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A Ação Educativa

para a Construção
da Cidadania

Maria Helena Palma de


Oliveira
CopyMarket.com Título: A Ação Educativa para a Construção da
Todos os direitos reservados. Cidadania
Nenhuma parte desta publicação poderá ser Autor: Maria Helena Palma de Oliveira
reproduzida sem a autorização da Editora. Editora: CopyMarket.com, 2001

A Educação para a Cidadania em Patrice Canivez e a Estrutura


do Pensamento Coletivo em Jean Piaget: Alguns Aspectos
Maria Helena Palma de Oliveira

RESUMO
Este estudo é resultado de uma leitura crítica à proposta de ação educativa para a construção da cidadania ativa
através da escolarização dos indivíduos nos Estados democráticos. Põe em confronto a proposta de Canivez
(1999) com o conceito de Estado Moderno de Nicos Poulantzas (Poulantzas, 1977) e com os conceitos de
sociocentrismo e ideologia apresentados por Jean Piaget em "Estudos sociológicos" (Piaget, 1973).
ABSTRACT
This study result of a critical reading an proposal of educativ action to active citizenship across individual
schooling in Democratic State. Confront an proposal of Patrice Canivez (Canivez,1999) with the concept of
Modern State of Nicos Poulantzas (Poulantzas, 1977) and with the concepts of sociocentrism and ideology of
Jean Piaget (Piaget, 1973).

O binômio educação e cidadania tem sido, principalmente a partir do processo de redemocratização do país, uma
das principais temáticas norteadoras da discussão sobre a ação educativa. A Constituição de 1988, bem como a
nova Lei (9.394) de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 estabeleceram os pressupostos que devem
alicerçar essa relação. Finalmente, o processo de implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil,
1997) permite criar os espaços para debates e para projetos que, a partir das temáticas da transversalidade,
poderão tornar, efetivamente, a relação educação e cidadania uma realidade.
O momento é portanto propício, inclusive, para a discussão teórica da temática. Nesse sentido, este trabalho
discute a proposta de ação educacional para a cidadania de Patrice Canivez (Canivez, 1999). Essa discussão
alicerça-se em dois enfoques conceituais: o conceito de Estado Moderno de Nicos Poulantzas (Poulantzas, 1977)
e os conceitos de sociocentrismo e de ideologia apresentados por Jean Piaget (Piaget, 1973).
A proposta de educação para a cidadania
Patrice Canivez introduz seu trabalho a partir de uma pergunta básica: "qual o sentido da ação educativa na construção do
cidadão que tenha o espírito crítico vigilante em relação ao poder do Estado, que resista, através do Direito, às arbitrariedades do poder?".
{©Na tentativa de buscar uma resposta, Canivez (1999, p. 33) parte do princípio de que "a escola, de fato, institui a
cidadania", pois nela há a "coabitação de seus diferentes sob a autoridade de uma mesma regra. Por isso, há disciplina". Considera
ainda que a educação para a cidadania é a forma ideal de educação para as democracias, sendo a democracia é
entendida como um modo de governo que não pode ser reduzido a uma estrutura jurídica e constitucional. A
democracia é, em primeiro lugar, uma república onde o princípio da educação é a transmissão do respeito à lei,
fundado no conhecimento das instituições. É a república o Estado "educador por excelência", pois nela os
indivíduos se humanizam, constituindo uma verdadeira comunidade que se funda na recusa à violência e ao
arbítrio, buscando a liberdade que é reconhecida e garantida a cada um pelo direito.

