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QUARTA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2010

O ESTADO DE S. PAULO
NOTAS
NOTAS E
E INFORMAÇÕES A3
INFORMAÇÕES A3

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Julio Mesquita (1891-1927) Presidente Diretor de Opinião: Ruy Mesquita Diretor de Conteúdo: Ricardo Gandour Diretor Presidente: Silvio Genesini
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NOTAS & INFORMAÇÕES

As turbulências do presidente

A
incontinência verbal do presi- gações. Faltou combinar com os militares. On- quando as Forças Armadas do país em ques- grande paparicador de Lula nos foros interna-
dente Lula – que fala duas ve- tem, a Folha de S.Paulo revelou que, em relató- tão apresentam um parecer taxativo, só ex- cionais – como ocorreu na conferência do cli-
zes antes de pensar nos efei- rio técnico com mais de 30 mil páginas de da- cepcionalmente o governante deixa de adotá- ma em Copenhague. De todo modo, a ideia de
tos de suas palavras – acaba dos, ratificado pelo Alto Comando da Força, a lo. Faz sentido. Ao chefe de Estado cabe defi- que a aquisição do Rafale é indispensável à
de criar um problema político Aeronáutica apontou o Gripen como o avião nir a política de defesa nacional. Aos militares parceria estratégica entre o Brasil e a França
para o seu governo e um poten- mais vantajoso, seguido do F-18. O Rafale foi cabe escolher os instrumentos para executá- não se sustenta. Essa parceria já foi estabeleci-
cial problema diplomático para o Brasil. Nu- considerado a opção menos interessante. O fa- la. Lula, no entanto, quis impor a sua vontade da no caso da fantástica compra de submari-
ma atitude inconcebível para qualquer gover- tor preço foi crucial: o caça da Saab custa a em relação aos meios a serem adotados por nos – inclusive o que seria o casco de um sub-
nante que se paute, como é devido, pelo princí- metade do modelo francês. Quando uma delas. E o pior é que, antes mes- marino nuclear – com tecnologia francesa.
pio da precaução ao se manifestar sobre deci- esteve no Brasil, Sarkozy prometeu mo de subir a rampa do Planalto pe- Deixar o assunto em banho-maria pode ser,
sões de Estado a respeito da defesa nacional, reduzir o valor do aparelho, como la primeira vez, ele tomou a si o pro- para Lula, a escolha menos onerosa, embora
Lula não esperou o parecer da Aeronáutica se fosse o CEO da Dassault e não o cesso de modernização da FAB, o signifique deixar o País, sabe-se lá por quanto
sobre as alternativas para a renovação da fro- presidente da França – uma diferen- chamado projeto FX-2, pressionan- tempo, à mercê de uma frota obsoleta de com-
ta da Força Aérea Brasileira, com a compra ça essencial que Lula aparentemen- do o ainda presidente Fernando bate aéreo. Decerto ele fará o mesmo em rela-
de 36 caças de última geração. Ele não apenas te achou que não precisava levar Henrique a adiá-lo sob a alegação ção a outro problema relacionado aos milita-
declarou a sua preferência pelo Rafale, da em conta. Agora a FAB o contra- de que estava em final de mandato. res, no qual também meteu os pés pelas mãos.
francesa Dassault, em detrimento do Gripen riou de duas maneiras. Primeiro, Agora, ou Lula se rende à análise Trata-se do decreto que cria o Programa
NG, da sueca Saab, e do F-18, da Boeing ameri- com as conclusões em si. Segundo, profissional, que virtualmente o des- Nacional de Direitos Humanos – e que ele ad-
cana, como assinou com o presidente Nicolas ao ordenar as suas preferências. moralizou, ou empurra o assunto pa- mitiu ter assinado sem ler. Contrariando um
Sarkozy, em visita ao País no 7 de Setembro Instado pelo presidente, o ministro da Defesa, ra as calendas: este, afinal, é o derradeiro ano acordo arduamente negociado entre a Defesa,
do ano passado, uma nota conjunta sobre a Nelson Jobim, levara aos militares o pedido de seu segundo período. as Três Forças e o Ministério da Justiça, en-
abertura de tratativas com a empresa fabri- absurdo para que não fizessem um ranking A primeira hipótese é improvável – não me- dossado por Lula, o texto abre caminho para a
cante para a consumação de um negócio da dos aviões. nos do que a de obrigar a Aeronáutica a acei- revisão da Lei de Anistia, a partir das ações de
ordem de R$ 10 bilhões. Por definição, chefes de governo têm a últi- tar o Rafale. Bater o martelo em favor do Gri- uma Comissão da Verdade que já está sendo
Lula, portanto, comprometeu o Brasil com ma palavra em matérias dessa natureza – pe- pen deixaria Lula perder a face diante de um equiparada a uma “CPI da ditadura”. Este é o
a França, a partir de uma escolha pessoal las óbvias implicações políticas internas e ex- país cujo presidente – ele sim, trabalhando pe- presidente cujos adoradores não sabem nem
cujos motivos se prestam a toda sorte de inda- ternas de cada uma das opções em jogo. Mas lo interesse nacional – se comporta como o querem saber como se conduz.

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