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W W W. DIA R IOINS U LA R .

CO M

259 # 23.03.2008
Jornal Diário | Ano LX I | Nº19022 | 0,55 e
Fundado em 1946 | Terceira | Açores

Tomás de Borba

Escola de
excelência
museu aberto 060 NOTA DE ABERTURA
FOTOGRAFIA antónio araújo José Lourenço

Cristo Crucificado
04 EBS Tomás de Borba
EBS Tomás de Borba:
[REPORTAGEM] uma escola de ponta
Tema de abertura: com capacida-

12 Francisco Coelho e Reis Leite


de para mil e duzentos alunos, a Esco-
[PERSPECTIVAS] la Básica e Secundária Tomás de Borba,
em São Carlos, abriu no início de Feve-

14 Maduro-Dias
reiro as portas a 300 alunos do Con-
[VELA DE ESTAI] servatório Regional de Angra do Heroís-
mo. Até 31 de Março, o estabelecimen-

16 Álvaro Monjardino to de ensino deverá receber ainda cer-


[REPORTAGEM] ca de 800 estudantes do ensino regu-
lar. O presidente do conselho executivo
da Escola Básica e Secundária Tomás de
Borba, Augusto Oliveira, considera que
o novo estabelecimento de ensino re-
úne “todos os requisitos para propiciar
uma aprendizagem de qualidade e o
sucesso escolar”.
Reportagem: Álvaro Monjardino condu-
ziu, há mais de um quarto de século, o
processo que culminou com a classifi-
cação de Angra do Heroísmo, em 1983,
como Património da Humanidade. Nu-
ma conferência proferida, recentemen-
te em Angra, destacou a relevância his-
tórica da cidade para a classificação atri-
buída pela UNESCO e apontou uma sé-
rie de sugestões para tirarmos partido

18 Luiz Fagundes Duarte


da classificação.
[FOLHETIM] Reportagem 2: “Os dias da Criação” é o
título de uma exposição de pintura, da

20 Os dias da criação
autoria de Dimas Simas Lopes, paten-
[REPORTAGEM] te na Carmina-Galeria de Arte Contem-
porânea, em Angra do Heroísmo, até 4

22 Clubes motard
de Maio. DI foi ver como era para con-
[REPORTAGEM] tar como foi.
Reportagem 3: são advogados, polícias,

24 Guilherme Marinho
pescadores..., de todos os credos e re-
[OPINIÃO] ligiões, com o vício das motos em co-
mum. DI aproveitou a inauguração da

25 Arnaldo Ourique
sede do Terceiraçor Moto Clube, em
[OPINIÃO] São Mateus, para conhecer o universo
motard.

26 António Godinho
Desporto: António Godinho é um dos
[DESPORTO] dirigentes mais conhecidos do despor-
Cristo Crucificado. sistência fora do comum. A presença pioneira dos portu- to terceirense. Vice-presidente do Boa

28 Sugestões
Marfim, madeira de jacarandá e latão. Século XVII. gueses no Oriente permitiu o convívio com o marfim que Viagem há quase duas décadas, defen-
95x46,5 cm. MAH.R.92.666. era bastante invulgar no resto da Europa e apenas acessí- [AGENDA] de que o segredo do sucesso do clube
vel a algumas elites. do Corpo Santo é o verdadeiro espíri-

29 Tiro&Queda
A escultura de marfim ocupa um lugar de destaque na Este cristo em agonia é um bom exemplo do trabalho de to de família que reina entre dirigentes,
arte indo-portuguesa. O seu período de maior importân- um artífice com alguma maturidade. [CARTOON] atletas e treinadores.
cia ocorreu nos séculos XVII e XVIII, quando estas obras,
aos olhos dos europeus, reuniam beleza, raridade e re- Esta escultura pertence ao acervo do Museu de Angra do Heroísmo.

DI DOMINGO  23.MARÇO.2008
tomás de borba

uma escola
para o séc. XXII
Com capacidade para 1.200 alunos, a Escola Básica e Secundária

Tomás de Borba, em São Carlos, abriu no início de Fevereiro as

portas a 300 alunos do Conservatório Regional de Angra do

Heroísmo. Até 31 de Março, o estabelecimento de ensino deverá

receber ainda cerca de 800 estudantes do ensino regular. »

DI DOMINGO  23.MARÇO.2008
reportagem vanda mendonça fotografia António araújo O presidente do conselho exe- de ensino “muito grande e giro”. Questionada sobre o roísmo e aos que queiram iniciar agora a aprendi-
que mais gosta na nova escola, a pequena dançarina zagem artística, bem como a todos os do 2.º Ciclo
cutivo da Escola Básica e Secundária Tomás de Borba, Augusto Oli- não tem dúvidas: “Gosto de tudo”, diz, timidamente. da área situada entre a Serreta e São Pedro. Quan-
“Até dá mais vontade de vir às aulas”. to ao 3.º Ciclo e secundário, os alunos e encarrega-
veira, considera que o novo estabelecimento de ensino reúne “to- O ensino artístico na Escola Básica e Secundária To- dos de educação são livres de escolher a escola a
más de Borba arrancou a 11 de Fevereiro, com a trans- frequentar.
dos os requisitos para propiciar uma aprendizagem de qualidade ferência de 300 alunos de música e dança do Conser-
vatório Regional de Angra do Heroísmo. Desde 25 de Transferência tranquila
e o sucesso escolar”. Fevereiro, o estabelecimento de ensino passou tam- Segundo Augusto Oliveira, presidente do conselho
bém a acolher 70 estudantes do pré-escolar e do 1.º executivo da Escola Básica e Secundária Tomás de
Ciclo da EB1/JI de São Carlos. A 10 de Março, foi a vez Borba, “a mudança tem acontecido de forma tranqui-
de 202 alunos da Escola Básica e Integrada de Angra la, quer para os alunos, quer para os pais”. “Também
do Heroísmo rumarem à nova escola. Por último, a os professores têm manifestado uma grande satisfa-
31 de Março, terá lugar a transferência de 550 alunos ção”, salienta.
Na ampla sala forrada de espelhos, Sara Rosa, de 9 “Estou maravilhada”, diz a professora Ana Henriques, do 3.º Ciclo e secundário da Escola Secundária Padre No próximo ano lectivo, o estabelecimento de ensino
anos, exercita o corpo ao som da música. Há três anos para quem “não há comparação possível” entre os Jerónimo Emiliano de Andrade, totalizando cerca de pretende integrar o ensino artístico no horário lecti-
que frequenta as aulas de Dança Criativa do Conser- dois espaços. “Não se pode pedir melhores condições 800 estudantes. vo do ensino regular, assim como criar condições pa-
vatório Regional de Angra do Heroísmo. Este ano, no do que estas. O trabalho corre melhor, os alunos estão Para além dos alunos da EB1/JI de São Carlos, o no- ra aproveitar esses espaços para a realização de ofici-
entanto, a instituição deixou as velhinhas instalações mais motivados e é até mais fácil preparar os espectá- vo estabelecimento de ensino destina-se aos estu- nas de dança, música, artes gráficas e multimédia. “No
do Corpo Santo e inaugurou a recém-nascida Escola culos. Há uma diferença circunstancial”, sublinha. dantes do 1.º Ciclo que se encontravam já matricu- ano lectivo 2008/2009, todos os alunos do ensino re-
Básica e Secundária Tomás de Borba, em São Carlos. Também Sara Rosa considera o novo estabelecimento lados no Conservatório Regional de Angra do He- gular vão ter manchas horárias durante as quais pode-