A educação nessa república deve buscar a formação de cidadãos ativos que assumam "status" de "governantes
potenciais", preservando e reforçando o livre exercício do juízo individual, o discernimento entre o racional e o
irracional, a aptidão para a discussão. A cidadania ativa é resultado da faculdade de julgar que, por sua vez, é
decorrente do juízo crítico e do juízo político. O juízo crítico, para Canivez, é fundado nos princípios do direito.
Através das leis o cidadão pode discernir o que é aceitável ou não, de acordo com os valores da comunidade. A

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autora destaca a importância da Constituição e dos Direitos Humanos nesse processo. O juízo politico deve
ultrapassar a simples crítica. Deve alcançar um modelo de justiça próprio para a solução dos problemas, buscando
uma melhor organização da comunidade. Deve ser, antes de tudo, uma edução para a discussão. É exatamente
essa arte da discussão que dá a identidade nacional da comunidade; a discussão também vai ser a garantia da
recusa à violência como modo de solução de conflitos. A república é para a autora o modelo ideal de organização
pois constitui o espaço público aberto à palavra, que garante, pela democracia, o direito de cada um como
participante na discussão.
Os limites da proposta
A proposta de ação educacional de Canivez baseia-se no conceito de ação política de E. Weil que considera que
essa ação deve ter por finalidade a transformação do homem "coisificado" dentro das características das
sociedades modernas em homem sujeito. Os homens devem ser "cidadãos" livres e iguais que impõem a essa
sociedade, na medida das possibilidades concretas da situação, uma vontade de igualdade e de liberdade"
(Canivez, 1999, p.148). No caso, a ação é possível através da organização da comunidade em instituições, essa
organização é o Estado.
"Os homens são sujeitos livres e iguais, não na medida em que recusam as vantagens e servidões do progresso, mas assim que se
organizam para impor ao progresso técnico e científico a subordinação a valores morais. Essa organização da comunidade em vista da
ação define o Estado" (Canivez, 1999, p.148)
"O Estado é a organização da comunidade em instituições todas elas solidárias: o governo, o parlamento, a administração, a
organização do povo em corpo eleitoral, são instituições estreitamente dependentes uma das outras (...). É uma organização de
instituições que agem junto" (Canivez, 1999, p. 148).
"Qual a tarefa essencial do Estado? Em primeiro lugar, a de perdurar, de garantir a sobrevivência da comumidade no plano material (econômico,
militar , etc), mas também no plano moral, preservando os valores que constituem sua indentidade" (...) Assim, o Estado será a organização
graças a qual a comunidade age sobre sua própria estrutura social, para subordinar o processo de produção e de trocas, tanto quanto, de modo
geral, o progesso material técnico, ao que Weil chama a 'moral viva' da comunidade (Canivez, 1999, p. 149).
Neste ponto surge um problema sério, pois dentro de uma visão crítica da sociedade, o papel do Estado
moderno, historicamente, não vem se caracterizando pelos aspectos apontados pela autora. O poder do Estado,
na teoria marxista (Poulantzas, 1977) é constituído pela superestrutura política de um modo de produção e de
uma formação social. Entende-se o Estado como intérprete dos interesses da classe dominante políticamente que,
no capitalismo, é a que detém os meios de produção.
Para Engels (1978), o Estado Moderno:
"nasceu da necessidade de conter os antagonismos de classes, e como, ao mesmo tempo, nasceu em meio ao conflito delas, é , por regra
geral, o estado da classe mais poderosa, da classe economicamente dominante, classe que, por intermédio dele, se converte em classe
políticamente dominante" ( Engels, 1978, p 193-194).
Quanto à função particular do Estado, entende-se que este é fator de coesão da unidade de uma formação social,
pois nele, aparecem condensadas as contradições entre as instâncias da formação social, historicamente
determinadas pelo modo de produção.
"É precisamente o que o marxismo exprimiu, concebendo o Estado como fator da 'ordem', como 'princípio de organização' de uma
formação, não no sentido corrente dos níveis de unidade complexa, e como fator regulador se seu equilíbrio global enquanto sistema".
(Poulantzas, 1977, p. 44 e 45, grifado pelo autor).
Como fator de "ordem" o Estado possui a incumbência de manter a ordem política, bem como a ordem global, enquanto
fator de coesão da unidade, impedindo à explosão de um conflito de classes que abalaria à unidade de formação. A função
de ordem apresenta três modalidades: função política, no nível de luta política de classes - esta função se sobrepõe às
demais - ; função técnico-econômica, no nível ecônomico; função ideológica, no nível ideológico.
Na modalidade da função idelógica observa-se o papel do Estado na educação e no ensino. A função política
sobredetermina as demais funções, inclusive a função social que também aparecerá como fator de coesão de uma
unidade de formação, sendo atenuação de conflitos entre as classes sociais como objetivo de manter a ordem, sem
alterar a estrutura de poder, correspondendo assim aos interesses da classe dominante.

