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“O que parece que existe nesse caso é um certo sentir subjetivo de que o fato
de ser réu confesso de um crime que é grave mesmo legitimaria uma
antecipação de pena. E é isso que está acontecendo nessa prisão preventiva
de mais de 4 anos”, ressaltou a advogada de Farah.
O Crime
Segundo a denúncia, em 24 de janeiro de 2003, por motivo torpe, representado
pela vontade de pôr fim a um relacionamento amoroso conturbado, o médico
teria criado uma armadilha e matado Maria do Carmo, empregando recurso
Petição Revogação hábeas corpus Farah Jorge Farah ao STF
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que impossibilitou a sua defesa.
No sábado, 25 de janeiro do mesmo ano, Farah fez contato com uma terceira
pessoa, pediu auxílio e colocou os sacos plásticos nos quais estavam os
pedaços do corpo da vítima no interior de seu carro, que só foi localizado no
dia 27 de janeiro, em uma garagem. Farah foi preso preventivamente no dia 28
de janeiro.
O júri popular composto por cinco mulheres e dois homens decidiu condenar
o ex-cirurgião plástico Farah Jorge Farah a 13 anos de reclusão e dez dias-
multa pelo esquartejamento e morte da dona-de-casa Maria do Carmo Alves. O
crime ocorreu em janeiro de 2003. O corpo foi encontrado em cinco sacos de
lixo, cortado em nove pedaços.
Ainda assim, Farah pôde sair do Fórum de Santana e ir para casa. Em seu
favor, consta habeas corpus proferido pelo Supremo Tribunal Federal, que o
libertou em 2007. A sentença foi proferida pelo juiz Rogério de Toledo Pierri, do
2° Tribunal do Júri, no Fórum de Santana (zona norte de São Paulo).
O ex-cirurgião já cumpriu quatro anos de pena. Assim, restam nove anos para
serem cumpridos em regime fechado, segundo a sentença, "considerando a
gravidade dos delitos e a periculosidade do réu".
Sentença
Todos os quesitos apresentados pela acusação foram respondidos por 7 a 0.
Os jurados também entenderam que Farah não é semi-imputável, dando-o por
plenamente capaz de entender o que fez e de se determinar. Como
atenuante, contou a confissão espontânea.
O juiz Rogério Pierri defendeu que a pena foi extremamente adequada. "Não
se pode confundir a forte comoção com reprimenda", disse.
Júri
O júri popular durou três dias. Vinte e duas testemunhas foram ouvidas no
julgamento, que começou com um atraso de cerca de seis horas na terça-feira.
O corpo só foi encontrado três dias depois do crime, em sacos de lixo no porta-
malas do carro do médico. Farah diz apenas lembrar-se de uma luta corporal
com a vítima, que o perseguia insistentemente havia cinco anos, desde que
terminara o relacionamento amoroso com ela. "Surtei", alegou.
Terceiro dia
O terceiro dia de júri popular teve início por volta das 10h. Após a
argumentação do promotor, que só acabou às 14h25, o julgamento foi
interrompido para horário de almoço.
“Farah tomou uma série de cautelas, atraiu Maria do Carmo com a promessa
de fazer uma lipoaspiração e conduziu tudo de maneira racional, de modo a
eliminar uma pedra em seu sapato”, disse o promotor.
Ainda segundo Pereira, que citou laudo de peritos ouvidos no júri, Farah tem
traços de teatralidade e está representando um personagem como fez no
restante de sua vida. “Coincidentemente, inclusive tropeçou diante das
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câmeras neste mesmo júri e fez questão de contar isso ao juiz mesmo sem
este ter pedido.”
Além disso, citou outros casos de mulheres, todas com perfil semelhante ao de
Maria do Carmo (casadas, com relacionamento estável), que acusam Farah de
atentado violento ao pudor, abuso sexual e estupro.
Defesa
O advogado de defesa de Farah, Roberto Podval, argumentou que o acusado
agiu em legítima defesa e alegou semi-imputabilidade.
Segundo Podval, o crime não foi premeditado: Farah só a matou porque foi
atacado por uma faca e agiu sob domínio de uma violenta emoção. "Qualquer
pessoa perseguida daquela maneira a mataria", afirmou Podval, que pediu o
atenuante por Farah ser réu confesso.
Livre
Farah está em liberdade desde maio de 2007, após quatro anos preso, graças
a habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal) que considerou que sua
prisão preventiva não se justificava apenas pela gravidade do fato e clamor
público.
Atenciosamente,