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rão frequentar ateliês artísticos e desportivos”, adian- na para a aprendizagem de natação, sala de judo, sala e a Circular Externa, com um restabelecimento de cer-
ta Augusto Oliveira. de ginástica, um pavilhão gimnodesportivo, polides- ca de 275 metros da Circular Externa. A estrada terá
Os cursos de ensino artístico da Escola Tomás de Bor- portivo exterior e campo de futebol de piso sintético. uma faixa de rodagem, com duas vias de 3, 5 metros
ba destinam-se a alunos do sistema regular e do Con- Está ainda equipada com tecnologia da mais actual, cada, em cada sentido, bermas de 2, 25 metros de es-
servatório Regional de Angra do Heroísmo. No que se permitindo a eventual existência de uma rádio esco- tacionamento e passeios com 1, 5 metros, conferindo
refere ao ensino regular, estão a ser promovidos os lar e de um circuito de televisão interna, assim co- uma dimensão urbana a esta via.
cursos básicos de música e de dança com a duração mo a exploração de outras vertentes multimédia. “Es-
de cinco anos, correspondente aos 2.º e 3.º Ciclos do tão reunidos todos os requisitos para propiciar uma “Condições maravilhosas”
ensino básico. Quanto ao curso de iniciação musical aprendizagem de qualidade e o sucesso escolar”, con- Melissa Baptista, 10 anos, executa concentradamente
terá a duração de quatro anos, correspondente ao 1.º sidera Augusto Oliveira. uma escala no seu pequeno violino, seguindo as ins-
Ciclo do ensino básico. A nova escola soma igualmente 19 gabinetes destina- truções do professor Ostap Kharambura. Na peque-
A nova escola de Angra do Heroísmo oferece ainda dos aos docentes, que serão cerca de 80 a partir de 31 na sala revestida de madeira e munida de um pia-
um curso complementar de música com duração de de Março, assim como ao núcleo do ensino especial no, uma estante com alguns livros, um rádio leitor de
três anos em formação musical, instrumentos e canto, e ao serviço de psicologia. “Estas condições permitem CDs e um computador, respira-se música. “As condi-
para além de cursos livres destinados a toda a popu- também aos professores a realização dos seus projec- ções são maravilhosas”, afirma o docente, sem hesi-
lação. Os conteúdos dos currículos de todas áreas de tos profissionais, uma vez que passam a dispor de um tar. “É preciso lembrar que antes estávamos numa ca-
ensino da Escola Básica e Secundária Tomás de Bor- vasto conjunto de espaços de trabalho”, acrescenta o sa adaptada, enquanto aqui as instalações foram pre-
ba serão orientados para a vertente artística, estando presidente do conselho executivo. vistas para este tipo de ensino”.
prevista para o futuro a leccionação de cursos de tea- Quanto às acessibilidades, o Governo Regional já “Todas as salas têm uma boa acústica, o que para nós
tro e artes plásticas. abriu o concurso público para a empreitada de cons- é o ideal, porque não cansa o ouvido e a cabeça. Os
trução de um troço da Variante à Estrada Regional alunos estão também mais motivados, pois o bem-
Instalações e acessibilidades nº6-2ª, que deverá arrancar em Abril. O empreendi- estar na sala e na escola também tem influência na
Pelos corredores da nova escola, sente-se ainda o mento, orçado em 1,5 milhões de euros e com um aprendizagem”.
cheiro dos materiais acabados de estrear. Com capaci- prazo de execução de quatro meses, respeita à aber- Ostap Kharambura lança, contudo, um alerta: “No en-
dade para 1.200 alunos, o estabelecimento de ensino tura de um lanço de via que vai ligar a Rotunda do Ca- sino artístico, é importante assegurar um ambiente fa-
dispõe de um total de 84 salas, das quais 32 concebi- minho do Meio de São Carlos, junto à Escola Básica e miliar”. “Esperamos que continue assim”, afirma.
das especialmente para o ensino artístico, para além Secundária Tomás de Borba, à Circular Externa de An- Para Melissa Baptista, que estuda violino há quatro
de um auditório com capacidade para mais de 200 gra do Heroísmo. anos, o mais impressionante na nova escola é o tama-
pessoas e um estúdio de gravação. A empreitada prevê igualmente a construção de uma nho. “É uma escola muito maior”, destaca a jovem. E
Conta também com um parque desportivo com pisci- ligação do tipo intersecção, giratória, entre a Variante conclui: “Gosto muito das novas instalações”.

DI DOMINGO  23.MARÇO.2008 DI DOMINGO  23.MARÇO.2008


DI DOMINGO 10 23.MARÇO.2008 DI DOMINGO 11 23.MARÇO.2008
P E R S P E C T I V A S
Francisco coelho

VELHAS
reis leite

A DOUTRINA
TENTAÇÕES… DE BENTO XVI
Gula, avareza, pregui- tro das quais, hoje em rou nem a sua ética, nem nos colocam podero-
ça, raiva, luxúria, inveja dia, vemos atitudes pe- a sua Doutrina. Apenas, sos e complexos dile- O Papa Bento XVI tem fio que a Igreja sempre quais passou Cristo. é o magistério da Igreja
e orgulho – foi no já re- caminosas a respeito por questões “pedadó- mas bio-éticos, a simples surpreendido, pelo me- se impôs a si própria foi Bento XVI em boa verda- e tudo o resto são des-
moto Séc. VI que o Papa dos direitos individuais gicas”, a aplica com “rou- proibição ou condenação nos os mais incautos, pe- precisamente o contrá- de não inova. Mantém-se vios, traições e pecados
Gregório I estabeleceu a e sociais. Acima de tu- pagens” novas às novas de experiências ou mani- la sua inteligente e fir- rio. Pretendem e preten- firme e fiel ao percurso que a virtude da humil-
lista dos pecados capi- do na área da bioética, realidades da globaliza- pulações genéticas pode me intervenção doutri- de exercer um magisté- dos seus antecessores. dade exige que se reco-
tais. dentro da qual não po- ção, da evolução científi- ser acusada de impedir a nal e sobretudo pelo de- rio que convença a pró- Muda de estilo, adapta a nheçam e se condenem.
Mas notícias recentes da- demos deixar de denun- co-tecnológica e dos no- cura para graves doenças sassombro como fala ao pria sociedade a adop- palavra aos tempos que Mas se se exige à igre-
vam-nos conta de mais ciar algumas violações vos movimentos sociais. e o progresso e bem-es- mundo contemporâneo tar as suas lições inspira- correm, mas não faz con- ja exige-se também aos
seis pecados – a juntar, dos direitos fundamen- Quer isto dizer que a vi- tar da Pessoa Humana. sem cedências em ques- das nas palavras de Cris- cessões. outros.
claro, aos Dez Manda- tais da natureza huma- são da Igreja sobre a Pes- Mas a notícia sobre os tões fundamentais que to. A doutrina papal não O que vem dizer, talvez Bento XVI, ao enume-
mentos. A saber: pedo- na, através de experiên- soa Humana, a sua voca- novos pecados não deixa chocam com a doutrina desiste de cristianizar o com linguagem mais bu- rar os “novos pecados”,
filia, aborto, poluição do cias, manipulações ge- ção e missão continua de ser uma interessante católica, mas antes apre- mundo nem renega os rilada é precisamente o pecados sobretudo so-
ambiente, pobreza extre- néticas, cujo êxito é di- obviamente a mesma. intromissão nos dias pro- sentando uma forte von- fundamentos da sua Fé que os Papas que o an- ciais e colectivos, con-
ma de uns e riqueza es- fícil de vislumbrar e ter Quer se concorde ou não fanos de hoje, sobretudo tade de participar activa- e é por isso mesmo que tecederam todos disse- tra a vida, contra a dig-
candalosa de outros, trá- sob controlo. – o que já é outra coisa. neste tempo de Páscoa. mente na construção de tanto irrita aqueles que ram. O que era pecado nidade humana, contra
fico de droga e realização Uma outra área, propria- Alguns não deixarão, Entre o tempo litúrgico e uma sociedade mais jus- gostavam de ver a Igre- ontem continua a sê-lo a pessoa, dirige-se, é ób-
de experiências de mani- mente social, é a área da concerteza, de achar que o coelhinho da Páscoa. ta. ja precisamente a rene- hoje, porque desprezar o vio, aos pais, aos católi-
pulação genética. droga, através da qual se a Igreja se contradiz, ao Entre o consumismo e o O “agiornamento” (ter- gar-se em “converter- próximo, aniquilar a vida, cos antes de mais, mas
Afinal, parece que a coi- enfraquece a psique e se eleger a pobreza como neo-liberalismo desen- mo muito querido dos se” aos nossos ídolos. A ser egoísta, destruir a na- lança um grande desa-

