CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º - A aplicação da Lei n° 9.725, de 15 de jul ho de 2009, que institui o Código de Edificações do
Município de Belo Horizonte, observará o disposto neste Decreto.
CAPÍTULO II
DAS RESPONSABILIDADES
Seção I
Das Responsabilidades do Profissional e do Proprietário
Art. 2º - Para fins da aplicação deste Decreto, e nos termos do art. 3º da Lei nº 9.725/09, fica
estabelecido o que segue:
I - profissional legalmente habilitado é a pessoa física com registro no Conselho Regional de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA, nos termos da legislação específica.
II - pessoas jurídicas legalmente habilitadas são as sociedades, associações, companhias,
cooperativas e empresas em geral, que se organizem para executar obras ou serviços relacionados
na forma da lei, com registro no CREA.
§ 3º - A responsabilidade sobre projetos, instalações e execuções cabe aos profissionais, nos termos
da Anotação de Responsabilidade Técnica – ART.
Art. 3º - O responsável técnico pelo projeto de edificação ou pela direção técnica das obras declarará
sua responsabilidade em formulário próprio, conforme modelo constante no Anexo Único deste
Decreto.
Parágrafo único - A declaração do responsável técnico pela direção da obra, se não anexada no ato
da solicitação de aprovação do projeto de edificação, deverá ser apresentada na SMARU em até 10
(dez) dias antes do início efetivo da obra, sob pena de embargo, nos termos do inciso III, do art. 77 da
Lei n° 9.725/09.
Art. 5º - O responsável técnico pelo projeto de edificação ou pela direção técnica da obra poderá
designar, mediante formulário próprio e justificativa escrita, outro responsável técnico para
acompanhar a tramitação do processo na SMARU, nos casos previstos neste Decreto.
Art. 7º - O laudo técnico referente às condições de risco e estabilidade do imóvel deverá ser
elaborado por profissional com habilitação expedida pelo CREA.
Parágrafo único - O laudo mencionado no caput deste artigo deverá ser acompanhado da respectiva
Anotação de Responsabilidade Técnica - ART.
Seção II
Da Responsabilidade do Executivo
CAPÍTULO III
DO FECHAMENTO DOS LOTES E TERRENOS
Art. 10 - Para efeito do disposto no caput do art. 10 da Lei n° 9.725/09, entende-se por lote ou
terreno:
I - roçado: aquele que apresenta desgaste da vegetação herbácea, mesmo sem a remoção de tocos
ou de raízes, sendo vedada a utilização de fogo;
II - limpo: aquele livre de lixo ou entulho de qualquer natureza;
III - drenado: aquele que apresenta:
a) condições adequadas de escoamento de águas pluviais;
b) sistema de drenagem, preservadas as eventuais nascentes e cursos d’água existentes e suas
condições naturais de escoamento.
Art. 11 - Fica proibida a utilização de arame farpado, chapiscos e vegetação com espinhos, bem
como outras formas de fechamento que causem danos ou incômodos aos transeuntes.
Art. 12 - A exigência constante do § 5° do art. 10 da Lei n° 9.725/09 será considerada atendida caso
haja permeabilidade visual em pelo menos 1,00 m² (um metro quadrado) da extensão do fechamento,
pela qual seja possível a visualização de todo o lote ou terreno.
Art. 13 - O fechamento frontal de lote ou terreno edificado com altura superior a 1,80m (um metro e
oitenta centímetros) do passeio deverá ser dotado de elementos construtivos que garantam
permeabilidade visual em área equivalente a 50% (cinquenta por cento) daquela acima desta altura.
Parágrafo único - Poderão ser dispensadas da exigência do caput deste artigo as edificações
regularizadas nos termos da Lei n° 9.074, de 18 de janeiro de 2005 e da Lei n° 9.725/09.
CAPÍTULO IV
DO LICENCIAMENTO
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 15 - A SMARU definirá, por meio de Portaria, o padrão de representação gráfica dos projetos de
aprovação de edificação e de licenciamento.
Art. 16 - Os formulários previstos neste Decreto serão definidos pela SMARU e estarão disponíveis no
sítio www.pbh.gov.br.
Art. 18 - As licenças para demolição e para movimentação de terra, bem como para a construção de
marquises e muros de arrimo, deverão ser efetuados:
I - na SMARU, quando o proprietário fizer a opção por concessão de Alvará de Construção
consolidado;
II - na Secretaria Municipal de Administração Regional competente, quando não for feita a opção pelo
Alvará de Construção consolidado ou quando a intervenção não estiver vinculada à implantação de
edificação.
