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Caius Brandão

Questões sobre Tomás de Aquino

1)

Lauand defende que o conceito de ‘criação pelo verbo’ é basilar na metafísica de


Tomás de Aquino porque ele estrutura toda a sua visão de mundo. Lauand aponta para
como a noção de verdade e conhecimento em Tomás repousa sobre os fundamentos da
teoria da criação: todos os entes são cognoscíveis e inesgotáveis para o conhecimento
do homem porque são criaturas.

Em Tomás, a verdade é intrínseca ao ente enquanto ente, e apenas é chamada de


realmente verdadeira a realidade pensada. O que existe de verdadeiro é a forma
essencial da criatura, ou seja, uma substância limitada e definida, concebida por Deus,
criador de todas as coisas naturais. Além de uma essência, as coisas criadas por Deus
possuem por si mesmas uma capacidade de inteligibilidade, e por isso podem ser
apreendidas. Se não fossem pensadas por Deus, elas sequer seriam acessíveis ao
conhecimento humano. Assim, a verdade das coisas naturais pode ser compreendida
como a correspondência entre a criatura e o seu arquétipo concebido por Deus.

O conhecimento humano se dá, antes de tudo, através da mera constatação das


coisas, capacidade que divide com outros seres vivos, mas só ele possui a notável
capacidade de formar juízo sobre o que constata. Assim, Tomás reconhece a
capacidade do pensamente humano de ser verdadeiro e de reconhecer a verdade.
Mesmo assim, o conhecimento formal da verdade, a correspondência entre as coisas
naturais e o seu arquétipo divino, não será alcançado pelo homem, isto porque ele
possui uma capacidade cognoscível finita, incapaz de acessar a causa infinita da
cognoscibilidade das criaturas de Deus.

2)

Mesmo na percepção do senso comum, a noção de ser é o que existe primeiro e


de mais universal na intelecção do conhecimento humano. Todavia, para se chegar a
uma compreensão mais aprofundada da noção de ser, faz-se necessária a reflexão
filosófica.

Parmênides foi o primeiro filósofo grego a reconhecer a primazia e a


universalidade do ser, tanto na realidade concreta como no pensamento do homem. No
entanto, Parmênides permaneceu arraigado às teorias filosóficas sobre um mundo
percebido exclusivamente através dos sentidos. Desta forma, sua noção de um ser uno,
indivisível, imóvel e imutável compreende somente a totalidade do mundo físico no
nível do ser corpóreo. Posteriormente, Platão funda a filosofia metafísica e atribui ao
ser a multiplicidade e o devir. Mas a visão transcendente e analógica de ser somente é
desenvolvida na metafísica de Aristóteles, posteriormente aprofundada por Tomás de
Aquino.

Como visto anteriormente, o conhecimento humano se dá, antes de tudo, através


da constatação do ser para, posteriormente, formar juízo sobre o que se constata. O
juízo é chamado por Lauand de “ato perfectivo da inteligência”, processo pelo qual se
constata um sujeito e um termo que o determina. Assim, o juízo negativo ou afirmativo
é essencialmente uma síntese de dois termos: sujeito e predicado. Conclui-se, então,
que somente se faz juízo das coisas que são, ou do ser.

3)

Pensar o ser de forma particularizada ao ser de cada coisa não permite distanciá-
lo dos objetos a que estão implicados, gerando assim uma confusão. Em um primeiro
esforço de reflexão filosófica, através da abstração podemos chegar à noção mais
universal do ser, que compreende as diferenças infinitas das variedades de todos os
seres que existem: Ana-ser humano-animal-ser vivo-corpo-substância-ser. A abstração,
todavia, ainda não é um método suficiente para se superar o senso comum da noção de
ser. Dizer, em última estância, que Ana é ser não explica nada sobre o ser Ana. Na
universalidade do termo ser, perdemos as particularidades do ser Ana.

Quando pensamos o ente, pensamos em “alguma coisa” (essência) “que é”


(existência). Todos os seres, então, possuem uma unidade metafísica composta por
estes dois princípios inseparáveis: essência e existência. Só podemos conceber a
essência enquanto ordenada à existência, ao passo em que a existência é determinada
pela essência.