fotografia Ettore Ferrari/EPA


sa não é bem assim. Pe- obscurece a inteligência, pecado - mas ao conti- freados, que a Igreja Ca- progressistas) da Igre- tentação que alguns lan- tureza, tanto era pecado fio a todos os homens de
lo menos não há nenhu- deixando muitos jovens nuar a considerar peca- tólica condena, e valores ja não se faz negan- çam ao Papa não é no- no passado como o é no boa vontade, pedindo-
ma “Decretal” de Bento fora do circuito eclesial. do toda e qualquer for- em que vale sempre a do o Evangelho ou dis- va e quem conhece mi- presente. lhes que reconheçam o
XVI a instituir novos pe- Mais ainda: a área das ma de controlo da natali- pena reflectir. E sobretu- torcendo a doutrina pa- nimamente o Evangelho Às vezes, parece que a quanto erram quando se
cados. Tudo não passou desigualdades sociais e dade – sendo certo que, do escolher e adoptar al- ra a adaptar às injusti- reconhece-a na passa- sociedade se esquece afastam do essencial do
de uma entrevista, da- económicas, nas quais assim, “ignora” o relató- guns! ças do mundo. O desa- gem das tentações pelas do que já foi dito e da Evangelho.
da ao jornal do Vatica- os mais pobres ficam ca- rio da ONU publicado há doutrina que já foi fixa- Ao fazê-lo, reafirma o
no, “L’Osservatore Roma- da vez mais pobres e os cerca de um ano que ele- da. Esquece-se por igno- fundamento do catolicis-
no”, do Bispo Regente do ricos cada vez mais ricos, ge a desigualdade do gé- rância, por falta de me- mo, que sempre afirmou
Tribunal da Penitenciária alimentando uma insus- nero como o primeiro mória e, sobretudo, por- que o Evangelho, a boa
Apostólica, D. Gianfran- tentável injustiça social; factor da perpetuação da que não lhe convém re- nova, é para todos, é pa-
co Girotti. Mais concreta- a área da ecologia, que pobreza. Igualmente “ig- cordar os seus próprios ra a humanidade, mes-
mente, este Dignitário da se reveste hoje de um in- norando” que a incapaci- erros. A lição do Papa mo para aqueles que se
Cúria Romana respon- teresse relevante”. dade das mulheres deci- tem sido precisamente recusam aceitá-lo.
deu à pergunta “quais A verdade é que, em direm da sua vida repro- essa. Relembrar as vezes Nada disto é, aliás, in-
são, para si, os novos pe- bom rigor, e como or- dutiva, reproduz a pobre- todas que for necessário compatível com o dese-
cados?”, da seguinte for- dem ético-normativa, o za. que a doutrina se man- jado Estado laico. Sê-lo-
ma: catolicismo, no seu nú- E se é verdade que os tém, a fonte é a palavra ia, talvez, para os laicis-
- “Há muitas áreas den- cleo essencial, não alte- avanços tecnológicos de Cristo, o magistério tas.

DI DOMINGO 12 23.MARÇO.2008 DI DOMINGO 13 23.MARÇO.2008


No início de 1900 o casarão do antigo Convento da quenas funções festivas sem atravancar o trânsito, te-
Graça ainda estava por aqueles sítios, detrás de um ve por musa inspiradora a ideia de proteger os pas-

VELA DE ESTAI muro alto e de um belíssimo portão de ferro forjado, santes a pé.
que a necessidade de metal para construção levou à Afogava um pouco os carros e dava gosto ver as crian-
Francisco Maduro-Dias desmontagem e uso em betão armado. ças atravessar com alguma segurança, sem grandes
maduro.dias@mail.telepac.pt Mas o Alto das Covas – como outros lugares em ou- artefactos luminosos, a pequena passadeira.
tras cidades do arquipélago – mudou e tem neste mo- Agora, pelo que já se vê, a prioridade foi dada aos pas-
mento uma grande escola primária ou de primeiro ci- santes com rodas!
clo, ostentando o esforço do Plano dos Centenários Ora uma cidade é um lugar de gente, com e sem ro-

GENTE E CARROS
de 1940 e o nome do Infante D. Henrique, bem a pro- das, mas sobretudo com conforto de uso! O objectivo
pósito. deve ser uma circulação fluida e confortável de todos.
Chama-se agora e de novo “das Covas”, depois de ter As pessoas são e devem ser a medida da escala das
sido “Largo Dr. Oliveira Salazar” e, antes, “Largo 11 de nossas urbes e, sobretudo em espaços patrimoniais
Agosto”. como são os centros das nossas maiores cidades, o
Nunca lhe conseguiram chamar Praça porque não é, e que se deve fazer, rezam as cartilhas internacionais e
Há neste momento uma nova intervenção urbana dois, por muito pequena que seja. uma anterior tentativa de regularização de trânsito, aí o bom senso, é a modificação do que acontece, não a
em curso no Alto das Covas em Angra. Naquele lugar “de confusão instalada” juntam-se des- pelos anos 20/30 do século XX, valeu-lhe uma tal do- modificação do sítio.
Nova não porque seja diferente, nem porque seja pa- tinos, sentidos, vontades e funções muito diferentes. se de pequenas plataformas, por onde os peões salti- Como noutros casos e noutras cidades, nós é que pu-
ra melhorar ou piorar muito! Durante tempos aquilo era o fim de uma certa cidade tavam, que António Dacosta lhe chamou “a região pla- semos os carros no Alto das Covas! Não foi o largo
Ela é, tanto como as outras o foram antes, desde há organizada, que começava na Praça Velha e terminava coideia da Cidade”. que mingou!
séculos, a tentativa da administração municipal resol- ali. Era por isso lugar de saída veículos e de tomada de Ora bem! E se a modificação do espaço urbano é norma numa
ver problemas ou, pelo menos, reduzir dificuldades. transportes. Havia cocheiras e carros de aluguer, havia A tal região placoideia surgiu porque os automóveis cidade, dar demasiados privilégios a um modo de cir-
Trazer este assunto à conversa pública em dia de Pás- correeiros para consertar selas e arreios. estavam a aparecer e as placas têm, desde então, cular sobre o outro é errado, sob pena de a gente es-
coa poderá parecer estranho, mas o objectivo aqui é Desse serviço ficaram os táxis, mais limpos embora crescido, diminuído, alongado, estreitecido, sem pa- tar a contribuir apenas para mais trânsito e a mudar a
tornar claro que isto que agora acontece em Angra, menos pitorescos. rarem quietas muito mais que uma ou duas dezenas atravancação de sítio.

fotografia antónio araújo


num cenário de árvores ao chão e calçada revirada, O nome tem a ver, como muitos sabem, com as vá- de anos. Tudo porque há carros e há peões, melhor di- As cidades dos Açores têm uma escala própria que
precisa de ser discutido e pensado com um horizonte rias dezenas de covas para trigo que ali havia, feitas zendo: gente que anda em cima de rodas e a pé! precisa ser cuidada, para bem de quem mora, vive,
mais largo e serve de exemplo do que se passa tantas no chão, com mais de três metros de altura algumas, Aqui é que está a questão! vem trabalhar ou se diverte.
vezes por aí nas nossas cidades. com as suas tampas de pedra. Apareceram exempla- O anterior jeito que haviam dado há uns 20 anos ao É este balancear entre gente e carros que precisa ser
O Alto das Covas é um quebra-cabeças! Quem conhe- res, logo tapados, durante as obras de saneamento Alto das Covas, com uma larga plataforma fronteira cuidado e mais procurado.
ce o largo sabe disso e qualquer cidade tem um ou básico. Foi, portanto, também um celeiro público. à escola e um saboroso espaço onde organizar pe- Boas e Felizes Páscoas.

