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Diário da República, 1.a série — N.

o 88 — 8 de Maio de 2007 2995

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, b) «Vinagre de fruta e vinagre de bagas», o vinagre


DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS obtido da fruta ou bagas de fruta pelo processo biológico
de fermentação alcoólica e acética;
c) «Vinagre de sidra», o vinagre obtido da sidra pelo
Decreto-Lei n.o 174/2007 processo biológico de fermentação acética;
de 8 de Maio
d) «Vinagre de álcool», o vinagre obtido do álcool
destilado de origem agrícola pelo processo biológico de
As normas a que deve obedecer o fabrico e a comer- fermentação acética;
cialização do vinagre constam do Decreto-Lei n.o 58/85, e) «Vinagre de cereais», vinagre obtido, sem desti-
de 11 de Março, e da Portaria n.o 55/88, de 27 de Janeiro, lação intermédia, pelo processo biológico de dupla fer-
que regulamenta o primeiro. mentação, alcoólica e acética, de cereais cujo amido
Considerando, contudo, que as alterações entretanto tenha sido convertido em açúcares pela diastase de
ocorridas nesta matéria tornam necessária uma adequa- cevada maltada ou por qualquer outro processo;
ção daquele regime ao progresso tecnológico e à legis- f) «Vinagre de malte», vinagre obtido, sem destilação
lação geral relativa aos géneros alimentícios: intermédia, pelo processo biológico de dupla fermen-
É necessário alargar o elenco das matérias-primas tação, alcoólica e acética, de cevada maltada com ou
admissíveis para o fabrico de vinagre, para que os ope- sem a adição de cereais, cujo amido foi convertido em
radores económicos portugueses possam concorrer, em açúcares unicamente pelo processo da diastase de
igualdade de circunstâncias, com os seus congéneres cevada maltada;
europeus. g) «Vinagre de malte destilado», vinagre obtido pela
Foram, por isso, consideradas as definições, as carac- destilação do vinagre de malte, sob pressão reduzida,
terísticas e as regras de rotulagem referidas na norma contendo apenas os constituintes voláteis do vinagre de
europeia EN 13 188, relativa ao vinagre, e respectivas malte de que deriva;
alterações. h) «Outros vinagres», vinagres de outros produtos
O presente decreto-lei estabelece, assim, as regras de origem agrícola de dupla fermentação não contem-
de fabrico e comercialização do vinagre, revogando o plados nas alíneas anteriores, designadamente de mel,
Decreto-Lei n.o 58/85, de 11 de Março, e a Portaria de cerveja, entre outros;
n.o 55/88, de 27 de Janeiro. i) «Vinagres aromatizados e vinagres com especia-
Foi cumprido o procedimento de informação no rias», os vinagres referidos nas alíneas anteriores aos
domínio das normas e regras técnicas, previsto no Decre- quais sejam adicionadas plantas ou partes de plantas
to-Lei n.o 58/2000, de 18 de Abril, que transpôs para aromatizantes, especiarias e extractos aromatizantes,
a ordem jurídica interna a Directiva n.o 98/34/CE, do que sejam organolepticamente perceptíveis.
Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de Junho,
e a Directiva n.o 98/48/CE, do Parlamento Europeu e Artigo 3.o
do Conselho, de 20 de Julho, que alterou a primeira. Matérias-primas
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da 1 — No fabrico de vinagre só podem ser utilizadas
Constituição, o Governo decreta o seguinte: matérias-primas em conveniente estado de conservação
e que se apresentem isentas de substâncias ou matérias
estranhas à sua normal composição, bem como de
Artigo 1.o
microrganismos patogénicos ou de substâncias destes
Âmbito derivados em níveis susceptíveis de prejudicarem a saúde
do consumidor.
1 — O presente decreto-lei define as características 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
e classificação do vinagre destinado à alimentação no fabrico de vinagre do sector vitivinícola só podem
humana e estabelece as respectivas regras de acondi- ser utilizados vinhos cujas características estejam con-
cionamento e rotulagem. formes com o estabelecido na legislação em vigor,
2 — Sem prejuízo das disposições específicas nacio- podendo, contudo, apresentar excesso de acidez volátil.
nais e comunitárias relativas às exigências qualitativas
e de rotulagem, o presente decreto-lei aplica-se igual-
mente aos vinagres do sector vitivinícola com direito Artigo 4.o
a denominação de origem ou indicação geográfica. Ingredientes facultativos
3 — O presente decreto-lei não se aplica à mistura
de água e ácido acético, a qual não pode ser comer- Na preparação de vinagre é permitida a adição de:
cializada com a denominação de venda «vinagre». a) Plantas ou partes de plantas aromatizantes, espe-
ciarias e extractos aromatizantes;
Artigo 2.o b) Sumos de fruta ou concentrados de sumo de fruta;
c) Mel;
Definições e classificação d) Açúcar;
1 — Para efeitos do presente decreto-lei, entende-se e) Sal.
por «vinagre» o produto obtido exclusivamente pelo pro- Artigo 5.o
cesso biológico de dupla fermentação, alcoólica e acé- Substâncias proibidas
tica, de produtos de origem agrícola.
2 — Quanto à origem, os vinagres classificam-se em: Na preparação de vinagre é proibida a adição das
seguintes substâncias:
a) «Vinagre de vinho», o vinagre obtido exclusiva-
mente do vinho pelo processo biológico de fermentação a) Aromatizantes artificiais;
acética; b) Óleos de grainha de uva, naturais ou artificiais;
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c) Resíduos de destilação, resíduos de fermentação Artigo 10.o


