Anda di halaman 1dari 13

DO ITER CRIMINIS AO CRIME IMPOSSÍVEL

CRIME CONSUMADO

Segundo o Código Penal Militar, no seu Art 30, inciso I, diz-se consumado o crime
quando nele se reunem todos os elementos de sua definição legal. Assim, consuma-se o delito
quando há realização integral do tipo; isto é, quando o tipo está inteiramente realizado. A lei
penal enuncia os elementos constitutivos do crime e , para que haja consumação, é necessário
que os atos do acusado (ação positiva ou negativa) se ajustem ao conceito da lei em todos os
seus termos.

FASES DO CRIME
Na realização do crime, há um caminho, um itinerário a percorrer entre o momento
da idéia da sua realização até aquele em que ocorre a consumação. A esse caminho dá-se o
nome de “Iter Criminis” (o caminho do crime ou o desenvolvimento da ação delituosa).

As fases do crime são:


a. A cogitação;
b. Os atos preparatórios;
c. Os atos de execução;
d. Consumação ou meta optata.

A cogitação é a fase interna, subjetiva ou moral, enquanto que as demais constituem


a fase externa, objetiva ou material.

Vejamos um exemplo:
O agente, com intenção de matar a vítima, adquire um revólver e se posta de
emboscada à sua espera, atirando contra ela e lhe produzindo a morte.
a. Cogitação: o agente, com intenção de matar a vitima.
b. Atos Preparatórios: adquire um revólver e se posta de emboscada à sua
espera.
c. Atos de Execução; atirando contra ela.
d. Consumação ou Meta Optata: e lhe produzindo a morte.

a. A Cogitação
Enquanto o crime está na fase interna, na resolução criminosa, é apenas “Voluntas
Sceleris”, não saiu da “Cogitatio”. A cogitação não constitui fato punível; em intenção, todos
podem cometer crimes. É a regra geral, porque ainda está no pensamento do indivíduo.
Entretanto, existem exceções; há casos em que já se constitui delito na cogitação, como:
concerto (ajuste) para a deserção ( art 191 CPM ), a conspiração (art 152 CPM). Nesses
delitos, há o propósito delituoso ou a intenção revelada de vir a praticar o crime. Esta intenção
é externada através de atos sensíveis.
A impaciência do legislador, então, antecipa-se e não espera que o crime se
verifique, punindo, em última análise, a intenção, o projeto criminoso.

b. Os Atos Preparatórios
Os atos preparatórios são externos ao agente, que passa da cogitação à ação objetiva,
como à aquisição de uma arma para a prática de um homicídio ou a de uma chave falsa para o
delito furto, o estudo do local onde se quer praticar um roubo. Nesta fase, o agente realiza as
condições necessárias para, depois, executar o crime. Também escapam à aplicação da lei
penal, como regra geral. Normalmente, não dão lugar à punição, uma vez que não revelam
com precisão a intenção criminosa. Podem ser punidos como delitos próprios, por exemplo:
Antonio, tendo deliberado matar João, vai comprar um revólver e munição. Neste caso,
Antonio poderia ser preso, depois de ter a arma, pela contravenção de se encontrar armado
sem autorização legal, mas não por querer matar João.
Como na cogitação, a regra geral tem exceções: o legislador, baseado na gravidade
do fato, ainda na sua fase preparatória, passa a considerá-lo como crime. Exemplificando as
exceções, vamos encontrá-las em certas modalidades de crimes de perigo comum (Titulo VI,
Cap I, Parte Especial do CPM, arts 268 a 281) e os crimes contra o Estado. São exemplos
variadas hipóteses previstas na Lei de Segurança, bem como a infração chamada ‘quadrilha’
ou ‘bando’ e a referente a apetrechos para a falsificação de moeda, ambas previstas no Código
Penal Comum.