DI DOMINGO 14 23.MARÇO.2008 DI DOMINGO 15 23.MARÇO.2008


reportagem hélio vieira

fotografia antónio araújo

ÁLVARO MONJARDINO
Peso histórico
de angra
Álvaro Monjardino conduziu, Numa conferência no âmbito das comemorações do
25º aniversário da classificação de Angra do Heroísmo
há mais de um quarto de século, o pela UNESCO, realizada a 13 de Março no Salão No-
bre da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Ál-
processo que culminou com a clas- varo Monjardino recordou as diversas etapas que es-
tiveram na origem da atribuição do título de Patrimó-
sificação de Angra do Heroísmo, em nio Mundial.
“A inclusão de zona central de Angra na lista do Pa- insensibilidade perante a herança cultural que esse novos fins, o restauro dessa antiga sinalização encon-
1983, como Património da Humani- trimónio Mundial acabou efectivamente recomenda- património representava. Eliminaram-se notáveis edi- tra até razões acrescidas para se fazer”, afirmou.
da pelo ICOMOS “no quadro de uma proposta global fícios seiscentistas, continuaram a desfigurar-se as for- Para além de lamentar que tenham desaparecido os
dade. Numa conferência proferida, sobre as explorações marítimas dos séculos XV e XVI”, talezas de São Sebastião e do Monte Brasil, desacti- esboços elaborados por Francisco Coelho Maduro-
com expressa menção das escalas no retorno das Ín- vou-se a plurissecular Ribeira dos Moinhos e altera- Dias entregues na Câmara Municipal de Angra do He-
recentemente, destacou a relevân- dias orientais e ocidentais, da Provedoria das Arma- ram-se fachadas harmoniosas e castiças em nome de roísmo para assinalar no Pico das Cruzinhas (Monte
das, da escolha do terreno em função de um porto um progresso mal entendido, ao querer-se mesqui- Brasil) a classificação de Angra pela UNESCO, Álvaro
cia histórica da cidade para a clas- que ia servir para isso mesmo, de uma malha urbana nhamente uma cidade nova dentro de uma cidade ve- Monjardino fez notar que não estão afixados nos di-
desenhada em função desse porto e, facto admitido lha e que valia como e por isso mesmo”, disse. versos miradouros da cidade elementos explicativos
sificação atribuída pela UNESCO. como único, da meteorologia condicionante, além de Segundo Álvaro Monjardino, foi o terramoto de 1980 sobre a história da cidade, bem como, referências so-
um sistema defensivo inexpugnável”, referiu. que veio por um travão a descaracterização do patri- bre os monumentos.
Durante a conferência, Álvaro Monjardino lembrou mónio arquitectónico de Angra do Heroísmo. No que se refere à animação cultural, considera que
que “ao longo dos seus mais de quinhentos anos de “Por um lado, o mundo culto descobriu esta cidade es- poderiam ser aproveitados alguns do momentos rele-
Ainda Angra do Heroísmo tinha pedras caídas pe- existência como povoação deixou-lhe marcas físicas quecida, marco da expansão europeia, apesar de tudo vantes da história de Angra do Heroísmo para se fazer
las ruas e pó no ar, na sequência do sismo de 1 de que, tendo muito a ver com a História da ilha e do ar- ainda preservada pela sua própria decadência. Por ou- recriações destinadas aos visitantes.
Janeiro de 1980, quando o Instituto Histórico da Ilha quipélago, têm a ver também com a História portu- tro, começou localmente a consciencializar-se o valor Outra medida proposta por Álvaro Monjardino é a re-
Terceira decidiu promover o propósito de inscrever guesa, a ibérica e a universal”. intrínseco, em termos culturais e até em possível quali- cuperação das Portas do Mar que se encontram co-
a cidade na então reduzida lista de pouco mais oi- Nesse sentido, recordou que o século XV corresponde dade de vida, deste testemunho do passado”, frisou. bertas de areia na sequência das obras de recupera-
to dezenas de monumentos e sítios classificados pela à era dos Descobrimentos e à criação do núcleo ur- A nível regional e por via legislativa foram tomadas ção do Pátio da Alfândega. Nesse sentido, considerou
UNESCO como Património da Humanidade. bano, o século seguinte a crescimento de uma cida- medidas para que a cidade pudesse ser reconstruí- que é possível implementar uma solução semelhan-
Álvaro Monjardino tomou a seu cargo a tarefa de con- de que assume a sua importância portuária intercon- da, tendo como referência a sua herança cultural e te à que foi adoptada para mostrar os vestígios arque-
vencer o ICOMOS (International Council on Monu- tinental. O século XVII ficou marcado pela ocupação histórica. ológicos existentes na praça municipal da vila alente-
ments and Sites) que Angra do Heroísmo deveria ser espanhola e, posteriormente, pela Restauração, en- jana de Arraiolos, que são visíveis através de uma co-
classificada como Património Mundial por estar asso- quanto no século seguinte é mercado pela decadên- VALORIZAR ANGRA bertura com placas de vidro.
ciada a um acontecimento relevante da história uni- cia da importância da cidade e no século XIX pela era Na segunda parte da sua conferência, Álvaro Monjar- “Conhecer e dar a conhecer a história da cidade e o
versal: a exploração marítima dos séculos XV e XVI Liberal e a resistência ao absolutismo. Durante o sécu- dino deixou algumas sugestões para que Angra do seu entrosamento na grande História não pode ficar-
que permitiu estabelecer laços entre as diferentes ci- lo XX Angra já tinha perdido a influência que foi tendo Heroísmo possa tirar melhor partido do de estatuto se por aquilo que o museu de Angra já mostra na
vilizações da terra. ao longo de mais de quatrocentos anos. de Património Mundial. sua exposição permanente que, sendo importante e
O processo relativo às diligências que culminaram “Ficaram ressentimentos, prosápias antigas, hábitos Entre as iniciativas propostas, está uma apresentada bem conseguida, não evidencia ainda tudo o que de-
com classificação de Angra do Heroísmo começou em de lazer e um marasmo que apenas o movimento de em 1984 e nunca concretizada e que visa recuperar ve evidenciar-se. Por outro lado, ser-se um guia na ci-
1981, quando foram desenvolvidos os primeiros con- ideias havido na década de 60 conseguiu sacudir. Tal uma estrutura de apoio à navegação do Pico do Facho dade de Angra implica apresentá-la na sua realidade
tactos junto da UNESCO e em Lisboa. A decisão favo- sacudidela contudo não se reflectiu de forma positiva (Monte Brasil), constituída por um jogo de lanternas e presente e no seu significado histórico, em termos de
rável foi tomada a 7 de Dezembro de 1983 pelo Co- no património construído. Pelo contrário. Quiçá com a balões, que durante séculos assinalava a existência de sensibilizar pessoas, sejam elas de Portugal, sejam do
mité do Património Mundial na reunião realizada Flo- única excepção do solar restaurado dos Bettencourts- movimento de navios ao largo da baía de Angra. resto da Europa, sejam de outras partes do mundo”,
rença (Itália). de-Trás-da-Sé, essa época deixou sobretudo provas de “Com a reorientação do porto de Angra para os seus afirmou Álvaro Monjardino.