§ 1º- O licenciamento para construção de marquise e de muros de arrimo a que se refere o inciso II
do caput deste artigo será realizado na Secretaria Municipal de Administração Regional competente.
§ 2° - A solicitação dos licenciamentos previstos n este artigo deverá ser feita em formulário próprio,
observado o disposto neste Decreto, e deverá estar acompanhada de comprovante do pagamento do
preço público correspondente.
Art. 19 - A supressão de vegetação será licenciada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente –
SMMA, observado o disposto no § 3º do art. 15 da Lei n° 9.725/09.
Parágrafo único - Na hipótese de opção pelo Alvará de Construção consolidado, previsto no §2º do
art. 18 da Lei nº 9.725/09, a SMARU deverá providenciar, no processo de aprovação de projeto, a
manifestação da SMMA para subsidiar o licenciamento da supressão de vegetação.
Art. 20 - A dispensa de aprovação de projeto e licenciamento, quando for o caso, não desobriga o
proprietário e o responsável técnico do cumprimento do disposto nas normas pertinentes, bem como
da responsabilidade penal e civil perante terceiros.
Art. 21 - O estande de vendas previsto no inciso II do art. 12 da Lei n° 9.725/09 não poderá invadir
logradouro público.
Art. 22 - Qualquer intervenção em edificações situadas nos Conjuntos Urbanos Protegidos, nos
imóveis com tombamento específico ou de interesse de preservação, estará sujeita aos
procedimentos e normas estabelecidos pela Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal
de Cultura, conforme disposto no § 1º do art. 12 da Lei n° 9.725/09.
Seção II
Da Aprovação de Edificações Unifamiliares com Área Máxima de 70 m² (setenta metros quadrados) e
de Empreendimentos Habitacionais de Interesse Social – EHIS
§ 1º- Acatada pela SMARU a documentação necessária para o licenciamento da obra, será aberto o
processo administrativo e concedido Alvará de Construção no prazo de 20 (vinte) dias, caso não seja
constatada irregularidade no projeto.
§ 2º- O exame do projeto das edificações de que trata esta seção poderá ser parcial, dispensando-se,
neste caso, a análise dos compartimentos internos das edificações unifamiliares e dos
compartimentos internos das unidades autônomas de EHIS.
§ 5º - Caso haja alteração no projeto que implique prejuízo a seu enquadramento no disposto no art.
13 da Lei n° 9.725/09, serão cobrados os valores de vidos por todo o processo de aprovação da
edificação antes da concessão da Certidão de Baixa de Construção.
Art. 25 - Para fins da aplicação do disposto no § 4º do art. 13 da Lei n° 9.725/09, o interessado deve rá
solicitar o projeto arquitetônico à SMARU por meio de formulário próprio.
§ 1º - O Executivo terá o prazo de 20 (vinte) dias para fornecer o projeto arquitetônico compatibilizado
com a situação topográfica do terreno em questão, acompanhado do respectivo Alvará de
Construção.
Seção III
Da Aprovação de Projeto
Art. 27 - A solicitação para exame e aprovação de projetos de edificações ocorrerá junto à Central de
Atendimento da SMARU, mediante requerimento próprio, devidamente instruído e comprovado o
recolhimento prévio do preço público correspondente.
§ 1º - Os valores previstos para exame de projeto de edificação serão calculados considerando a área
da edificação a ser licenciada informada pelo responsável técnico.
§ 2º - Caso seja constatado, posteriormente, que a edificação possui área superior, o recebimento do
Alvará de Construção fica condicionado à quitação do valor complementar.
Art. 28 - O exame do projeto de edificação levará em conta a análise dos parâmetros que afetam a
paisagem urbana e a qualidade de vida da coletividade, em especial:
I - coeficiente de aproveitamento;
II - quota de terreno por unidade habitacional;
III - taxa de ocupação e de permeabilização;
IV - afastamento lateral, frontal e de fundos;
V - altura na divisa e da edificação;
VI - fosso de iluminação e ventilação;
VII - área de estacionamento;
VIII - circulação vertical e horizontal coletivas;
IX - pé-direito;
X - acessibilidade.
§ 2º - A aprovação do projeto arquitetônico será concedida com base nos documentos que os
interessados apresentarem para exame e na responsabilidade assumida pelo profissional
responsável pelo projeto, perante o Poder Público e terceiros, pelo cumprimento da legislação vigente
e das demais normas complementares, mediante assinatura do Termo de Compromisso constante no
Anexo Único deste Decreto.
§ 1º - O prazo de 45 (quarenta e cinco) dias previsto no caput do art. 15 da Lei n° 9.725/09 é contado
a partir da data do protocolo da documentação acatada.
§ 2º - O prazo de 45 dias, previsto no §1º deste artigo, poderá ser prorrogado por meio de Portaria ou
de despacho fundamentado do Secretário Municipal Adjunto de Regulação Urbana, quando ocorrer
superveniência de fatores que justifiquem a prorrogação e impossibilitem seu cumprimento.
§ 1º - A análise citada no caput deste artigo não poderá ser realizada isoladamente por cada órgão da
Administração Direta e Indireta.
§ 3º- A SMARU convocará reuniões para deliberações dos órgãos competentes para o licenciamento
de cada projeto de edificação.
§ 4º - A não manifestação dos órgãos competentes no prazo previsto no § 2º deste artigo implicará
anuência destes em relação ao projeto de edificação apresentado, nos limites das competências
legais de cada órgão.
§ 7º - O disposto nos §§ 1º a 5º deste artigo não se aplica aos projetos para os quais haja previsão
legal de manifestação dos conselhos municipais, a teor do disposto no § 12 do art. 15 da Lei n°
9.725/09.
Art. 35 - O prazo de 25 (vinte e cinco) dias previsto no § 6º do art. 15 da Lei n° 9.725/09 será conta do
a partir da data de apresentação do projeto corrigido na Central de Atendimento.
Art. 37 - Na hipótese prevista no § 7º do art. 15 da Lei n° 9.725/09, a notificação deverá ser feita a o
Secretário Municipal Adjunto de Regulação Urbana.
Art. 38 - A apuração da responsabilidade pelo descumprimento dos prazos previstos no art. 15 da Lei
n° 9.725/09 deverá seguir os seguintes procedimento s:
I - elaboração de relatório que considere o andamento do processo desde o protocolo de documentos
e justifique, quando for o caso, o descumprimento do prazo, devidamente assinado pelo servidor
responsável pelo exame do projeto;
II - manifestação do superior imediato em relação à inadimplência do técnico.
Parágrafo único - O referido relatório poderá subsidiar a decisão do Secretário Municipal Adjunto de
Regulação Urbana quanto à prorrogação do prazo prevista no § 2º do art. 15 da Lei n° 9.725/09,
desde que, cumulativamente:
I - se comprove a superveniência de fatores que justifiquem a prorrogação do prazo e pelos quais
fique caracterizada a impossibilidade de cumprimento dos prazos legais pelo servidor responsável
pelo exame do projeto de edificação;
II - o descumprimento dos prazos não tenha ocorrido em função de faltas cometidas pelo proprietário
ou pelo responsável técnico, hipótese em que a prorrogação deverá ser negada.
Art. 39 - Não havendo pendências, o projeto de edificação será aprovado e o Alvará de Construção
será emitido.
Art. 40 - A SMARU deverá garantir o cumprimento dos prazos para resposta ao munícipe em relação
ao exame do projeto, independentemente da omissão do servidor responsável pelo exame do
mesmo.
Art. 43 - A manifestação dos conselhos municipais deverá ocorrer no prazo de 30 (trinta) dias,
prorrogáveis, justificadamente, por igual prazo.
Art. 45 - Para efeito do disposto no § 3º do art. 16 da Lei n° 9.725/09, entende-se por divisa
consolidada aquela delimitadora de lote ocupado e aprovado por CP.
§ 2º- O responsável técnico e o proprietário são responsáveis pelas dimensões dos lotes no qual se
situa o projeto de edificação a ser aprovado, cabendo aos mesmos responder por invasão do
logradouro público ou à propriedade de terceiros.
Seção IV
Do Alvará de Construção
Art. 47 - O proprietário ou o responsável técnico poderá solicitar por escrito, na Central de
Atendimento, a Certidão de Aprovação de Projeto de Edificação, que será emitida no prazo máximo
de 05 (cinco) dias, nos termos do § 1º art. 18 da Lei n° 9.725/09.
Art. 49 - O proprietário poderá optar pela inclusão das autorizações previstas no § 2º do art. 18 da Lei
n° 9.725/09, no Alvará de Construção.
§ 1º - A opção pela inclusão ou não das autorizações previstas no § 2º do art. 18 da Lei n° 9.725/09
deverá ser feita no formulário próprio para abertura do processo de aprovação de projeto.
§ 3º - Na hipótese de não inclusão das autorizações no Alvará de Construção, essas deverão ser
solicitadas à respectiva Secretaria Municipal de Administração Regional.
§ 5º - Nos casos previstos no § 3° deste artigo, os órgãos municipais competentes deverão comunicar
à SMARU as autorizações concedidas.
Art. 50 - A cassação das autorizações previstas no § 2º do art. 18 da Lei n° 9.725/09 não implicará a
cassação do Alvará de Construção, salvo quando houver previsão legal.
Art. 51 - O impedimento de que trata o §1º do art. 19 da Lei nº 9.725/09 deverá ser imediatamente
comunicado à SMARU, que avaliará a suspensão do prazo de validade do Alvará de Construção.
§ 3º - O Executivo terá 15 (quinze) dias para efetuar a vistoria da obra e se manifestar sobre a
revalidação do Alvará de Construção.
§ 1º - No caso de obra em que a estrutura não esteja totalmente concluída e não atenda a legislação
vigente, a solicitação de renovação de alvará será indeferida e o proprietário deverá ser notificado a
solicitar aprovação de projeto de modificação de edificação, nos termos da legislação vigente.
§ 2º - A solicitação de aprovação de modificação de projeto deverá ser efetuada na SMARU e deverá
ser analisada e aprovada segundo procedimentos fixados na Seção II do Capítulo IV da Lei n°
9.725/09 e neste Regulamento.
Art. 54 - O Alvará de Construção poderá ser cancelado mediante solicitação expressa do proprietário
feita à SMARU.
Art. 55 - Para fins do disposto no art. 20 da Lei n° 9.725/09, entende-se por substituição a aprovação
de novo projeto de edificação que apresente alteração relativa aos parâmetros urbanísticos incluídos
na Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo.
Parágrafo único - Ocorrendo a hipótese do inciso II do § 2º do art. 19 da Lei n° 9.725/09, deverá ser
aberto novo processo a ser analisado pela legislação vigente, sendo vedada, nesse caso, a
substituição de projeto de edificação.
Art. 56 - A aprovação de modificação de projeto referente a obra cujo Alvará de Construção esteja em
vigor, não alterará o prazo de validade do mesmo.
Parágrafo único - Não se configura como modificação de projeto de edificação as alterações que
abranjam somente a modificação da disposição dos compartimentos relativos à área interna da
unidade autônoma tipo, desde que não haja alteração dos seguintes parâmetros constantes do
projeto de edificação aprovado:
I - área total da unidade autônoma tipo;
II - disposição e dimensões dos vãos de ventilação e iluminação;
III - pé-direito.
Seção V
Da Regularização
§ 3º- Acatada a documentação, será aberto o processo administrativo e será agendada vistoria com
comunicação ao responsável técnico por meio eletrônico, em até 05 (cinco) dias.
§ 4º - A vistoria deverá ocorrer no prazo máximo de 20 (vinte) dias contados a partir da data de
protocolo.
§ 6º- Após a vistoria, comprovado o enquadramento da edificação nos critérios da Lei n° 9.074/05, o
processo de regularização seguirá as definições contidas na referida lei.
§ 2º - Caso as divergências descritas no caput deste artigo persistam, o processo será indeferido.
§ 5º - O Alvará de Construção será concedido conforme a Seção III do Capítulo IV da Lei n° 9.725/09
e o disposto neste Regulamento.
§ 6º - O responsável técnico pela direção da obra deverá declarar sua responsabilidade conforme
previsto no art. 2° deste Decreto.
Art. 61 - Para regularização das edificações destinadas a abrigar as atividades que se seguem,
destinadas a serviços de uso coletivo, nos termos da Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo,
serão exigidas as condições de acessibilidade contidas na legislação e nas normas técnicas vigentes:
I - estabelecimentos de ensino de qualquer nível;
II - teatros;
III - cinemas;
IV - auditórios;
V - estádios;
VI - ginásios de esporte;
VII - casas de espetáculos;
VIII - salas de conferência e similares.
§ 1º- Para regularização de edificação destinada aos demais usos, comprovadamente construída
antes de 8 de novembro de 2000, será dispensado o atendimento às exigências das normas de
acessibilidade previstas na Lei Federal n° 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
Seção VI
Da Licença de Demolição
Art. 62 - A demolição total ou parcial de edificação deverá ser solicitada à SMARU ou à Secretaria de
Administração Regional, conforme a localização do imóvel.
§ 1º - A licença de demolição será concedida juntamente com a licença para movimentação de terra e
entulho, conforme disposto na Lei n° 9.725/09 e nes te Decreto.
Art. 65 - A Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte definirá o valor da multa prevista no §2º
do art. 22 da Lei n° 9.725/09, considerando-se:
I - a relevância histórica e cultural do imóvel;
II - o dano causado aos direitos difusos;
III - a irreversibilidade do dano causado;
IV - a área demolida;
V - o risco que a demolição acarreta ao imóvel, aos imóveis vizinhos e ao logradouro público.
§ 2º - Na hipótese prevista no §1º deste artigo, a solicitação de Certidão de Demolição deverá ser
indeferida e o processo encaminhado para ação fiscal, para aplicação das penalidades cabíveis,
conforme disposto no §2° do art. 22 da Lei n° 9.725 /09 e demais legislações pertinentes.
§1º - Excetuam-se do previsto no caput deste artigo as hipóteses nas quais, estando o Alvará de
Construção válido, a licença de demolição tenha sido concedida juntamente com o mesmo.
Seção VII
Da Licença de Reconstrução
Art. 69 - A licença de reconstrução total ou parcial de edificação, nos termos do art. 23 da Lei n°
9.725/09, deverá ser solicitada à SMARU, por meio de formulário próprio.
§ 1º - A abertura do processo de licenciamento de reconstrução obedecerá aos procedimentos
dispostos na Seção III do Capítulo IV deste Decreto.
§ 3º - Não será admitida nenhuma modificação no projeto que não tenha como objetivo cumprir
normas e leis fixadas posteriormente à concessão da Baixa de Construção da edificação que tenha
sofrido o sinistro.
§ 4º - Nos casos previstos no §2° deste artigo, o r esponsável técnico deverá apresentar solicitação de
exame à SMARU, que deverá realizá-lo no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 5º - Caso seja constatada irregularidade no projeto, a tramitação passa a observar o rito previsto na
Seção II do Capítulo IV da Lei n° 9.725/09 e neste Decreto.
§ 7º - Soluções emergenciais com vistas a abrandar situações de risco podem ser efetivadas antes da
obtenção do Alvará de Construção ou de outras licenças, nas seguintes condições:
I - depois de efetuado aviso à Secretaria de Administração Regional competente;
II - garantido o acompanhamento por responsável técnico.
§ 8º - Após o término da obra, o responsável técnico deverá comunicá-la ao Executivo para que
sejam aplicados os procedimentos de concessão da Certidão de Baixa de Construção contidos na
Seção III do Capítulo V da Lei n° 9.725/09 e neste regulamento.
CAPÍTULO V
DAS OBRAS
Seção I
Do Canteiro de Obras
Seção II
Da Movimentação de Terra, Entulho e Material Orgânico.
Art. 73 - A movimentação de terra, entulho e material orgânico deverá ser solicitada à SMARU ou à
Secretaria de Administração Regional competente, conforme disposto nos incisos I e II do art. 18
deste Decreto.
§ 3º - No caso previsto no §1° deste artigo, serão emitidas autorizações correspondentes ao número
de veículos utilizados, os quais devem trafegar com as mesmas.
§ 2º - Nos casos previstos no parágrafo único do art. 30 da Lei nº 9.725/09, ficam o proprietário e o
responsável técnico obrigados a executar as obras corretivas necessárias, no prazo máximo de 10
(dez) dias a partir da constatação da ocorrência do dano.
Parágrafo único - As obras corretivas devem ser executadas em conformidade com a legislação
pertinente, de forma a reparar completamente o dano ocasionado.
Art. 75 - As movimentações de terra, entulho e material orgânico serão licenciadas com base em
projeto de terraplanagem, conforme previsto no inciso II do art. 30 da Lei n° 9.725/09.
Parágrafo único - Será exigida ART para o projeto de terraplanagem e para a execução de
movimentação de terra.
Art. 77 - Constatada divergência entre o volume de terra, entulho e material orgânico a ser retirado
durante a obra e o volume indicado no licenciamento, deverá ser solicitada à Secretaria de
Administração Regional pertinente nova licença referente à complementação da licença
anteriormente concedida, que será fornecida após pagamento dos valores devidos em até 10 (dez)
dias.
Seção III
Do Acompanhamento de Obras de Edificações
Art. 78 - O servidor municipal incumbido das vistorias e da fiscalização de obras deverá ter garantido
livre acesso ao local.
§ 1º - Deverá ser emitido laudo de acompanhamento de obras com descrição das etapas já
executadas e constatações da situação da obra em relação ao projeto aprovado e à legislação
vigente.
Seção IV
Da Baixa De Construção
Art. 83 - Após a conclusão da obra, o responsável técnico pela obra deverá comunicar o seu término
à SMARU, mediante formulário próprio, instruído com a documentação pertinente e com o
recolhimento prévio dos valores previstos para vistoria e emissão da respectiva Certidão de Baixa de
Construção.
§ 2º - Para comunicação de término de obra, a obra deverá estar concluída nos termos do disposto
no art. 32 da Lei n° 9.725/09.
§ 3º - No ato de comunicação de término da obra, o Alvará de Construção deverá estar dentro do
prazo de validade.
§ 2º - A vistoria interna das unidades autônomas residenciais e não residenciais poderá se dar por
amostragem.
Art. 85 - Comunicado o término da obra, a vistoria no local deverá ocorrer no prazo máximo de 20
(vinte) dias.
§ 1º - O responsável técnico pela execução da obra será comunicado por meio eletrônico em 05
(cinco) dias, a partir da data de comunicação de término, sobre a data e o turno em que ocorrerá a
vistoria, exceto na hipótese prevista no § 1º do art. 33 da Lei n° 9.725/09.
§ 2º - Na data e turno marcados, o responsável técnico ou seu representante legal deverá aguardar o
profissional da SMARU responsável pela vistoria, no local da obra.
§ 3º - A vistoria poderá ser desmarcada pelo responsável técnico pela execução da obra com
antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas.
§ 5º - No prazo máximo de 05 (cinco) dias após a realização da vistoria, o responsável técnico deverá
ser comunicado sobre o deferimento da concessão da Certidão de Baixa de Construção ou sobre as
pendências constatadas no local, pelo comunicado de vistoria.
§ 6º - Cada novo agendamento de vistoria por parte do responsável técnico implica pagamento do
valor previsto para a realização da mesma.
§ 7º - Nos casos em que a SMARU der causa à não realização da vistoria, esta será remarcada
conforme disponibilidade do responsável técnico e da SMARU, no prazo máximo de 03 (três) dias,
sem reincidência de cobrança do valor previsto para a vistoria.
Art. 86 - Após a vistoria, no prazo máximo de 05 (cinco) dias, o responsável técnico deverá, pelo
comunicado de vistoria, tomar conhecimento se a Certidão de Baixa de Construção solicitada foi
concedida ou se existem irregularidades ou pendências a serem sanadas.
Parágrafo único - O descumprimento dos prazos previstos neste Decreto implicará o indeferimento do
processo e a aplicação das sanções previstas na Lei n° 9.725/09.
Art. 88 - Na hipótese do § 1º do art. 33 da Lei n° 9.725/09, o levantamento das alterações deverá ser
apresentado no ato da comunicação de término.
§ 1º - O exame do levantamento da situação existente será realizado pela SMARU no prazo máximo
de 15 (quinze) dias.
§ 4º - Caso as alterações não atendam à legislação vigente, o responsável técnico deverá ser
notificado a adequar a edificação ao projeto licenciado, no prazo previsto no art. 34 da Lei n°
9.725/09, sob pena de indeferimento do processo.
Parágrafo único - O responsável técnico deverá ser notificado a sanar a irregularidade da obra.
Art. 90 - O responsável técnico pelo projeto arquitetônico, o responsável técnico pela direção da obra
e o proprietário são responsáveis pelas irregularidades constatadas nas áreas privativas das
unidades autônomas.
Seção V
Das Obras Paralisadas
Parágrafo único - O proprietário deverá manter a obra em boas condições sanitárias e de segurança,
fechada, com portão de acesso e com passeio regular conforme padrão estabelecido, no prazo
máximo de 10 (dez) dias após a sua paralisação.
CAPÍTULO VI
DAS EDIFICAÇÕES
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 92 - Para efeito de aplicação do art. 37 da Lei n° 9.725/09, considera-se área sem utilização sob
projeção da edificação a área sobre terreno natural, sem piso.
Seção II
Dos Elementos Construtivos e dos Materiais de Construção
Art. 93 - Para fins do disposto no art. 40 da Lei n° 9.725/09, no sistema de lançamento de água pluvia l
não podem ser lançados dejetos, produtos químicos e nenhum tipo de água servida, sob pena de
aplicação das sanções previstas.
Art. 94 - Para efeito do disposto no art. 41 da Lei n° 9.725/09, consideram-se acabadas as estruturas
e paredes que possuam algum tipo de revestimento, além do reboco.