c. Os Atos de Execução
Também chamados de atos executórios, são os dirigidos diretamente à prática do
crime, quando o autor se põe em relação imediata com a ação típica. A diferença entre os atos
preparatórios e os de execução está prevista no critério formal: existe o ato de execução
quando o comportamento do agente dá início à realização do tipo. Só há começo de execução
quando o sujeito inicia a realização da conduta descrita no núcleo do tipo, que é o verbo
(matar, furtar, ferir etc). Nesta fase, o agente é passível de punição.

d. Consumação ou Meta Optata


Está consumado o crime quando o tipo está inteiramente realizado. Diz-se crime
consumado quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal.
Consuma-se o homicídio com a morte da vítima; a lesão corporal com a ofensa à
integridade corporal ou a saúde; o furto com o apossamento da coisa alheia móvel pelo sujeito
ativo e o estelionato com a obtenção da vantagem indevida.

A TENTATIVA

Quando o agente inicia os atos para a consumacão do crime, se este não se consuma,
por CIRCUNSTÂNCIAS ALHEIAS à sua vontade, caracteriza-se a tentativa. Encontramos a
definição de tentativa no art 30, inciso II do CPM: “o crime é tentado, quando,iniciada a
execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente”. Pela nossa lei, só
há tentativa quando há ato de execução (ação traduzida em atos executivos) . Iniciada a
execução, deve ela interromper-se em qualquer momento antes da consumação. Essa
interrupção tNÃO” se pode vincular à VONTADE DO AGENTE , ao contrário, deve ser-lhe
estranha, isto é, provir de fatores que lhe são alheios.
a. Elementos da tentativa:
1) início de execução do tipo;
2) não consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente.

b. Formas de tentativa:
1) Perfeita (acabada ou crime falho)
2) Imperfeita (inacabada)

1) TENTATIVA PERFEITA:

Quando o agente faz tudo quanto lhe é possível para atingir o resultado. Exaure
todos os meios disponíveis na execução, sem, porém, atingir a meta optata por fato alheio à
sua vontade. Na tentativa perfeita, o crime é subjetivamente consumado em relação ao agente
que o comete, mas não o é objetivamente em relação ao objeto ou pessoa contra o qual se
dirigia.
O agente realiza tudo o que acha necessário para produzir o resultado,
mas ele não ocorre.

Exemplos:
a) João desfecha todos os projéteis de seu revólver em Maria que, atingida, é
levada a um hospital, onde uma intervenção cirúrgica a salva.
b) Carlos ministra dose mortal de veneno a seu inimigo Antônio, mas este,
por circunstâncias alheias (socorrido por terceiro), se salva.
c) Gustavo, sabendo que Pedro não sabe nadar, atira-o num rio, mas Pedro é
salvo por um pescador.

2) TENTATIVA IMPERFEITA

Nesta, ao contrário da tentativa perfeita, o agente não exaure toda a sua


potencialidade lesiva, não chega a praticar todos os atos de execução necessários à produção
do resultado, por circunstâncias alheias à sua vontade.
Exemplos:
a) Após ferir levemente a vitima com um punhal, o agente o brande para desferir o
golpe mortal, quando alguém lhe toma a arma. Verifica-se que o agente não realizou todos os
atos necessários à produção do evento morte por circunstncia alheia à sua vontade
(interferência de terceiro).
b) Gilson, com o tambor de sua arma completo, dispara para matar Sávio. Executa
dois disparos ferindo o desafeto e é impedido por um policial de continuar os disparos que
resultariam na morte de Sávio.

