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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO

RELATÓRIO
O Sr. Juiz Federal VALLISNEY DE SOUZA OLIVEIRA (convocado):

Trata-se de apelação interposta pela COMPANHIA NACIONAL DE


ABASTECIMENTO - CONAB (fls. 1290/1294), contra sentença que julgou
improcedente o pedido nos autos da ação de depósito ajuizada por esta em face de
PARATINGA ARMAZÉNS GERAIS LTDA. – PAGEL e JAIRO DIAS PEREIRA.
O Juízo a quo entendeu ser improcedente o pedido, uma vez que (fl.
1286):
Consta dos autos que o proprietário dos armazéns onde se achava
acondicionado o arroz dado em depósito pela CONAB, primeiramente impediu
e depois dificultou a remoção dos produtos, o que ocasionou um atraso na
retirada do arroz por quase um ano.
Em sua contestação, os Requeridos afirmaram não ter infringido
qualquer norma contratual, até porque a CONAB procedeu regularmente à
retirada dos estoques que se encontravam depositadas em seus armazéns.
Como é sabido, a empresa Requerida é dedicada ao ramo de armazéns
gerais, disciplinado pelo Decreto nº 1102, de 1903, estando suas condições
gerais de armazenamento expressamente registradas na Junta Comercial
deste estado, desde 1986 (fls. 119/1124), inclusive no que se refere ao
percentual de quebra técnica, com as quais concordou a CONAB quando do
armazenamento do arroz em casca natural naquele estabelecimento.
Pelo que se depreende do laudo pericial de fls. 1103/1111, a alegada
diferença de peso do produto depositado aferida no final de sua remoção,
deveu-se ao percentual da quebra técnica utilizado pela CONAB, que segundo
o item “9” de fls. 1110, não se enquadra com precisão dentro dos padrões
técnicos científicos permitidos.
Conforme resposta ao quesito nº 6 (fls. 1111), com exceção do processo
379/92, onde houve falta de 32.930 Kg, a quantidade do produto descrito na
inicial foi corretamente liberada à CONAB, seguindo critério legal de quebra
técnica, que aliás é o utilizado pela Requerida, registrado na JUCEMAT e
aceito pela Requerente tacitamente quando do armazenamento do produto
nos armazéns da empresa requerida.
Por outro lado, as testemunhas ouvidas afirmaram que a demora na
retirada do produto deveu-se à falta de estrutura e de braçagistas para ajudar
no manuseio da mercadoria, sendo, por isso, os caminhões carregados de
forma lenta (fls. 1218/1262).
Insta ressaltar, por fim, que qualquer prejuízo oriundo da demora na
retirada do produto deve ser discutido em ação própria pela CONAB, uma vez
que a ação de depósito só se presta para restituição da mercadoria desviada
ou apropriada pelo depositário, não podendo nela ser veiculada a pretensão
de obter indenização por produto que se tenha deteriorado ou mesmo por
despesas extras de transportes e desvalorização quando da venda do produto.

Inconformada, a autora interpõe apelação objetivando a reforma do


decisum, argumentando, em síntese, que houve descumprimento do contrato de
depósito na ausência de devolução de 6.054.415kg de arroz em casca ensacado.
Os apelados não apresentaram contra-razões (fl. 129v).
TRF-1ª REGIÃO/IMP.15-02-04 /opt/scribd/conversion/tmp/scratch2331/27193391.doc
Criado por TR190206
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APELAÇÃO CÍVEL Nº 2000.01.00.029436-1/MT

É o relatório.

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VOTO
O Sr. Juiz Federal VALLISNEY DE SOUZA OLIVEIRA (convocado):
Não merece acolhida a alegação da Companhia Nacional de
Abastecimento – CONAB.

Os autos desta ação de depósito demonstram que a CONAB visa à


liberação de arroz de propriedade da União depositado nos armazéns da ré/apelada
PARANATINGA ARMAZÉNS GERAIS LTDA. – PAGEL, em face da restrição à
retirada do produto por parte do proprietário da ré, sem qualquer razão para tanto.

Após a contestação da ré/apelada e o decurso do prazo para


especificação de provas a CONAB requereu a alteração do pedido inicial, a fim de
que os réus efetuassem a restituição dos produtos faltantes, ultimada que foi a saída
da mercadoria depositada (fls. 752/753).

Sobre essa alteração nada disseram os apelados (fl. 1041).

