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TERÇA-FEIRA, 19 DE JANEIRO DE 2010

O ESTADO DE S. PAULO
NOTAS
NOTAS E
E INFORMAÇÕES A3
INFORMAÇÕES A3

Fundado em 1875 Conselho de Administração Opinião Informação Administração e Negócios


Julio Mesquita (1891-1927) Presidente Diretor de Opinião: Ruy Mesquita Diretor de Conteúdo: Ricardo Gandour Diretor Presidente: Silvio Genesini
Julio de Mesquita Filho (1927-1969) Aurélio de Almeida Prado Cidade Editor Responsável: Antonio Carlos Pereira Editor-Chefe Responsável: Roberto Gazzi Diretor de Operações: Rubens Prata Jr.
Francisco Mesquita (1927-1969)
Luiz Carlos Mesquita (1952-1970)
Diretor Financeiro: Ricardo do Valle Dellape
Membros Diretora Jurídica: Mariana Uemura Sampaio
José Vieira de Carvalho Mesquita (1959-1988) Fernão Lara Mesquita
Julio de Mesquita Neto (1969-1996)
Luiz Vieira de Carvalho Mesquita (1959-1997) Francisco Mesquita Neto
Américo de Campos (1875-1884) Júlio César Mesquita
Nestor Rangel Pestana (1927-1933) Patricia Maria Mesquita
Plínio Barreto (1927-1958) Roberto C. Mesquita

NOTAS & INFORMAÇÕES

Nova investida contra a democracia

V
em aí mais um ataque à liber- talada sobre o portão de Auschwitz. “O mono- um significado muito diferente de seu valor na. O agronegócio brasileiro, modernizado,
dade de informação e de opi- pólio dos meios de comunicação”, segundo o de face. eficiente e competitivo, não tem nada de colo-
nião, preparado não por ski- documento, “representa uma ameaça à demo- É preciso igualmente controlar a tecnolo- nial, nem na sua organização predominante
nheads ou outros grupos de ar- cracia e aos direitos humanos.” É verdade, gia: este princípio foi adotado desde o come- nem na sua tecnologia, em grande parte forne-
ruaceiros, mas por bandos mas não existe esse monopólio no Brasil nem ço do governo Lula. Sua aplicação só não liqui- cida pela pesquisa nacional de mais alta quali-
igualmente antidemocráticos, nas verdadeiras democracias. Um regime dou a Embrapa, um centro de tecnologia res- dade. Ou talvez o autor daquela catadupa de
patrocinados e coordenados pelo governo do desse tipo existe em Cuba, como existiu nou- peitado em todo o mundo, porque a maioria besteiras considere colonial a produção de au-
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A 2ª Con- tras sociedades submetidas a regimes totali- da comunidade científica reagiu. A imprensa tomóveis, tratores, equipamentos industriais
ferência Nacional de Cultura, programada pa- tários, sem espaço para a informa- teve papel essencial nessa defesa e aviões. Não deixa de ter razão. Os índios não
ra março, foi concebida como parte de um am- ção, a opinião e o confronto livre de da melhor tradição de pesquisa. Is- fabricavam nenhum desses produtos, mas in-
plo esforço de liquidação do Estado de Direito ideias. Muitos dos companheiros so a companheirada não perdoa. dígenas das novas gerações não parecem des-
e de instalação, no Brasil, de um regime auto- do presidente Lula, entre eles al- No caso do presidente Lula, o desa- prezar essas tecnologias.
ritário. O controle dos meios de comunica- guns de seus ministros, nunca desis- grado em relação à imprensa é re- Segundo a secretária de Articulação Insti-
ção, da produção artística e da investigação tiram da implantação de algo seme- forçado por uma espécie de alergia: tucional do Ministério da Cultura, Silvana Lu-
científica e tecnológica é parte essencial des- lhante no País. Segundo Lula, sua ele tem azia quando lê jornais. machi Meireles, nenhuma proposta contida
se projeto e também consta do Programa Na- carreira política teria sido impossí- Mas o objetivo não é apenas con- no documento pode gerar polêmica. Todos os
cional de Direitos Humanos, outra desastro- vel sem a liberdade de imprensa, trolar a pesquisa. É também sub- itens, argumentou, foram referendados em
sa proposta do governo petista. O texto-base mas hoje essa liberdade é um empe- metê-la a certos “modelos”. “No conferências regionais. Mas conferências des-
da conferência poderia figurar num museu cilho a seus projetos de poder. Brasil, aprendemos pouco com as se tipo não têm o poder de transformar toli-
de teratologia política, como exemplo do al- O documento defende “maior controle so- culturas indígenas; ao contrário, o País ain- ces em ideias inteligentes nem propostas au-
cance da estupidez humana. Antes de enviá- cial” sobre a gestão de rádios e TVs públicas. da está preso ao modelo colonial, extrativis- toritárias em projetos democráticos. O gover-
lo para lá, no entanto, será preciso evitar a Mas “controle social”, em regimes sem liber- ta, perdulário e sem compromisso com a pre- no insistirá, a imprensa continuará resistin-
sua conversão em roteiro oficial de uma políti- dade de informação e de opinião, significa na servação dos recursos naturais”, segundo o do. A oposição poderia ajudar a conter esse
ca de comunicação, ciência e cultura. prática o controle total exercido pelo peque- documento. projeto insano, se deixasse o comodismo e
A palavra cultura, naquele texto, é usada no grupo instalado no poder. Nenhum regi- Cultura extrativista, ao contrário do imagi- mostrasse mais disposição para defender a
com tanta propriedade quanto o verbo “liber- me autoritário funcionou de outra forma. nado pelo companheiro-redator desse amon- democracia do que mostrou diante do amea-
tar” na frase famosa “o trabalho liberta”, ins- Também a palavra “social”, nesse caso, tem toado de bobagens, era, sim, a cultura indíge- çador decreto dos direitos humanos.

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