No intuito de localizar o objeto primeiro da metafísica, o ser enquanto ser,


Gardell propõe a classificação de dois tipos de seres no sistema de Tomás de Aquino: o
ser real e o ser racional. Este, enquanto tal, existe apenas no intelecto de quem o
concebe, ao passo em que é o ser real, atual ou em potência, quem deve ser objeto da
metafísica, visto ser ele o único capaz de existir concretamente no mundo real.

Na teoria tomista é o ser real, o ser enquanto ser, ou ainda o ente composto de
essência e existência é quem deve interessar à metafísica para, assim, se chegar à noção
mais exata do ser. Este esforço deve ser feito de maneira que possa se chegar a um
termo capaz de se aplicar à universalidade da noção de ser, sem deixar de levar em
consideração as particularidades de cada ser.

4)

A noção de ser oferece uma unidade através da qual podemos atribuí-la a todos
os seres existentes, ou seja, um termo que se aplica à universalidade. Por outro lado,
reconhecemos que o modo de ser de cada ente é particular e não universal. Estas
diferenças que geram a diversidade são internas do ser, e não postas de fora. Por
conseguinte, o problema da estrutura interna da noção de ser poderia ser solucionado ao
se dividir uma noção de ser sem sair dela mesma. É exatamente isso que a teoria da
analogia se propõe a fazer, ou seja, encontrar um termo que possa ser universalizado
(unidade), levando-se em consideração as diferenças particulares (diversidade).

Nas ciências, ou mesmo no senso comum, são consideradas análogas realidades


diferentes que possuem elementos similares entre si. Já em Tomás, a analogia é um
modo de atribuição lógica, que se posiciona entre a atribuição unívoca (quando um
termo se reporta aos seus inferiores segundo um mesmo significado) e equívoca
(quando um termo se reporta aos seus inferiores segundo significados diferentes).
Portanto, um termo análogo se refere aos seus inferiores segundo uma significação
parcialmente diferente e semelhante, resultando em uma ordem que estabelece um
princípio unificador.

5)

Tomás trabalha com dois tipos de analogia: analogia de atribuição e analogia de


proporcionalidade.

Na analogia de atribuição, o princípio unificador provém de um analogado


principal – o único a possuir internamente a “razão” do termo análogo. O primeiro
analogado figura na definição de analogados derivados, os quais, ao contrário do
principal, não possuem intrinsecamente a “razão” do termo análogo. Aqui, é importante
salientar, existe uma ordem hierarquia entre os analogados em relação ao analogado
principal.

Já na analogia de proporcionalidade, o princípio unificador não é estabelecido a


partir das relações entre analogados e um termo único (que provém de um analogado
principal), portanto, neste caso, não há um primeiro analogado. O princípio unificador
está na proporção mútua entre os analogados. Em cada analogado reside de forma
intrínseca a “razão” do termo análogo. Em seguida, a analogia de proporcionalidade
sofre uma subdivisão: analogia própria e analogia metafórica, sendo que esta última, por
ser considerada inadequada, deve ser descartada no estudo da metafísica.

Como já visto anteriormente, no caso da analogia de atribuição não existe um


conceito único que se aplica a todos os analogados, existe sim um conceito unívoco que
provem do analogado principal. Portanto, a questão de como um conceito pode unificar
uma diversidade sem excluir essa mesma diversidade se aplica exclusivamente à
analogia de proporcionalidade, ou seja, nela podemos identificar um conceito analógico
único. Daí, conclui-se que o conceito analógico é um conceito uno que compreende,
mesmo que confusamente, a diversidade dos seus analogados.

Por outro lado, é na analogia de atribuição que a ordenação de um princípio


concreto fica clarividente, ou seja, a relação hierárquica entre os analogados secundários
e um analogado principal. Contudo, mesmo que implicitamente, na analogia de
proporcionalidade também existe uma referência a um primeiro analogado, visto que o
estudo do ser só está acabado para Tomás quando a criatura é exibida na sua
“dependência essencial em relação ao ser que se basta a si mesmo”. Tem-se, assim, um
princípio de ordem também na analogia de proporcionalidade.