3) PENALIDADE DA TENTATIVA

A nossa lei não faz diferença entre a tentativa perfeita e a imperfeita, pelo que
recebem igual tratamento penal no que tange à aplicação da pena em abstrato. Todavia,
quando da imposição da sanção em concreto, o juiz deve levar em conta a existência de uma
das espécies.
A distinção entre tentativa perfeita e imperfeita oferece relevância no tema da
desistência voluntária e do arrependimento eficaz, como veremos posteriormente.
O nosso Código Penal Militar pune a tentativa com a pena correspondente ao crime
consumado, diminuída de um a dois terços. A lei faculta ao juiz, no caso de excepcional
gravidade, aplicar a pena do crime consumado (art 30, § único, do CPM).
Sendo a tentativa objetivamente menor que o crime consumado, é natural que a sua
pena seja menor que a deste. Quanto mais o sujeito se aproxima da consumação, menor deve
ser a diminuição da pena (1/3); quanto menos ele se aproxima da consumação, maior deve ser
a atenuação (2/3).
Haverá tentativa de crime sempre que há intenção de cometer o delito (isto é, haja
Dolo). O dolo é o mesmo daquele que consumou o crime . Quem consuma o crime age com o
mesmo dolo daquele que tentou consumá-lo, porque a tentativa é apenas o delito mutilado,
sem a sua consumação.
O crime culposo não admite tentativa. Porque na tentativa, o agente quer ou assume
o risco de produzir o resultado (isto é, há a intenção, o dolo).

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA

Há desistência voluntária quando o agente NÃO tendo exaurido todos os atos de


execução, resolve, por sua espontânea vontade, impedir a consumação. A desistência consiste
numa abstenção de atividade. Tem caráter negativo; o agente não continua a atividade
inicialmente visada. Assim, só ocorre antes do agente esgotar o processo executivo. Há
ligação com a tentativa imperfeita (quando a ação não chega a exaurir-se, quando o sujeito
ativo não esgotou em atos de execução sua intenção delituosa).

a. Exemplos:
1) O ladrão, dentro da residência da vítima e prestes a subtrair-lhe os valores, desiste
voluntariamente de consumar o furto e se retira.
2) Gastão efetua apenas um disparo e, dispondo ainda de munição e tendo a vítima à
sua mercê, voluntariamente não desfere novos disparos.

b. Penalidade:
A desistência voluntária não é objeto de punição; o autor responde pelos atos
praticados até o momento da desistência. O legislador, com isto, acredita prevenir e evitar o
crime, uma vez que é oferecido ao agente o ensejo para se deter no “iter criminis”, subtraindo-
se desse modo à pena.
O Estado deve encorajar todo e qualquer ato capaz de impedir a consumação do
delito.

ARREPENDIMENTO EFICAZ

Há o arrependimento eficaz quando o agente , tendo exaurido todos os atos de


execução, impede, espontaneamente, que se realize a consecução (consumação). O
arrependimento eficaz tem lugar quando o agente, tendo já ultimado o processo de execução
do crime, desenvolve nova atividade, impedindo a produção do resultado. O arrependimento
tem natureza positiva; exige o desenvolvimento de nova atividade. É o caso do agente, que
após ministrar veneno na alimentação da vítima, se arrepende, dando-lhe um antídoto que a
salva. Neste caso, depois de praticar ato idôneo à produção do evento morte, o sujeito impede
a consumação do homicídio, desenvolvendo nova atividade, com a aplicação do antídoto. O
arrependimento eficaz só possui ligação com a tentativa perfeita (quando o agente faz tudo
quanto lhe é possível para atingir o resultado).

a. Penalidades:
Conforme o art 31 do CPM: o agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na
execução ou impede que o resultado se produza só responde pelos atos já praticados.

CRIME IMPOSSÍVEL: Art 32 CPM.

