Eis a entrevista.
Exatamente por isso. Neste ponto foi o filsofo Theodor Adorno que
nos deu contribuies importantes. Quanto mais individualizado e rarefeito
na vida social para defender o prprio prazer, menos exigente culturalmente
esse consumidor, e mais sua iluso de individualidade desgua em uma
administrao cultural geral. Podemos dizer que o hiperindivduo, que busca
a singularidade do seu prazer nas ofertas de mercado, acaba pensando
como os demais, em uma grande uniformidade cultural, e ele vai de fato
alimentar o megafestival que legitima o presente. Estamos diante de um
mundo que, na mesma medida em que afirma o indivduo, o empobrece e o
torna apenas idntico a todos.
Esse incndio uma espcie de fato infinito. Ele congrega uma srie
de fatos do mundo legais, polticos, simblicos. Vamos pensar nos
seguranas, por exemplo. Eles tm a mentalidade da polcia, se que no
so policiais. a mentalidade autoritria em que a relao com o outro
sempre de predomnio pela fora, de inabilidade para lidar com o pblico,
com algum que no seja ordem e progresso. esse autoritarismo que o
patro espera dele, alis. Mas onde est a brigada de incndio, que seria a
outra conscincia? No tem! Morreu gente por causa disso, desse entrave
sada
Voc reserva um longo captulo para as drogas no seu livro. Que papel
eles tm nessa grande noite da diverso industrial?
boate. Mas a partir da existe uma versalizao das drogas como diverso,
portanto como objetivo de consumo de massa.
tambm. A arte vai sendo deslocada para essa coisa mais infantil. s vezes
a msica playback, mas no ela que est em jogo. este show. Um
show de pura excitao