ou os seus subprodutos; Acondicionamento
d) Substâncias extraídas de bagaço de todos os tipos;
e) Ácidos de todos os tipos, com excepção daqueles 1 — O vinagre destinado ao consumidor final deve
naturalmente contidos nas matérias-primas utilizadas ou apresentar-se pré-embalado, podendo encontrar-se a
contidos em qualquer substância cuja adição nestas seja granel quando se destine às indústrias, a grossistas e
permitida, como sejam, designadamente, os aditivos. a outras entidades similares.
2 — O material em contacto com o vinagre deve ser
impermeável, inerte e inócuo em relação ao conteúdo
Artigo 6.o e garantir uma adequada conservação, conforme pre-
visto na legislação relativa aos materiais destinados a
Características dos vinagres
entrar em contacto com os géneros alimentícios.
O vinagre deve apresentar as características constan-
tes do anexo do presente decreto-lei e que dele faz parte Artigo 11.o
integrante. Rotulagem
o
Artigo 7. 1 — A rotulagem do vinagre destinado ao consumidor
Métodos de análise final deve cumprir o disposto na legislação aplicável,
devendo ainda observar o seguinte:
Para verificação das características do vinagre a que
a) A denominação de venda deve ser constituída pelas
se refere o presente decreto-lei são utilizados os métodos
expressões constantes das alíneas a) a g) do n.o 2 do
de preparação de amostra e de análise definidos comu- artigo 2.o;
nitariamente e, na sua ausência, os métodos validados b) Para os produtos a que se refere a alínea h) do
internacionalmente reconhecidos, designadamente os n.o 2 do artigo 2.o, a denominação de venda deve ser
aprovados pela Organização Internacional da Vinha e «vinagre» seguida da indicação da respectiva maté-
do Vinho e pelo Codex Alimentarius. ria-prima;
c) Nos produtos referidos na alínea a) do presente
número, que sejam aromatizados, a denominação de
Artigo 8.o
venda deve ser completada com a menção «aromati-
Aditivos e auxiliares tecnológicos zado» ou com a indicação da especiaria utilizada;
d) Os ingredientes facultativos, referidos nas alí-
1 — No fabrico de vinagre é admitida a utilização neas a) a c) do artigo 4.o, devem ser mencionados junto
dos aditivos que se encontram fixados na legislação rela- à denominação de venda.
tiva aos aditivos alimentares.
2 — No fabrico de vinagre são ainda admitidos os 2 — Na denominação de venda a que se refere a alí-
agentes de filtração, de clarificação e de acabamento nea a) do número anterior, as menções «fruta»,
aprovados para os vinhos e, caso seja necessário facilitar «cereais», «aromatizado» e «especiarias» podem ser
a multiplicação das acetobactérias, as substâncias orgâ- substituídas pela indicação das espécies utilizadas, por
nicas, designadamente preparações de malte, amido ordem decrescente da sua proporção.
líquido, glucose e as substâncias inorgânicas, tais como
os fosfatos e sais de amónio. Artigo 12.o
Registos
Artigo 9.o
O controlo da laboração e das quantidades produzidas
Operações tecnológicas do vinagre do sector vitivinícola é assegurado através
de registos elaborados para o efeito pelo operador eco-
No fabrico, preparação e conservação dos vinagres nómico das matérias-primas utilizadas.
do sector vitivinícola são autorizadas as operações tec-
nológicas aprovadas para os vinhos e ainda as seguintes:
Artigo 13.o
a) Mistura de vinhos; Aplicação do princípio do reconhecimento mútuo
b) Diluição dos produtos alcoólicos com água potável,
na proporção conveniente para se obter uma acetifi- Considera-se que satisfazem os requisitos estabele-
cação normal; cidos no presente decreto-lei o vinagre proveniente de
c) Acetificação rápida por meio de corrente de ar, qualquer Estado membro da União Europeia, da Tur-
oxigénio ou aquecimento e o emprego dos mesmos quia, ou de um Estado subscritor do Acordo sobre o
meios para o seu envelhecimento; Espaço Económico Europeu, que cumpram as respec-
d) Descoloração dos vinhos, outros líquidos alcoólicos tivas regras nacionais que lhes sejam aplicáveis, sempre
e dos próprios vinagres com carvões descolorantes; que estas prevejam um nível de protecção reconhecido,
e) Clarificação com os produtos a que se refere o equivalente ao definido neste decreto-lei.
n.o 2 do artigo anterior;
f) Trasfega, separação líquido-sólido e líquido-líquido Artigo 14.o
e refrigeração; Fiscalização
g) Diluição dos vinagres com água potável, na pro-
porção conveniente para se obter um vinagre com as A fiscalização do cumprimento das normas do pre-
características fixadas no presente decreto-lei; sente decreto-lei compete à Autoridade de Segurança
h) Coloração com caramelo; Alimentar e Económica (ASAE), sem prejuízo das com-
i) Esterilização e pasteurização. petências atribuídas por lei a outras entidades.
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Artigo 15.o tações que sejam introduzidas através de diploma regio-


Contra-ordenações
nal adequado, cabendo a sua execução administrativa
aos serviços competentes das respectivas administrações
1 — Constitui contra-ordenação punível com coima, regionais.
no montante mínimo de E 500 e máximo de E 3740
ou E 44 890, consoante o agente seja pessoa singular Artigo 20.o
ou colectiva: Norma transitória
a) O fabrico ou a comercialização de vinagre cujas Num período transitório de 12 meses contados da
características e ingredientes não respeitem o disposto entrada em vigor do presente decreto-lei, é admitida
nos artigos 2.o a 6.o e 8.o; a comercialização de vinagre cuja rotulagem obedeça
b) A comercialização de vinagre cujo acondiciona- ao Decreto-Lei n.o 58/85, de 11 de Março, sem prejuízo
mento e rotulagem não cumpra o disposto, respecti- da conformidade do produto com as características fixa-
vamente, nos artigos 10.o e 11.o; das no presente decreto-lei.
c) O incumprimento, pelo operador económico, das
obrigações de registo constantes do artigo 12.o
Artigo 21.o
2 — A negligência é punível, sendo o montante das
Norma revogatória
coimas referido no número anterior reduzido a metade.
1 — É revogado o Decreto-Lei n.o 58/85, de 11 de
Artigo 16. o Março, com excepção das suas disposições relativas à
rotulagem, que se mantêm em vigor até ao final do
Sanções acessórias
período transitório estabelecido no artigo anterior.
Consoante a gravidade da contra-ordenação e a culpa 2 — É revogada a Portaria n.o 55/88, de 27 de Janeiro.
do agente, podem ser aplicadas, cumulativamente com
a coima, as seguintes sanções acessórias:
Artigo 22.o
a) Perda de objectos pertencentes ao agente;
Entrada em vigor
b) Interdição do exercício de profissões ou actividades
cujo exercício dependa de título público ou de auto- O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte
rização ou homologação de autoridade pública; ao da sua publicação.
c) Privação do direito a subsídio ou benefício outor-
gado por entidades ou serviços públicos; Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 22 de
d) Privação do direito de participar em feiras ou Março de 2007. — José Sócrates Carvalho Pinto de
mercados; Sousa — Luís Filipe Marques Amado — Alberto Bernar-
e) Privação do direito de participar em arrematações des Costa — António José de Castro Guerra — Jaime de
ou concursos públicos que tenham por objecto o for- Jesus Lopes Silva.
necimento de bens e serviços, a concessão de serviços
públicos e a atribuição de licenças ou alvarás; Promulgado em 23 de Abril de 2007.
f) Encerramento de estabelecimento cujo funciona- Publique-se.
mento esteja sujeito a autorização ou licença de auto-
ridade administrativa; O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
g) Suspensão de autorizações, licenças e alvarás.
Referendado em 24 de Abril de 2007.
o
Artigo 17. O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de
Instrução e decisão
Sousa.

1 — A instrução dos processos de contra-ordenação ANEXO


compete à ASAE.
(a que se refere o artigo 6.o)
2 — A aplicação de coimas e sanções acessórias com-
pete à Comissão de Aplicação de Coimas em Matéria I — Características dos vinagres
Económica e de Publicidade (CACMEP).
Acidez total, expressa em ácido acético por 100 ml:
Artigo 18.o Vinagre de vinho — mínimo 6 g/100 ml;
Outros — mínimo 5 g/100 ml.
Afectação do produto das coimas

O produto das coimas é distribuído da seguinte forma: Álcool residual, em volume, a 20oC:
a) 60 % para o Estado; Vinagre de vinho — máximo 1,5%;
b) 30 % para a ASAE; Outros — máximo 0,5 %.
c) 10 % para a CACMEP.
II — Características específicas dos vinagres do sector vitivinícola

Artigo 19.o Aspecto — límpido, podendo admitir-se ligeiro depó-


Regiões Autónomas
sito ou turvação.
Cor, aroma e sabor — próprios da natureza da maté-
O presente decreto-lei aplica-se às Regiões Autóno- ria-prima e dos ingredientes facultativos indicados no
mas dos Açores e da Madeira, sem prejuízo das adap- rótulo.

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