Diz-se impossível o crime quando o mesmo não se pode consumar por ineficácia
absoluta do meio empregado ou por absoluta impropriedade do objeto.
Havendo a execução completa dos atos, mas em condições tais que o resultado era
impossível, o crime é impossível.
Pelo Código Penal Militar, não se pune o crime impossível, porque o agente nunca
poderia consumá-los.
Delito Impossível por Ineficácia Absoluta do Meio:
Dá-se quando o meio empregado pelo agente, pela sua própria natureza, é
absolutamente incapaz de produzir o evento.
Exemplos:
1) O agente, pretendendo matar a vítima mediante propinação de veneno, ministra
açúcar em sua alimentação, supondo-se arsênico;
2) O agente, pretendendo matar a vítima, aciona o gatilho do revólver, estando a
arma descarregada.
Convém notar, no entanto, que a ineficácia (inidoneidade) do meio deve ser aferida
“ex-post”, em face do caso concreto. O meio normalmente inidôneo (ineficaz) pode ser,
excepcionalmente, eficaz (idôneo).
Exemplo:
1) Pode-se matar de susto uma pessoa cardíaca;
2) Pode-se matar uma pessoa diabética colocando açúcar na sua alimentação.

b. Delito Impossível por Impropriedade Absoluta do Objeto:


Dá-se quando inexiste o objeto material sobre o qual deveria recair a conduta ou
quando, pela sua situação ou condição, torna-se impossível a produção do resultado visado
pelo agente.
Exemplo:
1) Jonas, pensando que Mario estava dormindo, desfere-lhe várias punhaladas, com
o fim de matá-lo. Mais tarde, prova-se que, no momento em que Mário recebeu as
estocadas, já estava morto por outro motivo.
2) A mulher, supondo-se em estado de gravidez, pratica manobras abortivas.
3) O agente, supondo ser de outrem um objeto, tira-o e este é do próprio agente.
INEFICÁCIA - IMPROPRIEDADE RELATIVA:

Existem também a ineficácia relativa do meio e a impropriedade relativa do objeto.


Nesses casos, não são crimes impossíveis e sim tentativas de crime.
a. Ineficácia Relativa do Meio:
É o caso do meio normalmente eficaz que deixa de operar pelas circunstâncias em
que foi empregado.
Exemplos:
1) Administração de veneno em dose não letal.
2) O agente tem a intenção de dar um tiro no seu desafeto; aperta o gatilho do
revólver municiado e este dá incidente, não disparando.
As ações citadas são puníveis, por não serem crimes impossíveis e sim tentativas de
homicídio.

b. Impropriedade Relativa do Objeto:


Quando o bem jurídico existe, mas por circunstância fortuita não é lesado.
Exemplo:
1) João vai ao quarto onde Maria dorme e, pensando apunhalá-la, apunhala um
manequim que Maria deixara na cama. Há impropriedade relativa do objeto, porquanto Maria
estando viva, não era impossível matá-la, se ela lá estivesse. Neste caso, também a ação é
passível de punição.

IGNORÂNCIA DA LEI. ERRO DE FATO. ERRO DE DIREITO. A COAÇAO


IRRESISTIVEL. OBEDIÊNCIA HIERARQUICA.

1. IGNORÂNCIA
É a ausência completa de conhecimento. É a ausência de qualquer noção. É o
desconhecer, é o não saber. É a privação da idéia ou de juízo relativamente a uma coisa, pelo
que dela não se tem ciência ou nada sobre ela se sabe. É a ausência ou falta de toda noção, é o
desconhecimento a respeito da coisa.

2. ERRO
É uma falsa noção sobre uma pessoa ou um objeto (uma coisa). É o conhecimento
inexato ou contrário à realidade. É o conhecimento equivocado.

3. IGNORÂNCIA E ERRO
Sob o ponto de vista jurídico, e quanto a seus efeitos, erro e ignorância se
equiparam, pois ambos resultam de uma irrealidade a respeito das coisas, das pessoas ou dos
fatos em que a falsa noção ou desconhecimento da verdade possa incidir. Assim, ignorância
ou erro seguem as mesmas regras e exercem a mesma influência, produzindo idênticos efeitos
sobre as nossas ações ou omissões, apresentando-se, quando empregados, em sentido
equivalente.
Conclui-se que ignorância e erro, apesar de serem coisas distintas, para os
efeitos jurídicos, são perfeitamente equivalentes, porque na ignorância e no erro se observa a
“ausência da noção verdadeira”.

4. IGNORÂNCIA DA LEI
Refere-se ao desconhecimento da lei, correspondendo à expressão “Ignorância de
Direito”, que equivale à de erro de direito.
Domina em Direito o princípio: “De que finquem se escusa, alegando ignorar lei”. A
ignorância ou a errada compreensão da lei não exime da pena. Publicada a lei penal, ela se
presume conhecida. Este princípio não é absoluto; pode ser abrandado diante de um fato
concreto, atenuando os efeitos da pena, se a ignorância ou o erro é escusável. É bom frisar que
jamais será escusável a ignorância do Direito, quando esta provém da negligência, pois, neste
caso, não cabe a qualquer pessoa alegar seu desconhecimento.

5. ERRO DE DIREITO (Art 35 do CPM)


Dá-se o erro de direito quando conhecemos bem as condições de fato, se ilude o
agente sobre a existência da lei que o proíbe.
O sujeito sabe o que faz; porém, não conhece a norma jurídica (ou não a conhece
bem e a interpreta mal). Citamos como exemplo: “A” mata “B”, que está com AIDS, para
aliviar-lhe os sofrimentos e evitar que a doença se propague, na falsa convicção de que a lei
sobre o homicídio não se aplica no caso.
A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave, quando a ignorância
ou o erro de interpretação da lei for escusável, exceto em se tratando de crime que atente
contra o dever militar.

6. ERRO DE FATO (Art 36 do CPM)


O agente conhece a lei, se engana sobre as condições particulares do fato.
O erro de fato pode ser: essencial e acidental.
O essencial é superável ou vencível e insuperável ou invencível.

a. Erro de Fato Essencial Insuperável ou Invencível (Art 36 - Caput - CPM)


Quando não pode ser evitado pela normal diligência. Qualquer pessoa, empregando
a diligência ordinária exigida pelo ordenamento jurídico, nas condições em que se viu o
sujeito, incidiria em erro. Exclui o “DOLO” e a “CULPA”. O sujeito não age dolosa ou
culposamente. Daí, não responder por crime doloso ou culposo. É o erro escusável.
Exemplos:
1) “A”, enfermeiro, ministra um remédio rotulado como tal, por engano do
manipulador que, no entanto, tratava-se de um veneno.
2) Ten “Y” recebe um cunhete de munição de festim, com todas as suas
características técnicas. Cumpre todas as normas de segurança previstas; entretanto, na
fábrica, um dos funcionários aumentou a carga e colocou pedaços de chumbo. Ao serem
usados os cartuchos no exercício, vários soldados foram feridos.

b.Erro de Fato Essencial Superável ou Vencível (Art 36, § 1º ,do CPM)


É o erro inescusável. É o erro que pode ser evitado pela diligência ordinária,
resultando de imprudência (prática de um fato perigoso) ou negligência (ausência de
precaução).
Qualquer pessoa, empregando a prudência normal exigida pela ordem jurídica, não
cometeria o erro em que incidiu o sujeito.
Exclui o “DOLO” (a intenção), mas não a “CULPA”, desde que previsto em lei o
crime culposo.
Exemplos:
1) o Cad “A” aponta o revólver contra o Cad “B”, supondo que a arma está
descarregada e fere-o.
2) o caçador “X” atira no seu amigo, pensando tratar-se de uma paca.

c.Erro de Fato Acidental (Art 37 do CPM)


É o erro doloso; por ficar íntegra a intenção criminosa do agente, a sua
responsabilidade é plena. Não impede o sujeito de compreender o caráter ilícito de seu
comportamento. O sujeito age com consciência do fato, enganando-se a respeito de um dado
não essencial ao delito ou quanto à maneira de sua execução. O erro acidental não exclui o
dolo.

O Erro de Fato Acidental pode ser:

1)Erro sobre o objeto: quando o sujeito supõe que sua conduta recai sobre
determinada coisa, sendo que, na realidade, ela incide sobre outra.
Exemplo:
Sujeito subtrai açúcar supondo tratar-se de farinha. O erro é irrelevante, pois a tutela
penal abrange a posse e a propriedade de qualquer coisa (arroz, açúcar, feijão, farinha etc) e
não de objetos determinados, pelo que o sujeito responde pelo crime de furto.

2)Erro sobre a pessoa:


Ocorre quando há erro de representação, em face do qual o sujeito atinge uma
pessoa supondo tratar-se da que pretendia ofender.
O agente pretende atingir certa pessoa, vindo a ofender outra inocente, pensando
tratar-se da primeira. Ocorre um desvio na relação representada pelo agente entre a conduta e
o resultado. Ele prevê o nexo de causalidade entre sua conduta e o resultado contra a vítima,
realiza a conduta e causa o mesmo evento contra outra pessoa.
Exemplo:
João quer matar Antônio, realiza a conduta (tiro) e mata Pedro (irmão gêmeo de
Antônio). O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não o isenta de pena. O
erro sobre a pessoa não exclui o crime, pois a norma penal não tutela a pessoa de Antônio ou
Pedro, mas todas as pessoas. No exemplo dado, João responderá por homicídio doloso, como
se tivesse matado Antônio.
No erro sobre a pessoa não se consideram as condições ou qualidades da vitima,
senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Quando se comete um
crime, deve-se levar em conta os dados da vítima virtual (a que o agente pretendia ofender) e
não da vítima efetiva (a que sofreu as lesões por engano).
O sujeito ativo Jonas pretende cometer homicídio contra Gaspar. Coloca-se de
emboscada e, pressentindo a aproximação de um vulto e supondo tratar-se da vítima (Gaspar),
atira e vem a matar o próprio pai. Neste caso, temos como vítima virtual o Gaspar e como
vítima efetiva o pai de Jonas.
Trata-se de um homicídio doloso; como se tivesse matado Gaspar, não haverá a
agravante prevista no CPM por crime cometido contra ascendente (Art 37 e Art 70, II, f).
3)Erro na Execução (Erro de Pontaria ou “Aberratio Ictus”)
Significa aberração no ataque ou desvio do golpe. Ocorre quando o sujeito,
pretendendo atingir uma pessoa, vem a ofender outra.
Exemplo:
Joaquim pretende matar Gastão; ao atirar, erra e mata Tércio, que estava próximo.
Verifica-se, pelo exemplo dado, que não há o engano, como no erro sobre a pessoa, e sim um
acidente ou erro no uso dos meios de execução. O agente que ao invés de atingir a pessoa que
pretendia ofender, atinge pessoa diversa responde como se tivesse praticado o crime contra
aquela. Acontecerá o “aberratio ictus” pelo erro de pontaria, desvio da trajetória do projétil,
movimento da vítima no momento do disparo etc.

7.COAÇÃO IRRESISTÍVEL (Art 38, a CPM)


Coação é o emprego de força física ou grave ameaça contra alguém, no sentido de
que faça alguma coisa ou não.
Há duas espécies de Coação:

a. Coação física (Vis Absoluta)


b. Coação moral (Vis Compulsiva)

a.Coação Física: é o emprego de força bruta, tendendo a que a vítima (coato) faça
alguma coisa ou não.
Exemplo:
1) Roberval, vulgo “Capeta”, mediante força bruta, impede que o guarda ferroviário
Zacarias combine os binários e impeça uma colisão de trens.
2) Cad TASSO, vulgo “Carioca”, foi seqüestrado no Rio, não podendo comparecer
ao quartel (AMAN) por mais de 8 (oito) dias, passando a ser desertor.
Nos exemplos dados, existe a dirimente da coação física irresistível (Art 38, a CPM).
O autor da coação é quem responderá pelo crime (Art 38, § 1º,do CPM).

b. Coação Moral: é o emprego de grave ameaça contra alguém, no sentido de que


realize um ato ou não.
Exemplo:
1) Sujeito constrange a vítima, sob ameaça de morte, a assinar um documento falso.
2) “A” compele “E” a matar “C”, sob a ameaça de ser morto.
A liberdade moral do coagido fica limitada a escolher entre a resolução de delinqüir
ou de ser vítima da ameaça do coator ou constrangedor.
O CPM , nos Crimes contra o Dever Militar (Parte Especial, Livro I, Título III do
CPM), não admite como dirimente a Coação Física Irresistível (Art 40 CPM).

OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA-(Art. 38, b e Art 38 § 1º e § 2º do CPM)


Cabe ressaltar a diferença entre a obediência civil e a militar. Enquanto o Direito
Penal estabelece normas destinadas à proteção de bens jurídicos constantemente encontrados
na sociedade (a vida, a propriedade, a honra etc), o Direito Penal Militar preocupa-se com
determinadas ações que não são encontradas e até carecem de significado para a coletividade
em geral, como, por exemplo, o sono da sentinela, a covardia do militar, a deslealdade, a
insubordinação etc. Nem mesmo a própria vida, que é o maior bem jurídico tutelado pela lei
penal comum, encontra no ordenamento castrense o rnesmo significado, pois o militar não
tem o direito de acovardar-se ante o perigo e deve chegar ao heroísmo de morrer em defesa de
seu posto.
A obediência hierárquica militar deve ser diferentemente encarada, pois a natureza
da função militar requer que o superior conte com poderes e faculdades que compreendam, ao
mesmo tempo, o direito de ordenar e a faculdade de punir os atos que julgue contrários à
disciplina; tudo isto baseado na hierarquia e na disciplina; esteios das nossas Forças Armadas.

Existem três tipos de Ordens:


a.Ordem legal emanada de superior hierárquico;
b. Ordem ilegal do superior hierárquico em matéria de serviço (Art 38, b
CPM);
c.Ordem ilegal que se não refere ao serviço (ordem manifestamente criminosa).

a. Ordem legal emanada de superior hierárquico


Neste tipo de ordem, quem cumpre ordem legítima não pode ser acusado de crime.
Trata-se de estrito cumprimento do dever legal, que é uma causa justificativa.

b. Ordem ilegal do superior hierárquico em matéria de serviço(Art 38, b do CPM)


Neste caso, o crime existirá, mas o subordinado (o autor) será isento da pena, por ser
uma causa dirimente prevista pelo CPM. O subordinado não possui vontade livre para agir,
ele deverá obedecer a ordem superior, desde que ela não seja manifestamente criminosa.

Se o ato é praticado em obediência à ordem superior que deva ser obedecida, a causa
do crime não é a vontade de quem obedece, mas sim a de quem ordena; por isto que o Art 38,
§ 1º do CPM, diz que: responderá pelo crime o autor da ordem.

c. Ordem manifestamente criminosa (Art 38, § 2º do CPM)


Refere-se à ordem ilegal desvinculada do serviço de natureza militar. Neste caso,
respondem pelo crime o superior e o subordinado. Esta ordem é a única que o subordinado
militar tem o direito de deixar de acatar, sem ferir o preceitos da disciplina militar, e sem
incidir nas sanções do delito de desobediência.

LEITURA COMPLEMENTAR AO TEXTO Nº 03.

Recomenda-se a leitura dos seguintes textos:

CÓDIGO PENAL MILITAR art : 9º e seus incisos; 10 e seus incisos; 11; 12; 13;15; 20; 22; 23;

25; 30 § único,incisos I, II; 31; 33incisos I, II; 32; 35; 36§ 1º; 37; 38 § 1º e § 2º ;
38 a) e b); 40; 70 inc II; 152; 191; 200 ; 225; 243; 244 ; 268 a 281

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR art 244

TAREFA nº 03

1. Distinga voluntariedade de intenção criminosa.


2. Distinga culpa em lato sensu de culpa em stricto sensu.
3. Diferencie dolo direto do dolo indireto.
4. Diferencie dolo direito determinado do dolo direto indeterminado.
5. Dê exemplo dos diversos graus de culpa.
6. Diferencie Imputabilidade, da Antijuridicidade, da Culpabilidade, da Tipicidade.
7. Que vem a ser a excepcionalidade do Crime Culposo?
8. Dê exemplo das diversas espécies de infrações penais.
9. Distinga o crime de OMISSÃO do crime AÇÃO POR OMISSÃO.
10. O que é um crime flagrante?
11. Dê a sua definição sobre CRIME.
12. Quanto ao grau de culpabilidade, como você classificaria o ato de um indivíduo que, ao
ser injuriado por um elemento de um grupo de arruaceiros, dispara a sua arma procurando
matar aquele que o injuriou ou qualquer outro componente do grupo?
13. Dê exemplos de crimes impropriamente militares, segundo os critérios da:
RATIONE PERSONAS
RATIONE LOCI
RATIONE TEMPORIS
RATIO LEGIS.
14. Dos atos delituosos abaixo descritos, cite aqueles que a justiça comum é competente
para processar:
- Nero, aspirante-a-oficial, cometeu crime de deserção;
- Golias , subtenente, desacatou seu Cmt, sendo preso em flagrante;
- Julião, empregado doméstico do Capitão Romão, Almoxarife do 101 BI,
subtraiu dois pares de coturnos, guardados no almoxarifado;
- Sgt Malaquias mata a esposa no interior de sua casa, localizada na Vila
Militar;
- Tício, Capitão, agride em via pública Joaquim, Cb da Marinha;
- O cidadão, vulgo “Chumbão” deu uma pedrada no Ten Farias, durante uma
formatura em praça pública;
- O Ten Tavares é agredido por dois pivetes, no centro da cidade.
15. ANDRADE, aluno do 2º grau do CMR, com 17 anos incompletos, usando uma atiradeira,
atingiu um colega, causando lesões corporais graves. Aberto inquérito, Andrade foi
considerado autor do crime. Ele será responsabilizado criminalmente? Justifique.
16. Dê exemplos de ineficácia absoluta do meio e ineficácia relativa do meio, explicando-os.
17. Dê exemplos de impropriedade relativa do objeto e impropriedade absoluta do objeto,
explicando-os.
18. Quais as conseqüências acerca da responsabilidade da impropriedade do objetivo e da
ineficácia do meio?
19. Explique a punibilidade nas fases do Iter Criminis.
20. Diferencie os atos preparatórios dos atos da execução.
21. Explique a tentativa perfeita ou acabada.
22. Explique o crime falho, tentativa imperfeita ou inacabada.
23. É punível o aluno que, num dia de prova, quando os livros são colocados sobre uma
mesa, furta um livro que julga ser de um colega mas que, depois, verifica ser de sua
propriedade? Justifique.
24. Caracterize a COAÇÃO IRRESISTÍVEL. Dê exemplos.
25. Caracterize a OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA. Dê exemplos.
26. Distinga as causas dirimentes das causas justificativas.
27. Explique com exemplos o “ ABERRATIO PERSONAE” e o “ABERRATIO ICTUS” .
28. Antônio é acordado altas horas da noite por gritos desesperados de sua vizinha Dª Júlia.
Ao olhar pela janela, vê que o marido da referida prepara-se para esfaqueá-la. Antônio, então,
em face de impossibilidade de resolver o problema de outra maneira, apanha seu rifle de caça
e após fazer pontaria, mata o marido da Dª Júlia. Antônio cometeu crime? Justifique.
29. José, soldado de uma Cia PE, ao dar voz de prisão a um soldado do 305 Btl Inf Mtz, que
promovia desordens num bar, vendo que este iria fugir, agarra-se com ele, que então reage.
Trava-se violenta luta corporal, da qual resulta lesão em ambos. Houve crime militar por parte
de José? Justifique.

Anda mungkin juga menyukai