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A entrevista do Alegre vem confirmar o que se disse em “Esquerda, PS e

Alegre – Confusões e premeditações”


(http://www.scribd.com/doc/24695458/Esquerda-PS-e-Alegre-
%E2%80%93-Confusoes-e-premeditacoes-eleitorais), texto publicado
uma semana atrás.

O poeta não passa de um cacique sem ideias para além da sua


disponibilidade para se sentar em Belém e que é obrigação da
esquerda - no seu conceito é uma coisa vaga e abrangente e portanto,
sem conteúdo - apoiá-lo. Não se define em coisa alguma a não ser
naquilo que já se sabia, que quer e precisa do apoio do PS para
acampar em Belém.

Ficamos a saber que Cavaco é fraquito e tosco; que o PS quer a


economia de mercado; que são pornográficos os ganhos dos bancos e
dos banqueiros. Isso demonstra que Alegre anda informado mas que
não é capaz de enformar uma só opinião própria. Como é que ele
pensa estabelecer a linha de fractura entre ele e o Cavaco? Quais as
rupturas que está disposto a promover para se afirmar como candidato
da esquerda?

Ele é anti-capitalista? Não é, dada a natureza do PS, a sua continuada


militância no partido em lugares de proeminência e o alinhamento com
a política do partido, salvo uma ou outra coisa. E se não é anti-
capitalista só por oportunismo pode sorrir para a esquerda.

Quer que acreditem ser ele um homem providencial, iluminado, com


um projecto próprio indecifrável para os comuns mortais e que aceitem
a sua liderança como a de um profeta. Nesse aspecto não difere em
nada do ignorante Cavaco, sempre titubeante e preferindo o
significado dúbio, o nim, ao não ou ao sim, recheados de sorrisos
forçados e aparentemente enigmáticos. É a continuidade da tradição
caudilhista da política à portuguesa.

Quer o apoio do PS, sem o apoio de Sócrates? Este até pode inventar
um argumento idiota qualquer para não aparecer em campanha e
deixar essas funções aos seus centuriões e outros labregos, para melhor
enganar os eleitores de esquerda; e facilitar o golpe estratégico e
palaciano dos caciques da esquerda institucional que poderão
argumentar que não estão do lado de Sócrates e que este está fora da
carroça presidencial de Alegre.

Em 2005, Alegre ainda poderia reunir algumas simpatias à esquerda,


capazes de captar o voto de militantes e simpatizantes pouco atraídos
pelas candidaturas partidárias e rituais de Jerónimo e Louçã. E, essas
simpatias, resultaram decerto da rebeldia (melhor será chamar-lhe
ressaibo) de Alegre contra a direcção do PS e do secretário-geral. Em
2010, como vimos afirmando, não é isso que Alegre deseja ou afasta.
Ele quer o apoio viabilizador do PS e portanto de Sócrates.

Em comentário às declarações de Alegre, Sócrates nada acrescentou


para além de que ainda é cedo para opções presidenciais; não se
comprometeu e portanto, continua o PS sem estar comprometido.
Sócrates acha prematura a colheita do milho e deixa os primeiros grãos
para os pardais, com um sorriso benévolo e matreiro. E a figura de
pardal ajusta-se perfeitamente a Louçã!

Ao que sabemos, as estruturas do BE não andam a discutir e menos


ainda a aprovar o apoio a Alegre. Sabe-se do crescimento, no aparelho
e nomeadamente, nos grupos parlamentares na AR ou no PE de
deputados defensores de coabitações com o PS, que não terão igual
representatividade junto da massa dos militantes. Desses elementos,
alguns chegaram mesmo a recusar a luta pelo socialismo no último
congresso do BE, como que dando sinais de que se querem sentar à
mesa do orçamento com Sócrates e garantir uma vida fácil e doce,
esquecendo rapidamente que a sua notoriedade resultou da
confiança (ingénua) de muitos militantes e eleitores. Qual será o papel
de Louçã nesta estratégia da ala direita do BE?

Dado que o BE tem apostado numa conduta de partido de “one man


show” notam-se sinais de aplauso às declarações de Louçã, de apoio a
Alegre, por parte de militantes e simpatizantes pouco dados a pensar
com a própria cabeça e a anuir cegamente às palavras do líder. O que
não é prática de uma esquerda a sério, mais inclinada para a
democracia directa, para o debate, para a decisão em que todos são
ouvidos.

Grazia.tanta@gmail.com
Esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt

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