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UATI1

Glécia Carneiro
Juçara Oliveira
Maicom Emerson
Miriã Ferreira
Osméria Almeida2

Resumo: Este presente trabalho tem como objetivo principal abordar sobre a
importância do projeto UATI (Universidade Aberta à Terceira Idade) para a região
Sisaleira e demonstrar a forma como o mesmo tem transformado a vida dessa
significativa parcela da população através do processo de educação para cidadania.

Abstract: This present work has as main objective to approach on the importance of
the project UATI (University open to the Third Age) for the area and to demonstrate
the form as the same has been transforming the life of that significant portion of the
population through the education process for citizenship.

Palavras-chaves: UATI – Cidadania – Transformação Social – Sociedade Civil.

Introdução

Fala-se muito que o Brasil é um país de jovens. As estatísticas provam que


não é bem assim. Segundo o IBGE3, o Brasil tem envelhecido rapidamente: 10% dos
brasileiros têm mais de 60 anos e existem hoje 120 idosos para cada 100 crianças
no Brasil. Em 2020, um em cada 13 brasileiros será idoso. Em 2050, a população
brasileira acima de 65 anos deverá ser igual à de crianças até 14 anos. O desafio
agora é saber se o país está preparado, para cuidar melhor dos idosos e de suas
1
Trabalho Solicitado pela discente Kátia Morais, como componente avaliativo da disciplina de Comunicação
Comunitária.
2
Discentes do Curso de Comunicação Social – Rádio e TV da Universidade do Estado da Bahia, CAMPUS XIV.
3
Dados referente ao IBGE de 2006.

1
eventuais necessidades, como também, para garantir maior qualidade de vida para
essa faixa etária. Diante disso, o governo juntamente com a sociedade civil, vem
tentando criar mecanismos que combatam ou até amenizem esse problema que
afeta essa faixa etária da população. Pode-se dizer que essa parceria entre
sociedade civil e Estado tem uma relevante importância uma vez que, a relação
entre ambos sempre foi marcada por conflitos como afirma Evelina Dagnino, (2002).
Existem diversas iniciativas de cunho social voltado para o bem-estar
dos idosos, nos diversos cantos do país. Nesse trabalho o que se pretende é
abordar sobre a UATI (Universidade Aberta à Terceira Idade), projeto que vem
sendo desenvolvido na UNEB (Universidade do Estado da Bahia), CAMPUS XIV, na
cidade de Conceição do Coité, desde 2007. A princípio foi uma iniciativa da BPJCA
(Biblioteca Professor Carlos dos Anjos), atualmente envolve a articulação entre os
departamentos do CAMPUS, da Prefeitura Municipal de Conceição do Coité e da
sociedade civil. Coordenado por Henrique Valença, o projeto visa inserir pessoas da
terceira idade da cidade e das circunvizinhas no processo do exercício da dignidade
e cidadania, como também, adquirir e aprimorar seus conhecimentos, a partir de
termos que possam ser tratados com o caráter voltado para suas efetivas
necessidades e demandas.
Essa iniciativa, tem sido de tamanha importância para a região sisaleira, já
que tem mostrado o seu potencial e sua capacidade de formar cidadãos mais
críticos e capazes de participar plenamente do exercício da cidadania. Nesse
contexto a sociedade civil surge como um dos principais agentes, pois:

Assume hoje papel preponderante nos processos de participação


social em defesa da democracia, dos direitos humanos e da
cidadania, graças, sobretudo, à atuação dos movimentos sociais
organizados, das ONGs e do terceiro setor como um todo(...)
( KUNSCH, 2007).

A participação da UNEB Campus XIV no projeto UATI

A Universidade do Estado da Bahia Campus XIV de Conceição do Coité


desde a implantação do projeto UATI (Universidade aberta à terceira idade) vem
tendo uma participação bastante atuante, exemplo disso é preocupação de está

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buscando parcerias da própria UNEB, da prefeitura municipal como também na
comunidade acadêmica para a atuação dos discentes como monitores.
Quanto à disponibilização do espaço físico a instituição oferece aos seus
respectivos estudantes a mesma estrutura oferecida aos demais cursos como
também tem uma atenção a mais ao projeto no que compete a enquadrar uma
metodologia especifica para o mesmo, uma vez que é voltado para um segmento da
sociedade que até então esteve distante dessa realidade, ou seja, do ambiente
acadêmico.
Um outro ponto positivo quanto à atuação da Universidade no projeto UATI é
que além de oferecer um curso voltado para atender essa faixa etária tem se
mostrado comprometida para seu bom funcionamento como também em trabalhar a
questão da cidadania em prol da formação de um olhar crítico, e assim torná-los
aptos para atuarem como verdadeiros cidadãos e cidadãs.
Com base nas informações aqui apresentadas sobre a atuação da
Universidade junto ao projeto UATI podemos fazer inferências de que tem se doado
na medida do possível para que esse relevante projeto venha ganhar cada vez mais
visibilidade e reconhecimento.