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Ao se considerar o Estado moderno como fator de coesão da unidade de formação surge um impasse para a
proposta de ação de Canivez (1999) pois como "o Estado será a organização graças à qual a comunidade age sobre sua
própria estrutura social" (Canivez, 1999, p.149), se sua função historicamente determinada é a de manter essa mesma
estrutura de poder que se apresenta insatisfatória, na medida em que, segundo a autora, coisifica o homem e não
permite uma comunidade de cidadãos livres e iguais ?
O que se depreende é que a autora não considerou a existência de classes sociais e conseqüentemente de lutas
inerentes aos seus objetivos específicos. Ela considera a insatisfação das pessoas em relação à sociedade moderna
de modo genérico, no sentido de prescindir das discussões sobre as relações interclasses sociais.
"Ora, a sociedade moderna impõe aos indivíduos que se considerem coisas. Ela os confina em uma rede de dependências, em relações de poder
em que ninguém é na verdade seu próprio dono. Assim, ninguém na socieade, é verdadeiramente livre" (Canivez, 1999, p. 147).
Neste sentido, a visão da autora torna-se parcial, expressa verdades parciais: a necessidade de uma sociedade que
promova igualdade e liberdade, que transforme o homem coisificado em sujeito, no entanto, por serem verdades
parciais não dão conta de como a ação coletiva vai conseguir a transformação da estrutura social através do
Estado, se o último caracteriza-se por ser fator de coesão de uma unidade em formação, como foi explicado
anteriormente. Sendo assim, esta visão, por tomar como base verdades parciais que acabam sendo absorvidas
como verdades universais, é ideológica.
A proposta de Canivez (1999, p. 147) é de uma "sociedade de seres iguais enquanto livres e racionais". No entanto, a
possibilidade de ação que efetive essa proposta, via Estado, não considera que a razão do Estado é outra, como já
foi explicitado. É nesse sentido que se pode afirmar que sua proposta, é ideológica, pois, conforme Gramsci
(1966), apresenta-se como pura aparência, ou seja, como uma visão política desvinculada da realidade.
Como se percebe a abordagem da autora é ideológica, numa concepção materialista dialética, e também a partir
do pensamento de Piaget, como se poderá observar. Em seu trabalho "Estudos sociológicos", Piaget (1973),
especificamente em "A explicação em sociologia", demonstra a analogia entre os estágios de desenvolvimento do
pensamento individual e os estágios do desenvolvimento do pensamento coletivo.
"A explicação do pensamento operátorio no indivíduo supõe a consideração de três (...) sistemas cognitivos: há primeiramente a
assimilação prática do real aos esquemas de atividades sensório- motriz (...); há em seguida assimilação representativa do real aos
esquemas iniciais do pensamento; há enfim a assimilação às operações mesmas, que prolongam a coordenação das ações, mas mediante
uma decentração sistemática em relação ao ego e às noções subjetivas (...). Ação prática, pensamento egocêntrico, e pensamento
operatório são, pois, os três momentos essenciais de tal construção. Ora, a análise sociológica do pensamento coletivo conduz a
resultados exatamente paralelos" (Piaget, 1973, p. 78).
Se para o desenvolvimento individual a decentraçào gradual é necessária para que o indivíduo ultrapasse a fase do
pensamento egocêntrico e atinja o pensamento operatório, o mesmo ocorre em relação ao pensamento coletivo,
isso porque, para Piaget, o pensamento ciêntifico, portanto, operatório, só poderá ser atingido se for ultrapassado
o sociocêntrismo através da decentração gradual do pensamento.
"Assim como o advento do pensamento operatório supõe, no indivíduo, uma decentração em relaçào ao pensamento egocêntrico e ao eu,
decentração necessária para permitir à operação de prolongar as ações das quais procede, assim também o pensamento científico exigiu
sempre, no desenvolvimento social, uma decentração necessária para permitir ao pensamento científico continuar a obra das técnicas na
qual coloca suas raízes" (Piaget, 1973, p.79).
Para ele é exatamente neste ponto de passagem entre o pensamento sociocêntrico e o pensamento operatório que
surge a ideologia enquanto categoria de pensamento coletivo.
"Entre a técnica e a ciência, há um meio termo, cuja papel foi às vezes o de um obstáculo: é o conjunto das formas coletivas de
pensamento, nem técnicas, nem operatórias e procedendo da simples especulação; são as ideologias de qualquer gênero, cosmogônicas ou
teológicas, políticas ou metafísicas, que se estabelecem entre as representações coletivas mais primitivas e os sistemas reflexivos
contemporâneos mais refinados. Ora, o resultado mais importante das análises sociológicas conduzidas sobre este meio-termo, nem
técnico, nem operatório, do pensamento coletivo, foi mostrar que ele é essencialmente sociocêntrico" (Piaget, 1973, p.79).
Também a partir destes conceitos piagetianos pode-se constatar o caráter sociocêntrico, ou ideológico, do
pensamento de Canivez (1999), pois sua proposta considera de um lado a existência de um Estado ideal que
buscaria garantir a sobrevivência da comunidade no plano material, ao preservar os valores da indentidade da

