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INCÊNDIOS FLORESTAIS NA INTERFACE

URBANA-FLORESTAL
™ Caracterização do problema.

™ Principais dificuldades neste tipo de incêndios.


– Comportamento do incêndio
– Ordenamento do Território
– Planificação e construção das habitações
– Operações de combate

™ Permanência ou evacuação ?

™ Casos de estudo.
Definição de Interface
Urbana-Florestal ou Intermix

• Zona onde as infra-estruturas e outras áreas de


desenvolvimento humano entram em contacto e se
misturam com o espaço florestal.

• Em termos mais gerais, são aquelas áreas do


território onde as habitações e a vegetação com
alguma carga combustível ocupam um mesmo
lugar.
A interface nos EUA

• Nos EUA 9,3 % de todo o território é interface urbana-


florestal;

• 38 % de todas as habitações estão localizadas na zona


da interface;

• O incêndio florestal provoca a destruição dessas


habitações;

• A grande maioria das construções apresenta materiais


pouco resistentes ao fogo.
Incêndio Oakland - Berkeley Hills (Outubro 1991)
1. Cerca de 3.000 habitações destruídas;
2. As próprias funcionaram como continuidade de combustível;
3. 25 pessoas perderam a vida;
4. Ventos locais quentes e secos;
5. Na recente história dos EUA foi o incêndio com maiores prejuízos;
6. 1,7 Biliões de dólares de prejuízos cobertos pelas seguradoras.
A interface na Europa

• Os incêndios florestais na Europa concentram-se na Bacia


Mediterrânea;

• As áreas florestais existentes são propensas a incêndios,


tem lenta recuperação e são um pólo de expansão de
outras actividades humanas, em particular o
desenvolvimento urbanístico junto a zonas costeiras;

• Em paralelo existe uma população que vive em áreas rurais


mais despovoadas, em pequenos núcleos urbanos ou casas
isoladas em terreno florestal;

• Algumas destas habitações rurais estão a ser ocupadas por


emigrantes e turistas sem cultura do fogo.
ESPANHA

PORTUGAL GRÉCIA
Evolução do cenário

Ignição Edificado
vulnerável

Condições Incêndio Incêndio Destruição Superada


meteorológicas capacidade
severas Florestal Urbano habitações extinção

Combustível

Meteorologia

Topografia
Principais dificuldades

• Ordenamento do Território

– Inexistência de uma delimitação clara dos aglomerados populacionais;

– Desordenado onde se verifica a presença de habitações dispersas e


normalmente muradas;

– Existência de grandes quantidades de vegetação combustível em redor


e no interior dos logradouros das mesmas;

– Presença de infra-estruturas de risco que requerem atenção imediata :


• Zonas de concentração humana com reduzida mobilidade (lares, escolas,
etc.)
• Locais de armazenamento de produtos inflamáveis no interior dos
logradouros ou em áreas contíguas (bombas/depósitos de combustíveis, de
lenhas, etc.)
Principais dificuldades

• Comportamento do incêndio

– Propagação muito atípica, errática mas de forma


bastante rápida;

– Normalmente associada a condições meteorológicas


(vento) bastante adversas:
• Mudanças de direcção bruscas e frequentes

• Mudanças de velocidade inesperadas

– Originando a criação de inúmeros focos secundários e de


alternância entre frentes e flancos.
Principais dificuldades

• Planificação e construção das Habitações

– Reduzida resistência aos incêndios por parte de algumas contruções


(madeira);

– Presença de pontos frágeis na estrutura das habitações que as torna


altamente vulneráveis aos incêndios;
• Algerozes
• Coberturas
• Grandes janelas
• Sebes

– Posicionamento face aos combustíveis envolventes e topografia.


Fonte: Caballero et al.
Principais dificuldades
• Operações de Combate

– Dificuldade no posicionamento dos meios no terreno


• Acessos às frentes, congestionamentos de trânsito, dificuldades de acesso às
propriedade.

– Dificuldade de acompanhar a progressão do incêndio face ao seu


comportamento errático ;

– Necessidade de incremento do número de meios disponíveis face à


necessidade de protecção do edificado;

– Desconhecimento da presença de infra-estruturas de risco;

– Concentração mediática elevada e bastante desinformação;

– Estratégia de “guerrilha” no combate ao incêndio;

– Inversão de papeis por parte dos diferentes agentes envolvidos.


