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O documento discute as novas abordagens historiográficas sobre o Estado Novo no Brasil a partir da década de 1980. Analistas passaram a dar mais ênfase aos aspectos locais e específicos em vez de generalizações, e a estudar temas como a classe trabalhadora, a propaganda política e as festividades do regime. Novas pesquisas utilizaram fontes como memórias, fotografias e livros didáticos para lançar nova luz sobre o período.
O documento discute as novas abordagens historiográficas sobre o Estado Novo no Brasil a partir da década de 1980. Analistas passaram a dar mais ênfase aos aspectos locais e específicos em vez de generalizações, e a estudar temas como a classe trabalhadora, a propaganda política e as festividades do regime. Novas pesquisas utilizaram fontes como memórias, fotografias e livros didáticos para lançar nova luz sobre o período.
O documento discute as novas abordagens historiográficas sobre o Estado Novo no Brasil a partir da década de 1980. Analistas passaram a dar mais ênfase aos aspectos locais e específicos em vez de generalizações, e a estudar temas como a classe trabalhadora, a propaganda política e as festividades do regime. Novas pesquisas utilizaram fontes como memórias, fotografias e livros didáticos para lançar nova luz sobre o período.
Freitas. (Org.). Historiografia brasileira em perspectiva. 02 ed. So Paulo: Contexto/USF. 1998.
Estado Novo: Novas Histrias
Anteriormente analisado por economistas, socilogos e cientistas
polticos, o populismo vem desde os anos 1980 chamando a ateno tambm dos historiadores, interessados no varguismo do primeiro perodo, anos 30 e Estado Novo.
Alm das variadas definies delimitadas para o Regime (populista,
bonapartista, autoritrio, fascista, totalitrio) as investigaes mais recentes buscaram preencher lacunas que as analises anteriores no contemplaram.
As obras que revisitaram temas relacionados ao Estado Novo
construram uma critica a historiografia com base na sntese, onde se abordava os aspectos mais gerais e se deixava de lado varias conjunturas que poderiam ser abordas mais profundamente dentro dos temas principais.
A historiografia mais recente faz um caminho diferente da qual a
tradicional traou, dando preferncia as particularidades nacionais e a recortes especficos no lugar de temas mais generalizados, buscando uma reconstruo histrica concreta dos vrios populismos por exemplo.
Na reviso da historiografia feita pelos historiadores a partir de 1980,
deu-se preferncia ao Estado Novo, enquanto o segundo governo de Vargas foi deixando em segundo plano, isso devido a influencia da renovao historiogrfica e na tentativa de buscar as razes do autoritarismo brasileiro.
Os movimentos ocorridos no contexto da dcada de 1970 incentivaram
trabalhos sobre a classe trabalhadora e seu comportamento poltico,
aspiraes polticas, condies de vida e etc. Tais obras criticam as
teses anteriores que abordam os trabalhadores como desorganizados e procuram mostrar a caracterstica da resistncia.
Em a literatura sobre o populismo posta em questo o mesmo visto
apenas como um movimento social sem carter poltico ou cultural, em suas interpretaes o populismo foi visto apenas como uma etapa para a modernizao, o que no foi.
A inteno era que a ideologia classista substitusse a populista quando
o capitalismo estivesse consolidado por completo na regio.
Francisco Weffort contribuiu para a reviso das analises sobre o
populismo, alegando que o mesmo pode ser interpretado a partir de dois nveis: o das determinaes estruturais e o das conjunturas.
A poltica de massas coloca em xeque os marcos histricos e o
populismo para alguns autores passa a fazer parte apenas do segundo governo Vargas, tendo em vista no durante o Estado Novo estava em alta o carter autoritrio e impositivo e que no dava espao para o populismo.
A bibliografia sobre o Estado Novo anterior a dcada de 1970 foi
produzida por especialistas de outras reas, e sobre o regime so poucos os estudos se comparados aos sobre fascismo e nazismo.
Os estudos sobre esse perodo so divididos em trs segmentos: os que
mostram a poltica trabalhista como conquista da classe trabalhadora; os que defendem a autonomia e hegemonia do estado no percurso histrico e os que mostram o processo relacionado aos interesses do capital industrial.
Os historiadores buscaram responder seus questionamentos buscando
respostas em materiais inditos como: as memrias, as biografias, os escritos, as fotos, objetos, musicas, livros escolares, filmes, cartazes, panfletos, obras e etc, buscando lanar uma nova luz sobre a poca.
Nos anos 80, o s historiadores foram atrados pelas dificuldades da
consolidao da democracia e voltaram seus interesses para o Estado Novo para compreender sob novos ngulos o fenmeno.
Muitos trabalhos foram produzidos como: Bibliografia histrica, 19301945 de Ana Ligia e Monica Hirst; Bibliografia sobre Getlio Vargas de Margarete Tavares; O acervo fotogrfico do CDDoc/FGV de Ana Maria de Lima, entre outros.
Estado Novo: ideologia e poder uma composio de arquivos de
pesquisadores do CPDoc que contribuiu no sentido de influenciar outros trabalhos acerca da temtica.
Temas como a contribuio de intelectuais na construo da doutrina do
Estado Novo e a natureza do Estado nacional que se fundamentava na idia de democracia e justia social e a relao entre cultura e poder poltico foram explorados na dcada de 1980 por historiadores.
Muitos foram os objetos utilizados pelos historiadores para lanar um
novo olhar sobre o Estado Novo e as primeiras investigaes apresentam em comum a integrao entre os aspectos polticos e culturais. A musica, a Imprensa e os livros didticos da poca foram muito explorados nessa perspectiva dos novos estudos.
No aniversario de cinquenta anos do Estado Novo, colquios foram
organizados no intuito de refletir sobre o tema e vrios trabalhos foram produzidos abordando novas questes acerca dos conceitos que definem o Estado Novo.
Jos Luiz Werneck, organizador do primeiro volume de trabalhos,
sugeriu que as produes no se restringissem ao perodo formal do Estado Novo, e buscasse analisar o fenmeno do autoritarismo nos mltiplos tempos em que o processo ocorreu.
Os estudos comparativos contriburam no sentido de identificar
semelhanas entre fascismo, nazismo, varguismo e peronismo, sem que os fenmenos histricos fossem perdidos. O autor afirma que entre esses, havia grande circularidade de idias e prticas que eram apropriadas a medida que se transportavam de continente.
Entendida como fenmeno da sociedade e cultura de massas a
propaganda poltica foi de grande importncia em 30-40, no sentido de inspirar publicidade comercial, o nazismo seguiu o modelo de
propaganda estadunidense, fazendo sucesso dentro e fora da Europa, e
o regime brasileiro seguiu os mesmos passos.
A propaganda tinha como funo a construo e a manuteno do
regime. Durante o Estado Novo o poder organizava festividades e comemoraes na tentativa de marcar sua presena e foi nesse sentido que Claudia Schemes fez a analise das Festas cvicas e esportivas no populismo mostrando como os mesmos ostentavam a grandeza do poder.