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folhetim
luiz fagundes duarte
365

Água Benta
Ainda me lembro, como se fosse ontem – embo- do leite, ou se o leite na lata que transportara a água
ra já lá vão mais de quarenta anos bem contados –, benta… (Bem, tendo em conta o estado das mãos
quando no sábado de Aleluia – o Sábdo d’Arelhúa, co- que eu via mergulharem na pia da água benta para
mo dizia a Tia Guilhermina – íamos à igreja da Serre- o sinal da cruz à entrada da missa – “puai-filhe-xpri-
ta buscar uma lata de água benta. Não sei já para que to-suanto” –, e o aspecto duvidoso dos óleos sagra-
servia essa água, que ficava, até ao ano seguinte, bem dos que o Padre Coito lá metia, acho que sei por on-
arrumadinha no sótão lá de casa, ao lado da palma de pegariam os fiscais; mas adiante, que nesse tem-
do Domingo de Ramos e com a mesma exacta utilida- po os fiscais eram outros, e bem outros os interesses
de: cumprir um ritual. E lembro-me que nesse tempo, deles…)
quando não havia taparuéres (deixem-me cá aportu- Mas o facto é que lá vínhamos nós para casa, todos
guesar estes malfadados “tupper ware” que hoje tan- penteadinhos e de roupas novas, com a latinha do lei-
to nos facilitam como enfernizam a vida, sobretudo te cheia da água benta que mais tarde alguém guar-
quando os tentamos arrumar), nem garrafas de plás- dava, depois de benzer todas as divisões da casa com
tico, e as garrafas de vidro eram poucas e, constante- um hissope nela embebido, lá nos cafundós do sótão.
mente recicladas, serviam para guardar outras coisas E tenho pena que essa já não seja a prática: quando
mais de servidão, como o azeite e o vinagre, ou os li- eu vejo hoje os senhores padres a abençoarem casas
cores de anis ou de casca de laranja – íamos, no Sá- novas, ou a rezarem os responsos dos defuntos, ou a
bado de Aleluia, à igreja da Serreta buscar a água ben- praticarem outros actos canónicos, aspergindo as coi-
ta para o resto do ano, na latinha de folha de flandres sas e as pessoas com uma espécie de caneta de tin-
(que melhor se dizia folheta), ou já de zinco, com que ta permanente que em vez de tinta tem água benta lá
habitualmente se ia buscar o leite a casa do produ- dentro (e que tem o seu quê de agressivo quando é
tor (eu, tal como nunca toquei na música da Serreta, utilizado sobre as pessoas), sinto uma saudade calada
também nunca tive gado, nem ordenhei vacas, e por das velhas caldeirinhas que assim, em nome do pro-
isso peço pròmôrdeus que não venha para aí alguma gresso e da bênção rápida (ou será “fast blessing”, à
senhora professora mandar-me calar e que me ocu- maneira do “fast food”?) vão sendo mandadas para os
pe antes das vacas… Porque de vacas, de facto, é que confins da memória e das sacristias das igrejas…
não percebo mesmo). Mas deixemo-nos de coisas, que este folhetim do Do-
Nessa altura também não existia a ASAE, e creio que mingo de Páscoa vem cá para fora no Sábado de Ale-
nunca terá passado pela cabeça do Padre Coito pôr luia – e as pessoas têm coisas mais importantes em
em questão a idoneidade de se transportar a água que pensar do que em caldeirinhas ou latas de leite.
benta nas latinhas do leite – ficando eu agora com a Por exemplo, em água benta, que é coisa de que, sem
dúvida de saber se a ASAE, a existir nesses tempos, te- desprimor para os rituais sagrados ou para os inspec-
ria pegado connosco por pormos a água benta na lata tores da ASAE, andamos todos bem precisadinhos.

DI DOMINGO 18 23.MARÇO.2008 DI DOMINGO 19 23.MARÇO.2008


reportagem vanda mendonça

fotografia antónio araújo

Dimas Lopes
Os dias da Criação
“Os dias da Criação” é o título uma preocupação de deixar algo no quadro, um pe-
queno sinal, mesmo nos mais abstractos”.
de uma exposição de pintura, Nesta exposição, Dimas Lopes regressa a “temas an-
tigos, como os dias da criação e o Espírito Santo”. “Tal
da autoria de Dimas Simas Lopes, como nos escritores, há sempre um retorno. A criação
é um acto circular - voltamos quase sempre ao ponto
patente na Carmina-Galeria de Arte de partida, ao princípio que nos orienta. A própria vi-
da é circular”.
Contemporânea, em Angra do
Médico-pintor
Heroísmo, até 4 de Maio. Dimas Lopes concilia a pintura com a profissão de mé-
dico. Uma ligação que, segundo ele, tem dado bons
resultados “Pode-se dizer que é um casamento sem
problemas de maior”, afirma, com sentido de humor.
Do princípio do mundo ao corpo, passando pe- “Quando parto da arte para a medicina, sinto que o “mais uma vez, um sonho atrevido”. “Surgiu do desejo
lo Espírito Santo, a alquimia, a simbólica e as geome- contacto com o próximo, com o doente que precisa de colaborar para apresentar também novos valores
trias, Dimas Simas Lopes conduz-nos, em “Os dias da de mim, é melhor”, sublinha, garantindo que o contrá- emergentes, assim como da percepção de que a nos-
Criação”, a uma viagem pelo Livro do Génesis e pelo rio também é verdade: “O contacto com a doença le- sa terra precisava de uma coisa destas”, recorda. “Nu-
próprio processo artístico. Composta por quadros pin- va-me a necessitar de me refugiar e aproximar do pro- ma terra pequena como a nossa, um projecto destes
tados entre 2004 e 2008, a mostra está patente ao cesso artístico”. é um acto de ousadia que também dá grandes preo-
público na Carmina Galeria, na Feteira, até 4 de Maio. O “namoro” entre as duas actividades surgiu em cupações”.
“Trata-se de uma metáfora dos dias descritos no Géne- 1989. “Já era médico e tinha muita curiosidade pelo Mas apesar de todas as dificuldades, sublinha a “ade-
sis. A partir daí, fui buscar imagens muito bonitas da pró- fenómeno artístico, nomeadamente por teatro, cine- são muito paulatina, mas constante”, das pessoas à
pria Bíblia para a colocação de cores sobre uma superfí- ma, música, pintura, artes plásticas…” A determinada primeira galeria de arte da Terceira. Dimas Lopes aler-
cie plana, pois a pintura é sempre isto”, começa por dizer altura, não resistiu à “tentação de entrar no processo ta, no entanto, para a “grande necessidade de os jo-
o pintor, sentado entre as suas obras, na ampla sala de de criação”, que, na sua opinião, “pressupõe sempre vens e as crianças visitarem mais estes sítios, para que
exposições da galeria que fundou há três anos e meio. alguma ousadia e atrevimento”. se habituem de um modo natural a conviver e a usu-
“É também uma alusão ao meu próprio trabalho, por- O médico-pintor descreve o acto criativo como um fruir da arte”.
que o artista todos os dias tem dias da criação”. “momento singular, que comanda o criador”. “À medi- Quanto ao futuro, o médico-pintor pretende “par-
Os quatro elementos que formam o universo – fogo, da que o quadro é pintado, a pintura é que conduz o tir para outras fases e outra aventura”. “Escrever
terra, água e ar –, aos quais se segue o caos, dão o pintor, é que pede o que vem a seguir…” um livro ou pintar é também um acto de aventu-
mote a esta mostra. “O fio condutor parte do primeiro No seu entender, “cada vez mais a intervenção artísti- ra. O artista sente uma curiosidade, que não po-
ao sétimo dias da criação. Surge depois a simbólica, ca é difícil, pois há a impressão de que tudo já foi dito de combater, de ver o resultado do seu acto cria-
ou profana, do Espírito Santo, que tem a ver também ou criado, mas é um acto impulsivo, um vício…” tivo”.
com alguma alquimia – a ciência não exacta de fazer “Sentimos necessidade disso como de comer ou res- Observando as suas obras penduradas nas paredes
criar o ouro. As geometrias, por seu lado, têm também pirar”, afirma Dimas Lopes, para quem o processo cria- brancas da galeria, Dimas Lopes sintetiza a sua visão
a ver com as alquimias. No fundo está tudo ligado…”, tivo é, para o artista, “uma necessidade vital”. sobre a arte e a vida: “Só têm um fim – conduzir-nos
explica Dimas Lopes. ao objectivo supremo de sermos felizes. E a pintura
O artista define a sua pintura como tendo “fases mais “Acto de aventura” é uma das actividades humanas que pode contribuir
figurativas do que outras”. “Tenho, contudo, sempre A abertura da Carmina Galeria, em Julho de 2004, foi, para o acesso a essa felicidade…”

DI DOMINGO 20 23.MARÇO.2008 DI DOMINGO 21 23.MARÇO.2008


reportagem helena fagundes bedal. los, que é um pouco um símbolo de autoridade. A
fotografia antónio araújo É já no interior da sede que o presidente do Tercei- minha postura e a reacção das pessoas quando es-
raçor Moto Clube, António Medeiros, também vesti- tou fardado são muito diferentes de quando estou à
do como mandam as regras motard, explica que par- motard. O João Carlos motard é uma pessoa muito
ticiparam perto de 180 motos no percurso Praça Ve- mais aberta, dinâmica. Sei dividir todas estas áreas”.

Clubes motard lha- Praia da Vitória- Negrito. O passeio antecedeu


a inauguração da sede, no dia dois deste mês. “Até
O “Ghost Riders”, qualquer coisa como “Cavaleiros
Fantasma”, nasceu a 22 de Junho de 2006. Mas São

Companheiros
agora, está tudo a correr muito bem”, diz António, Miguel contava já com vários outros clubes. “Existem
mais conhecido por Toni, com um ar satisfeito. os ‘Gravis’, da Lagoa, os ‘Sempre Livres’, também da
O presidente do moto clube, fundado em 2003 e Lagoa - no inicio havia apenas um moto clube, mas
com cerca de 300 sócios, tem razões para estar satis- depois dividiram-se – os ‘Amigos’, o Clube Motard do
feito. A abertura do novo espaço é a materialização Norte e o Clube Motard de Ponta Delgada”, vai ex-

a duas rodas
de muitas horas de trabalho. “Tudo o que está aqui é plicando João Carlos, apoiado contra a muralha, de
fruto do nosso suor. Agora podemos receber os nos- costas para a tenda onde se festeja a inauguração da
sos sócios e pensar em atrair mais alguns”, resume, sede do Terceiraçor Moto Clube.
em poucas palavras. Para além de existirem mais moto clubes em São Mi-
É também com poucas palavras que explica o que guel, o panorama motard é diferente do terceiren-
é ser motard: “É uma pessoa que gosta de andar se, afirma João Carlos. “Eu aprendi a ser motard na
de moto”. Mas não pode ser apenas isso, pois não? Lagoa. Todos os anos, a seis de Agosto, eles fazem
“Não, no fundo é uma entrega, uma paixão. Temos a uma grande concentração onde distribuem cadeiras
nossa vida normal – eu trabalho no hospital de An- de rodas a pessoas necessitadas. Antes, angariam di-
gra – mas depois temos esta parte da nossa vida de nheiro com várias festas e outras iniciativas. Já os
que gostamos muito”, responde. ‘Ghost Riders’, pelo Natal, deslocam-se às superfícies
No caso de Toni, a paixão espalhou-se a toda a fa- comerciais e fazem um peditório a favor das crianças
mília. “Eu já gostava de motos, mas depois de o co- carenciadas. É a nossa forma de retribuir à comuni-
nhecer ainda fiquei a gostar mais”, diz a esposa, de dade e acabar com qualquer preconceito que ainda
cabelo claro amarrado por um lenço, ocupada a ser- possa existir”.
vir cerveja aos vários motards que aguardam junto Também o Terceiraçor Moto Clube quer uma maior
do balcão. relação com a comunidade. “Vamos fazer um pas-
“Comecei a gostar de motos desde miúdo, com uns seio do dia do dador de sangue, em que vamos mes-
18 anos. Com perto de 25 deixei e voltei há uns seis mo doar sangue, seguindo-se um pequeno lanche
anos. A minha mulher adora e as minhas filhas cres- e convívio. Queremos também promover vários pas-
ceram com as motos. Agora, até os meus netos são seios ao longo de toda a ilha, especialmente para só-
loucos por isto”, continua o presidente do moto clu- cios, mas que também podem receber outros mo-
be. tards”, dizia António Medeiros, numa entrevista con-
Os sócios do Terceiraçor Moto Clube são também cedida ao “Diário Insular”, dias antes da abertura da
uma grande e variada família. Estão inscritas pessoas sede.
de todas as profissões e extractos sociais. Além disso, Não é apenas no envolvimento com a população que
perto de 30 por cento são mulheres. “Existe aquela os vários clubes são diferentes, adianta o presiden-
ideia feita de que os motards são só homens, mas te- te dos “Ghost Riders”. “O moto clube Terceiraçor, por
mos também muitas mulheres”, diz. exemplo, aceita motos de qualquer tipo, enquanto
Entre cumprimentos aos convidados da festa, que nós apenas admitimos choppers. É uma opção. No
se prolonga no exterior, numa grande tenda onde passeio que demos hoje de Angra à Praia, houve uns
foi montado um palco, Toni recusa que ainda exis- quantos rapazes com uma motos de 50 a fazerem
tam preconceitos em relação à comunidade motard. cavalinhos. Se um deles cai, vamos todos ao chão...
“As pessoas pensavam isso há uns anos. Os motar- O que não quer dizer que seja sempre assim, mas
ds eram uma espécie de bandidos de cabelo com- por definição, aceitamos apenas as choppers, gran-
prido que gostavam de andar de moto. Isso agora des e pesadas. A minha Yamaha Dragstar- que costu-
mudou. Já se percebeu que somos pessoas perfeita- mo dizer que é a minha namorada – é um exemplo”,
São advogados, polícias, pes- Blusões e coletes de cabedal preto, botas pesa- mente normais”. diz, com uma risada.
das, camuflados, ganga, lenços, óculos escuros. O Os vários moto clubes têm, no entanto, muitos pon-
cadores... todos com o vício das universo motard tomou conta do Negrito, em São Espírito motard tos em comum. Sobretudo, o espírito motard de-
Mateus. No parque de estacionamento da zona bal- João Carlos Medeiros, presidente do moto clube termina que exista total igualdade e respeito entre
motos em comum. DI aproveitou near, as motos repetem-se. Yamaha, Honda, Suzuki, “Ghost Riders”, de Vila Franca do Campo, em São Mi- membros, diz João Carlos: “É a primeira coisa que
choppers ou mais desportivas. Entre as pessoas que guel, é a prova de que as aparências enganam. De- tentamos meter na cabeça aos miúdos ‘copinho de
a inauguração da sede do Tercei- se encontram à espera que abram as portas da no- pois de uns dez minutos de entrevista, revela que é leite’ que nos aparecem por lá: Não existem distin-
va sede do Terceiraçor Moto Clube, um casal intei- agente da Polícia de Segurança Pública. Os óculos ções. Temos advogados, polícias, pescadores. Tanto
raçor Moto Clube, em São Mateus, ramente vestido de preto empurra um carrinho de escuros, cabeça rapada, calças camuflado, lenços no eu posso ser presidente como o podia ser o pesca-
bebé cor-de-rosa e um homem de meia-idade e as- punho e colete de cabedal estão muito longe da far- dor ou o cavador. Somos todos iguais, companheiros
para conhecer o universo motard. pecto cuidado cruza os braços sobre o blusão de ca- da que veste no trabalho. “Existe o polícia João Car- a duas rodas”.

