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O Impacto da Acacia mangium no

Desenvolvimento Sustentável do Estado do


Pará
Italo Cláudio Falesi*

A Acacia mangium Willd é uma árvore de grande porte podendo atingir


até 30m de altura. Pertence a família das Leguminosas, com
distribuição natural abrangendo o nordeste da Austrália, Papua Nova
Guiné, Leste da Indonésia, Ilhas Molucas e Java. É de região chuvosa
com precipitação pluviométrica variando de 1500 a 4500mm/ano, com
período de estiagem de julho a outubro.
Essa espécie ocorre em solos de baixa fertilidade química, ácidos,
pobres em fósforo, porém com boa drenagem, semelhantes aos solos
dominantes na Amazônia.
A acácia ou mangium como vulgarmente é conhecida, possui como
características mais importantes a rusticidade, o seu rápido
crescimento e a sua grande produção de biomassa. Ela cresce com
rapidez em ambientes onde o solo é de baixa fertilidade química,
alcançando altura do fuste e diâmetro comercial para uso em serraria
a partir dos 8 anos de idade.
É amplamente conhecida a baixa fertilidade dos solos da Amazônia,
sendo esta característica um dos problemas mais sérios para o uso
econômico, ambiental e social dessas terras. O cultivo agrícola
racional somente obtem-se resultados satisfatórios com retorno
financeiro ao produtor, através da aplicação elevada de corretivos e de
fertilizantes, reduzindo a lucratividade do investimento.

A acácia não é exigente de nutrientes, como também prescinde de


outros tratos culturais comuns as espécies agrícolas e florestais, para
poder atingir o momento do corte econômico. Por isso requer menor
emprego de fertilizantes, não sendo obrigatoriamente necessário o
preparo do solo, pois adota-se o plantio direto. É altamente
competitiva com outras espécies no relativo a retirada de água e
nutrientes do solo.
Mas qual o interesse ou a importância em se cultivar a Acácia
mangium? A Amazônia apresenta atualmente 16% de sua área
desmatada o correspondente a 797000 km² e 19% são atribuídas ao
estado do Pará, representando uma área de 234000 km² formando
vastas áreas antropizadas aptas ao cultivo de diversas espécies
agrícolas ou florestais, necessárias a recomposição do equilíbrio
ambiental e econômico com reflexos na melhoria de vida dos
produtores rurais.
A acácia tem diversos usos, ressaltando-se a madeira para produção
energética, que devido a seu elevado poder calorífico 4800 a 4900
kcal/kg e teor de carbono fixo superior a 90%, é incomparável para
essa finalidade, pela precocidade no corte aos 3 anos de idade.
É também usada para construções, portas, janelas, caixotarias,
tábuas, papel, celulose, extração de tanino, forrageira, colas, adesivos
e por fim movelaria. A densidade da madeira, é semelhante a do
mogno variando de 0,40 g/cm³ a 0,69 g/cm³. É também excelente
árvore melífera atraindo grandes enxames de abelhas para produção
de mel e seus derivados.
É árvore restauradora da fertilidade de solo ao reciclar 500 kg de
nitrogênio por hectare/ano, além de menores quantidades de fósforo,
potássio e micro nutrientes, gratuitamente.
A acácia é portanto uma alternativa viável e de baixo custo para
recuperação de ambientes antropizados e mesmo degradados, caso
das áreas de mineração. As grandes empresas mineradoras da
Amazônia vem usando essa extraordinária espécie arbórea e com
sucesso e rapidez na recuperação das áreas de exploração mineral.
Devido a essas qualidades, nos campos naturais de solos pobres do
Estado de Roraima uma grande empresa está completando até o
próximo ano o plantio de uma área de 45000ha com acácia tendo
como principal finalidade a obtenção de celulose capaz de produzir
200 mil toneladas por ano pelo sistema Bleech Chemical
Thermomechanical Pulp (BCTMP), que polui menos o ambiente. A
empresa vai empregar US$ 330 milhões para colocar a fábrica em
funcionamento em 2006 para atender os fabricantes de papel da
Europa, Estados Unidos e Ásia.
Somente o investimento do plantio de acacia mangium, até o momento
já ultrapassa os US$ 20 milhões.
Esse grande plantio atraiu enxames de abelhas devido a produção
fértil de pólen, além da abundante produção de néctar nos filódios
(folhas modificadas) durante a floração, incentivando a empresa a
buscar parceria com apicultores de Roraima visando a produção
industrial de mel e derivados, com produtividade inicial de 120kg a
150kg de mel/caixa. A média nacional é de 45kg de mel por caixa.
Salienta-se que a acácia floresce pela primeira vez aos 18 meses de
idade, repetindo-se anualmente, pelo menos 2 vezes por ano.
A acácia possui um elevado potencial produtivo. Em solo de baixa
fertilidade pode produzir acima de 64m³ de madeira por hectare/ano.
Pode também ser cultivada em consórcio com espécies agrícolas,
SAF’s – Sistemas Agroflorestais e em Sistemas Silvipastoris
contribuindo com a fertilização gratuita do solo através da
incorporação de nutrientes, principalmente de nitrogênio.
É pouco atacada por insetos nocivos ou doenças, sendo facilmente
controlados, entretanto teve-se a oportunidade de se identificar pela
primeira vez (não há citação na literatura) na Fattoria Piave a “broca
do caule da acácia” cujo responsável é o coleóptero da família
cerambicidae, espécie Criodion torticolle Bates (Fig.1). A larva ao se
desenvolver dentro do tronco produz galerias longas e com larguras
variando de 1cm a 2,3cm (Fig.2)

