A lepra foi durante muito tempo incurável e muito mutiladora, forçando o isolamento
dos pacientes em gafarias, leprosários em português do Brasil, principalmente na
Europa na Idade Média, onde eram obrigados a carregar sinos para anunciar a sua
presença. A lepra deu nessa altura origem a medidas de segregação, algumas vezes
hereditárias, como no caso dos Cagots no sudoeste da França.
Epidemiologia
Além do Homem, outros animais de que se tem notícia de serem
suscetíveis à lepra são algumas espécies de macacos, coelhos, ratos
e o tatu. Este último pode servir de reservatório e há casos
comprovados no sul dos EUA de transmissão por ele. Contudo a
maioria dos casos é de transmissão entre seres humanos.
Transmissão
A lepra é transmitida por gotículas de saliva. O bacilo Mycobacterium leprae é
eliminado pelo aparelho respiratório da pessoa doente na forma de aerossol durante o
ato de falar, espirrar ou tossir.
A contaminação se faz por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela saliva, mas é
muito pouco provável a cada contacto. A incubação, excepcionalmente longa (vários
anos), explica por que a doença se desenvolve mais comum ente em indivíduos adultos,
apesar de que crianças também podem ser contaminadas (a alta prevalência de lepra em
crianças é indicativo de um alto índice da doença em uma região).
Noventa por cento (90%) da população tem resistência ao bacilo de Hansen (M. leprae),
causador da lepra, e conseguem controlar a infecção. As formas contagiantes são a
virchowiana e a dimorfa.
Progressão e sintomas
Um dos primeiros efeitos da lepra, devido ao acometimento dos nervos, é a supressão da
sensação térmica, ou seja, a incapacidade de diferenciar entre o frio e o quente no local
afectado. Mais tardiamente pode evoluir para diminuição da sensação de dor no local.
APARF
Associação Portuguesa Amigos de Raoul Follereau (APARF) iniciou
uma grande maratona por um mundo sem lepra, a fim de levar
tratamento, cura e reinserção social a todos os leprosos. A APARF uma
instituição com uma história semelhante à das pessoas. Nasceu do amor
pelos leprosos, que sofrem uma doença atroz e a rejeição da sociedade.
Os doentes de lepra são ainda mais de dez milhões, havendo muitos
milhares que não recebem assistência médica.
O nascimento da APARF, em 1987, liga-se à vida e obra de um grande humanista do
século XX – Raoul Follereau, e à acção dos Missionários Combonianos.
Raoul Follereau nasceu em França em 1903. Jornalista de profissão, em 1935 foi ao
Níger (África). Ali teve o primeiro contacto com leprosos. Ficou muito chocado ao ver
como estes doentes eram rejeitados e abandonados em lugares desertos onde morriam
de lepra e de fome.
O drama dos leprosos mudou completamente o rumo da vida de Follereau. Deixa a
profissão e entrega-se à defesa dos direitos humanos destas pessoas estigmatizadas e
angaria fundos para as tratar com dignidade. Visita-as, abraça-as, leva-lhes carinho e
conforto. Contacta governantes, faz conferências, revolve mentalidades. Edifica
unidades hospitalares para os leprosos, preconiza o seu tratamento no seu meio familiar
e condena o medo e o abandono de que eram vítimas.
Para melhor sensibilizar a população mundial, Raoul Follereau pediu à ONU a
criação do Dia Mundial dos Leprosos, que desde 1954 passou a ser celebrado no último
domingo de Janeiro.
Em Portugal, a celebração do Dia Mundial dos Leprosos foi assumida pelos
Missionários Combonianos. O facto de tratarem doentes de lepra nas suas missões
torna-os sensíveis aos seus sofrimentos. Os combonianos criaram uma associação com
uma tríplice finalidade: prosseguir os ideais de Raoul Follereau, sensibilizar os
portugueses e angariar fundos para tratar as vítimas da lepra e de todas as formas de
exclusão social.
Trabalho Realizado Por:
Maria Pires, nº17, 6ºG