Observo que, por essa razão - e corretamente -, o Juízo de primeiro grau


delimitou o objeto da apreciação jurisdicional, estabelecendo que, para efeitos de
sucumbência, somente o pedido constante da inicial seria levado em consideração (fl.
1285).

Esta é a posição de nossa Corte. Veja-se:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. TEMPO DE SERVIÇO


REGIDO PELA CLT. CONTAGEM PARA FINS DE ANUÊNIOS. RAZÕES DA
APELAÇÃO DISSOCIADAS DA FUNDAMENTAÇÃO DA SENTENÇA:
APELAÇÃO NÃO CONHECIDA.
1. Incumbe ao apelante a adequada e necessária impugnação do decisum
que pretende ver reformado, com a exposição dos fundamentos de fato e de
direito de seu recurso, de modo a demonstrar as razões de seu inconformismo
com a sentença prolatada, a teor do disposto nos arts. 514, II e 515, caput,
ambos do CPC.
2. Não se conhece de recurso aviado com razões inteiramente dissociadas
dos fundamentos expendidos na sentença.
3. É defeso à parte autora modificar o pedido inicial após a citação, sem o
consentimento do réu, em homenagem ao princípio da estabilização da lide,
previsto no art. 264 do CPC.
4. Apelação não conhecida. (AC 2000.34.00.015179-5/DF, Relator
Desembargador Federal Antônio Sávio de Oliveira Chaves, Convocado Juiz
Federal Klaus Kuschel, Primeira Turma, DJ de 6.2.2006, p.17) (grifos não
originais).

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Sobre o cerne da questão, correto o entendimento do Juízo a quo, no


sentido de que o Laudo Pericial de fls. 1103/1111 deve ser levado em consideração,
haja vista a inexistência de qualquer impugnação pericial por parte dos assistentes
técnicos das partes (fls. 1190 e 1191/1192).

O Laudo Técnico frisa que (fl. 1111) foi liberada à CONAB a quantidade
do produto descrito na inicial, com exceção do processo n.º 379/92 que faltou
32.930kg, e que a metologia usada pela ré Paranatinga Armazéns Gerais LTDA, para
a aferição das quebras de peso dos produtos, é a que se enquadra com mais
precisão dentro dos padrões técnico-científicos (fl. 1110).

Colaciono a seguir, trecho da sentença proferida (fl. 1286), litteris;

Como é sabido, a empresa Requerida é dedicada ao ramo de armazéns


gerais, disciplinado pelo Decreto n.º 1102, de 1903, estando suas condições
gerais de armazenamento expressamente registradas na Junta Comercial
deste estado (fls. 119/1124), inclusive no que se refere ao percentual de
quebra técnica, com as quais concordou a CONAB quando do armazenamento
do arroz em casca natural naquele estabelecimento.
Pelo que se depreende do laudo pericial de fls. 1103/1111, a alegada
diferença de peso do produto depositado aferida no final de sua remoção,
deveu-se ao percentual da quebra técnica utilizado pela CONAB, que segundo
o item “9” de fls. 1110, não se enquadra com precisão dentro dos padrões
técnicos científicos permitidos.
Conforme resposta ao quesito nº 6 (fls. 1111), com exceção do processo
379/92, onde houve falta de 32.930 Kg, a quantidade do produto descrito na
inicial foi corretamente liberada à CONAB, seguindo o critério legal de quebra
técnica, que aliás é o utilizado pela Requerida, registrado na JUCEMAT e
aceito pela Requerente tacitamente quando do armazenamento do produto
nos armazéns da empresa requerida.
Por outro lado, as testemunhas ouvidas afirmaram que a demora na
retirada do produto deveu-se à falta de estrutura e de braçagistas para ajudar
no manuseio da mercadoria, sendo, por isso, os caminhões carregados de
forma lenta (fls. 1218/1262).
Insta ressaltar, por fim, que qualquer prejuízo oriundo da demora na
retirada do produto deve ser discutido em ação própria pela CONAB, uma vez
que a ação de depósito só se presta para restituição da mercadoria desviada
ou apropriada pelo depositário, não podendo nela ser veiculada a pretensão
de obter indenização por produto que se tenha deteriorado ou mesmo por
despesas extras de transportes e desvalorização quando da venda do produto.

Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO à apelação.

É o meu voto.

TRF-1ª REGIÃO/IMP.15-02-04

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