Fig.1 Broca do caule da acácia – Criodion torticolle Bates


Fig.2 Corte de tronco de acácia atacado pela broca do caule.
A madeira pela beleza de seu cerne de coloração castanho-claro com
manchas escuras é facilmente planada, polida e aceita pregos sem
apresentar rachaduras. Suas propriedades mecânicas são
comparadas às da nogueira negra, uma madeira nobre e muito
utilizada para fabricação de móveis principalmente nos Estados
Unidos. Esse país é grande importador de madeira de acácia da
austrália.
No relativo ao uso como lenha e para solucionar o problema
energético dos pólos oleiros do estado do Pará, principalmente do
município de São Miguel do Guamá, há seis anos estamos
trabalhando em parceria com a Emater–Pa, Regional de São Miguel
do Guamá junto aos ceramistas e pequenos e médios produtores
rurais despertando neles a importância em cultivar a acácia em plantio
solteiro ou em sistemas agroflorestais visando a curto prazo suprir as
necessidades de abastecer as caldeiras das olarias e dos fornos de
farinha dos agricultores.
É esperado nos próximos 4 a 5 anos esgotar-se a fonte de lenha
nesse pólo oleiro. Em conseqüência alguns produtores e ceramistas
estão produzindo pequenas e médias florestas de acácia para o
atendimento de suas necessidades. O mais importante dessa ação é
que não se irá buscar na floresta ou capoeira a madeira para essa
finalidade.
A Fattoria Piave localizada no município de Igarapé-Açu além do
plantio econômico seu proprietário vem executando pesquisa com
essa espécie visando o melhor conhecimento da relação planta-
ambiente, com vistas a se alcançar melhor produtividade. Com esse
intuito cortou uma árvore de acácia com 9 anos de idade deparando
com uma madeira de bela aparência e tomou a iniciativa de mandar
proceder as análises morfológicas, que já foram realizadas no
laboratório de Botânica da Embrapa e todos os testes físicos e
mecânicos direcionados à produção de móveis, concluídos na UFRA,
sob a orientação do professor Sueo Numazawa.
Fabricou-se como teste, vários móveis como:
cama,mesa,cadeira,banco,estante de livros etc,além de porta e janela.
(Figuras 3,4,5,6 e 7)
É provável que seja a primeira vez no Brasil que se produza móveis,
portas e janelas da madeira da Acacia mangium, procedente de
plantio organizado, já que não se encontrou referências em
publicações.

Fig.3 Estante de livros


Fig.4 Conjunto de terraço

Fig.5 Cadeira

Fig.7 Sapateira

Fig.6 Porta de bela aparência


O importante desse processo de cultivo da Acácia mangium pode-se
resumir:

1) é cultivo de árvore de rápido crescimento e retorno financeiro, com


cerca de 8 a 10 anos , no caso de móveis e outros produtos de
serraria, e de 2 a 3 anos se para produção energética.
2) é alternativa econômica, ecológica e social para o pequeno e médio
produtor com reduzido investimento inicial.
3) diversificação do uso da madeira para produtos mais nobre como
móveis, construções,portas e janelas e as partes não utilizáveis para
esses fins são destinadas na produção de lenha e carvão.
4) diversificação da atividade agrícola adotando-se a apicultura com
produtividade acima de 120kg de mel/caixa ano e finalmente
proporcionar de fato a melhoria de vida do produtor, tão propalada
porém,pouco acionada.

* Engº Agrº Ítalo Cláudio Falesi


Pesquisador II Embrapa Amazônia Oriental e Produtor Rural

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