Outro fato importantíssimo é que tudo o que acontece nesta mensagem foi
transmitido de Espírito para espírito, de Deus para João, por intermédio de um Espírito
mensageiro, o anjo do Senhor, ou seja, um Espírito Santo.
Apocalipse 1.1 Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar
aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e
as notificou a João seu servo; 2 O qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho
de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto.
A realidade do símbolo
Apocalipse 4.1 Depois destas coisas, [eu] olhei, e eis que [estava] uma porta
aberta no céu: e a primeira voz, que como de trombeta ouvira falar comigo, disse:
Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer.
Assim, a mensagem inteira do livro de Apocalipse foi uma visão que se passou
na mente do apóstolo, como a que se deu também com o profeta Daniel em Dn 10.5-7.
Daniel 10.5 E levantei os meus olhos, e olhei, e eis um homem vestido de linho,
e os seus lombos cingidos com ouro fino de Ufaz; 6 E o seu corpo era como berilo, e o
seu rosto parecia um relâmpago, e os seus olhos como tochas de fogo, e os seus braços
e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como a voz
de uma multidão. 7 E só eu, Daniel, tive aquela visão. Os homens que estavam comigo
não a viram; contudo caiu sobre eles um grande temor, e fugiram, escondendo-se.
Inclusive o personagem que aparece em Daniel 10.5-6 lembra a visão que João
tem de Jesus Cristo em Apocalipse 1.13-17.
Apocalipse 1.13 E no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do
homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um
cinto de ouro. 14 E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve,
e os seus olhos como chama de fogo; 15 E os seus pés, semelhantes a latão reluzente,
como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas
águas. 16 E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada
de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece. 17 E eu,
quando vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me:
Não temas; Eu sou o primeiro e o último;
Deus, que é Espírito (Jo 4.24), não poderia transmitir uma complexa mensagem
inteligível se não fosse por meio de visões com imagens, palavras e sentimentos que
João desconhecesse ou não pudesse descrever. Portanto, tudo o que João vê, ouve e
interage foi projetado em sua mente e no seu espírito em termos compreensíveis.
Assim, Deus mostrou as visões do livro como mensagens que, embora fossem
fixas em imagens e diálogos, tornaram-se dinâmicas quando o Espírito, falando ao
nosso espírito, à nossa mente, deu a correta interpretação no seu devido tempo. Pois foi
assim que, a cada época, o Espírito Santo imprimiu em seus leitores a mensagem
necessária àquele momento.
A realidade do céu
E onde estaria o céu que João vê e sente interagir? João é um ser físico, como
dizemos: matéria, mas Deus e os “habitantes do céu” são inteiramente espirituais,
portanto invisíveis para os seus sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato). Mas,
com exceção à parte da mente onde as idéias são formadas. Pois, é com a nossa mente
que interagimos com o mundo espiritual. Por isso ele disse que se achou em espírito.
Assim é como nos sentimos quando interagimos com Deus e com as coisas de Deus.
Mas, então, o que é o céu? O céu é o espaço que existe, a expansão que está
sendo criada. Isto está claro desde o início em Gênesis.
Gênesis 1.8 E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia
segundo. 9 E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça
a porção seca; e assim foi. 10 E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento
das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom.