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As Plataformas

Nos 100 mil quilômetros quadrados da Bacia de Campos, a


Petrobras tem hoje 40 unidades de produção de petróleo,
operando 546 poços, com uma produção média diária de 1 milhão
265 mil barris. Essas 40 unidades se dividem basicamente em três
tipos de sistemas definitivos de produção: as plataformas fixas, as
semi-submersíveis e os navios adaptados FPSO (da sigla em inglês
para Floating, Production, Storage and Offloading, ou Unidade
Flutuante de Produção, Armazenamento e Escoamento).

Inicialmente os primeiros poços produziam para os chamados


sistemas antecipados de produção, que utilizavam plataformas
semi -submersíveis. As 14 plataformas fixas foram as responsáveis
pelo início da saga da produção na Bacia de Campos nos assim
chamados sistemas definitivos. Suas colunas são fixadas em
profundidades em torno dos 100 metros, na parte rasa da bacia.
Carapeba 1 e 3 e Pargo 1 e 2 têm a particularidade de serem
plataformas duplas, instaladas sobre o mesmo conjunto de poços,
ligadas por uma passarela. Uma unidade concentra os
equipamentos para a produção enquanto a outra tem as
instalações de hotelaria e administração dos poços. Todas as
plataformas fixas têm árvores-de-natal (os equipamentos que
controlam o fluxo nos poço) secas, isto é, acima da linha d'água.

Como 75% das reservas de óleo brasileiras estão em água


profundas (entre 400 e mil metros) e ultraprofundas (a partir de
mil metros), a Petrobras é hoje a empresa que tem o maior
número de sistemas flutuantes no mundo, as plataformas semi-
submersíveis e os navios FPSO.

Na Bacia de Campos há 16 plataformas semi-submersíveis. Para se


manter no mesmo lugar, em profundidades superiores aos mil
metros, elas contam com sofisticados sistemas de amarração, que
incluem oito âncoras, num sistema desenvolvido no Brasil.
Balançam como um navio, ao sabor das ondas, e têm árvores de
natal molhadas, apoiadas sobre o solo marinho. Algumas têm
capacidade para processar até 180 mil barris por dia.
Há também hoje, na Bacia de Campos, nove navios FPSO's. Alguns
são capazes de armazenar até 2 milhões de barris nos seus
reservatórios, como a unidade P-32. Nesse caso específico, a P-32
não tem capacidade de produção, não tem nenhum poço ligado a
ela. O "P" da sigra FSPO aí significa processamento (process, em
inglês). Plataforma estratégica, a P-32 recebe e trata o óleo vindo
de quatro plataformas semi-submersíveis, num total de 250 mil
barris diários.

Plataformas de Perfuração:

• Petrobras:

P-10 P-17 P-23 P-16

• Contratadas:

SS-37 SS-39 SS-40 SS-41 SS-43 SS-45 SS-46 SS-47

Plataformas de Produção

Petrobras

• Flutuantes:

P-7 P-8 P-9 P-12 P-15 P-18 P-19 P-20 P-25 P-26 P-27 P-
31 P-32 P-33 P-34 P-40

• Fixas:

PCE-1 PCH-1 PCH-2 PCP-1-3 PCP-2 PGP-1 PNA-1 PNA-2 PPG-


1 PPM-1 PVM-1 PVM-2 PVM-3

• Contratada:

SS-6

A seguir as plataformas em operação:


A Atividade Offshore no Brasil

Histórico da atividade offshore no Brasil

As primeiras atividades: Bacias do Nordeste

A exploração de petróleo em
reservatórios situados na área
offshore no Brasil iniciou-se em
1968, na Bacia de Sergipe, campo de
Guaricema, situado em lâmina
d’água de cerca de 30 metros na
costa do estado de Sergipe, na região Nordeste.

Para o desenvolvimento na bacia de Sergipe aplicaram-se as


técnicas convencionais da época para campos de médio portes:
plataformas fixas de aço, cravadas através de estacas, projetadas
somente para produção e teste de poços, interligados por uma
rede de dutos multifásicos. Todo o complexo era ligado, também,
por duto multifásico, a uma estação de separação e tratamento de
fluidos produzidos localizada em terra.

As primeiras plataformas, principalmente as instaladas nos campos


de Guaricema, Caioba, Camorim e Dourado, eram, com pequenas
variações, do tipo padrão de quatro pernas, convés duplo, guias
para até seis poços, sistema de teste de poços e de segurança. A
perfuração e a completação dos poços eram executadas por
plataformas auto-elevatórias posicionadas junto à plataforma fixa.
Posteriormente os projetos foram implementados e a perfuração
dos poços passou a ser feita, também, por sondas moduladas
instaladas diretamente no convés superior das plataformas e
assistidas por navios tender.

Nos anos seguintes, com o aumento da atividade, não só na costa


de Sergipe, mas também nas de Alagoas, Rio Grande do Norte e
Ceará, a Petrobras decidiu desenvolver projetos próprios de
plataformas que atendessem às características de desenvolvimento
dos campos. Este esforço resultou em 3 projetos de plataformas
fixas distintos, conhecidas como plataformas de 1a., 2a. e 3a.
famílias.

A plataforma de 1a. família era similar às plataformas fixas iniciais


desenhada para ter até 6 poços de produção e podiam ser
instaladas em lâmina d’água de até 60 m; se necessário com um
pequeno módulo para acomodação de pessoal.

A plataforma de 2a. família comportava a produção de até 9


poços, permitia a separação primária de fluidos produzidos,
sistema de transferência de óleo, sistema de teste de poços,
sistema de segurança e um sistema de utilidades. Era uma com
acomodações de pessoal.

As plataformas de 3a. família tinham a concepção mais complexa.


Permitiam a perfuração e completação de até 15 poços e as
facilidades de produção podiam conter uma planta de processo
completa (teste, separação, tratamento e transferência de fluidos),
sistema de compressão de gás, sistema de recuperação
secundária, sistemas de segurança e de utilidades e acomodação
de pessoal. As plataformas de 3a. família tinham concepção
apropriada para atuarem como plataformas centrais.

As principais características das plataformas de 1a., 2a. e 3a.


famílias são apresentadas na tabela desta página abaixo.

Características das Plataformas


ITEM 1a. FAMÍLIA 2a. FAMÍLIA 3a. FAMÍLIA
No. de pernas 4 4 8
Dimensões dos 12m x 18m 26m x 29m 26m x 59m
conveses
Lâmina d’água 60m 60m 150m
Capacidade de 1.100 2.500 7.200
produção (m3/dia)
No. de poços 6 9 15

Em 1975, para o desenvolvimento dos campos de Ubarana e Agulha, no Rio Grande do


Norte, além das plataformas de aço convencionais, decidiu-se pela utilização de
plataformas de concreto gravitacionais, segundo concepção do consórcio franco-brasileiro
Mendes Jr. – Campenon Bernard.

Foram utilizadas 3 destas plataformas, duas em Ubarana e uma


em Agulha. Pela concepção original, cada plataforma comportava a
perfuração e a completação de até 13 poços, separação,
tratamento, armazenamento e transferência de óleo, compressão
de gás além dos sistemas de utilidades, segurança e alojamento
de pessoal. As plataformas, em formato de caixa têm um convés
único medindo cerca de 2.500 m2 além de um espaço interno,
chamado de "galeria técnica" para instalação de bombas de
transferência, sistema de lastro e tratamento/descarte de água
produzida.

A planta de processo de cada plataforma comportava uma


produção de 5.000 m3/dia de óleo e a capacidade do tanque de
armazenamento era de 20.000 m3. A altura total da plataforma
era de 25 metros, instalada em locais de lâmina d’água
aproximada de 13 metros. São instalações que se destinavam a
operar como plataformas centrais.

As plataformas de concreto, que tiveram largo uso no Mar do


Norte, têm uso limitado na área offshore brasileira em pequenas
lâminas d’água.

A Bacia de Campos – primeiras descobertas

Até 1977 as atividades de produção


offshore no Brasil limitaram-se às áreas do Nordeste brasileiro em
lâminas d’água de até 50 metros.

Em 1974 houve a primeira descoberta de petróleo na Bacia de


Campos, atualmente a principal província petrolífera do Brasil,
localizada na parte marítima do estado do Rio de Janeiro, na
região Sudeste do país.

Entretanto, a atividade começou em agosto de 1977, na segunda


descoberta, com o campo de Enchova, em lâmina d’água de 120
metros. Um novo conceito, em termos de explotação, foi
introduzido, denominado Sistema Antecipado de Produção (EPS).

Na fase 1 deste desenvolvimento a plataforma de perfuração semi-


submersível Sedco-135D foi equipada com uma planta de
processamento simples. A produção fluía para a superfície através
de uma árvore teste (árvore EZ) suspensa pela plataforma de
perfuração, dentro do sistema de prevenção de blowout (BOP) e
do riser. O óleo e o gás eram separados e o gás queimado. O óleo
processado era então transferido através de uma mangueira
flutuante para um navio tanque ancorado nas proximidades, ligado
a um sistema de ancoragem de quatro pontos.

Na segunda fase, uma outra semi-submersível, Penrod-72,


também parcialmente convertida em plataforma flutuante de
produção, foi usada.

Como na fase inicial, a plataforma era posicionada sobre um poço


produtor usando uma árvore de BOP de superfície, enquanto um
segundo poço submarino era colocado em produção através de
uma árvore "molhada", a uma profundidade de água recorde de
189 metros. Da árvore submarina, a produção fluía para a Penrod-
72 através de um sistema flexível livre de linhas de escoamento e
riser, que incluía um umbilical de controle para comunicação entre
a árvore e a plataforma. O óleo processado dos dois poços era
transportado através de uma linha de escoamento e riser flexíveis
até uma monobóia ancorada por um sistema de pernas em
catenária, Catenary Anchor Leg Mooring (CALM). Uma segunda
linha de escoamento e riser flexíveis era conectada entre a Penrod-
72 e a Sedco-135D, o que proporcionava uma capacidade de
produção contínua.

Foi o nascimento do Sistema de Produção Antecipada, capaz de


antecipar a produção, e, ao mesmo tempo, fornecer dados
detalhados sobre o reservatório. Estes dados foram então usados
para o projeto do sistema permanente de exploração que, uma vez
no local, permitia o emprego dos EPS em outra área. As vantagens
do uso de risers flexíveis foram a acomodação do movimento das
unidades flutuantes e a facilidade de sua instalação.
Adicionalmente, os risers e linhas de fluxo flexíveis eram
frequentemente reutilizadas em novos sistemas.

Apesar do fato de que era somente o segundo sistema flutuante de


produção no mundo, esse conceito realmente ganhou força no
Brasil. A surpreendente alta segurança e baixo custo indicam que o
EPS era a concepção em águas profundas, pelo menos nesta parte
do hemisfério. A partir de então, e visando principalmente uma
antecipação de produção, os sistemas flutuantes foram largamente
empregados na Bacia de Campos.

Um evolução natural deste sistema foi a completa conversão das


plataformas semi-submersíveis de perfuração em unidades
flutuantes de produção, que tem sido mundialmente seguido,
depois desta primeira experiência de sucesso.

O campo de Garoupa, primeiro a ser descoberto, também em


lâmina d’água de 120 metros, somente entrou em produção em
1979, juntamente com o de Namorado, este em lâmina d’água de
160 metros. Apesar de se tratar de campos com potencial superior
aos campos marítimos do Nordeste, a utilização de sistema de
produção com plataformas fixas e tubulações rígidas não era
economicamente viável por serem isolados e muito distantes do
litoral, cerca de 80 km.

Optou-se então pelo conceito de sistema flutuante de produção


utilizando navio. A concepção envolvia tecnologia pioneira e foi um
marco na atividade offshore mundial. O sistema compreendia 8
poços de produção com completação seca utilizando câmaras
atmosféricas, manifold atmosférico, navio para processamento da
produção atracado a uma torre articulada e navio para
carregamento de óleo atracado a outra torre articulada. Todo o
sistema era interligado por tubulações flexíveis.

A concepção não voltou a ser utilizada pela Petrobras por


problemas técnicos e econômicos particulares do projeto. Contudo,
contornados os problemas e eliminados os aspectos pioneiros,
mostrou-se perfeitamente viável. Paralelamente, um programa de
implantação de um sistema definitivo de produção foi
desenvolvido. O programa compreendeu o projeto, fabricação,
transporte, instalação e montagem de 7 plataformas fixas de aço,
de grande porte, e o projeto, fabricação e lançamento de
aproximadamente de 500 km de dutos rígidos no mar e 500 km
em terra, para escoamento de óleo e gás.

As plataformas do Sistema Definitivo da Bacia de Campos,


implantado em 1983, foram instaladas em lâminas d’água
variando entre 110 e 175 metros e concebidas segundo dois tipos
principais:

• Plataformas Centrais. Tipo fixa de aço, cravadas por estacas,


com 8 pernas, para perfuração e produção de poços,
equipadas com plantas completas de processo da produção,
sistema de tratamento e compressão de gás, sistemas de
segurança e utilidades e acomodação de pessoal. A
capacidade de produção dessas plataformas varia de 15.000
a 32.000 m3/dia de óleo (95.000 a 200.000 bpd).

• Plataformas Satélites. Semelhantes às plataformas centrais,


porém a planta de processo da produção compreendendo
apenas um estágio de separação primária de fluidos
produzidos. A capacidade varia de 8.000 a 10.000 m3/dia de
óleo (50.000 a 63.000 bpd). Estas plataformas com
concepção semelhante às utilizadas no Mar do Norte, são
bastante diversas daquelas instaladas na região Nordeste do
Brasil que têm concepção semelhante às plataformas do
Golfo do México.

Pólo Nordeste
A partir de 1984, a Bacia de Campos começou a mostrar seu
completo potencial, com a descoberta de campos gigantes em
águas profundas que, à época, variavam de 300 a mais de 1.000
metros de lâmina d’água.

Enquanto a Petrobras analisava o desenvolvimento de tecnologia


para produzir esses campos, o desenvolvimento do Pólo Nordeste
– abrangendo os campos de Pargo, Carapeba e Vermelho – era
realizado. A partir de 1989, 7 plataformas fixas foram instaladas,
todas utilizando bombas elétricas submersas (ESP).

O desenvolvimento do Pólo Nordeste inclui:

• Instalação de 6 templates;
• Perfuração e completação de 120 poços, com ESP;
• Instalação de 5 plataformas satélites de produção e 1
sistema central com duas plataformas geminadas, uma para
a planta de processo e outra para utilidades (Pargo 1A e
Pargo 1B);
• Lançamento de 70 km de linhas de escoamento e 50 km de
cabos elétricos de força submarinos.

Águas Profundas

Em 1984, o campo de Albacora foi descoberto seguido por:


Marimbá (1985), Marlim (1985), Marlim Sul (1987), Marlim Leste
(1987), Barracuda (1989), Caratinga (1989) e Roncador (1996).
Esses campos estão situados em lâminas d’água superiores a 300
metros (profundidades limite para o uso de mergulhadores na
instalação, operação e manutenção) e demandaram o
desenvolvimento de tecnologia pioneira para serem postos em
produção.

O campo de Marimbá, localizado em lâminas d’água que variam


entre 350 e 650 metros, pode ser considerado um verdadeiro
laboratório onde a tecnologia de produção em águas profundas so
sistema flutuante de produção com semi-submersível, foi testada e
colocada em produção.

Instalado em 1986, o sistema


consiste de uma plataforma semi-
submersível (P-15) situada em
lâmina d’água de 243 metros que
recebe e processa a produção de 11
poços com completação submarina.
Um dos poços desse sistema, o 1-
RJS-24 estabeleceu o recorde
mundial de completação submarina em abril de 1985 a 385
metros. Em 1988, o 3-RJS-376 entrou em produção em lâmina
d’água de 492 metros, estabelecendo novo recorde mundial.

O campo de Albacora ocupa uma área de 115 km2 em lâmina


d’água de 230 a 1.000 metros; suas reservas totalizam 600
milhões de barris. Seu desenvolvimento foi dividido em três fases.
Cada fase foi usada para fornecer informações, testar novos
conceitos, e permitir fluxo de caixa inicial para financiar as fases
seguintes:

• Fase 1 (Sistema Piloto/1987). Este sistema compreendeu 6


poços conectados a um manifold submarino, produzindo para
uma Unidade Flutuante de Produção, Armazenagem e
Descarregamento (FPSO-PP Moraes) e monobóia CALM,
numa configuração de Single Buoy Storage (SBS –
rigidamente conectada ao navio tanque), ancorados a 230
metros de lâmina d’água. Os transbordos de óleo foram
conduzidos através da monobóia SBS para um navio tanque
ligado a uma segunda monobóia. A profundidade de água dos
poços submarinos variava de 252 a 335 metros. A monobóia
SBS usada nesse sistema estabeleceu novo recorde mundial
naquela época.
• Fase 1A (1990). Outros 11 poços e um segundo manifold
submarino foram adicionados ao Sistema Piloto, totalizando
17 poços de produção. A lâmina d’água máxima para os
poços de produção atingiu 450 metros. Uma segunda
monobóia foi adicionada a fim de evitar interrupção na
produção durante as mudanças de navio tanque.
• Fase 2 (1996). Abrange 46 novos poços escoando através de
5 manifolds para dois sistemas flutuantes de produção (P-25,
semi-submersível, e P-31, FPSO), cada um com 100.000 bpd
de capacidade de processamento. O óleo é exportado por
monobóia e o gás por gasoduto.

O sistema abrange 63 poços (57 de produção e 6 de injeção), 7


manifolds submarinos e deverá produzir 170.000 bpd de óleo e 4,5
milhões de m3/dia de gás.

O campo de Marlim ocupa uma área de 132 km2 em lâmina d’água


(LDA) variando de 650 a 1.050 metros. Sua produção foi iniciada
em 1991 através de um pré-piloto usando uma sonda de
perfuração adaptada (P-13) ancorada em lâmina d’água de 625
metros, com 2 poços em produção, em 721 e 752 metros de LDA e
um monobóia para armazenamento de óleo.

O sistema piloto foi instalado em 1992 para substituir o sistema


pré-piloto descrito acima. Ele compreendia 10 poços submarinos
interligados através de risers flexíveis à semi-submersível P-20,
ancorada em 600 metros de LDA. O óleo era escoado para duas
monobóias e o gás exportado através de gasoduto Albacora-
Garoupa, já existente.

Devido à complexidade do projeto, o desenvolvimento foi dividido


em 2 fases, cada uma delas composta de 5 módulos. A Fase I
compreende os módulos 1 e 2 e a Fase II, em implantação, os
módulos 3,4 e 5.

A Fase I de Marlim compreende 2 sistemas flutuantes de produção,


baseados em plataformas semi-submersíveis (P-18 e P-19), com
autonomia de processo, injeção de água, escoamento de óleo para
a Estação de Tratamento de óleo em Cabiúnas e do gás para a
plataforma PNA-1. Cada plataforma tem a capacidade de procesar
100.000 bpd de óleo e 4,2 milhões m3/dia de gás, além de
sistema de injeção para 20.000 m3/dia.

A Fase II, em implantação, compreende a intalação de 4 unidades


adicionais de produção, sendo 1 semi-submersível e 3 FPSO, além
de uma plataforma de apoio. Até o momento já foram instaladas 2
unidades de produção (1 semi-submersível e 1 FPSO) e a de apoio.
No total, o campo irá abranger 94 poços de produção e 51 de
injeção e produzir 511.000 bpd de óleo e 5,9 milhões de m3/dia de
gás, 2002.

No bloco de Marlim Sul foi instalado, em 1997, um sistema de


produção antecipada composto pela unidade FPSO-II, em lâmina
d’água de 1.420 metros, interligada a 1 poço produtor, a 1.709
metros de lâmina d’água. À época, este poço estabeleceu o
recorde mundial de lâmina d’água para completação submarina.

O desenvolvimento do bloco será feito em 2 módulos. O módulo I


consistirá de semi-submersível (P-40, antiga DB-100) atualmente
em conversão, que será ancorada em lâmina d’água de 1.080
metros e atingirá uma produção de 150.000 bpd de óleo e 6
milhões de m3/dia de gás, no ano 2000. Essa produção será
exportada através de uma unidade de estocagem e transbordo
(FSO), também sendo convetida (P-38).

O módulo irá abranger 1 ou 2 unidades de produção, dependendo


do desempenho do sistema de produção antecipada.

Para o bloco de Marlim Leste, está prevista conexão de um poço


daquela área a alguma das unidades instaladas no complexo de
Marlim para levantamento de dados para o futuro
desenvolvimento.

Os campos de Barracuda e Caratinga estão localizados a sudoeste


de Marlim em lâmina d’água variando de 600 a 1.300 metros. Seu
desenvolvimento consiste de 3 fases: Sistema de Produção
Antecipada, Sistema Definitivo de Barracuda e Sistema Definitivo
de Caratinga.

O Sistema de Produção Antecipada começou a produzir em 1997


através do FPSO P-34 em lâmina d’água de 785 metros. Deverá
operar até a entrada do sistema definitivo.

O Sistema Definitivo de Barracuda deverá entrar em produção em


2001 e será composto de uma unidade de completação seca (P-
41), ancorada em lâmina d’água de 815 metros, ligada a um FPSO
(P-43), ancorada a 785 metros por um Sistema de Ancoragem de
Complacência Diferenciada (Dicas). Deverão integrar o sistema 24
poços produtores e 17 injetores. A produção deverá atingir
175.000 bpd e 2,7 milhões de m3/dia de gás.

O Sistema Definitivo de Caratinga será composto de 1 FPSO (P-48)


ancorado a 1.040 metros de LDA a ser instalado em 2002. O
sistema compreenderá 13 poços produtores e 11 injetores, com
uma produção de 100.000 bpd e 1,4 milhão m3/dia de gás.

A produção desses 2 sistemas será exportada através das


plataformas fixas PNA-1 (gás) e PNA-2 (óleo).

Os recordes

Em função dessas descobertas em


águas profundas e da necessidade de
suprir a demanda do País, a
Petrobras veio estabelecendo
sucessivos recordes de profundidade
de poço em produção.

O atual ocorreu em janeiro de 1999, quando entrou em produção o


EPS de Roncador, campo situado na parte norte da Bacia de
Campos, com uma área de 132 km2 e lâmina d’água entre 1.500 e
2.000 metros.

Esse sistema, vem produzindo mais de 20.000 bpd, é composto


pelo navio Seillean, um FPSO de posicionamento dinâmico,
localizado diretamente sobre o poço produtor em lâmina d’água de
1.853 metros, ligado à árvore de natal, instalada pelo próprio
navio, por um riser vertical rígido pioneiro no mundo, sendo que
ambos foram especialmente projetados para profundidades de até
2.000 metros.

Além de tais recordes, cabe destacar o fato de ser o único FPSO de


posicionamento dinâmico em uso no mundo e a unidade desse tipo
operando na maior lâmina d’água.
Esse sistema irá operar até o final de 1999, quando será
substituído pelo sistema definitivo composto pela unidade semi-
submersível Spirit of Columbus (P-36), atualmente sendo
convertida para unidade de produção no Canadá, que repassará a
produção de 21 poços para um FSO (P-47 – convertida a partir do
navio Eastern Strength); a unidade de produção será ancorada a
1.360 metros de LDA e o FSO a 815 metros. O sistema deverá
atingir um pico de produção de 180.000 bpd em 2002.

Novas tendências de completação

Ao longo desses mais de 30 anos, a Petrobras fez uso intensivo do


conceito "equipamentos submarinos de completação + unidade
flutuante de produção" nas atividades offshore. Os principais
fatores que a levaram a essa opção foram:

• As características dos reservatórios e as condições


ambientais relativamente brandas encontrados na Bacia de
Campos;
• A possibilidade de instalação de sistemas de produção
antecipada para servir como laboratórios em escala para os
sistemas definitivos, para realizar testes de poços e para
permitir o desenvolvimento em fases dos grandes campos;
• A diminuição do risco e o melhor fluxo de caixa, já que a
receita obtida em uma fase do desenvovimento participa do
financiamento das seguintes;
• A maior rapidez obtida no desenvolvimento dos campos;
• As parcerias e cooperações estabelecidas com os
fornecedores de equipamentos, o que possibilita a melhoria
contínua dos mesmos e o relacionamento a longo prazo;
• A confiabilidade e rentabilidade desses sistemas,
comprovadas na prática.

Todavia, as características dos fluidos encontrados em campos de


águas ultra-profundas (lâmina d’água superior a 1.000 metros)
estão levando a uma mudança na abordagem da questão,
favorecendo a adoção de unidades de completação seca (UCS).
Muitos desses campos apresentam óleo pesado variando de 15 a
20 oAPI que, combinado com as baixas temperaturas
predominantes nestas profundidades, resulta em problema de
escoamento.
Por esses motivos, a tendência ao uso de UCS tem aumentado
ultimamente, já que essas unidades :

• Propiciam melhores condições térmicas ao escoamento,


antecipando a produção;
• Minimizam os problemas com a formação de depósitos de
hidratos e parafinas devido à temperatura de escoamento
mais elevada;
• Reduzem os custos operacionais com intervenções;
• Apresentam ações mais rápidas e econômicas para
otimização e controle da produção;
• A evolução da tecnologia de perfuração, permitindo a
drenagem de uma grande área a partir de um único cluster
através de poços de grande angulação e afastamento em
arenitos não consolidados e folhelhos instáveis.

Conclui-se que em mais de 30 anos de atividades offshore, a


produção no mar tornou-se vital para o Brasil, passando a
responder por cerca de 80% do total produzido no país no início de
1999, ou seja: cerca de 1 milhão de bpd provenientes de 74
plataformas fixas e 23 flutuantes. Nesse período, a Petrobras
instalou, ainda, mais de 300 árvores de natal submarinas, 40
manifolds submarinos e 5.000 km de linhas flexíveis, rígidas e
umbilicais de conttrole.

A partir das descobertas iniciadas em 1974, a Bacia de Campos


assumiu a posição de principal província petrolífera do país. Nessa
área existem hoje 37 campos produzindo cerca de 880.000 bpd de
óleo (76% da produção nacional) e 15 milhões m3/dia de gás
(47%) através de 14 unidades fixas e 22 flutuantes.

Cabe destacar a contribuição dos campos em águas profundas e


ultra-profundas (em LDA acima de 400 metros) que, hoje,
respondem por cerca de 50% da produção nacional.

Espera-se aumento significativo nas atividades nos próximos anos,


com a instalação de 12 novas unidades flutuantes de produção e
mais de 180 árvores de natal, 6 manifolds e 1.900 km de linhas e
umbilicais.

Fonte: Sindipetro
Dados da Bacia de Campos

Os números da Bacia de Campos são impressionantes. As


plataformas, com suas usinas termelétricas, têm capacidade de
gerar energia elétrica para iluminar uma cidade de um milhão de
habitantes (640 MW). São consumidas por semana 512 toneladas
de alimentos e geradas 38,4 toneladas de lixo. O atendimento às
plataformas é feito por 120 embarcações e navios que prestam
serviços de apoio. São cerca de mil poços interligados em 4.200
quilômetros de dutos no fundo do mar. As instalações em alto-mar
incluem campo de futebol, tratamento de esgoto, enfermaria e até
cinema.

Confira os números da Bacia, a principal província petrolífera do


Brasil :

Seu descobrimento:

• Ocorreu em 1974 (poço 1-RJS-9A) - GAROUPA

A Cidade Flutuante:

• Habitantes - 40 mil pessoas


• PIB da Bacia - US$ 18 bilhões por ano
• Total de lixo produzido - 38 toneladas por semana
• Total de alimentação consumida - 512 toneladas por semana

Produção:
• Total de plataformas de perfuração e produção - 64
• Poços - 1.000
• Dutos e gasodutos submarinos - 4.200
• Produção de petróleo - 1,25 milhões de barris
80% da produção nacional
• Produção de gás natural - 17 milhões de m³/dia
42% da produção nacional
• Geração total média de energia nas plataformas - 640
megawatts
• Embarcações de apoio - 120 navios (10 navios e 110
rebocadores)

Transportes

• Pessoas transportadas por mês - 44 mil


• Vôos de helicópteros - 6.300 por mês
• Pessoas transportadas por helicóptero - 40 mil por mês
• Pessoas transportadas por barcos - 4 mil por mês
• Local do transporte - Aeroportos de Macaé e de São Tomé
(Campos

Fonte: Petrobras

A distribuição do petróleo

Os produtos finais das estações e refinarias (gás natural, gás


residual, GLP, gasolina, nafta, querosene, lubrificantes, resíduos
pesados e outros destilados) são comercializados com as
distribuidoras, que se incumbirão de oferecê-los, na sua forma
original ou aditivada, ao consumidor final.

Fonte: Petrobrás

Petróleo - O Ouro Negro


PLANETA TERRA - DEZENAS OU CENTENAS DE MILHÕES DE
ANOS ATRÁS

Organismos aquáticos, vegetais e animais, proliferam nos mares,


apresentando uma lenta porém constante degradação
bacteriológica. Esta matéria orgânica decomposta migra para
camadas superiores do subsolo e se concentra em rochas
permeáveis que atuam como um reservatório. O conjunto dos
produtos provenientes desta degradação são hidrocarbonetos e
gases que futuramente seriam conhecidos como petróleo, ou seja,
o "óleo de pedra" ou o "ouro negro" um produto que daria um
impulso extraordinário ao desenvolvimento econômico da
humanidade mas que, em contrapartida, seria o pomo da discórdia
que levaria muitos povos à guerra.

Conheça agora um pouco de sua história, como tudo começou e de


que forma esta aventura humana poderá terminar.

LOCALIDADE DE HIT, MESOPOTÂMIA, ÀS MARGENS DO RIO


EUFRATES, NÃO MUITO DISTANTE DE BABILÔNIA (ONDE
HOJE FICA BAGDÁ) - 3000 a.C.A

Uma substância natural rica em


carbono e hidrogênio, lodosa,
semi sólida, chamada betume,
também conhecida como asfalto,
assoma à superfície através de
fendas e fissuras e é largamente
utilizada, acredita-se que desde
5000 a.C., como argamassa nas
construções de Babilônia e até
mesmo na muralha de Jericó.
Há registros de sua utilização no Egito, até como coadjuvante no
processo de mumificação.

O betume é utilizado também como


impermeabilizante e na pavimentação de estradas.
Apesar de ser altamente inflamável é pouco utilizado
para a iluminação e, como ocorreria mais tarde nos
Estados Unidos, é muito usado como medicamento.

Acredita-se que o betume serviria também como


poderosa arma de guerra já que relatos de Homero
na Ilíada falam de ataques a embarcações com bolas
de fogo que não podiam ser apagadas. Relato similar
também é feito quando do ataque de Ciro, o rei da
Pérsia, à cidade de Babilônia.

CHINA - 200 a.C.

Ao escavarem poços em busca de sal, os chineses


descobrem óleo e gás que devidamente canalizados
são usados na iluminação e como combustível. Posteriormente,
Marco Polo fará referência ao uso de "pedras negras que são
queimadas como se fossem pedaços de madeira", ou seja, o uso
do carvão mineral conhecido na China desde o início da era cristã.

ARMÊNIA, FRONTEIRA COM A GEÓRGIA -


1260 DE NOSSA ERA

Marco Polo em sua viagem à China, passa


pela Armênia e na fronteira com a Geórgia
observa e relata em seu Livro das Maravilhas
uma grande fonte da qual "sai um licor
semelhante ao óleo, em tal abundância que
podem carregar-se cem navios de uma só
vez". O maior viajante de todos os tempos
nota que o óleo era utilizado para queima e
servia também para untar os camelos
protegendo-os de doenças.
EUROPA - IDADE MÉDIA EM DIANTE

Estranhamente, o conhecimento sobre o petróleo ficaria restrito ao


Oriente e, com raras exceções, não chegaria ao Ocidente. Tal fato
talvez se explique porque as ocorrências de betume ficavam além
das fronteiras do Império Romano, sendo relatadas apenas como
curiosidade, não sendo transmitido às futuras nações ocidentais.
Mas há relatos que dão conta, a partir da Idade Média, da
ocorrência de petróleo em algumas localidades da Europa, sendo
os poços cavados manualmente pelos camponeses. A técnica do
refino chegou à Europa transmitida pelos árabes, mas o petróleo é
usado apenas como uma panacéia por antigos monges e médicos.

NOROESTE DA PENSILVÂNIA -
ESTADOS UNIDOS - 1853 - UMA
PRIMEIRA VISÃO DO FUTURO

George Bissell era um professor e


advogado em Nova York, um verdadeiro
"self made man", que se auto sustentava
desde os doze anos. Ele falava muitas
línguas mas também tinha um faro
excepcional para negócios.
Em !853, de volta a sua terra natal, Bissell,
quando ia visitar sua mãe, passa pelo oeste
do Estado da Pensilvânia e vê, pela
primeira vez, naquela região isolada dos
Estados Unidos, o "óleo de pedra" borbulhando nos mananciais ou
vazando nas minas de sal das florestas da região. Alguns poucos
barris eram obtidos por métodos bem primitivos, escumando o
óleo que ficava na superfície dos mananciais e dos córregos ou
embebendo-o em trapos e cobertores. Era conhecido como "Óleo
de Sêneca" em homenagem aos índios da localidade, que
transmitiram aos brancos o conhecimento de sua utilidade como
remédio tanto para os homens como para os animais.
HANOVER, ESTADO DE NEW HAMPSHIRE -
ESTADOS UNIDOS - MESMO ANO DE 1853 -
UMA SEGUNDA VISÃO DO FUTURO

Mais tarde George Bissell, após visitar sua mãe,


vai rever sua antiga faculdade o Dartmouth
College e eis que uma garrafa colocada em cima
de um armário na sala de um professor,
chama-lhe a atenção. Na garrafa há uma
amostra daquele mesmo óleo de pedra da Pensilvânia, muito
utilizado como remédio. Ele sabia que aquele líquido negro e
viscoso era inflamável e, num lampejo, concebeu a idéia de que o
óleo poderia ser utilizado não como remédio mas sim como
iluminante.

Aqui há necessidade de se abrir um parêntese: Naquela época o


mundo e especialmente os Estados Unidos viviam uma grande
crise relacionada com a iluminação. A explosão populacional e a
Revolução Industrial aumentaram sobremaneira a necessidade de
um iluminante que até então se baseava no uso de um simples
pavio impregnado de alguma gordura animal ou óleo vegetal. Os
mais abastados usavam o óleo de baleia, de melhor qualidade mas
de preço mais alto. Mas os cachalotes do Atlântico já estavam em
processo de dizimação e os preços com isso se elevavam muito.

Havia outros produtos como o canfeno, um derivado da terebintina


que soltava muita fumaça e as vezes costumava explodir na casa
das pessoas. As ruas e algumas casas eram iluminadas pelo
chamado gás urbano, destilado do carvão que era colocado nos
lampiões. Mas o gás era caro e pouco confiável e em 1854 o
canadense Abraham Gesner desenvolveu um processo para extrair
óleo do carvão ou do asfalto. Chamou o produto de "querosene" de
"keros" e "elaion", palavras gregas que significam "cera" e "óleo".
Mas o problema principal ainda persistia, ou seja, o custo era
muito elevado e a quantidade produzida insuficiente.

Bissell sabia que sua idéia só vingaria se ele conseguisse resolver


estes dois problemas: um óleo iluminante que pudesse existir em
grande quantidade e que pudesse ser fabricado a baixo custo. Mas
ele levou sua idéia adiante e tratou de conseguir investidores,
convencendo-os de que estavam diante de uma grande e rendosa
descoberta. Seu entusiasmo era tanto que conseguiu arrecadar o
suficiente para contratar um renomado professor de química da
Universidade de Yale que faria uma pesquisa na região e analisaria
detalhadamente o produto. Os resultados foram
amplamente favoráveis. O óleo podia ser levado a
vários níveis de ebulição e com isto ser refinado,
obtendo como subproduto um óleo iluminante de
altíssima qualidade. Logo porém surgiu a primeira
dúvida para os participantes da recém fundada
Pennsylvania Rock Oil Company de Bissell: Haveria
bastante óleo à disposição ou, como muitos diziam,
eram apenas um gotejamento das fendas
subterrâneas do carvão?

NOVA YORK - UM DIA QUENTE DE 1856 - A


TERCEIRA E DEFINITIVA VISÃO DO FUTURO
Bissell que já tivera dois lampejos anteriores teria, numa tarde
quente do verão novaiorquino, um terceira visão que seria
definitiva para a implantação da indústria do petróleo. Bissell, ao
se refugiar do calor, procura abrigo no toldo de uma farmácia e vê
então numa vitrine a propaganda de um remédio feito a base de
petróleo. O cartaz mostrava várias torres de perfuração das que
eram usadas nos poços de sal, onde o petróleo acabava
aparecendo como uma espécie de subproduto. A técnica de
perfuração de poços de sal havia sido desenvolvida pelos chineses
há mais de um século e meio, alcançando quase 1000 metros de
profundidade. Da China a técnica foi importada pela Europa e de lá
chegou aos Estados Unidos. O olhar arguto de Bissell logo
vislumbrou uma possibilidade nova: Porque não utilizar a mesma
técnica de perfuração do sal para o petróleo?

E assim foi feito. Mas inúmeras dificuldades surgiriam num


processo interminável de erros e acertos com todos achando que
Bissell e seus companheiros eram loucos. Quando o processo já
estava quase sendo abortado, em 27 de agosto de 1859, a broca
ao atingir 21 metros de profundidade deslizou mais alguns
centímetros e fez jorrar petróleo no poço, dando início a uma
agitação similar a corrida do ouro da Califórnia. Estava nascendo a
"Luz da Era", uma iluminação forte, brilhante e barata.
Bissell, naturalmente ficou rico mas fez inúmeras obras
filantrópicas doando inclusive dinheiro para a construção de um
ginásio no Dartmouth College onde ele havia visto a garrafa de
óleo de pedra que lhe permitiu uma visão do futuro.

Além da querosene outros usos do petróleo foram sendo


incorporados como a vaselina e a parafina e, principalmente, como
lubrificante, essencial para o bom funcionamento das máquinas da
nascente atividade industrial.

Em 1882, outro americano, Thomas Alva Edison, abriu as portas


para o surgimento de uma "nova luz": a elétrica.

Que futuro teria então o petróleo? O que a Standard Oil, já então a


maior empresa do mundo, fundada por John D. Rockefeller, faria
com os milhões de dólares investidos na produção, refino,
armazenamento, distribuição e transporte do petróleo que estava
quase que totalmente voltado para a iluminação?

Se uma nova descoberta revolucionária


ameaçava o
império do petróleo, podendo fechar as
portas do lucro,
outra descoberta, também
revolucionária, viria a ocorrer
"salvando" o petróleo e abrindo
caminho para uma união que perdura
até nossos dias: a " carruagem sem
cavalo", nosso velho conhecido
automóvel.
O resto da história é sobejamente
conhecido. Os campos de petróleo se
espalharam pelo mundo numa
empreitada de guerras, invasões,
ganância, dinheiro e poder. O petróleo passa a ser a principal fonte
de energia mundial, transformando a paisagem contemporânea e o
modo de vida moderno. Seus subprodutos passam a ser
fundamentais para a agricultura, como fertilizantes, para a
indústria química, de plásticos e tantas outras mais, tornando-o
indispensável para os novos tempos. Os trustes, o poder
econômico, podem agora construir ou destruir nações, correndo
muito sangue em nome daquele que um dia havia sido saldado
como o exterminador da escuridão.

A ERA DO PETRÓLEO - ATÉ QUANDO?

Ainda vivemos a "era do petróleo" mas dois fatos levam-nos a


questionar sua durabilidade. O primeiro deles diz respeito a
possibilidade cada vez mais presente das fontes naturais se
esgotarem brevemente. O segundo se relaciona com o uso
indiscriminado e desregrado do petróleo, ocasionando gravíssimos
problemas ambientais, com uma poluição crescente que ameaça
toda a humanidade.

Nosso Planeta prescinde de uma fonte energética que seja


renovável, economicamente eficiente e ambientalmente benigna. A
energia solar, por atender todos estes requisitos talvez seja a
solução, mas até lá espera-se que a humanidade tenha aprendido
a utilizar melhor e mais equilibradamente as dádivas que a
natureza lhe oferece.

Fonte: João Aranha - USP - Escola de Engenharia de São Carlos

A História do Petróleo no Brasil

A história do petróleo no Brasil pode ser dividida em quatro


fases distintas:

1.º - Até 1938, com as explorações sob o regime da livre iniciativa.


Neste período, a primeira sondagem profunda foi realizada entre
1892 e 1896, no Município de Bofete, Estado de São Paulo, por
Eugênio Ferreira Camargo.

2.º - Nacionalização das riquezas do nosso subsolo, pelo Governo


e a criação do Conselho Nacional do Petróleo, em 1938.

3.º - Estabelecimento do monopólio estatal, durante o Governo do


Presidente Getúlio Vargas que, a 3 de outubro de 1953, promulgou
a Lei 2004, criando a Petrobras. Foi uma fase marcante na história
do nosso petróleo, pelo fato da Petrobras ter nascido do debate
democrático, atendendo aos anseios do povo brasileiro e defendida
por diversos partidos políticos.
4.º - Fim do monopólio estatal do petróleo, durante o primeiro
governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso.

O Setor Petróleo de 1858 até 1938

A história do petróleo no Brasil começou na Bahia, onde, no ano de


1858, o decreto n.º 2266 assinado pelo Marquês de Olinda,
concedeu a José Barros Pimentel o direito de extrair mineral
betuminoso para fabricação de querosene de iluminação, em
terrenos situados nas margens do Rio Marau, na Província da
Bahia. No ano seguinte, em 1859, o inglês Samuel Allport, durante
a construção da Estrada de Ferro Leste Brasileiro, observou o
gotejamento de óleo em Lobato, no subúrbio de Salvador.

Em 1930, setenta anos depois e após vários poços perfurados sem


sucesso em alguns estados brasileiros, o Engenheiro Agrônomo
Manoel Inácio Bastos, realizando uma caçada nos arredores de
Lobato, tomou conhecimento que os moradores usavam uma lama
preta, oleosa para iluminar suas residências. A partir de então
retornou ao local várias vezes para pesquisas e coletas de
amostras, com as quais procurou interessar pessoas influentes,
porém sem sucesso, sendo considerado como "maníaco". Em 1932
foi até o Rio de Janeiro, onde foi recebido pelo Presidente Getúlio
Vargas, a quem entregou o relatório sobre a ocorrência de Lobato.

Finalmente, em 1933 o Engenheiro Bastos conseguiu empolgar o


Presidente da Bolsa de Mercadorias da Bahia, Sr. Oscar Cordeiro, o
qual passou a empreender campanhas visando a definição da
existência de petróleo em bases comerciais na área. Diante da
polêmica formada, com apaixonantes debates nos meios de
comunicação, o Diretor-Geral do Departamento Nacional de
Produção Mineral - DNPM, Avelino Inácio de Oliveira, resolveu em
1937 pela perfuração de poços na área de Lobato, sendo que os
dois primeiros não obtiveram êxito.

Em 29 de julho de 1938, já sob a jurisdição do recém-criado


Conselho Nacional de Petróleo - CNP, foi iniciada a perfuração do
poço DNPM-163, em Lobato, que viria a ser o descobridor de
petróleo no Brasil, quando no dia 21 de janeiro de 1939, o petróleo
apresentou-se ocupando parte da coluna de perfuração.
O poço DNPM-163, apesar de ter sido considerado antieconômico,
foi de importância fundamental para o desenvolvimento da
atividade petrolífera no Estado da Bahia. A partir do resultado
desse poço, houve uma grande concentração de esforços na Bacia
do Recôncavo, resultando na descoberta da primeira acumulação
comercial de petróleo do país, o Campo de Candeias, em 1941.

Até 1938 os capitais privados nacionais e estrangeiros podiam ser


aplicados em quaisquer atividades petrolíferas no País. Os capitais
internacionais da indústria de petróleo, concentravam-se
principalmente nas mãos das empresas resultantes do
desmembramento da Standard Oil, norte americana, em 1911, e
da Royal Dutch/Shell empresa formada pela união de duas
empresas, uma holandesa e outra inglesa. Entretanto, nada de
significativo foi feito no País em conseqüência dos seguintes
fatores:

· As multinacionais tinham excelentes concessões na Venezuela, no


México, no Oriente Médio e em alguns outros países; exploravam o
petróleo nesses países a um baixo custo e pagavam baixas taxas e
royalties, impostos ou participações. Por esta razão não investiam
nada significativo fora das áreas que geologicamente são
extremamente favoráveis para conter expressivas jazidas de
petróleo.

· Essas empresas dominavam a tecnologia de refino e do


transporte internacional; suas grandes refinarias, localizadas
principalmente nos seus países de origem, ficavam com a maior
parcela do lucro que a atividade proporcionava. Era o monopólio
de fato no refino. Assim pagando petróleo a preços ínfimos
(reduzindo com isso o repasse para os países que permitiam a
exportação no seu território) e vendendo derivados a preços
elevados, não havia porque investir em exploração e refino em
países como o Brasil;

· O empresariado nacional não tinha tecnologia nem recursos


financeiros para investir maciçamente nesse segmento;

· A distribuição dos derivados de petróleo no País era considerada


cartelizada.
· O País importava derivados diretamente, mediante operações
entre filial-matriz das multinacionais que distribuam os produtos
no território nacional, com possibilidade de superfaturamento nas
importações;

· Politicamente campanhas eram desenvolvidas para mostrar não


só a incapacidade do povo brasileiro para assumir um risco da
magnitude do negócio petróleo, e até mesmo eram perseguidos os
que defendiam a idéia de que poderia haver petróleo no País.

O Setor Petróleo de 1938 até 1953

Após 1938 e até 1953 somente à empresas brasileiras era


permitido refinar petróleo no País. Isto decorreu de Lei Federal de
1938 que se fundamentava na linha de que o segmento petróleo
era estratégico para o País.

No mundo, a distribuição de derivados, a produção de petróleo e o


refino continuaram praticamente em mãos das mesmas
multinacionais. Isto quer dizer que de 1938 a 1953 o panorama
mundial continuou o mesmo:

· Refino concentrado nos países ricos ou em pontos estratégicos


como as Antilhas e gerando elevados lucros para essas
multinacionais;

· Produção de petróleo a baixo custo e sua pesquisa somente


naqueles mesmos já citados países com excelentes perspectivas de
descoberta de jazidas de óleo. No entanto, já o México, em 1938,
nacionalizara seu petróleo após intensa disputa com os Estados
Unidos.

· Distribuição em nível mundial e em nível interno nos países,


considerada cartelizada por multinacionais, que assim poderiam
impedir, pelo seu poder de compra e importação de derivados, o
surgimento de refinarias nos países em desenvolvimento, de
propriedade de capitais nacionais.

Não há, assim, razão lógica para se acreditar que as multinacionais


poderiam ter se interessado pelo Brasil na área de refino e de
produção de óleo. Nenhum país sem amplas perspectivas de
produção de óleo merecia os investimentos das multinacionais
como nenhum país subdesenvolvido foi contemplado com
instalação de refinarias, salvo se integrado aos esquemas
internacionais de refino do Cartel das Sete Irmãs, nome cunhado
mais tarde pelo Presidente da Ente Nationale de Idrocarburi (ENI),
estatal italiana, Enrico Mattei, para designar a união das
multinacionais que dominam o mercado mundial. Pequenas
refinarias foram construídas em alguns países, porém com
esquemas de refino voltados para os interesses de do mercado
dos EUA, ou para aproveitar pequenas produções locais de óleo;
neste caso, os altos custos do transporte de derivados justificavam
a construção de pequenas refinarias mais simples, na verdade
pequenas destilarias primárias de petróleo.

Em 1938 foi criado o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), com a


incumbência de explorar petróleo e de participar na criação de
parque refinador no País. Em 1941 jorrou petróleo comercial pela
primeira vez, resultante de trabalhos do CNP, sendo que em 1939
ocorrera a descoberta de petróleo na Bahia, em função dos
trabalhos desenvolvidos por Oscar Cordeiro e pelo CNP.

Em decorrência do grande racionamento de combustíveis imposto


por ocasião da 2ª Guerra Mundial - 1939/1945 - da pequena
escala dos investimentos privados na área do petróleo e do
direcionamento, no mundo, dos investimentos das multinacionais
para áreas de seu exclusivo interesse, um forte movimento político
e popular tomou conta do País, resultando, em 1953, na instituição
do Monopólio Estatal do Petróleo e na criação da PETROBRÁS, para
executá-lo em nome da União.

A industria do petróleo tinha quase 100 anos. No mundo,


constituía-se no maior negócio, era o ponto nevrálgico de ação de
todos os governos e de revoluções e guerras. As pressões
internacionais relacionadas com o petróleo eram marcantes.

O País já tinha em 1953 um consumo de 150.000 barris por dia de


derivados e contava com uma refinaria particular do Grupo
Ipiranga, de 6.000 barris por dia; e uma refinaria na Bahia
operada pelo CNP com capacidade de 3.700 barris por dia; quase
no final do debate que caminhava para a instituição do Monopólio
da União, três grupos empresariais receberam concessões para
construir três refinarias. Foram então construídas as refinarias de
Manaus, de 5.000 barris por dia e inaugurada em 1957, a Refinaria
de Manguinhos, de 10.000 barris por dia e inaugurada em 1954, e
a refinaria de Capuava, inaugurada em 1954, com 20.000 barris
por dia.

Como já citado, o CNP operava desde 1950 uma refinaria de 3.700


barris por dia na Bahia e construía uma refinaria em Cubatão, de
45.000 barris por dia, inaugurada em 1955.
A produção de petróleo no País, após o esforço do CNP, atingiu a
25.000 barris por dia, valor muito baixo quando comparado à
demanda.

Assim, o País se via em 1953, como era a regra no mundo, exceto


para alguns poucos países, sem produção de petróleo e sem refino
em escala suficiente para atender ao mercado nacional.
É bom lembrar que o lucro da atividade no País estava na
distribuição de derivados, praticamente nas mãos das
multinacionais e, portanto, não havia a geração interna de
recursos para se investir no petróleo. Por outro lado, o lucro na
atividade de petróleo no mundo estava na transformação, em
refinarias dos países ricos, do óleo barato do Oriente Médio e seu
manuseio até as distribuidoras dos países importadores de
derivados, que pagavam preços considerados elevados por esses
produtos.

Somente a instalação de um parque de refino no País, com escala,


poderia reverter a situação de carência de recursos e nele
desenvolver e indústria petrolífera, já que todos os esforços que se
faziam para descobrir petróleo não apresentavam resultados
compensadores. Além disso, o refino nacional teria que contar com
o mercado nacional, sob pena de as multinacionais continuarem
importando derivados de suas matrizes, inviabilizando-o por
"dumping", comum na época, ou por recusa de compra de um
outro derivado de petróleo, o que seria fatal para o refinador. O
petróleo contém todos os produtos e ao refiná-lo TODOS os
derivados são produzidos; perda de mercado para um derivado
determina fechamento de refinaria.

Neste período desenvolveu-se a experiência do Grupo Ipiranga,


primeira tentativa nacional significativa para romper o fechado
círculo das multinacionais. Pelas notícias que se têm não foi fácil
para a Ipiranga conseguir mercado para seus produtos, já que
tinha que conseguir o petróleo do exterior e depender do mercado
interno dominado pelas multinacionais.

Com a instalação da Petrobras, em 10 de maio de 1954, portanto,


sete meses após sua criação, o Brasil trilhou um caminho diferente
tendo nas suas próprias mãos o destino da indústria que alimenta
o mundo de energia. O sucesso de tal empreitada se mostra nos
resultados obtidos pelo povo brasileiro através da estatal do
petróleo.

Fonte: Sindipetro

As Reservas da Petrobras

Desde 1984, a Petrobras vem realizando importantes descobertas


em águas profundas e ultraprofundas. Essas descobertas
ocorreram, inicialmente, na Bacia de Campos e incluem os campos
de Albacora, Marlim, Marlim Sul, Marlim Leste, Barracuda,
Caratinga, Espadarte e Roncador. Desde 1999, nas bacias de
Santos e do Espírito Santo também têm ocorrido descobertas
nessa faixa de lâmina d'água.

No fim de 1999, as reservas de petróleo e gás da Petrobras


chegaram a 17,3 bilhões de boe, distribuídas da seguinte forma:
14% em terra firme, 11% em águas rasas e 25% em águas
profundas. Os 50% restantes encontravam-se em águas
ultraprofundas. Em resumo, as reservas equivalentes de petróleo e
gás da Empresa em águas ultraprofundas representavam 75% do
total.
Como reflexo dessa distribuição, sua produção em águas
profundas e ultraprofundas vem aumentando proporcionalmente
em relação à produção total: de 1,7% em 1987 para mais de 55%
no primeiro semestre de 2000. Em 30 de dezembro de 2000, o
pico da produção diária interna de petróleo da Petrobras era de
1.531.364 bopd, distribuídos da seguinte maneira: 17% em terra
firme, 19% em águas rasas e 64% em águas profundas e
ultraprofundas.

Para aumentar sua produção interna, a Petrobras precisa


desenvolver seus campos em águas profundas e ultraprofundas.
Em 2005, a Empresa planeja atingir a produção de 1.85-milhões
bopd no Brasil, e cerca de 75% dos quais serão provenientes de
águas profundas e ultraprofundas.

Além do mais, a maior parte das expectativas de descobertas de


novas reservas se concentra em águas ultraprofundas. Atualmente
a Petrobras detém concessões para exploração de 99 blocos no
Brasil, 72 dos quais estão situados no mar e 75% deles em lâmina
d'água de além de 400m. Assim sendo, a Petrobras está
empenhada com afinco em um esforço de exploração com várias
plataformas DP em operação em lâminas d'água que variam de
1.800 a 3.000m.

Fonte: Petrobras

DEFINIÇÕES TÉCNICAS - CONGRESSO


NACIONAL

LEI Nº 9478, DE 06 DE AGOSTO DE 1997

Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas


ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política
Energética e a Agência Nacional do Petróleo.

Seção II
Das Definições Técnicas
Art. 6°. Para os fins desta Lei e de sua regulamentação, ficam
estabelecidas as seguintes definições:

I - Petróleo: todo e qualquer hidrocarboneto líquido em seu


estado natural, a exemplo do óleo cru e condensado;

II - Gás Natural ou Gás: todo hidrocarboneto que permaneça em


estado gasoso nas condições atmosféricas normais, extraído
diretamente a partir de reservatórios petrolíferos ou gaseíferos,
incluindo gases úmidos, secos, residuais e gases raros;

III - Derivados de Petróleo: produtos decorrentes da


transformação do petróleo;

IV - Derivados Básicos: principais derivados de petróleo,


referidos no art. 177 da Constituição Federal, a serem classificados
pela Agência Nacional do Petróleo;

V - Refino ou Refinação: conjunto de processos destinados a


transformar o petróleo em derivados de petróleo;

VI - Tratamento ou Processamento de Gás Natural: conjunto


de operações destinadas a permitir o seu transporte, distribuição e
utilização;

VII - Transporte: movimentação de petróleo e seus derivados ou


gás natural em meio ou percurso considerado de interesse geral;

VIII - Transferência: movimentação de petróleo, derivados ou


gás natural em meio ou percurso considerado de interesse
específico e exclusivo do proprietário ou explorador das
facilidades;

IX - Bacia Sedimentar: depressão da crosta terrestre, onde se


acumulam rochas sedimentares que podem ser portadoras de
petróleo ou gás, associados ou não;

X - Reservatório ou Depósito: configuração geológica dotada de


propriedades específicas, armazenadora de petróleo ou gás,
associados ou não;
XI - Jazida: reservatório ou depósito já identificado e possível de
ser posto em produção;

XII - Prospecto: feição geológica mapeada como resultado de


estudos geofísicos e de interpretação geológica, que justificam a
perfuração de poços exploratórios para a localização de petróleo ou
gás natural;

XIII - Bloco: parte de uma bacia sedimentar, formada por um


prisma vertical de profundidade indeterminada, com superfície
poligonal definida pelas coordenadas geográficas de seus vértices,
onde são desenvolvidas atividades de exploração ou produção de
petróleo e gás natural;

XIV - Campo de Petróleo ou de Gás Natural: área produtora


de petróleo ou gás natural, a partir de um reservatório contínuo ou
de mais de um reservatório, a profundidades variáveis,
abrangendo instalações e equipamentos destinados à produção;

XV - Pesquisa ou Exploração: conjunto de operações ou


atividades destinadas a avaliar áreas, objetivando a descoberta e a
identificação de jazidas de petróleo ou gás natural;

XVI - Lavra ou Produção: conjunto de operações coordenadas


de extração de petróleo ou gás natural de uma jazida e de preparo
para sua movimentação;

XVII - Desenvolvimento: conjunto de operações e investimentos


destinados a viabilizar as atividades de produção de um campo de
petróleo ou gás;

XVIII - Descoberta Comercial: descoberta de petróleo ou gás


natural em condições que, a preços de mercado, tornem possível o
retorno dos investimentos no desenvolvimento e na produção;

XIX - Indústria do Petróleo: conjunto de atividades econômicas


relacionadas com a exploração, desenvolvimento, produção, refino,
processamento, transporte, importação e exportação de petróleo,
gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos e seus derivados;

XX - Distribuição: atividade de comercialização por atacado com


a rede varejista ou com grandes consumidores de combustíveis,
lubrificantes, asfaltos e gás liquefeito envasado, exercidas por
empresas especializadas, na forma das leis e regulamentos
aplicáveis;

XXI - Revenda: atividades de venda a varejo de combustíveis,


lubrificantes e gás liquefeito envasado, exercidas por postos de
serviços ou revendedores, na forma das leis e regulamentos
aplicáveis;

XXII - Distribuição de Gás Canalizado: serviços locais de


comercialização de gás canalizado, junto aos usuários finais,
explorados com exclusividade pelos Estados, diretamente ou
mediante concessão, nos termos do § 2º do art. 25 da
Constituição Federal.

XXIII - Estocagem de Gás Natural: armazenamento de gás


natural em reservatórios próprios, formações naturais ou
artificiais.

LEI DO PETRÓLEO - Nº 9.478, DE 6 DE


AGOSTO DE 1997

Presidência da República - Subchefia para Assuntos


Jurídicos

Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas


ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política
Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso


Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
Dos Princípios e Objetivos da Política Energética Nacional

Art. 1º As políticas nacionais para o aproveitamento racional das


fontes de energia visarão aos seguintes objetivos:

I - preservar o interesse nacional;

II - promover o desenvolvimento, ampliar o mercado de trabalho e


valorizar os recursos energéticos;

III - proteger os interesses do consumidor quanto a preço,


qualidade e oferta dos produtos;

IV - proteger o meio ambiente e promover a conservação de


energia;

V - garantir o fornecimento de derivados de petróleo em todo o


território nacional, nos termos do § 2º do art. 177 da Constituição
Federal;

VI - incrementar, em bases econômicas, a utilização do gás


natural;

VII - identificar as soluções mais adequadas para o suprimento de


energia elétrica nas diversas regiões do País;

VIII - utilizar fontes alternativas de energia, mediante o


aproveitamento econômico dos insumos disponíveis e das
tecnologias aplicáveis;

IX - promover a livre concorrência;

X - atrair investimentos na produção de energia;

XI - ampliar a competitividade do País no mercado internacional.

CAPÍTULO II

Do Conselho Nacional de Política Energética

Art. 2° Fica criado o Conselho Nacional de Política Energética -


CNPE, vinculado à Presidência da República e presidido pelo
Ministro de Estado de Minas e Energia, com a atribuição de propor
ao Presidente da República políticas nacionais e medidas
específicas destinadas a:

I - promover o aproveitamento racional dos recursos energéticos


do País, em conformidade com os princípios enumerados no
capítulo anterior e com o disposto na legislação aplicável;

II - assegurar, em função das características regionais, o


suprimento de insumos energéticos às áreas mais remotas ou de
difícil acesso do País, submetendo as medidas específicas ao
Congresso Nacional, quando implicarem criação de subsídios;

III - rever periodicamente as matrizes energéticas aplicadas às


diversas regiões do País, considerando as fontes convencionais e
alternativas e as tecnologias disponíveis;

IV - estabelecer diretrizes para programas específicos, como os de


uso do gás natural, do álcool, do carvão e da energia
termonuclear;

V - estabelecer diretrizes para a importação e exportação, de


maneira a atender às necessidades de consumo interno de
petróleo e seus derivados, gás natural e condensado, e assegurar
o adequado funcionamento do Sistema Nacional de Estoques de
Combustíveis e o cumprimento do Plano Anual de Estoques
Estratégicos de Combustíveis, de que trata o art. 4º da Lei nº
8.176, de 8 de fevereiro de 1991.

§ 1º Para o exercício de suas atribuições, o CNPE contará com o


apoio técnico dos órgãos reguladores do setor energético.

§ 2º O CNPE será regulamentado por decreto do Presidente da


República, que determinará sua composição e a forma de seu
funcionamento.

CAPÍTULO III

Da Titularidade e do Monopólio do Petróleo e do Gás Natural

SEÇÃO I
Do Exercício do Monopólio

Art. 3º Pertencem à União os depósitos de petróleo, gás natural e


outros hidrocarbonetos fluidos existentes no território nacional,
nele compreendidos a parte terrestre, o mar territorial, a
plataforma continental e a zona econômica exclusiva.

Art. 4º Constituem monopólio da União, nos termos do art. 177


da Constituição Federal, as seguintes atividades:

I - a pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural e


outros hidrocarbonetos fluidos;

II - a refinação de petróleo nacional ou estrangeiro;

III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos


resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;

IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou


de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem como o
transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados
e de gás natural.

Art. 5º As atividades econômicas de que trata o artigo anterior


serão reguladas e fiscalizadas pela União e poderão ser exercidas,
mediante concessão ou autorização, por empresas constituídas sob
as leis brasileiras, com sede e administração no País.

SEÇÃO II

Das Definições Técnicas

Art. 6° Para os fins desta Lei e de sua regulamentação, ficam


estabelecidas as seguintes definições:

I - Petróleo: todo e qualquer hidrocarboneto líquido em seu estado


natural, a exemplo do óleo cru e condensado;

II - Gás Natural ou Gás: todo hidrocarboneto que permaneça em


estado gasoso nas condições atmosféricas normais, extraído
diretamente a partir de reservatórios petrolíferos ou gaseíferos,
incluindo gases úmidos, secos, residuais e gases raros;
III - Derivados de Petróleo: produtos decorrentes da
transformação do petróleo;

IV - Derivados Básicos: principais derivados de petróleo, referidos


no art. 177 da Constituição Federal, a serem classificados pela
Agência Nacional do Petróleo;

V - Refino ou Refinação: conjunto de processos destinados a


transformar o petróleo em derivados de petróleo;

VI - Tratamento ou Processamento de Gás Natural: conjunto de


operações destinadas a permitir o seu transporte, distribuição e
utilização;

VII - Transporte: movimentação de petróleo e seus derivados ou


gás natural em meio ou percurso considerado de interesse geral;

VIII - Transferência: movimentação de petróleo, derivados ou gás


natural em meio ou percurso considerado de interesse específico e
exclusivo do proprietário ou explorador das facilidades;

IX - Bacia Sedimentar: depressão da crosta terrestre onde se


acumulam rochas sedimentares que podem ser portadoras de
petróleo ou gás, associados ou não;

X - Reservatório ou Depósito: configuração geológica dotada de


propriedades específicas, armazenadora de petróleo ou gás,
associados ou não;

XI - Jazida: reservatório ou depósito já identificado e possível de


ser posto em produção;

XII - Prospecto: feição geológica mapeada como resultado de


estudos geofísicos e de interpretação geológica, que justificam a
perfuração de poços exploratórios para a localização de petróleo ou
gás natural;

XIII - Bloco: parte de uma bacia sedimentar, formada por um


prisma vertical de profundidade indeterminada, com superfície
poligonal definida pelas coordenadas geográficas de seus vértices,
onde são desenvolvidas atividades de exploração ou produção de
petróleo e gás natural;
XIV - Campo de Petróleo ou de Gás Natural: área produtora de
petróleo ou gás natural, a partir de um reservatório contínuo ou de
mais de um reservatório, a profundidades variáveis, abrangendo
instalações e equipamentos destinados à produção;

XV - Pesquisa ou Exploração: conjunto de operações ou atividades


destinadas a avaliar áreas, objetivando a descoberta e a
identificação de jazidas de petróleo ou gás natural;

XVI - Lavra ou Produção: conjunto de operações coordenadas de


extração de petróleo ou gás natural de uma jazida e de preparo
para sua movimentação;

XVII - Desenvolvimento: conjunto de operações e investimentos


destinados a viabilizar as atividades de produção de um campo de
petróleo ou gás;

XVIII - Descoberta Comercial: descoberta de petróleo ou gás


natural em condições que, a preços de mercado, tornem possível o
retorno dos investimentos no desenvolvimento e na produção;

XIX - Indústria do Petróleo: conjunto de atividades econômicas


relacionadas com a exploração, desenvolvimento, produção, refino,
processamento, transporte, importação e exportação de petróleo,
gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos e seus derivados;

XX - Distribuição: atividade de comercialização por atacado com a


rede varejista ou com grandes consumidores de combustíveis,
lubrificantes, asfaltos e gás liquefeito envasado, exercida por
empresas especializadas, na forma das leis e regulamentos
aplicáveis;

XXI - Revenda: atividade de venda a varejo de combustíveis,


lubrificantes e gás liquefeito envasado, exercida por postos de
serviços ou revendedores, na forma das leis e regulamentos
aplicáveis;

XXII - Distribuição de Gás Canalizado: serviços locais de


comercialização de gás canalizado, junto aos usuários finais,
explorados com exclusividade pelos Estados, diretamente ou
mediante concessão, nos termos do § 2º do art. 25 da
Constituição Federal;
XXIII - Estocagem de Gás Natural: armazenamento de gás natural
em reservatórios próprios, formações naturais ou artificiais.

CAPÍTULO IV

Da Agência Nacional do Petróleo

SEÇÃO I

Da Instituição e das Atribuições

Art. 7° Fica instituída a Agência Nacional do Petróleo - ANP,


entidade integrante da Administração Federal indireta, submetida
ao regime autárquico especial, como órgão regulador da indústria
do petróleo, vinculado ao Ministério de Minas e Energia.

Parágrafo único. A ANP terá sede e foro no Distrito Federal e


escritórios centrais na cidade do Rio de Janeiro, podendo instalar
unidades administrativas regionais.

Art. 8° A ANP terá como finalidade promover a regulação, a


contratação e a fiscalização das atividades econômicas integrantes
da indústria do petróleo, cabendo-lhe:

I - implementar, em sua esfera de atribuições, a política nacional


de petróleo e gás natural, contida na política energética nacional,
nos termos do Capítulo I desta Lei, com ênfase na garantia do
suprimento de derivados de petróleo em todo o território nacional
e na proteção dos interesses dos consumidores quanto a preço,
qualidade e oferta dos produtos;

II - promover estudos visando à delimitação de blocos, para efeito


de concessão das atividades de exploração, desenvolvimento e
produção;

III - regular a execução de serviços de geologia e geofísica


aplicados à prospecção petrolífera, visando ao levantamento de
dados técnicos, destinados à comercialização, em bases não-
exclusivas;
IV - elaborar os editais e promover as licitações para a concessão
de exploração, desenvolvimento e produção, celebrando os
contratos delas decorrentes e fiscalizando a sua execução;

V - autorizar a prática das atividades de refinação, processamento,


transporte, importação e exportação, na forma estabelecida nesta
Lei e sua regulamentação;

VI - estabelecer critérios para o cálculo de tarifas de transporte


dutoviário e arbitrar seus valores, nos casos e da forma previstos
nesta Lei;

VII - fiscalizar diretamente, ou mediante convênios com órgãos


dos Estados e do Distrito Federal, as atividades integrantes da
indústria do petróleo, bem como aplicar as sanções administrativas
e pecuniárias previstas em lei, regulamento ou contrato;

VIII - instruir processo com vistas à declaração de utilidade


pública, para fins de desapropriação e instituição de servidão
administrativa, das áreas necessárias à exploração,
desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, construção
de refinarias, de dutos e de terminais;

IX - fazer cumprir as boas práticas de conservação e uso racional


do petróleo, dos derivados e do gás natural e de preservação do
meio ambiente;

X - estimular a pesquisa e a adoção de novas tecnologias na


exploração, produção, transporte, refino e processamento;

XI - organizar e manter o acervo das informações e dados técnicos


relativos às atividades da indústria do petróleo;

XII - consolidar anualmente as informações sobre as reservas


nacionais de petróleo e gás natural transmitidas pelas empresas,
responsabilizando-se por sua divulgação;

XIII - fiscalizar o adequado funcionamento do Sistema Nacional de


Estoques de Combustíveis e o cumprimento do Plano Anual de
Estoques Estratégicos de Combustíveis, de que trata o art. 4º da
Lei nº 8.176, de 8 de fevereiro de 1991;
XIV - articular-se com os outros órgãos reguladores do setor
energético sobre matérias de interesse comum, inclusive para
efeito de apoio técnico ao CNPE;

XV - regular e autorizar as atividades relacionadas com o


abastecimento nacional de combustíveis, fiscalizando-as
diretamente ou mediante convênios com outros órgãos da União,
Estados, Distrito Federal ou Municípios.

Art. 9º Além das atribuições que lhe são conferidas no artigo


anterior, caberá à ANP exercer, a partir de sua implantação, as
atribuições do Departamento Nacional de Combustíveis - DNC,
relacionadas com as atividades de distribuição e revenda de
derivados de petróleo e álcool, observado o disposto no art. 78.

Art. 10. Quando, no exercício de suas atribuições, a ANP tomar


conhecimento de fato que configure ou possa configurar infração
da ordem econômica, deverá comunicá-lo ao Conselho
Administrativo de Defesa Econômica - CADE, para que este adote
as providências cabíveis, no âmbito da legislação pertinente.

Art. 10. Quando, no exercício de suas atribuições, a ANP tomar


conhecimento de fato que possa configurar indício de infração da
ordem econômica, deverá comunicá-lo imediatamente ao Conselho
Administrativo de Defesa Econômica - Cade e à Secretaria de
Direito Econômico do Ministério da Justiça, para que estes adotem
as providências cabíveis, no âmbito da legislação
pertinente.(Redação dada pela Lei nº 10.202, de 20.2.2001)

Parágrafo único. Independentemente da comunicação prevista no


caput deste artigo, o Conselho Administrativo de Defesa
Econômica - Cade notificará a ANP do teor da decisão que aplicar
sanção por infração da ordem econômica cometida por empresas
ou pessoas físicas no exercício de atividades relacionadas com o
abastecimento nacional de combustíveis, no prazo máximo de
vinte e quatro horas após a publicação do respectivo acórdão, para
que esta adote as providências legais de sua alçada. (Parágrafo
único inclúido pela Lei nº 10.202, de 20.2.2001)

SEÇÃO II
Da Estrutura Organizacional da Autarquia

Art. 11. A ANP será dirigida, em regime de colegiado, por uma


Diretoria composta de um Diretor-Geral e quatro Diretores.

§ 1º Integrará a estrutura organizacional da ANP um Procurador-


Geral.

§ 2º Os membros da Diretoria serão nomeados pelo Presidente da


República, após aprovação dos respectivos nomes pelo Senado
Federal, nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da
Constituição Federal.

§ 3° Os membros da Diretoria cumprirão mandatos de quatro


anos, não coincidentes, permitida a recondução, observado o
disposto no art. 75 desta Lei.

Art. 12. (VETADO)

I - (VETADO)

II - (VETADO)

III - (VETADO)

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 13. Está impedida de exercer cargo de Diretor na ANP a


pessoa que mantenha, ou haja mantido nos doze meses anteriores
à data de início do mandato, um dos seguintes vínculos com
empresa que explore qualquer das atividades integrantes da
indústria do petróleo ou de distribuição (Revogado pela Lei nº
9.986, de 18.7.2000)

I - acionista ou sócio com participação individual direta superior a


cinco por cento do capital social total ou dois por cento do capital
votante da empresa ou, ainda, um por cento do capital total da
respectiva empresa controladora;

II - administrador, sócio-gerente ou membro do Conselho Fiscal;


III - empregado, ainda que o respectivo contrato de trabalho
esteja suspenso, inclusive da empresa controladora ou de entidade
de previdência complementar custeada pelo empregador.

Parágrafo único. Está também impedida de assumir cargo de


Diretor na ANP a pessoa que exerça, ou haja exercido nos doze
meses anteriores à data de início do mandato, cargo de direção em
entidade sindical ou associação de classe, de âmbito nacional ou
regional, representativa de interesses de empresas que explorem
quaisquer das atividades integrantes da indústria do petróleo ou
de distribuição.

Art. 14. Terminado o mandato, ou uma vez exonerado do cargo, o


ex-Diretor da ANP ficará impedido, por um período de doze meses,
contados da data de sua exoneração, de prestar, direta ou
indiretamente, qualquer tipo de serviço a empresa integrante da
indústria do petróleo ou de distribuição.

§ 1° Durante o impedimento, o ex-Diretor que não tiver sido


exonerado nos termos do art. 12 poderá continuar prestando
serviço à ANP, ou a qualquer órgão da Administração Direta da
União, mediante remuneração equivalente à do cargo de direção
que exerceu.

§ 2° Incorre na prática de advocacia administrativa, sujeitando-se


às penas da lei, o ex-Diretor que violar o impedimento previsto
neste artigo.

SEÇÃO III

Das Receitas e do Acervo da Autarquia

Art. 15. Constituem receitas da ANP:

I - as dotações consignadas no Orçamento Geral da União, créditos


especiais, transferências e repasses que lhe forem conferidos;

II - parcela das participações governamentais referidas nos incisos


I e III do art. 45 desta Lei, de acordo com as necessidades
operacionais da ANP, consignadas no orçamento aprovado;
III - os recursos provenientes de convênios, acordos ou contratos
celebrados com entidades, organismos ou empresas, excetuados
os referidos no inciso anterior;

IV - as doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe


forem destinados;

V - o produto dos emolumentos, taxas e multas previstos na


legislação específica, os valores apurados na venda ou locação dos
bens móveis e imóveis de sua propriedade, bem como os
decorrentes da venda de dados e informações técnicas, inclusive
para fins de licitação, ressalvados os referidos no § 2° do art. 22
desta Lei.

Art. 16. Os recursos provenientes da participação governamental


prevista no inciso IV do art. 45, nos termos do art. 51, destinar-
se-ão ao financiamento das despesas da ANP para o exercício das
atividades que lhe são conferidas nesta Lei.

SEÇÃO IV

Do Processo Decisório

Art. 17. O processo decisório da ANP obedecerá aos princípios da


legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade.

Art. 18. As sessões deliberativas da Diretoria da ANP que se


destinem a resolver pendências entre agentes econômicos e entre
estes e consumidores e usuários de bens e serviços da indústria do
petróleo serão públicas, permitida a sua gravação por meios
eletrônicos e assegurado aos interessados o direito de delas obter
transcrições.

Art. 19. As iniciativas de projetos de lei ou de alteração de normas


administrativas que impliquem afetação de direito dos agentes
econômicos ou de consumidores e usuários de bens e serviços da
indústria do petróleo serão precedidas de audiência pública
convocada e dirigida pela ANP.

Art. 20. O regimento interno da ANP disporá sobre os


procedimentos a serem adotados para a solução de conflitos entre
agentes econômicos, e entre estes e usuários e consumidores,
com ênfase na conciliação e no arbitramento.

CAPÍTULO V

Da Exploração e da Produção

SEÇÃO I

Das Normas Gerais

Art. 21. Todos os direitos de exploração e produção de petróleo e


gás natural em território nacional, nele compreendidos a parte
terrestre, o mar territorial, a plataforma continental e a zona
econômica exclusiva, pertencem à União, cabendo sua
administração à ANP.

Art. 22. O acervo técnico constituído pelos dados e informações


sobre as bacias sedimentares brasileiras é também considerado
parte integrante dos recursos petrolíferos nacionais, cabendo à
ANP sua coleta, manutenção e administração.

§ 1° A Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRÁS transferirá para a ANP


as informações e dados de que dispuser sobre as bacias
sedimentares brasileiras, assim como sobre as atividades de
pesquisa, exploração e produção de petróleo ou gás natural,
desenvolvidas em função da exclusividade do exercício do
monopólio até a publicação desta Lei.

§ 2° A ANP estabelecerá critérios para remuneração à PETROBRÁS


pelos dados e informações referidos no parágrafo anterior e que
venham a ser utilizados pelas partes interessadas, com fiel
observância ao disposto no art. 117 da Lei nº 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, com as alterações procedidas pela Lei nº
9.457, de 5 de maio de 1997.

Art. 23. As atividades de exploração, desenvolvimento e produção


de petróleo e de gás natural serão exercidas mediante contratos
de concessão, precedidos de licitação, na forma estabelecida nesta
Lei.
Parágrafo único. A ANP definirá os blocos a serem objeto de
contratos de concessão.

Art. 24. Os contratos de concessão deverão prever duas fases: a


de exploração e a de produção.

§ 1º Incluem-se na fase de exploração as atividades de avaliação


de eventual descoberta de petróleo ou gás natural, para
determinação de sua comercialidade.

§ 2º A fase de produção incluirá também as atividades de


desenvolvimento.

Art. 25. Somente poderão obter concessão para a exploração e


produção de petróleo ou gás natural as empresas que atendam
aos requisitos técnicos, econômicos e jurídicos estabelecidos pela
ANP.

Art. 26. A concessão implica, para o concessionário, a obrigação


de explorar, por sua conta e risco e, em caso de êxito, produzir
petróleo ou gás natural em determinado bloco, conferindo-lhe a
propriedade desses bens, após extraídos, com os encargos
relativos ao pagamento dos tributos incidentes e das participações
legais ou contratuais correspondentes.

§ 1° Em caso de êxito na exploração, o concessionário submeterá


à aprovação da ANP os planos e projetos de desenvolvimento e
produção.

§ 2° A ANP emitirá seu parecer sobre os planos e projetos


referidos no parágrafo anterior no prazo máximo de cento e
oitenta dias.

§ 3° Decorrido o prazo estipulado no parágrafo anterior sem que


haja manifestação da ANP, os planos e projetos considerar-se-ão
automaticamente aprovados.

Art. 27. Quando se tratar de campos que se estendam por blocos


vizinhos, onde atuem concessionários distintos, deverão eles
celebrar acordo para a individualização da produção.
Parágrafo único. Não chegando as partes a acordo, em prazo
máximo fixado pela ANP, caberá a esta determinar, com base em
laudo arbitral, como serão eqüitativamente apropriados os direitos
e obrigações sobre os blocos, com base nos princípios gerais de
Direito aplicáveis.

Art. 28. As concessões extinguir-se-ão:

I - pelo vencimento do prazo contratual;

II - por acordo entre as partes;

III - pelos motivos de rescisão previstos em contrato;

IV - ao término da fase de exploração, sem que tenha sido feita


qualquer descoberta comercial, conforme definido no contrato;

V - no decorrer da fase de exploração, se o concessionário exercer


a opção de desistência e de devolução das áreas em que, a seu
critério, não se justifiquem investimentos em desenvolvimento.

§ 1° A devolução de áreas, assim como a reversão de bens, não


implicará ônus de qualquer natureza para a União ou para a ANP,
nem conferirá ao concessionário qualquer direito de indenização
pelos serviços, poços, imóveis e bens reversíveis, os quais
passarão à propriedade da União e à administração da ANP, na
forma prevista no inciso VI do art. 43.

§ 2° Em qualquer caso de extinção da concessão, o concessionário


fará, por sua conta exclusiva, a remoção dos equipamentos e bens
que não sejam objeto de reversão, ficando obrigado a reparar ou
indenizar os danos decorrentes de suas atividades e praticar os
atos de recuperação ambiental determinados pelos órgãos
competentes.

Art. 29. É permitida a transferência do contrato de concessão,


preservando-se seu objeto e as condições contratuais, desde que o
novo concessionário atenda aos requisitos técnicos, econômicos e
jurídicos estabelecidos pela ANP, conforme o previsto no art. 25.

Parágrafo único. A transferência do contrato só poderá ocorrer


mediante prévia e expressa autorização da ANP.
Art. 30. O contrato para exploração, desenvolvimento e produção
de petróleo ou gás natural não se estende a nenhum outro recurso
natural, ficando o concessionário obrigado a informar a sua
descoberta, prontamente e em caráter exclusivo, à ANP.

SEÇÃO II

Das Normas Específicas para as Atividades em Curso

Art. 31. A PETROBRÁS submeterá à ANP, no prazo de três meses


da publicação desta Lei, seu programa de exploração,
desenvolvimento e produção, com informações e dados que
propiciem:

I - o conhecimento das atividades de produção em cada campo,


cuja demarcação poderá incluir uma área de segurança técnica;

II - o conhecimento das atividades de exploração e


desenvolvimento, registrando, neste caso, os custos incorridos, os
investimentos realizados e o cronograma dos investimentos a
realizar, em cada bloco onde tenha definido prospectos.

Art. 32. A PETROBRÁS terá ratificados seus direitos sobre cada


um dos campos que se encontrem em efetiva produção na data de
inicío de vigência desta Lei.

Art. 33. Nos blocos em que, quando do início da vigência desta


Lei, tenha a PETROBRÁS realizado descobertas comerciais ou
promovido investimentos na exploração, poderá ela, observada
sua capacidade de investir, inclusive por meio de financiamentos,
prosseguir nos trabalhos de exploração e desenvolvimento pelo
prazo de três anos e, nos casos de êxito, prosseguir nas atividades
de produção.

Parágrafo único. Cabe à ANP, após a avaliação da capacitação


financeira da PETROBRÁS e dos dados e informações de que trata
o art. 31, aprovar os blocos em que os trabalhos referidos neste
artigo terão continuidade.

Art. 34. Cumprido o disposto no art. 31 e dentro do prazo de um


ano a partir da data de publicação desta Lei, a ANP celebrará com
a PETROBRÁS, dispensada a licitação prevista no art. 23, contratos
de concessão dos blocos que atendam às condições estipuladas
nos arts. 32 e 33, definindo-se, em cada um desses contratos, as
participações devidas, nos termos estabelecidos na Seção VI.

Parágrafo único. Os contratos de concessão referidos neste artigo


serão regidos, no que couber, pelas normas gerais estabelecidas
na Seção anterior e obedecerão ao disposto na Seção V deste
Capítulo.

Art. 35. Os blocos não contemplados pelos contratos de concessão


mencionados no artigo anterior e aqueles em que tenha havido
insucesso nos trabalhos de exploração, ou não tenham sido
ajustados com a ANP, dentro dos prazos estipulados, serão objeto
de licitação pela ANP para a outorga de novos contratos de
concessão, regidos pelas normas gerais estabelecidas na Seção
anterior.

SEÇÃO III

Do Edital de Licitação

Art. 36. A licitação para outorga dos contratos de concessão


referidos no art. 23 obedecerá ao disposto nesta Lei, na
regulamentação a ser expedida pela ANP e no respectivo edital.

Art. 37. O edital da licitação será acompanhado da minuta básica


do respectivo contrato e indicará, obrigatoriamente:

I - o bloco objeto da concessão, o prazo estimado para a duração


da fase de exploração, os investimentos e programas exploratórios
mínimos;

II - os requisitos exigidos dos concorrentes, nos termos do art. 25,


e os critérios de pré-qualificação, quando este procedimento for
adotado;

III - as participações governamentais mínimas, na forma do


disposto no art. 45, e a participação dos superficiários prevista no
art. 52;

IV - a relação de documentos exigidos e os critérios a serem


seguidos para aferição da capacidade técnica, da idoneidade
financeira e da regularidade jurídica dos interessados, bem como
para o julgamento técnico e econômico-financeiro da proposta;

V - a expressa indicação de que caberá ao concessionário o


pagamento das indenizações devidas por desapropriações ou
servidões necessárias ao cumprimento do contrato;

VI - o prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos


interessados, os dados, estudos e demais elementos e informações
necessários à elaboração das propostas, bem como o custo de sua
aquisição.

Parágrafo único. O prazo de duração da fase de exploração,


referido no inciso I deste artigo, será estimado pela ANP, em
função do nível de informações disponíveis, das características e
da localização de cada bloco.

Art. 38. Quando permitida a participação de empresas em


consórcio, o edital conterá as seguintes exigências:

I - comprovação de compromisso, público ou particular, de


constituição do consórcio, subscrito pelas consorciadas;

II - indicação da empresa líder, responsável pelo consórcio e pela


condução das operações, sem prejuízo da responsabilidade
solidária das demais consorciadas;

III - apresentação, por parte de cada uma das empresas


consorciadas, dos documentos exigidos para efeito de avaliação da
qualificação técnica e econômico-financeira do consórcio;

IV - proibição de participação de uma mesma empresa em outro


consórcio, ou isoladamente, na licitação de um mesmo bloco;

V - outorga de concessão ao consórcio vencedor da licitação


condicionada ao registro do instrumento constitutivo do consórcio,
na forma do disposto no parágrafo único do art. 279 da Lei n°
6.404, de 15 de dezembro de 1976.

Art. 39. O edital conterá a exigência de que a empresa


estrangeira que concorrer isoladamente ou em consórcio deverá
apresentar, juntamente com sua proposta e em envelope
separado:

I - prova de capacidade técnica, idoneidade financeira e


regularidade jurídica e fiscal, nos termos da regulamentação a ser
editada pela ANP;

II - inteiro teor dos atos constitutivos e prova de encontrar-se


organizada e em funcionamento regular, conforme a lei de seu
país;

III - designação de um representante legal junto à ANP, com


poderes especiais para a prática de atos e assunção de
responsabilidades relativamente à licitação e à proposta
apresentada;

IV - compromisso de, caso vencedora, constituir empresa segundo


as leis brasileiras, com sede e administração no Brasil.

Parágrafo único. A assinatura do contrato de concessão ficará


condicionada ao efetivo cumprimento do compromisso assumido
de acordo com o inciso IV deste artigo.

SEÇÃO IV

Do Julgamento da Licitação

Art. 40. O julgamento da licitação identificará a proposta mais


vantajosa, segundo critérios objetivos, estabelecidos no
instrumento convocatório, com fiel observância dos princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e igualdade
entre os concorrentes.

Art. 41. No julgamento da licitação, além de outros critérios que o


edital expressamente estipular, serão levados em conta:

I - o programa geral de trabalho, as propostas para as atividades


de exploração, os prazos, os volumes mínimos de investimentos e
os cronogramas físico-financeiros;

II - as participações governamentais referidas no art. 45.


Art. 42. Em caso de empate, a licitação será decidida em favor da
PETROBRÁS, quando esta concorrer não consorciada com outras
empresas.

SEÇÃO V

Do Contrato de Concessão

Art. 43. O contrato de concessão deverá refletir fielmente as


condições do edital e da proposta vencedora e terá como cláusulas
essenciais:

I - a definição do bloco objeto da concessão;

II - o prazo de duração da fase de exploração e as condições para


sua prorrogação;

III - o programa de trabalho e o volume do investimento previsto;

IV - as obrigações do concessionário quanto às participações,


conforme o disposto na Seção VI;

V - a indicação das garantias a serem prestadas pelo


concessionário quanto ao cumprimento do contrato, inclusive
quanto à realização dos investimentos ajustados para cada fase;

VI - a especificação das regras sobre devolução e desocupação de


áreas, inclusive retirada de equipamentos e instalações, e reversão
de bens;

VII - os procedimentos para acompanhamento e fiscalização das


atividades de exploração, desenvolvimento e produção, e para
auditoria do contrato;

VIII - a obrigatoriedade de o concessionário fornecer à ANP


relatórios, dados e informações relativos às atividades
desenvolvidas;

IX - os procedimentos relacionados com a transferência do


contrato, conforme o disposto no art. 29;
X - as regras sobre solução de controvérsias, relacionadas com o
contrato e sua execução, inclusive a conciliação e a arbitragem
internacional;

XI - os casos de rescisão e extinção do contrato;

XII - as penalidades aplicáveis na hipótese de descumprimento


pelo concessionário das obrigações contratuais.

Parágrafo único. As condições contratuais para prorrogação do


prazo de exploração, referidas no inciso II deste artigo, serão
estabelecidas de modo a assegurar a devolução de um percentual
do bloco, a critério da ANP, e o aumento do valor do pagamento
pela ocupação da área, conforme disposto no parágrafo único do
art. 51.

Art. 44. O contrato estabelecerá que o concessionário estará


obrigado a:

I - adotar, em todas as suas operações, as medidas necessárias


para a conservação dos reservatórios e de outros recursos
naturais, para a segurança das pessoas e dos equipamentos e para
a proteção do meio ambiente;

II - comunicar à ANP, imediatamente, a descoberta de qualquer


jazida de petróleo, gás natural ou outros hidrocarbonetos ou de
outros minerais;

III - realizar a avaliação da descoberta nos termos do programa


submetido à ANP, apresentando relatório de comercialidade e
declarando seu interesse no desenvolvimento do campo;

IV - submeter à ANP o plano de desenvolvimento de campo


declarado comercial, contendo o cronograma e a estimativa de
investimento;

V - responsabilizar-se civilmente pelos atos de seus prepostos e


indenizar todos e quaisquer danos decorrentes das atividades de
exploração, desenvolvimento e produção contratadas, devendo
ressarcir à ANP ou à União os ônus que venham a suportar em
conseqüência de eventuais demandas motivadas por atos de
responsabilidade do concessionário;
VI - adotar as melhores práticas da indústria internacional do
petróleo e obedecer às normas e procedimentos técnicos e
científicos pertinentes, inclusive quanto às técnicas apropriadas de
recuperação, objetivando a racionalização da produção e o controle
do declínio das reservas.

SEÇÃO VI

Das Participações

Art. 45. O contrato de concessão disporá sobre as seguintes


participações governamentais, previstas no edital de licitação:

I - bônus de assinatura;

II - royalties;

III - participação especial;

IV - pagamento pela ocupação ou retenção de área.

§ 1º As participações governamentais constantes dos incisos II e


IV serão obrigatórias.

§ 2º As receitas provenientes das participações governamentais


definidas no caput, alocadas para órgãos da administração pública
federal, de acordo com o disposto nesta Lei, serão mantidas na
Conta Única do Governo Federal, enquanto não forem destinadas
para as respectivas programações.

§ 3º O superávit financeiro dos órgãos da administração pública


federal referidos no parágrafo anterior, apurado em balanço de
cada exercício financeiro, será transferido ao Tesouro Nacional.

Art. 46. O bônus de assinatura terá seu valor mínimo estabelecido


no edital e corresponderá ao pagamento ofertado na proposta para
obtenção da concessão, devendo ser pago no ato da assinatura do
contrato.

Art. 47. Os royalties serão pagos mensalmente, em moeda


nacional, a partir da data de início da produção comercial de cada
campo, em montante correspondente a dez por cento da produção
de petróleo ou gás natural.

§ 1º Tendo em conta os riscos geológicos, as expectativas de


produção e outros fatores pertinentes, a ANP poderá prever, no
edital de licitação correspondente, a redução do valor dos royalties
estabelecido no caput deste artigo para um montante
correspondente a, no mínimo, cinco por cento da produção.

§ 2º Os critérios para o cálculo do valor dos royalties serão


estabelecidos por decreto do Presidente da República, em função
dos preços de mercado do petróleo, gás natural ou condensado,
das especificações do produto e da localização do campo.

§ 3º A queima de gás em flares, em prejuízo de sua


comercialização, e a perda de produto ocorrida sob a
responsabilidade do concessionário serão incluídas no volume total
da produção a ser computada para cálculo dos royalties devidos.

Art. 48. A parcela do valor do royalty, previsto no contrato de


concessão, que representar cinco por cento da produção,
correspondente ao montante mínimo referido no § 1º do artigo
anterior, será distribuída segundo os critérios estipulados pela Lei
nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.

Art. 49. A parcela do valor do royalty que exceder a cinco por


cento da produção terá a seguinte distribuição:

I - quando a lavra ocorrer em terra ou em lagos, rios, ilhas fluviais


e lacustres:

a) cinqüenta e dois inteiros e cinco décimos por cento aos Estados


onde ocorrer a produção;

b) quinze por cento aos Municípios onde ocorrer a produção;

c) sete inteiros e cinco décimos por cento aos Municípios que


sejam afetados pelas operações de embarque e desembarque de
petróleo e gás natural, na forma e critério estabelecidos pela ANP;
d) vinte e cinco por cento ao Ministério da Ciência e Tecnologia
para financiar programas de amparo à pesquisa científica e ao
desenvolvimento tecnológico aplicados à indústria do petróleo;

II - quando a lavra ocorrer na plataforma continental:

a) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento aos Estados


produtores confrontantes;

b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento aos Municípios


produtores confrontantes;

c) quinze por cento ao Ministério da Marinha, para atender aos


encargos de fiscalização e proteção das áreas de produção;

d) sete inteiros e cinco décimos por cento aos Municípios que


sejam afetados pelas operações de embarque e desembarque de
petróleo e gás natural, na forma e critério estabelecidos pela ANP;

e) sete inteiros e cinco décimos por cento para constituição de um


Fundo Especial, a ser distribuído entre todos os Estados, Territórios
e Municípios;

f) vinte e cinco por cento ao Ministério da Ciência e Tecnologia,


para financiar programas de amparo à pesquisa científica e ao
desenvolvimento tecnológico aplicados à indústria do petróleo.

§ 1° Do total de recursos destinados ao Ministério da Ciência e


Tecnologia, serão aplicados no mínimo quarenta por cento em
programas de fomento à capacitação e ao desenvolvimento
científico e tecnológico nas regiões Norte e Nordeste.

§ 2° O Ministério da Ciência e Tecnologia administrará os


programas de amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento
tecnológico previstos no caput deste artigo, com o apoio técnico da
ANP, no cumprimento do disposto no inciso X do art. 8º, e
mediante convênios com as universidades e os centros de pesquisa
do País, segundo normas a serem definidas em decreto do
Presidente da República.

Art. 50. O edital e o contrato estabelecerão que, nos casos de


grande volume de produção, ou de grande rentabilidade, haverá o
pagamento de uma participação especial, a ser regulamentada em
decreto do Presidente da República.

§ 1º A participação especial será aplicada sobre a receita bruta da


produção, deduzidos os royalties, os investimentos na exploração,
os custos operacionais, a depreciação e os tributos previstos na
legislação em vigor.

§ 2º Os recursos da participação especial serão distribuídos na


seguinte proporção:

I - quarenta por cento ao Ministério de Minas e Energia, para o


financiamento de estudos e serviços de geologia e geofísica
aplicados à prospecção de petróleo e gás natural, a serem
promovidos pela ANP, nos termos dos incisos II e III do art. 8°;

II - dez por cento ao Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos


Hídricos e da Amazônia Legal, destinados ao desenvolvimento de
estudos e projetos relacionados com a preservação do meio
ambiente e recuperação de danos ambientais causados pelas
atividades da indústria do petróleo;

III - quarenta por cento para o Estado onde ocorrer a produção em


terra, ou confrontante com a plataforma continental onde se
realizar a produção;

IV - dez por cento para o Município onde ocorrer a produção em


terra, ou confrontante com a plataforma continental onde se
realizar a produção.

§ 3° Os estudos a que se refere o inciso II do parágrafo anterior


serão desenvolvidos pelo Ministério do Meio Ambiente, dos
Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, com o apoio técnico da
ANP, no cumprimento do disposto no inciso IX do art. 8°.

Art. 51. O edital e o contrato disporão sobre o pagamento pela


ocupação ou retenção de área, a ser feito anualmente, fixado por
quilômetro quadrado ou fração da superfície do bloco, na forma da
regulamentação por decreto do Presidente da República.
Parágrafo único. O valor do pagamento pela ocupação ou retenção
de área será aumentado em percentual a ser estabelecido pela
ANP, sempre que houver prorrogação do prazo de exploração.

Art. 52. Constará também do contrato de concessão de bloco


localizado em terra cláusula que determine o pagamento aos
proprietários da terra de participação equivalente, em moeda
corrente, a um percentual variável entre cinco décimos por cento e
um por cento da produção de petróleo ou gás natural, a critério da
ANP.

Parágrafo único. A participação a que se refere este artigo será


distribuída na proporção da produção realizada nas propriedades
regularmente demarcadas na superfície do bloco.

CAPÍTULO VI

Do Refino de Petróleo e do Processamento de Gás Natural

Art. 53. Qualquer empresa ou consórcio de empresas que atenda


ao disposto no art. 5° poderá submeter à ANP proposta,
acompanhada do respectivo projeto, para a construção e operação
de refinarias e de unidades de processamento e de estocagem de
gás natural, bem como para a ampliação de sua capacidade.

§ 1º A ANP estabelecerá os requisitos técnicos, econômicos e


jurídicos a serem atendidos pelos proponentes e as exigências de
projeto quanto à proteção ambiental e à segurança industrial e das
populações.

§ 2º Atendido o disposto no parágrafo anterior, a ANP outorgará a


autorização a que se refere o inciso V do art. 8º, definindo seu
objeto e sua titularidade.

Art. 54. É permitida a transferência da titularidade da autorização,


mediante prévia e expressa aprovação pela ANP, desde que o novo
titular satisfaça os requisitos expressos no § 1º do artigo anterior.

Art. 55. No prazo de cento e oitenta dias, a partir da publicação


desta Lei, a ANP expedirá as autorizações relativas às refinarias e
unidades de processamento de gás natural existentes, ratificando
sua titularidade e seus direitos.
Parágrafo único. As autorizações referidas neste artigo obedecerão
ao disposto no art. 53 quanto à transferência da titularidade e à
ampliação da capacidade das instalações.

CAPÍTULO VII

Do Transporte de Petróleo, seus Derivados e Gás Natural

Art. 56. Observadas as disposições das leis pertinentes, qualquer


empresa ou consórcio de empresas que atender ao disposto no
art. 5° poderá receber autorização da ANP para construir
instalações e efetuar qualquer modalidade de transporte de
petróleo, seus derivados e gás natural, seja para suprimento
interno ou para importação e exportação.

Parágrafo único. A ANP baixará normas sobre a habilitação dos


interessados e as condições para a autorização e para
transferência de sua titularidade, observado o atendimento aos
requisitos de proteção ambiental e segurança de tráfego.

Art. 57. No prazo de cento e oitenta dias, a partir da publicação


desta Lei, a PETROBRÁS e as demais empresas proprietárias de
equipamentos e instalações de transporte marítimo e dutoviário
receberão da ANP as respectivas autorizações, ratificando sua
titularidade e seus direitos.

Parágrafo único. As autorizações referidas neste artigo observarão


as normas de que trata o parágrafo único do artigo anterior,
quanto à transferência da titularidade e à ampliação da capacidade
das instalações.

Art. 58. Facultar-se-á a qualquer interessado o uso dos dutos de


transporte e dos terminais marítimos existentes ou a serem
construídos, mediante remuneração adequada ao titular das
instalações.

§ 1º A ANP fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração


adequada, caso não haja acordo entre as partes, cabendo-lhe
também verificar se o valor acordado é compatível com o mercado.

§ 2º A ANP regulará a preferência a ser atribuída ao proprietário


das instalações para movimentação de seus próprios produtos,
com o objetivo de promover a máxima utilização da capacidade de
transporte pelos meios disponíveis.

Art. 59. Os dutos de transferência serão reclassificados pela ANP


como dutos de transporte, caso haja comprovado interesse de
terceiros em sua utilização, observadas as disposições aplicáveis
deste Capítulo.

CAPÍTULO VIII

Da Importação e Exportação de Petróleo, seus Derivados e


Gás Natural

Art. 60. Qualquer empresa ou consórcio de empresas que atender


ao disposto no art. 5° poderá receber autorização da ANP para
exercer a atividade de importação e exportação de petróleo e seus
derivados, de gás natural e condensado.

Parágrafo único. O exercício da atividade referida no caput deste


artigo observará as diretrizes do CNPE, em particular as
relacionadas com o cumprimento das disposições do art. 4° da Lei
n° 8.176, de 8 de fevereiro de 1991, e obedecerá às demais
normas legais e regulamentares pertinentes.

CAPÍTULO IX

Da Petrobrás

Art. 61. A Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRÁS é uma sociedade


de economia mista vinculada ao Ministério de Minas e Energia, que
tem como objeto a pesquisa, a lavra, a refinação, o
processamento, o comércio e o transporte de petróleo proveniente
de poço, de xisto ou de outras rochas, de seus derivados, de gás
natural e de outros hidrocarbonetos fluidos, bem como quaisquer
outras atividades correlatas ou afins, conforme definidas em lei.

§ 1º As atividades econômicas referidas neste artigo serão


desenvolvidas pela PETROBRÁS em caráter de livre competição
com outras empresas, em função das condições de mercado,
observados o período de transição previsto no Capítulo X e os
demais princípios e diretrizes desta Lei.
§ 2° A PETROBRÁS, diretamente ou por intermédio de suas
subsidiárias, associada ou não a terceiros, poderá exercer, fora do
território nacional, qualquer uma das atividades integrantes de seu
objeto social.

Art. 62. A União manterá o controle acionário da PETROBRÁS com


a propriedade e posse de, no mínimo, cinqüenta por cento das
ações, mais uma ação, do capital votante.

Parágrafo único. O capital social da PETROBRÁS é dividido em


ações ordinárias, com direito de voto, e ações preferenciais, estas
sempre sem direito de voto, todas escriturais, na forma do art. 34
da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

Art. 63. A PETROBRÁS e suas subsidiárias ficam autorizadas a


formar consórcios com empresas nacionais ou estrangeiras, na
condição ou não de empresa líder, objetivando expandir atividades,
reunir tecnologias e ampliar investimentos aplicados à indústria do
petróleo.

Art. 64. Para o estrito cumprimento de atividades de seu objeto


social que integrem a indústria do petróleo, fica a PETROBRÁS
autorizada a constituir subsidiárias, as quais poderão associar-se,
majoritária ou minoritariamente, a outras empresas.

Art. 65. A PETROBRÁS deverá constituir uma subsidiária com


atribuições específicas de operar e construir seus dutos, terminais
marítimos e embarcações para transporte de petróleo, seus
derivados e gás natural, ficando facultado a essa subsidiária
associar-se, majoritária ou minoritariamente, a outras empresas.

Art. 66. A PETROBRÁS poderá transferir para seus ativos os títulos


e valores recebidos por qualquer subsidiária, em decorrência do
Programa Nacional de Desestatização, mediante apropriada
redução de sua participação no capital social da subsidiária.

Art. 67. Os contratos celebrados pela PETROBRÁS, para aquisição


de bens e serviços, serão precedidos de procedimento licitatório
simplificado, a ser definido em decreto do Presidente da República.

Art. 68. Com o objetivo de compor suas propostas para participar


das licitações que precedem as concessões de que trata esta Lei, a
PETROBRÁS poderá assinar pré-contratos, mediante a expedição
de cartas-convites, assegurando preços e compromissos de
fornecimento de bens e serviços.

Parágrafo único. Os pré-contratos conterão cláusula resolutiva de


pleno direito, a ser exercida, sem penalidade ou indenização, no
caso de outro licitante ser declarado vencedor, e serão submetidos,
a posteriori, à apreciação dos órgãos de controle externo e
fiscalização.

CAPÍTULO X

Das Disposições Finais e Transitórias

SEÇÃO I

Do Período de Transição

Art. 69. Durante um período de transição de, no máximo, trinta e


seis meses, contados a partir da publicação desta Lei, os reajustes
e revisões dos preços dos derivados básicos de petróleo e do gás
natural, praticados pelas refinarias e pelas unidades de
processamento, serão efetuados segundo diretrizes e parâmetros
específicos estabelecidos, em ato conjunto, pelos Ministros de
Estado da Fazenda e de Minas e Energia.

Art. 69. Durante o período de transição, que se estenderá, no


máximo, até o dia 31 de dezembro de 2001, os reajustes e
revisões de preços dos derivados básicos de petróleo e gás
natural, praticados pelas unidades produtoras ou de
processamento, serão efetuados segundo diretrizes e parâmetros
específicos estabelecidos, em ato conjunto, pelos Ministros de
Estado da Fazenda e de Minas e Energia." (Redação dada pela Lei
nº 9.990, 21.7.2000) (Vide Lei 10.453, de .13.52002)

Art. 70. Durante o período de transição de que trata o artigo


anterior, a ANP estabelecerá critérios para as importações de
petróleo, de seus derivados básicos e de gás natural, os quais
serão compatíveis com os critérios de desregulamentação de
preços, previstos no mesmo dispositivo.
Art. 71. Os derivados de petróleo e de gás natural que constituam
insumos para a indústria petroquímica terão o tratamento previsto
nos arts. 69 e 70, objetivando a competitividade do setor.

Art. 72. Durante o prazo de cinco anos, contados a partir da data


de publicação desta Lei, a União assegurará, por intermédio da
ANP, às refinarias em funcionamento no país, excluídas do
monopólio da União, nos termos do art. 45 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, condições operacionais e econômicas,
com base nos critérios em vigor, aplicados à atividade de refino.

Parágrafo único. No prazo previsto neste artigo, observar-


se-á o seguinte:

I - (VETADO)

II - as refinarias se obrigam a submeter à ANP plano de


investimentos na modernização tecnológica e na expansão da
produtividade de seus respectivos parques de refino, com vistas ao
aumento da produção e à conseqüente redução dos subsídios a
elas concedidos;

III - a ANP avaliará, periodicamente, o grau de competitividade


das refinarias, a realização dos respectivos planos de
investimentos e a conseqüente redução dos subsídios relativos a
cada uma delas.

Art. 73. Até que se esgote o período de transição estabelecido no


art. 69, os preços dos derivados básicos praticados pela
PETROBRÁS poderão considerar os encargos resultantes de
subsídios incidentes sobre as atividades por ela desenvolvidas.

Parágrafo único. À exceção das condições e do prazo estabelecidos


no artigo anterior, qualquer subsídio incidente sobre os preços dos
derivados básicos, transcorrido o período previsto no art. 69,
deverá ser proposto pelo CNPE e submetido à aprovação do
Congresso Nacional, nos termos do inciso II do art. 2°.

Art. 74. A Secretaria do Tesouro Nacional procederá ao


levantamento completo de todos os créditos e débitos recíprocos
da União e da PETROBRÁS, abrangendo as diversas contas de
obrigações recíprocas e subsídios, inclusive os relativos à
denominada Conta Petróleo, Derivados e Álcool, instituída pela Lei
nº 4.452, de 5 de novembro de 1964, e legislação complementar,
ressarcindo-se o Tesouro dos dividendos mínimos legais que
tiverem sido pagos a menos desde a promulgação da Lei nº 6.404,
de 15 de dezembro de 1976. (Vide Lei nº 10.742, de 6.10.2003)

Parágrafo único. Até que se esgote o período de transição, o saldo


credor desse encontro de contas deverá ser liquidado pela parte
devedora, ficando facultado à União, caso seja a devedora, liquidá-
lo em títulos do Tesouro Nacional.

SEÇÃO II

Das Disposições Finais

Art. 75. Na composição da primeira Diretoria da ANP, visando


implementar a transição para o sistema de mandatos não
coincidentes, o Diretor-Geral e dois Diretores serão nomeados pelo
Presidente da República, por indicação do Ministro de Estado de
Minas e Energia, respectivamente com mandatos de três, dois e
um ano, e dois Diretores serão nomeados conforme o disposto nos
§§ 2º e 3° do art. 11.

Art. 76. A ANP poderá contratar especialistas para a execução de


trabalhos nas áreas técnica, econômica e jurídica, por projetos ou
prazos limitados, com dispensa de licitação nos casos previstos na
legislação aplicável.

Parágrafo único. Fica a ANP autorizada a efetuar a contratação


temporária, por prazo não excedente a trinta e seis meses, nos
termos do art. 37 da Constituição Federal, do pessoal técnico
imprescindível à implantação de suas atividades.

Art. 77. O Poder Executivo promoverá a instalação do CNPE e


implantará a ANP, mediante a aprovação de sua estrutura
regimental, em até cento e vinte dias, contados a partir da data de
publicação desta Lei.

§ 1º A estrutura regimental da ANP incluirá os cargos em comissão


e funções gratificadas existentes no DNC.

§ 2º (VETADO)
§ 3º Enquanto não implantada a ANP, as competências a ela
atribuídas por esta Lei serão exercidas pelo Ministro de Estado de
Minas e Energia.

Art. 78. Implantada a ANP, ficará extinto o DNC.

Parágrafo único. Serão transferidos para a ANP o acervo técnico-


patrimonial, as obrigações, os direitos e as receitas do DNC.

Art. 79. Fica o Poder Executivo autorizado a remanejar, transferir


ou utilizar os saldos orçamentários do Ministério de Minas e
Energia, para atender às despesas de estruturação e manutenção
da ANP, utilizando como recursos as dotações orçamentárias
destinadas às atividades finalísticas e administrativas, observados
os mesmos subprojetos, subatividades e grupos de despesa
previstos na Lei Orçamentária em vigor.

Art. 80. As disposições desta Lei não afetam direitos anteriores de


terceiros, adquiridos mediante contratos celebrados com a
PETROBRÁS, em conformidade com as leis em vigor, e não
invalidam os atos praticados pela PETROBRÁS e suas subsidiárias,
de acordo com seus estatutos, os quais serão ajustados, no que
couber, a esta Lei.

Art. 81. Não se incluem nas regras desta Lei os equipamentos e


instalações destinados a execução de serviços locais de
distribuição de gás canalizado, a que se refere o § 2º do art. 25 da
Constituição Federal.

Art. 82. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 83. Revogam-se as disposições em contrário, inclusive a Lei


nº 2.004, de 3 de outubro de 1953.

Brasília, 6 de agosto de 1997; 176º da Independência e


109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Iris Rezende
Raimundo Brito
Luiz Carlos Bresser Pereira
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 7.8.1997
Licenciamento Ambiental - Licenças, Exigências e
Autorizações
O processo de licenciamento ambiental das atividades de exploração e produção de petróleo e g
natural engloba as seguintes licenças exigências e autorizações:

- Licença prévia de perfuração – LPper: Para sua concessão é exigid


elaboração do Relatório de Controle Ambiental – RCA e após a aprovação do RC
autorizada a atividade de perfuração;

- Licença prévia de produção para pesquisa – LPpro: Para sua concessã


exigida a elaboração do Estudo de Viabilidade Ambiental – EVA e, após a aprova
do EVA é autorizada a atividade de produção para pesquisa da viabilid
econômica da jazida;

- Licença de instalação – LI: Para sua concessão é exigida a elaboração do Est


de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental e apó
aprovação do Estudo de Impacto Ambiental – EIA com a respectiva realização
Audiência Pública é autorizada a instalação de novos empreendimentos de produ
e escoamento ou, para sua concessão é exigida a elaboração do Relatório
Avaliação Ambiental – RAA e após a aprovação do RAA são autorizadas no
instalações de produção e escoamento onde já se encontra implantada a atividad

- Licença de operação – LO para atividade de exploração e produção maríti


Para sua concessão é exigida a elaboração do Projeto de Controle Ambiental – PC
após a aprovação do PCA é autorizado o início da operação de produção.

- Licença de Operação – LO para atividade sísmica: Para sua concessão é exi


a elaboração do Estudo Ambiental – EA e após a aprovação do EA é autorizad
atividade de levantamento de dados sísmicos marítimos.

O órgão ambiental fixará as condicionantes das licenças supracitadas. As licen


são compostas por dois grupos de condicionantes: (i) as condicionantes gerais,
compreendem o conjunto de exigências legais relacionadas ao licenciame
ambiental, e (ii) as condicionantes específicas, que compreendem um conjunto
restrições e exigências técnicas associadas, particularmente, à atividade que
sendo licenciada.

A validade da licença ambiental está condicionada ao cumprimento das condiciona


discriminadas na mesma, que deverão ser atendidas dentro dos respectivos prazos estabelecid
nos demais anexos constantes do processo que, embora não estejam transcritos no corp
licença, são partes integrantes da mesma.

Cabe salientar que a língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativ


Petróleo

O petróleo é uma substância oleosa, inflamável, menos densa que


a água, com cheiro característico e de cor variando entre o negro e
o castanho escuro.

Embora objeto de muitas discussões no passado, hoje tem-se


como certa a sua origem orgânica, sendo uma combinação de
moléculas de carbono e hidrogênio.

Admite-se que esta origem esteja ligada à decomposição dos seres


que compõem o plâncton - organismos em suspensão nas águas
doces ou salgadas tais como protozoários, celenterados e outros -
causada pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias.

Estes seres decompostos foram, ao longo de milhões de anos, se


acumulando no fundo dos mares e dos lagos, sendo pressionados
pelos movimentos da crosta terrestre e transformaram-se na
substância oleosa que é o petróleo.Ao contrário do que se pensa, o
petróleo não permanece na rocha que foi gerado - a rocha matriz -
mas desloca-se até encontrar um terreno apropriado para se
concentrar.

Estes terrenos são denominados bacias sedimentares, formadas


por camadas ou lençóis porosos de areia, arenitos ou calcários. O
petróleo aloja-se ali, ocupando os poros rochosos como forma
"lagos". Ele acumula-se, formando jazidas. Ali são encontrados o
gás natural, na parte mais alta, e petróleo e água nas mais baixas.

Fonte: Petrobrás

O refino do petróleo

Apesar da separação da água, óleo, gás e sólidos produzidos,


ocorrer em estações ou na própria unidade de produção, é
necessário o processamento e refino da mistura de
hidrocarbonetos proveniente da rocha reservatório, para a
obtenção dos componentes que serão utilizados nas mais diversas
aplicações (combustíveis, lubrificantes, plásticos, fertilizantes,
medicamentos, tintas, tecidos, etc..). As técnicas mais utilizadas
de refino são:I) destilação, II) craqueamento térmico, III)
alquilação e IV) craqueamento catalítico.

O transporte do petróleo

Pelo fato dos campos petrolíferos não serem localizados,


necessariamente, próximos dos terminais e refinarias de óleo e
gás, é necessário o transporte da produção através de
embarcações, caminhões, vagões, ou tubulações (oleodutos e
gasodutos).

Fonte: Petrobrás
Fonte: Petrobrás

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