DI DOMINGO 22 23.MARÇO.2008 DI DOMINGO 23 23.MARÇO.2008


opinião sala da autonomia
guilherme marinho arnaldo ourique
http://chaverde.blogspot.com/ arnaldo.ourique@dacores.com

COMEÇAR Sim ou não


PELO FIM ao RR? (2/3)
Não houve órgão de comunicação social que não o princípio base desta “nova” reforma é o reconhe-
discorresse sobre a possibilidade de, passados quase cimento da tendência estrutural para uma “crise dos
10 anos, a Região, mais concretamente a Assembleia parlamentos” e a cíclica renovação do voluntarismo Sim ou não ao Representante da República. No democracia o Estado foi tão centralizador; quem quer
Legislativa, desistir da criação do “seu”/”nosso” canal político em contribuir para a dignificação da institui- primeiro texto consideramos que o cargo é importan- a centralização e acompanha a criação legislativa da
parlamento. Estas curiosas reacções, mais epidérmi- ção parlamentar. te para a autonomia. No segundo texto vimos a re- região deve fartar-se de rir com a impotência pueril;
cas que orgânicas, parecem revelar as sensibilidades Olhemos, então, essa anunciada “crise”. Crise de fun- cente evolução política e as previsíveis consequências, quem quer a autonomia e acompanha essa criação
da opinião pública, e publicada, sobre quais as prio- cionamento, de recursos, de prestígio dos titulares, de umas técnicas e outras políticas. Vejamos agora o es- deve estar atónito com a pueril impotência.
ridades a tratar no âmbito da Comissão Eventual pa- imagem na opinião pública? Recorrendo a quem, re- tatuto do Representante da República que está, como O cargo de Presidente da República chama a si o car-
ra a Reforma do Parlamento (1). Contudo, começar aí almente, sabe, André Freire, António de Araújo, Cris- lei avulsa, em discussão na Assembleia da República. go do Representante da República. Embora o Repre-
o debate sobre uma reforma é, não só, começar pelo tina Leston-Bandeira, Marina Costa Lobo e Pedro Ma- O projecto de lei (nº405/X) que está em discussão sentante da República seja uma entidade da dialéctica
fim, como começar mal. galhães, em “O Parlamento Português: uma reforma não levanta nenhuns problemas à autonomia: limita- autonómica, não pertence à autonomia, mas à Presi-
Qual deve ser, então, o início? O início é o porquê da necessária” (2), sublinham que o parlamento está em se a agrupar num único diploma um conjunto de ma- dência. Agora sim, o Representante da República está
reforma, e o porquê da urgência em reformar, antes «crise» porque, se mostra incapaz de exercer de for- térias dispersas por várias leis ao nível de vencimentos livre, totalmente livre, para fazer o que o Estado qui-
sequer de pensar no que reformar. Sim porque tra- ma consistente todas as funções que lhe estão atribu- e outras questões burocráticas; não toca na matéria ser: pertence ao procedimento autonómico, mas não
balhar sobre uma reforma a menos de seis meses do ídas: o espaço da «função tribunícia» é ocupado, com constitucional e estatutária, designadamente as nor- à sua estrutura institucional.
final da legislatura só se compreende perante uma maior eficácia, pelos mass media; a «função legislati- mas referentes à assinatura e veto das leis. Mas é aqui E quem pensa que o cargo é de transição, deixe de o
emergência pontual (o que não parece suceder), ou va» é dominada pelos governos e, finalmente, o exer- que está o perigo: quando um dia houver necessida- pensar. Antes pelo contrário, pelo menos nos próxi-
perante uma comprometida predisposição para dei- cício da «função de controlo» ressente-se da ambigui- de de colmatar omissões constitucionais, essa lei, por mos dez anos: nunca este cargo, agora Representante
xar um legado de dignificação das instituições às gera- dade do estatuto dos deputados, ou seja, da dificulda- ser lei avulsa e não pertencer ao bloco superior da le- da República, antes Ministro da República, esteve tão
ções vindouras. Ou seja, se as reformas parlamentares de em conciliar dois perfis distintos: o do parlamentar galidade autonómica, criará todos os sistemas que se preso à autonomia como hoje, com uma diferença:
querem-se com ideias, é certo, a elas estarão, sempre, tecnicamente competente (mas, porventura mais dis- quiser – os quais, estando mesmo de acordo com a ontem pertencia, apesar de tudo, ao sistema autonó-
umbilicalmente, ligadas vontades: a de reformar e a tante dos eleitores e mais independente em relação Constituição, não têm a anuência das regiões autóno- mico, hoje pertence ao Estado – e as regiões autóno-
de ser reformado. Em qualquer processo de reforma, aos directórios partidários) e o deputado «político», mas. Claro que existirá sempre o princípio da audição mas, pelo menos a dos Açores, perderam por comple-
especialmente em matérias do sistema político, não muitas vezes recrutado apenas em função das capaci- das regiões autónomas; mas quão diferente é a audi- to aquele poder de dizer com força de lei o que que-
havendo soluções instantâneas, a manutenção de al- dades demonstradas no interior das organizações par- ção da proposta de poder exclusivo. É assim que se rem com o cargo; fica poder político conjuntural, mas
gumas propostas, ao longo de anos, no campo das tidárias e particularmente sensível aos apelos da care- iniciam as profundas alterações: primeiro retiram-se perde-se todo o outro – e que é precisamente o mais
prioridades, pode fazer duvidar, primeiro, da neces- er politics. Nem mais! dos Estatutos Políticos e, pois, deixam de ter relevân- importante.
sidade de reforma, segundo, da vontade para a sua Do declínio das funções tradicionais do parlamento, cia autonómica, ou pelo menos é muitíssimo menor; O cargo de Representante da República deve man-
concretização, último, da sua possibilidade de concre- apresentação dos seus novos papéis e propositura de segue-se a existência de um regime autonómico cujas ter-se (quanto pior não será um cargo idêntico ao de
tização. Convém lembrar que, no mandato anterior, soluções trataremos em próximo artigo. normas das entidades envolvidas estão dispersas, pior um governador, como já foi antes de 1974). Deve es-
foi constituída uma Comissão Eventual para “Uma No- ainda em leis avulsa e sem a força jurídica que os Es- tar em lugar destacado no Estatuto (quão diferente é
va Assembleia para o Novo Século” que, em 2002, for- (1) http://base.alra.pt:82/4DACTION/w_foto_comissao/CERP tatutos possuem (por enquanto); e por fim, um bloco um cargo de Estatuto de um de uma lei avulsa). Deve
mulou propostas (2) que, ainda, esperam concretiza- (2)http://base.alra.pt:82/Diario/VII51.pdf de legalidade que já não é autonómico mas estadu- estar ocupado por pessoas com vontade de contribuir
ção ou avaliação. Sendo assim, “dá-se de barato” que (3)http://www.ics.ul.pt/imprensa/det.asp?id_area=2&offset=20&id_publica=18 al, eminentemente estadual. Nunca em trinta anos de para o mundo.