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nação e ao abrir espaço dentro de sua organização para que a própria estrutura social se transformasse a partir da
busca da igualdade e da liberdade de seus cidadãos; de outro lado, propõe uma escola capaz de construir esse
cidadão necessário para a República ideal. Uma escola que, através do cultivo e do aperfeiçoamento da razão,
desenvolva o indivíduo capaz de superar as dificuldades através da arte do diálogo, da discussão, e que assim
prescinda da violência.
Apesar de valorizar sobremaneira a idéia socrática do diálogo (Canivez, 1999, p, 161), a autora não demonstra
como será feita a relação entre a escola e o todo social. Talvez isso ocorra justamente porque propõe uma
organização de Estado ideal e uma organização de escola ideal. Mas, se é assim, qual a necessidade da escola
formar o cidadão se esta identidade já estaria garantida pela formação ideal da República?
Canivez também afirma que este tipo de educação ideal só seria possível nesta República ideal. Resta o impasse:
como vai se organizar a República ideal sem os cidadãos que poderiam criá-la? De outra forma: o que deverá, ou
poderá se concretizar primeiro, a educação ideal ou a República ideal?
O que parece ter acontecido é que a autora acabou por não considerar os diferentes tipos de interações sociais,
seu pensamento ficou preso ao simbolismo sociocêntrico; pois deixou de considerar a totalidade da sociedade que
está dividida por e submetida a conflitos de classes antagônicas.
"Se a ciência prossegue e reflete a ação técnica sobre o plano do pensamento coletivo, a ideologia constitui essencialmente, pelo contrário,
um simbolismo sociocêntrico, centrado não sobre a sociedade inteira, que está dividida e sujeita às oposições e à luta, mas sobre
subcoletividades que são as classes sociais com seus interesses" (Piaget, 1973, p.88).
Piaget, novamente relacionando o fenômeno de desenvolvimento do pensamento coletivo, afirma que "a
superestrutura social é para a infra-estrutura o que a consciência do homem individual é para sua conduta" (Piaget, 1973, p. 88).
E, neste aspecto, é que vê o mérito de Karl Marx em distinguir nos fenômenos sociais "uma infra-estrutura efetiva e
uma superestrutura oscilante entre simbolismo e a tomada de consciência adequada" (Piaget, 1973, p. 87).
"Marx reúne a ciência às técnicas e fornece, quanto às ideologias, um remarcável instrumento crítico permitindo descobrir o elemento
sociocêntrico até nos produtos mais refinados do pensamento metafísico contemporâneo: subordina assim a objetividade perseguida pelo
pensamento científico a uma condição preliminar e necessária, que é a decentração dos conceitos em relação às ideologias
superestruturais, e sua relação com as ações concretas sobre as quais repousa a vida social" (Piaget, 1973, p.80).
Patrice Canivez (Canivez, 1999), não consegue ultrapassar essa condição preliminar recuperada por Piaget, pois
não há decentração em relação a determinados pensamentos sociocêntricos como os de Dürkeim, Kant, Weil que
completam a base teórica de seu trabalho, mas que não foram utilizados criticamente. Além disso, sua proposta de
educação para a cidadania não considera a escola e "sua relação com as ações concretas sobre as quais repousa a vida social"
O princípio da totalidade social para a autora está de acordo com princípio de Dürkheim onde o todo é a
somatória das partes: "o equilíbrio e a prosperidade dessa sociedade toda depende do bom funcionamento de cada uma das partes"
(Canivez, 1999, p. 71). Esse pressuposto se choca com o ponto de vista de Piaget (1973, p. 30-33) que em
diversos momentos aponta para os limites da visão durkheimiana e sintetiza:
"Da interação entre dois individuos à totalidade constituída pelo conjunto das relações entre os indivíduos de uma mesma sociedade há
pois continuidade e, definitivamente, a totalidade assim concebida aparece como consistindo não de uma soma de indivíduos, nem de
uma realidade superposta aos indivíduos, mas de um sistema de interações modificando estes últimos em sua estrutura própria"
(Piaget, 1973, p. 35).
A autora (1999, p.64) recoloca um pensamento de E. Weil: "o modo de divisão das tarefas (numa sociedade moderna) é
consciente e racionalmente organizado, em vista de uma eficácia crescente". Que sociedade é essa, tão racional e consciente?
Provavelmente, também aí, a autora descreve uma situação ideal.
Piaget, descrevendo o simbolismo ideológico, destaca a crítica feita por L. Goldman ao pensamento de Kant e
Pascal. É interessante notar, nessa passagem, o quanto esta crítica dialética pode, em síntese, ser aplicada ao
pensamento expresso por Patrice Canivez:
"São, primeiramente, os conceitos fundamentais de liberdade e individualismo, acarretando a igualdade jurídica, a título de condição
necessária, e atingindo o racionalismo, que é, em essência, a filosofia da autonomia e dos direitos do indivíduo. Mas, em seguida, e à