A interação entre os cursos ministrados no CAMPUS e a UATI

A UATI recebe apoio integral dos cursos de graduação, através da


disponibilização de monitores e da inserção desses estudantes da terceira idade nos
eventos promovidos pelos colegiados. Participam também em eventos abertos
ofertados pelo Campus, como exemplo, a 3ª Jornada internacional de cinema da
Bahia; oficina violência contra a pessoa idosa, promovida pelo projeto Ciência
Coletiva entre outras participações.
Nessas oportunidades eles aumentam seus conhecimentos, além disso,
absorvem saberes que junto com as experiências de vida, de cada um deles, cresce
o entendimento enquanto sujeitos inseridos na sociedade e a responsabilidade
dessa representação no espaço de vivência e na formação e construção da
cidadania. Dessa forma, pode-se dizer que esse projeto vem mostrando expressivos
resultados, graças a interação e o apoio da comunidade acadêmica, a qual tem
procurado incluí-los nos eventos que promovem.

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UATI: Transformação na vida social e psicológica

Durante a pesquisa sobre o projeto UATI foi notório que a partir das
experiências vivenciadas no projeto esses idosos passaram por mudanças
significativas em seu contexto social como também passaram a ter um novo
estimulo de vida, pois deixaram de serem vistos como pessoas impossibilitadas de
desenvolver atividades consideradas “impróprias” para essa faixa etária. A auto-
estima é fundamental em todas as idades e principalmente na velhice, e com base
nos relatos dos estudantes da UATI pôde ser constatado que os idosos, que
freqüentam o projeto passaram a dar um novo sentido a sua vida, pois para eles
voltar a estudar e se relacionar com outras pessoas se sentem estimulados a
encarar essa fase como um momento para a superação e a valorização de sua
categoria.
O idoso na vida social costuma ser visto de forma preconceituosa, o que
conseqüentemente forma uma barreira para esse segmento da sociedade terem
estimulo para se sentirem atuantes, nesse sentido o trabalho da UATI tem sido de
suma importância para esses idosos que puderam superar esse olhar negativo que
permeava na região do Sisal e dentro da própria família e isso foi possível por que
agora eles têm mostrando que na velhice também é capaz de levar uma vida normal
e que apenas precisam de um espaço igualitário dentro da sociedade.
A UATI com sua atuação comprometida com o bem estar da parcela idosa da
região Sisaleira, além de está transformado a vida desses idosos também tem
educado aquelas pessoas que desqualificam o potencial daqueles que chegam a
essa faixa etária para uma formação de uma visão positiva e isso só tem sido
possível graças aos bons resultados apresentados nesses dois primeiros anos do
projeto.

Um olhar Uatiano

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A novidade mais recente de bate-papo entre os sócios da Terceira Idade, é a
UATI - Universidade Aberta Á Terceira Idade – esse projeto assume mais
responsabilidades, resolvendo investir na missão de se fazer presente dentro de
todos os públicos. E no público alvo, o da terceira idade, mexe e remexe com o
imaginário, devido este ser um horizonte inatingível.
Na intenção de integrar todas as pessoas que há anos estavam afastadas das
salas de aula, para além de valorizá-los, engajá-los num projeto de ensino –
aprendizagem, de troca de saberes. Demonstrando assim a importância de um
Instituto de Educação, numa comunidade, a qual deve ser participativa e interativa.
E como estamos num momento em que a cidadania é um dos temas mais discutido,
por ser o berço de muitos outros e a Educação está sendo um dos valores mais
caros e mais atuais, a UNEB Aproveita o espaço e demonstra como as idéias vão
brotando e como se convertem em ações transformadoras no cotidiano, desde que
se tenha boa vontade. E é nesta perspectiva que a UATI, atua entre os
terceiranistas, desenvolvendo entre eles a cultura de - que longe é um lugar que não
existe - que basta querer para se alcançar o desejado.
O grande desafio de um projeto como o da UATI, é exatamente o de resgatar,
um público alvo, e justo este, muito determinado, presente e atuante na sociedade,
mas que pela própria história de vida, pelos percalços decorrentes, sempre foram
estilizados culturalmente de incapazes de interessar-se pela abstração de novos
conhecimentos, ainda mais quando estes são exteriores ao ambiente familiar. E,
Embora sejam sempre reconhecidos como detentores de muitas verdades, sempre
estiveram a margem dos muros acadêmicos.
E esta foi a grande tacada de visão Unebiana, buscar resultados junto a este
público de atores sociais, que antes já desenvolviam um trabalho de integração
entre si, estes voltados para reuniões solidárias, organizações para momentos de
lazer, mas que não tinham algo transformador, como foi à inserção da UATI em suas
vidas. E é nesta perspectiva que a UATI/UNEB, quer aproveitar o potencial já
demonstrado pelo grupo, inserir um projeto mais amplo, voltado para o
desenvolvimento sociocultural, cooptando para dentro dos seus muros a experiência
que antes passeava por fora dele.
Daí a importância da iniciativa da UNEB, visto que é através de propostas
como estas, que a educação se espalha, abrindo oportunidades de expansão da
aquisição e troca de saberes, de forma processual, respeitando a temporalidade de