DI DOMINGO 24 23.MARÇO.2008 DI DOMINGO 25 23.MARÇO.2008


reportagem mateus rocha loucuras, mantemos as contas equilibradas. No plano so do clube. Foi, na realidade, algo que nos empol-
fotografia antónio araújo desportivo, o clube tem estado num patamar elevado gou imenso”.
nos últimos anos. A equipa do Boa Viagem é, sem fa- “Estamos no dirigismo com empenho e dedicação.
vor, uma das melhores da Liga Feminina”, afirma, para Ser profissional ou amador não é o mais importan-
início de conversa com a reportagem do DI/Revista. te. Somos totalmente amadores mas trabalhamos co-

ANTÓNIO GODINHO “Somos muito realistas e temos larga experiência en-


quanto dirigentes desportivos. O orçamento estipula-
mo verdadeiros profissionais, procurando fazer o me-
lhor possível todos os dias. Com o nosso amadoris-

A GRANDE FAMÍLIA
do em cada época é para cumprir. A exemplo de ou- mo, temos superado objectivos de clubes ditos pro-
tros emblemas, podíamos arriscar em determinados fissionais”, responde, quando questionado sobre o as-
momentos, só que esta não é a nossa postura. Não sunto.
queremos que o tiro nos saía pela culatra. Como tal, Será o gosto pelo dirigismo desportivo hereditário? A per-
não entramos numa política de ganhar títulos a qual- gunta prende-se com o facto do filho do nosso interlocu-

O vice-presidente do Boa Viagem con- António Godinho é, juntamente com Paulo Jorge Sil- quer preço”, reforça. tor, Pedro Godinho, também já ter abraçado a causa.
va e Ângelo Faria, um dos elementos do núcleo históri- “Talvez a experiência acumulada ajude-nos na verten- “O Pedro desempenha as funções de delegado da
sidera que o segredo do sucesso do co do Clube Juvenil Boa Viagem. Aos 54 anos de idade, te desportiva. O percurso do Boa Viagem tem sido fei- equipa de basquetebol do Lusitânia no continente,
este desenhador de construção civil sonha com a con- to de avanços e recuos. Por vezes, um passo atrás tem uma vez que está a estudar em Lisboa. Habituou-se
clube angrense é o espírito de famí- quista de um título de expressão nacional (Liga Femini- significado dois ou três à frente na época seguinte. desde miúdo a acompanhar o Boa Viagem, o que lhe
na ou Taça de Portugal), mas não a qualquer preço. Descemos de divisão em várias ocasiões e voltámos criou um certo entusiasmo pelo desporto”, diz com ar
lia que reina entre dirigentes, corpo O actual vice-presidente do Boa Viagem entrou para sempre a subir, até que conseguimos formar uma de pai babado.
o clube em 1993, isto depois de ter exercido funções equipa competitiva que nos permite andar entre os “Um dos segredos do sucesso do Boa Viagem é o
clínico, atletas e treinadores. A con- na extinta Associação de Desportos de Angra, na tem- melhores”, sublinha com evidente orgulho. ambiente de verdadeira família que se vive no clube.
porada de 1977/78. Cansaço e desmotivação são pa- É com um sorriso de orelha a orelha que António Go- Mesmo no relacionamento com as atletas, treinado-
quista de um grande título é um de- lavras que não entram no seu dicionário. dinho recorda os momentos de glória do Clube Juve- res, corpo clínico, dirigentes e colaboradores procu-
“Trabalhamos sempre com a mesma dinâmica, até nil Boa Viagem. ramos criar um clima de perfeita harmonia. Ninguém
sejo assumido, embora sem “loucu- porque vemos o nosso esforço recompensado em “Já vivemos momentos inolvidáveis, sobretudo aquan- exige nada a ninguém. Quando escolhemos as pesso-
termos desportivos. Claro que o aspecto financeiro do das subidas de escalão. O título de campeão na- as, sabemos que podemos contar com elas”, remata,
ras orçamentais”. é a maior dificuldade, mas, como não entramos em cional da Primeira Divisão é outro marco no percur- em jeito de confissão.

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rui messias

sugestões tiro&queda
LIVROS Cinema
“Sweeney Todd: O Ter-
Rapariga com Brinco rível Barbeiro de Fleet
de Pérola Street” é o filme em exi-
Tracy Chevalier bição no Centro Cultural
Quetzal Editores de Angra, de segunda a
223 Páginas quinta-feira, dias 24 a 27,
pelas 21h00.
O Centro Cultural de An-
Holanda. Na próspera gra estreia sexta-feira, dia
Delf de oitocentos todos 28, pelas 21h00, “O So-
conheciam bem o res- nho de Cassandra”. O fil-
pectivo lugar numa or- me é apresentado até
dem pré-estabelecida: ri- segunda-feira, dia 31,
cos e pobres, católicos e pelas 21h00, e domin-
protestantes, patrões e go, dia 30, às 18h00 e às
criados. 21h00.
E também Griet julga- O Auditório do Ramo
va conhecer o seu papel Grande apresenta sába-
quando foi trabalhar para do, dia 29, pelas 21h00,
casa de Johannes Verme- “Sweeney Todd: O Ter-
er: fazer a lida doméstica rível Barbeiro de Fleet
e tomar conta dos seis fi- Street”.
lhos do pintor.
Ninguém esperava con- teatro
tudo que as maneiras de- A Culturangra e a Dra-
licadas da rapariga, a sua max Oeiras apresentam
perspicácia e o fascínio Simas Lopes está patente ço. quinta-feira, dia 27, pelas
demonstrado pelas pin- na Carmina Galeria, até 4 “Do eterno feminino” é 21h30, a estreia nacional
turas do mestre holan- de Maio. o título de uma exposi- de “Boa Noite Mãe”, no
dês a arrastassem inexo- “Laboratório de Imagens” ção de pintura, da auto- Teatro Angrense. A peça
ravelmente para o mun- é o título de uma exposi- ria de Fátima Madruga, é apresentada até domin-
do dele. ção de fotografia científi- patente no Autitório do go, dia 20, pelas 21h30.
Mas, à medida que Griet ca patente no Museu da Ramo Grande, até 26 de O grupo Seiva Trupe
se torna parte integran- Graciosa, até 31 de Mar- Março. apresenta quinta e sexta-
te da obra de Vermeer, a feira, dias 27 e 28, pelas
intimidade crescente en- 21h30, “Yepeto”, no Au-
tre ambos vai espalhan- ditório do Ramo Grande.
do tensão pela casa e ad-
quirindo o carácter de es- Música
cândalo em toda a cida- O espectáculo “Fantasmi-
de. nha Brincalhão - Avô Can-
tigas” sobe hoje, domin- DIÁRIO INSULAR - Ficha Técnica: Propriedade: Sociedade Terceirense de Publicidade, Lda., nº. Pessoa Colectiva: 512002746 nº. registo título 101105 Jornal diário de manhã Composição
Exposições go, a partir das 16h00, e Impressão: Oficinas gráficas da Sociedade Terceirense de Publicidade, Lda. Sede: Administração e Redacção - Avenida Infante D. Henrique, n.º 1, 9701-098 Angra do Heroísmo Terceira
“Corpo Intermitente” é o ao palco do Auditório do - Açores - Portugal Telefone: 295401050 Telefax: 295214246 diarioins@mail.telepac.pt | www.diarioinsular.com Director: José Lourenço Chefe de Redacção: Armando Mendes Redacção:
título de uma mostra de Ramo Grande. Hélio Jorge Vieira, Fátima Martins, Vanda Mendonça, Henrique Dédalo, Rui Messias e Helena Fagundes Desporto: Mateus Rocha (coordenador), Luís Almeida, Daniel Costa, José Eliseu
arte contemporânea pa- Costa, Jorge Cipriano e Carlos do Carmo. Artes e Letras: Álamo Oliveira (coordenador) Colaboradores: Francisco dos Reis Maduro Dias, Ramiro Carrola, Claudia Cardoso, Luís Rafael do
tente no Museu de An- Nota: Os eventos agendados Carmo, Luiz Fagundes Duarte, Gustavo Moura, Francisco Coelho, José Guilherme Reis Leite, Ferreira Moreno, António Vallacorba, Diniz Borges, Bento Barcelos, Jorge Moreira, Duarte Frei-
gra, até 20 de Abril. estão sujeitos a alteração, da tas, Guilherme Marinho, Daniel de Sá, Soares de Barcelos, Cristóvão de Aguiar, Vitor Toste, Luis Filipe Miranda, Paulo Melo e Fábio Vieira Fotografia: António Araújo, Rodrigo Bento, João
Uma exposição de pin- responsabilidade dos promo- Costa e Fausto Costa Design gráfico: António Araújo. Agência e Serviços: Lusa Edição Electrónica: Isabel Silva Sócios-Gerentes, com mais de 10% de capital: Paula Cristina Lourenço,
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