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medida que alcança esta libertação do indivíduo, é o sentimento trágico de sua ruptura com a comunidade humana e conseqüentemente
a busca de um ideal de totalidade, concebido ao mesmo tempo, como necessário e como inacessível" (Piaget, 1983, p. 90).
A proposta de Canivez, em alguns aspectos, segue o modelo piagetiano no sentido de ver no cidadão a
possibilidade de um sujeito socialmente competente e individualmente autônomo que é resultado de processos
dialógicos interativos; que adquire autoconsciência no confronto com os outros; o que corresponde ao processo
de decentração para Piaget, processo que caminha da ação às operações e da pré-moralidade à autonomia. No
entanto, o que considera no plano das interações interindividuais não o faz no plano entre o indivíduo e a
totalidade social, ou no plano da instituição escolar e as demais instituições que compõem este todo.
Referências bibliográficas:
BRASIL. Constituição federal de 1988.
BRASIL, MEC/SEF. Introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília :
MEC/SEF, 1997.
CANIVEZ, Patrice. Educar o cidadão? Campinas, SP : Papirus, 1999.
ENGELS, Friedrich. Origem da família, da propriedade privada e do Estado. Rio
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GRAMSCI, A. A concepção dialética de história. Rio de Janeiro : Civilização
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LEI no. 9.394 de 20.12.1996. In: Iria Brzezinski (org.) LDB interpretada. São
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POULANTZAS, Nicos A. Poder político e classes sociais do Estado capitalista.
São Paulo : Martins Fontes, 1977.

Maria Helena Palma de Oliveira


Doutora em Psicologia Escolar e da Aprendizagem
Docente do curso de Mestrado em Educação da
Universidade Bandeirante de São Paulo
e-mail: mhelenapalma@aol.com

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