Art. 95 - O espaço não utilizado sob a projeção da edificação em terreno em declive deverá:
I - ser mantido limpo;
II - ser ajardinado ou fechado;
III - possuir acesso exclusivo para sua manutenção.
Seção III
Das Fachadas
Art. 96 - Para efeito do disposto no art. 42 da Lei n° 9.725/09, as saliências deverão estar sempre em
balanço e não conter nenhum elemento de sustentação.
Seção IV
Dos Ambientes e Compartimentos
Art. 100 - Na ocorrência do previsto no § 6º do art. 50 da Lei n° 9.725/09, o leiaute apresentado será
de total responsabilidade do responsável técnico e do proprietário.
Seção V
Das Circulações e Escadas em Edificações de Uso Residencial Multifamilar e Não Residencial
Art. 101 - As dimensões mínimas para circulações, rampas e escadas definidas nos Anexos III, V e VI
da Lei n° 9.725/09 serão livres, não sendo computad os os espaços ocupados por elementos
estruturais, decorativos, de proteção e segurança.
Art. 102 - Para fins do disposto no inciso III do art. 57 da Lei n° 9.725/09, consideram-se ressaltos os
desníveis superiores a 5mm (cinco milímetros).
Art. 103 - Nas escadas de uso comum, a cada 19 degraus, no máximo, deverá conter patamar com
extensão mínima igual à largura da escada.
Seção VI
Da Acessibilidade das Edificações
Art. 104 - Para aplicação das normas e das condições de acessibilidade às pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida, previstas na Lei Federal n° 10.098/2000 e nas demais
normas pertinentes, adotam-se os seguintes conceitos:
I - Edificações de Uso Público – elas administradas por entidades da Administração Pública, direta ou
indireta, ou por empresas prestadoras de serviços públicos e as destinadas ao público em geral.
II - Edificações de Uso Coletivo – aquelas destinadas às seguintes atividades, nos termos da Lei de
Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo:
a) serviço de uso coletivo, exceto os previstos no inciso I do caput deste artigo;
b) comércio, em ambientes de lojas;
c) indústria;
d) serviços de natureza hoteleira, cultural, esportiva, financeira, de saúde, social, religiosa, recreativa,
turística e educacional.
III - Edificações de Uso Privado - aquelas destinadas à habitação e às atividades e serviços não
mencionados na alínea “d” do inciso II deste artigo.
Art. 105 - Para efeito do disposto no art. 58 da Lei n° 9.725/09, consideram-se normas pertinentes as
Normas Técnicas de Acessibilidade da ABNT.
Art. 106 - O percurso acessível, quando exigido, além de atender as normas fixadas na ABNT, deverá
estar livre de barreiras arquitetônicas e possuir piso antiderrapante e contínuo, sendo vedada a
utilização de piso intertravado.
§ 1º - Nas edificações deve ser garantido pelo menos um percurso acessível às pessoas portadoras
de deficiência do logradouro ao interior da edificação, das lojas e das áreas de uso comum da
edificação.
§ 2º - A acessibilidade às áreas comuns fica dispensada nas edificações com mais de um pavimento
e que não estejam obrigadas à instalação de elevador, mas que apresentam espaço reservado em
todos os níveis da edificação destinados ao uso comum, para futura instalação de elevador adaptado
nos termos da legislação federal e municipal.
Art. 107 - O sanitário acessível, quando exigido, deverá garantir os requisitos mínimos previstos na
ABNT.
§ 1º - Nas Edificações de Uso Público, nos termos deste Decreto, deve ser garantido pelo menos um
sanitário acessível, para cada sexo, em cada pavimento, com entrada independente dos demais
sanitários coletivos.
§ 2º - Nas Edificações destinadas aos Serviços de Uso Coletivo, nos termos da Lei de Parcelamento,
Ocupação e Uso do Solo e da alínea “a” do inciso II do art. 104 deste Decreto, deve ser garantido
pelo menos um sanitário acessível em cada pavimento, com entrada independente dos demais
sanitários coletivos.
§ 3º - Nas Edificações de Uso Coletivo previstas nas alíneas “b”, “c” e “d” do inciso II do art. 104 deste
Decreto, quando obrigatório ou na existência de sanitário de uso comum ou aberto ao público, este
deverá ser acessível ao uso por pessoa portadora de deficiência e deverão ter entrada independente
dos demais.