PERMANÊNCIA OU EVACUAÇÃO

• Para adequar as operações de protecção civil é


necessário identificar previamente a presença de:

¾ Crianças ou idosos;
¾ Doentes ou pessoas muito assustadas;
¾ Com impedimentos físicos ou mentais;
¾ Pessoas que se negam a ser evacuadas.
EVACUAÇÃO ?

• É possível a evacuação:

¾ Preparada com antecedência ?


¾ Proximidade do fogo e tempo disponível ?
¾ Rotas e áreas seguras ?
¾ Animais e elementos de valor ?
¾ Oportunidades de defesa da habitação ?
EVACUAÇÃO ?

• Considerações a ter em conta na evacuação:


¾ Iniciada com suficiente antecipação;
¾ Conhecer a rota de evacuação e o destino;
¾ Condução deverá ser feita com precaução;
• Existência de estradas de um só sentido;
• Presença de meios de combate;
• Presença de fumo;
• Existência de possíveis acidentes;
• Proprietários que tentam chegar às suas habitações.
PERMANÊNCIA ?

• É possível a permanência:

¾ Plano prévio de sobrevivência na habitação;


¾ Oportunidades de defesa das habitações;
¾ Condições físicas e mentais dos habitantes da
habitação;
¾ Avaliar o factor medo ou pânico;
¾ Duração da exposição ao fogo ou calor;
¾ Não existe outra opção.
PERMANÊNCIA ?

• Critérios para permanecer na habitação:

¾ A evacuação é decidida no último momento;

¾ Resposta e comportamento de pânico;

¾ As rotas de evacuação estão ameaçadas pelo fogo;

¾ Larga distância a percorrer até alcançar a zona segura.


PERMANÊNCIA ?

• Se é decidida a permanência na habitação:


¾ Estará preparado física e mentalmente para defender a
sua habitação;
¾ Estará preparado para combater o incêndio;
¾ Existem membros da família incapazes de suportar esta
situação;
¾ Avaliar o factor medo ou pânico;
¾ Duração da exposição ao fogo ou calor;
¾ É a sua habitação segura face ao fogo? Quais são os
pontos fracos ?
PERMANÊNCIA ?

• Como garantir a sobrevivência na habitação:

¾ Eliminar os combustíveis no exterior próximo da


habitação;
¾ Fechar portas e janelas e correr as persianas;
¾ Bloquear as aberturas da ventilação;
¾ Garantir a existência de armazenamento de água;
¾ Vigiar a presença de fogo dentro e fora da habitação.
PERMANÊNCIA ?

• No caso de se ver cercado pelo fogo:


¾ Evitar escapar no último momento;
¾ Evitar refugiar-se no carro;
¾ Procurar alcançar uma área já queimada;
¾ Promover a queima dos combustíveis finos em redor da
habitação;
¾ Proteger-se do calor radiante
¾ Colocar-se o mais próximo do solo que seja possível;
¾ Proteger as vias respiratórias e evitar as roupas
molhadas.
Vítimas mortais dos incêndios de
2003 - Conclusões

• Das 21 vítimas, 17 eram civis e 4


eram bombeiros/técnicos florestais.

• No momento destas fatalidades


nenhuma das vítimas se encontrava a
combater o fogo.

• Destas 17 vítimas apenas 2 foram as


causadoras dos fogos. As restantes
estavam a vigiar as suas propriedades
ou a fugir ao fogo.

• Nenhuma das vítimas foi colhida


dentro da sua habitação.

Fonte: Cercados pelo fogo, Domingos Xavier Viegas, Minerva Coimbra


• Exemplos

– EUA (Califórnia, 2007)

– Portugal (Sintra, Cabeço da Pernigem, 2007)


Caracterização

• Princípio do “mandatory evacuation” (evacuação obrigatória);


• Só possível devido à existência de seguros eficazes;
• O tipo de estratégia de combate dos bombeiros dos US não está
adequada a esta realidade;
– Necessário o combate directo ao incêndio com água num conceito de um
fogo estrutural.
– Contenção indirecta aproveitando o confinamento das áreas florestais.
• Dificuldades de jurisdição entre diferentes tipos de agências responsáveis
pelo combate;
• Dificuldades de acessos em algumas destes aglomerados populacionais;
• Dificuldades de abastecimentos de água em aglomerados isolados.
Incêndios na Califórnia

• Motivados por ventos continentais muito fortes (ventos de


Santa-Ana) que arrastam os incêndios das áreas
montanhosas para as áreas residenciais.