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cada um, despertando nos envolvidos sentimentos solidários, enquanto todos
responsáveis pela construção do desenvolvimento coletivo.
Conclamando a participação de toda a sociedade, o projeto sempre contou
também em atuar como entidade mobilizadora, e segundo TORO:

“A mobilização ocorre quando um grupo de pessoas, uma


comunidade ou uma sociedade decide e age com um objetivo
comum, buscando, quotidianamente resultados decididos e
desejado por todos.” TORO, (2004).

Não é possível mensurar a produtividade participativa de todos, mas diante


dos resultados obtidos, pode ser observado que houve empenho de todos, desde a
demonstração da capacidade de superação das dificuldades, quando em vários
momentos surge a necessidade de ações pró-ativas, que vislumbrem em decisões
rápidas e positivas para que seja suplantadas situações que em determinado
momento podem causar desânimo, até a alegria confraternizada pelos resultados,
pois para TORO, (2004) “Participar de um processo de mobilização social é uma
escolha, porque a participação é um ato de liberdade.” E a liberdade é o maior bem
que se pode almejar, ainda mais quando já se viveu tantos anos de muitas
obrigações.
E foi nesse clima de euforia que a Terceira Idade embarcou na proposta da
UNEB e se posicionou como produtor social, quando permitiu que o processo de
mobilização social ocorresse, dando inicio a um novo ciclo, fortalecendo o conjunto,
reavaliando os novos desafios, elaborando novos planos, tanto no espaço coletivo,
como no pessoal, visto que as mudanças reordenaram todos os outros segmentos
da vida de cada um dos beneficiados pelo projeto.

Considerações Finais

O trabalho com idosos da UATI, desenvolvido em parceria do poder


público estadual, municipal e sociedade civil em Conceição do Coité, vem sendo
reconhecido regionalmente como um espaço de exercício da cidadania, no qual os
idosos são instrumentalizados, pelos discentes de graduação dos cursos de História,
Letras e Comunicação da UNEB, a lutarem pela garantia da efetivação dos seus
direitos sociais. A problematização de questões inerentes ao envelhecimento, o

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exercício da escuta, bem como a troca de experiências em grupo, entre os
estudantes, monitores e coordenadores dos cursos, têm possibilitado aos idosos a
constituição de um olhar crítico sobre a realidade social, ampliando sua percepção
de sujeitos nesse processo, e não meros objetos. Este aprendizado tem possibilitado
também a visibilidade das suas questões para a família e outros grupos da
sociedade, valorizando-as. Outro aspecto a ser ressaltado diz respeito à busca dos
idosos por uma melhor qualidade de vida em nossa sociedade condizentes com
suas reais possibilidades.
Espera-se que este estudo possa contribuir para a reflexão sobre a inclusão
dos idosos na sociedade e no espaço acadêmico, e que possa também dar origem a
novos trabalhos, que ampliem e aprofundem questões sobre o tema que foi aqui
discutido.

Bibliografia:

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DAGNINO, Evelina. Sociedade civil e espaços públicos no Brasil. São Paulo: Paz e
Terra, 2002.

TORO, Jose Bernardo e Nisia Maria Duarte Werneck – Mobilização Social, um


modo de construir a democracia e a participação. Belo Horizonte/MG: Editora
Autêntica: 2004.

_______http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/09/28/materia.2007-09-
28.0306357312/view. Acesso em 23/08/2009.

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