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O documento discute como o Realismo e o Romantismo não são tão opostos quanto parecem, e ambos contêm elementos subjetivos. Embora o Romantismo seja visto como subjetivo e o Realismo como objetivo, ambos movimentos literários compartilham traços um do outro. O documento argumenta que a transição entre eles foi gradual, com subjetividade romântica persistindo em obras realistas também.
O documento discute como o Realismo e o Romantismo não são tão opostos quanto parecem, e ambos contêm elementos subjetivos. Embora o Romantismo seja visto como subjetivo e o Realismo como objetivo, ambos movimentos literários compartilham traços um do outro. O documento argumenta que a transição entre eles foi gradual, com subjetividade romântica persistindo em obras realistas também.
O documento discute como o Realismo e o Romantismo não são tão opostos quanto parecem, e ambos contêm elementos subjetivos. Embora o Romantismo seja visto como subjetivo e o Realismo como objetivo, ambos movimentos literários compartilham traços um do outro. O documento argumenta que a transição entre eles foi gradual, com subjetividade romântica persistindo em obras realistas também.
O Romantismo e o Realismo expressam ideias opostas, que se negam, se
contradizem. No entanto, em um olhar mais analtico, essas duas escolas literrias apresentam duas formas no to distintas de observar o mundo atravs dos olhos de quem escreve e de quem l. Esse aspecto tratado de modos diferentes pelos autores e linguistas: empiricamente, o romantismo subjetivo, e o realismo objetivo. Contudo, estes dois movimentos da literatura so mais parecidos entre si do que se reconhecido pelos estudiosos da rea. O Realismo tem como temas gerais tratados a monotonia e a hipocrisia da sociedade burguesa: surgindo no contexto da Revoluo Industrial e em meio a consolidao do sistema capitalista, denuncia a diferena de classes e a injustia social. O Romantismo, por sua vez, nostlgico e idealista: buscando uma identidade nacional, retrata a vida burguesa enquanto idealiza conceitos do amor e da figura feminina, por exemplo. As duas pocas literrias, parecem completamente opostas. Usualmente, um novo perodo literrio se d com o objetivo de romper com o pensamento e aspectos do perodo anterior, como, por exemplo, o tema romntico da vida burguesa, eufemizando a vida na sociedade e a injustia social, aspecto realista. O perodo romntico apresenta uma subjetividade impregnada em suas obras. A partir do sculo XVIII, com a chegada da imprensa e com a ajuda de outros fatores, houve um aumento do nmero de leitores entre a populao brasileira, sendo estes em sua maioria burgueses, causando uma "demanda" dos mesmos pelas obras. Por exemplo, uma obra s era considerada boa se fosse aceita pelo pblico leitor. A utilizao do carter eufemista do romantismo se fez necessria ento, j que a maneira de observar o mundo se daria pelos olhos burgueses. Na conjuntura da poca da Revoluo Industrial, todavia, tornou-se impraticvel a viso romntica da sociedade. Com a popularizao das obras, e em meio as mquinas e a misria, causando extremos sociais, como o desenvolvimento tecnolgico e a fome. A demanda do leitor se torna outra: a justia social. Procurando um novo modo jeito de interpretar a realidade, os autores passam a focar nos problemas das classes, na realidade, denunciando de maneira clara as consequncias da nova organizao social consolidada na poca. A questo que, enquanto o Romantismo d nfase na emoo do indivduo, de um modo subjetivo, e o realismo destaca o coletivo e sua objetividade, os dois movimentos ainda possuem muito em comum. Um movimento literrio novo no se d de repente: ela gradual, e em processo lento. Como por exemplo, a poesia romntica de Castro Alves, que, usualmente, identificada historicamente como parte da 3 gerao romntica. Navio negreiro, por exemplo trata da questo social escravista, tendo impregnada em seu contedo, a subjetividade do autor romntico, com alguns traos primitivos da objetividade realista. Assim, tambm no perodo realista, com obras como Memrias pstumas de Brs Cubas, Machado de Assis expressa uma certa subjetividade. Por meio do dlogo com o leitor, e com a narrao. um impedimento da lngua condicionar-se fora da subjetividade quando se mantm um dilogo com o leitor, ou uma narrao em primeira pessoa, por exemplo. Portanto, no existe um ponto de transio entre os dois movimentos, mais como uma faixa borrada, se existisse uma analogia. E, ainda assim, a faixa se estenderia por muito alm do incio do perodo realista. A subjetividade romntica est impregnada em sutis traos da literatura a partir desse movimento. Isso prova que, mesmo quando uma nova escola literria vem para contestar a ideologia anterior, isso no significa que a no h uma contribuio da mesma para a formao dessa nova maneira de encarar a realidade.