• Os últimos anos tem sido dramáticos com perdas na


ordem dos 3 biliões de dólares resultantes da destruição
de centenas de habitações.

• Oito dos incêndios com maiores prejuízos ocorreram


precisamente na Califórnia.
Fogos em 2007 queimaram cerca de 206 mil ha.
Provocaram 14 mortos e originaram a evacuação de cerca de 1 milhão de pessoas.
CORRAL FIRE, Malibu – Los Angeles

Causa:

Negligência
(fogueira campestre) http://fire.lacounty.gov/default.asp
Outros números:
1. Envolvidos 15 aviões e 15 helicópteros.
2. 1.983 ha ardidos.
3. 88 casas destruídas.
4. 43 edifícios danificados.
5. 37 veículos destruídos.
6. 14 mil pessoas evacuadas.
Incêndio de Cabeço da Perningem – Sintra
23 Agosto 2007
Data e Hora de início: 23 Agosto 2007 - 10:52

Caracterização da zona: Área composta por matos, zonas


agrícolas em pousio e abandonadas e bosquetes de
Pinheiro Manso. Presença de habitações dispersas e várias
povoações.

Emprego de meios: 568 homens, 184 veículos


pertencentes a 61 Corpos de bombeiros.
4 Aerotanques Pesados (2 Beriev, 2 Canadair) 1 HEB
ligeiro; 4 máquinas de rasto, 6 pelotões militares.
Causa determinada:

Negligência: Limpeza de solo


agrícola (corta matos)
(Ponto de início)

Danos:
Habitações danificadas: 0
(destruição de alguns barracões e queima
de postes telefónicos)

Área ardida: 279 ha


• 36,9 ha povoamentos
• 147,9 ha de matos
• 94,5 ha de área agrícola
Análise do incêndio

Condições meteorológicas iniciais:

• Ventos de NE na ordem dos 14 km/h

• Temperatura: 25 º

• Humidade Relativa: 12 %

Foto: 14:25

Tipo de propagação – incêndio com propagação dominada pelo vento


Condições meteorológicas

50 100

45 Evolução da Temperatura e Humidade Relativa do Ar 90


(Estação Meteorológica Tapada Nacional Mafra)
40 80

35 70
Temperatura (ºC)

30 60

HR (%)
25 50

20 40

15 30

10 20
Temp. ºC
5 HR (%) 10

0 0
8:30

9:30

10:30

11:30

12:30

13:30

14:30

15:30

16:30

17:30

18:30

19:30

20:30

21:30

22:30

23:30
23.Ago.07
Condições meteorológicas
Início do Período
incêndio crítico

50
Evolução da velocidade do vento (km/h)
45
Vento (km/h)
40
Vento Máx (km/h)
35
Velocidade vento (km/h)

30

25

20

15

10

0
8:30

9:30

10:30

11:30

12:30

13:30

14:30

15:30

16:30

17:30

18:30

19:30

20:30

21:30

22:30

23:30
Pico de velocidade por volta das 16:30 – 40 km/h
Análise do incêndio
Foto: 14:25 Foto: 17:48
Foto aérea – 15:17

Vento à superfície – Norte (forte e constante)


Vento em altitude - ENE
Foto aérea – 15:19

Tipo de propagação – incêndio com propagação dominada pelo vento


Foto aérea: 15:19

Tipo de propagação
- Incêndio de superfície em terreno plano com vegetação herbácea
- Incêndio de copas nas manchas de Pinheiro manso
- Focos secundários a média distância (150 metros)
Foto - 14:05 Foto – 15:27

Focos secundários a média distância Incêndio de superfície em terreno plano


com vegetação herbácea
Incêndio de copas nas manchas de Pinheiro manso
Perímetro final
Frente principal – 13:15 hrs
2ª Carreira incendio – 14:30 hrs
3ª Carreira incendio – 15:20 hrs
4ª Carreira incendio – 15:50 hrs
5ª Carreira incendio – 16:10 hrs
1. Bibliografia:
www.firewise.org
www.usfa.fema.gov/wildifire
www.projectwarm.org
Cercados pelo fogo – Domingos Xavier Viegas

2. Fotografias:
Manuel Rainha – GAUF/DGRF
Pedro Carrilho – Tapada Nacional de Mafra
BV Alcabideche
Associated Press
• Muito obrigado pela vossa atenção…..

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