso intensivo de tecnologias, principalmente os sistemas de informações, por
amenizar a poluição, por economizar o dinheiro dos contribuintes por evitar problemas
na rede de esgotos, por gerar emprego e combustível.
Este trabalho ressalta também que, os dois projetos de leis citados que estão em
tramitação no Congresso Nacional, trata-se adequadamente dos dois problemas
encontrados pelo consumidor após o uso do óleo, que é a conscientização e a falta de
meios adequados para o descarte, pois tais projetos, quando transformados em leis,
obrigarão a criação de postos de coleta e de colocação de avisos nos rótulos das
embalagens dos óleos de cozinha com alertas para o problema causado e de que o
produto deve ser descartado nos postos.
Portanto, espera-se que haja uma mudança de hábito com relação ao descarte
de óleo de fritura, fazendo com que se implantem uma estratégia que vise um projeto tal
como o modelo usado em São Francisco, e que os projetos de leis que tramitam no
Congresso Nacional sejam transformados em leis, para que o óleo de cozinha usado
possa retornar em grande escala ao sistema produtivo.
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