A noção de ser é, pois, uma noção analógica, na medida em que contem de


forma diferenciada e unificada as diversas modalidades de ser. O ser é análogo tanto de
uma analogia de proporcionalidade (todos os modos do ser são intrinsecamente ser),
como de uma analogia de atribuição. Mesmo aqui Tomás encontra uma ordem
hierárquica posta pela relação entre as noções do ser-criador e ser-criatura. Em suma, a
teoria da analogia assume uma forma mista de proporcionalidade e atribuição, quando
aplicada ao ser.

Martina, aqui, se você me permite, eu gostaria de colocar uma


dificuldade. Quando atribuímos à essência do ser a noção de
criatura, fica clara a dependência desta em relação ao seu criador.
Seguindo a mesma metodologia, eu vejo a relação de dependência
da noção de criador em relação à sua criatura. A criatura deve ser
determinante na essência do criador, na medida em que sem ela, ele
não existiria nem em potência. O paralelo que estou fazendo é o
seguinte: se para existir a criatura é necessário que exista o
criador, também, para que exista o criador é necessária a criatura.
Seria as coisas naturais a realização em ato da essência e existência
do criador? È verdade que a criatura não pode ser a causa de si
mesma, mas parece que apenas ela, e não outra coisa pode ser a
causa do seu criador.

6)

Até mesmo o senso comum compreende o ser como dotado de essência (aquilo)
e existência (que é). Gardell considera se esta distinção entre estes dois aspectos
inseparáveis do ser é meramente racional, e, portanto, só poderia existir na razão de
quem a concebe. Para Tomás, todavia, além da distinção racional existe a distinção real
entre essência e existência.

Esta complexidade na estrutura interior do ser se dá apenas no ser-criatura, já


que no criador, a essência e existência são a mesma coisa. Na medida em que são
compostos por matéria e forma, os seres naturais são limitados. A matéria “recebe” a
forma que a define e multiplica. Mas existem também as criaturas angelicais,
destituídas de matéria que pudessem limitá-las e multiplicá-las. Seria então necessário
algum tipo de composição da sua estrutura interior que explicasse a sua limitação e
multiplicação. Assim, ficaria restabelecido o principio de ordem entre o ser incriado e
suas criaturas.

7)

Tomás oferece provas quanto à existência concreta da distinção entre essência e


existência no ser, a saber: a) Já que é possível conceber a essência de algo sem que se
saiba sobre a sua existência, então, essência e existência não podem ser as mesmas
coisas; e b) Se alguma coisa é causada e é impossível que esta coisa seja a causa de si
mesma, então é impossível que a sua existência seja causada somente a partir dos
princípios essências do seu ser. Assim, fica demonstrado que no ser incausado há
identidade entre essência e existência, enquanto que nas criaturas a essência e a
existência são coisas distintas.

8)

A priori, Gardell deixa claro que a essência e a existência que se procura


determinar são princípios componentes de uma substância que existe concreta e
atualmente, e não como simples potência. E é justamente na realidade concreta que se
busca determinar o “sujeito essencial” e a existência. Anterior ao ser, a criatura é
desprovida de seus princípios componentes, visto que estes não podem existir
isoladamente. Assim, a essência e a existência só têm realidade porque se
complementam. A essência exerce papel de potência, enquanto que a existência, de ato.
Ambos são princípios determinantes, mas a existência é a “perfeição última”. Ela é o
que existe de mais fundamental na estrutura interna do ente, composta também pela
essência que determina e limita a existência.

9)

Deus criou dois tipos de criatura, a saber: a) As substâncias materiais, que são
compostas de matéria forma. Sua essência é determinada pela existência 1. Estas
substâncias são individualizadas pelos princípios da matéria e da quantidade; b) As
substâncias espirituais, que possuem uma essência simples e não estão submetidas à
composição de essência e existência. A forma subsistente das criaturas espirituais é
para si mesma o seu princípio de individuação.

Deus, ao contrário de suas criaturas, é incriado. Ele não possui um sujeito


(essência) que receberia a existência, porque ele existe por si mesmo e sua existência é
idêntica à sua essência. Seu ser é infinito e sem limitações, além de ser absolutamente
necessário, ele é também impossível de não existir.

10.

Ser como plenitude ou perfeição última se refere ao ato de existir.

Isbum Esse subsistens é Deus.

Esse divinum são as criaturas angélicas.

Esse comune são os seres compostos.

1
Ele não havia dito o contrário? De que é a essência quem determina a existência?

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