Em 1936, tinha então 33 anos, Follereau toma contacto com os leprosos durante um safari em
África. A partir desse momento, a sua vida mudou. No entanto, não foi fácil começar a
manifestar essa amizade pelos leprosos e a curá-los, pois logo surgiu a II Guerra Mundial e
teve de se esconder num convento de religiosas em Lyon, onde fazia de jardineiro, embora
não soubesse nada de jardinagem.
Um dia, a Madre Maria Eugénia, superiora do convento, visitou uma ilha de leprosos na Costa
do Marfim e, impressionada com o que acabava de ver, pensou em construir uma pequena
cidade, onde os leprosos pudessem viver e ser curados. Mas era preciso dinheiro. Então Raoul
disse à religiosa: «Avance com o projecto, que no dinheiro penso eu».
Decidiu percorrer o mundo inteiro a fazer conferências para sensibilizar as pessoas para o
problema da lepra. O sonho das religiosas tornou-se realidade. Em 1953 era inaugurada em
Adzopé uma cidade onde os leprosos podiam ser tratados e curados. Quando Raoul se
aproximava dos leprosos, estes ficavam inicialmente um pouco desconfiados. Mas depois
compreendiam que era apenas o amor dele que o levava junto deles. Então gritavam de
alegria: “Pai Raoul”.
Durante as suas viagens, contou sempre com o apoio da sua mulher Madalena, para construir
aquilo a que ele chamava “ A civilização do Amor”. Raoul Follereau morreu, em Paris, a 16 de
Dezembro de 1977. Dizia muitas vezes:
O tesouro que eu vos deixo é o bem que não fiz, que teria querido fazer e que vós fareis
depois de mim.
No último domingo de Janeiro de cada ano celebra-se o Dia Mundial dos Leprosos, instituído
pela ONU em 1954, a pedido de Raoul Follereau. É que a lepra, sendo hoje em dia uma
doença curável, nem por isso deixou de ser perigosa já que há largos milhares de doentes
que, por falta de recursos materiais e humanos, não têm acesso aos tratamentos necessários.
Lepra
Também conhecida como doença de Hansen, a lepra é uma das doenças mais
antigas conhecidas pelo homem.
O que é a lepra?
A lepra, também conhecida como doença de Hansen é uma das doenças mais antigas
conhecidas pelo homem. O primeiro registo escrito desta doença data de 600 AC e
foi reconhecida pelas antigas civilizações da Índia, China e Egipto.
A doença não é muito contagiosa uma vez que não tem transmissão fácil e mais de
90% da população humana é resistente a bactéria.
Diagnóstico
Em muitos casos, o diagnóstico é feito através da observação dos sintomas. Nas
áreas endémicas a pessoa é diagnosticada com lepra se apresentar lesões na pele
com diminuição da sensibilidade ou endurecimento dos nervos mesmo sem perda de
sensibilidade.
Tratamento da doença
A lepra é uma doença curável e, se o tratamento for fornecido no estágio inicial da
doença, o paciente não desenvolve as lesões desfigurantes. A duração e o tipo de
tratamento dependem do tipo de lepra que o paciente apresenta.
A OMS recomenda o uso de uma terapia combinada dos seguintes fármacos:
Dapsona, Rifampicina e Clofazimina. Esta terapia é altamente efectiva curando
tanta a lepra paucibacilar como a lepra multibacilar. Para além de curar o paciente,
a terapia interrompe o ciclo de transmissão, pois, o paciente deixa de ser
contagioso logo que tome a primeira dose.
Para prevenir o agravamento das lesões os pacientes devem proteger os olhos com
óculos e chapéus. Para as mãos devem usar luvas, usar sempre pegas ou qualquer
protecção quando manejarem coisas quentes e revestir maçanetas com borracha.
Para protecção dos pés devem usar calçados confortáveis, com velcro ao invés de
atacadores, usar cajados quando andam e sempre que sentarem no chão devem
enrolar os tornozelos com panos.
Prevenção
Como ainda não se conhece bem como a doença se transmite, a única forma de
prevenção aconselhada é evitar o contacto físico com doentes que não estão
submetidos ao tratamento.