Art. 108 - As vagas de estacionamento de veículos para uso de pessoas portadoras de deficiência
deverão atender, além dos requisitos constantes da ABNT, os seguintes requisitos:
I - localizarem-se próximas ao acesso à edificação;
II - percurso entre a vaga e a entrada da edificação totalmente acessível e sinalizado;
III - utilização de piso contínuo e antiderrapante, sendo vedado o piso intertravado;
IV - serem de livre acesso, não configurando vagas presas.
Seção VII
Da Iluminação e Ventilação das Edificações de Uso Residencial Multifamiliar e Não Residencial
Art. 109 - Um compartimento não pode ser iluminado e ventilado por outro, com exceção da situação
prevista no inciso III do art. 61 da Lei n° 9.725/0 9.
Art. 110 - O confinamento a que se refere a definição de Área de iluminação fechada no glossário da
Lei n° 9.725/09 é configurado por paredes e muros d e divisa.
Seção VIII
Das Instalações e Equipamentos em Edificações de Uso Residencial Multifamiliar e Não Residencial
Art. 111 - Para efeito de aplicação do parágrafo único do art. 69 da Lei n° 9.725/09, consideram-se
acessos independentes e diretos ao logradouro público os acessos por áreas abertas, com largura
mínima de 2,00 m (dois metros) sem obstáculos construtivos.
CAPÍTULO VII
DA INFRAÇÃO
Seção I
Das Infrações e Penalidades
Art. 113 - Para fins do disposto no § 2º do art. 76 da Lei n° 9.725/09, em cada reincidência, o valor da
multa corresponderá ao valor da multa anterior acrescido de seu valor base.
Art. 114 - Aplicada a penalidade de embargo da obra ou interdição, estas persistirão até que seja
regularizada a situação que as provocou.
Parágrafo único - Os elementos essenciais da edificação de que trata o inciso II do art. 77 da Lei n°
9.725/09, são:
I - nível de implantação da edificação;
II - locação da edificação em relação ao terreno;
III - perímetro da edificação;
IV - altura da edificação, incluindo pé direito e espessura de lajes;
V - qualquer outro elemento que configure a mudança de destinação da edificação.
Art. 115 - O laudo técnico mencionado no inciso IV do art.77, no § 2º do art. 79 e no inciso II do art.
80, todos da Lei n° 9.725/09, deverá ser elaborado por técnico indicado pelo Executivo.
Art. 116 - No auto de embargo de que trata o art. 77 da Lei n° 9.725/09 deverão constar as condições
estabelecidas no laudo técnico referido no art. 115 deste Decreto.
Art. 117 - Na hipótese do disposto no art. 78 da Lei n° 9.725/09, o órgão de fiscalização encaminhará
à Gerência da SMARU responsável pelo controle urbano a solicitação de cassação do Alvará de
Construção.
Art. 118 - A autorização prevista no § 2º do art. 79 da Lei n° 9.725/09, durante o prazo em que vigora r
o embargo ou a interdição, deverá ser solicitada ao órgão emissor da autuação.
Seção II
Da aplicação das Penalidades e dos Recursos
Art. 120 - A autuação do infrator dar-se-á em conformidade com o Capítulo VII e o Anexo VII da Lei n°
9.725/09.
§ 1 º - O documento de autuação deverá ser assinado e recebido pelo autuado, seu representante
legal ou preposto, e, em caso de recusa, esta circunstância deverá ser registrada pelo agente fiscal.
Art. 121 - Para aplicação do disposto nos arts. 81 e 83 da Lei n° 9.725/09, a notificação prévia poder á
ser dispensada, de acordo com o disposto no Anexo VII da mesma lei, hipótese em que será emitida
notificação acessória e haverá aplicação direta da penalidade correspondente à infração.
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 123 - Até que a matéria seja regulamentada pelo Executivo, as edificações destinadas a usos
especiais que impliquem a aglomeração de pessoas, conforme disposto no art. 88 da Lei n° 9.725/09
deverão respeitar:
I - pé direito mínimo de 3,50 m;
II - vão de acesso principal com largura mínima de 1,50 m;
CAPÍTULO IX
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 1º - Os processos de licenciamento, cuja análise não tenha sido concluída pela SMARU até a
data de publicação deste Decreto, ficam sujeitos aos prazos previstos no art. 15 da Lei n° 9.725/09,
iniciando-se sua contagem na data de entrada em vigor da referida Lei.
ANEXO ÚNICO
TERMO DE COMPROMISSO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO NOS TERMOS DA LEI MUNICIPAL N°
9.725/09 E DE SEU REGULAMENTO
1. IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL
NOME CPF/CNPJ
CREA: