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RELATÓRIO T É CNI CO

PROJET O CIDA DE CRIA NÇA - ARAÇUAÍ / MG


JULHO A SETEMBR O

2007

INTRODUÇ ÃO

“TODA CRIAN ÇA É PRÍ NCIPE OU PRIN CESA (EU ACHO ).”

O projeto Cidade Criança tem hoje um bom reconhecimento nas comunidades onde acontece. Há
muita valorização, carinho e apoio das pessoas e grande credibilidade das crianças. A tualme nte, na
zona rural (c omunidades Engenheiro Schnoor, Alfredo Graça e Baixa Que nte), o projeto Cidade
Criança conta com 13 mães-cuidadoras, 4 agentes c omunitári as de e ducação infantil, 20 ges tantes e
199 crianças. Na zona urbana de Araçuaí (núcleos A rraial, Nova Esperança, Corredor, Pe dregulho e
Piabanha), conta com 11 m ães -cuidadoras e 3 agentes comunitárias de educação infantil, 10
gestantes e 209 crianças.

ATIVID ADES DE AC ORDO COM O PLA NO DE T RABALH O E AV ALIA ÇÃO (PTA) - OBJETIVOS

• Atividades de acolhimen to

Cleide es tá completando três meses se m bebe r uma gota de álcool. É um a grande v itória e todos os
envolvidos com ela es tão fe lizes. Tem gente que não acredita e tenta dar bebida a ela. São os “ amigos
de gole”, mas ela recusa, sem ser desagradável. Até dinheiro, como 1 real, já recebeu para be ber
depois, mas el a dá para os filhos com prare m bala. Como o tratamento psicológico está completando
um ano, ela passará agora por uma avaliação e talve z mude os medicamentos. Pode se r que até deixe
de fazer uso deles. A nova me ta de Cleide é fazer a cirurgia de ligadura de trompas. E la já fez os
exames e está aguardando a data da cirurgia.

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Cleide é hoje outra pess oa: es tá mais ativa, alegre, conversada. Cuida bem dos fi lhos, passei a com
eles, está sem pre e m companhia de algum deles, desde o mais ve lho até os gême os. Os filhos fala m
com orgulho da mãe, mos tram os chinelos que ganharam dela, as roupas... A os poucos, as ações do
proje to Cidade Criança come çam a ganhar espaço e m sua vida. E la pass ou a conversar com as
famílias, como mãe-cuidadora que é, conse guindo o respe ito e a admiração das pess oas, até mes mo
de sua mãe, D ona Fátima. Cleide está mais tranqüila e com o raciocíni o m ais l ógico e algumas vezes
conse gue manter um diálogo claro por alguns minutos. Cleide é uma prova viva dos bons frutos
resultantes do acolhimento, d o cuidado, da convivência e do bom aprove itamento das oportunidades
ofere cidas.

Outro exe mplo é o cas o de duas crianças que estão faze ndo tratame nto com a fonoaudióloga,
aprese ntando resu ltados positivos. O tratamento teve início de pois que as m ães -cuidadoras
perce beram dif iculdades na f ala das crianças. O especialista foi procurado pela equipe do projeto
Cidade C riança e res olveu cuidar dos cas os aprese ntados.

No c aso de Ana C ristina Reze nde Pego, de 4 anos, moradora do bairro Nova Es pe rança, o resu ltado é
notável. A mãe da menina es tá acom panhando s eu tratamento junto com a Madale na, que é m ãe-
cuidadora. A f onoaudióloga conversa com as duas e pass a alguns exercícios a se rem feitos em c asa.
Nas visitas da M adalena, ela trabalha outras atividades, como trava-línguas, imitações de s ons e
músicas etc. A fonoaudióloga acredita que se rá pre ciso pas sá-la para um otorrino, pois a criança
também tem problem a na garganta. Ess a é m ais uma pre ocupação da m ãe, pois o tratamento pelo
Sistema Ún ico de Saúde (SUS) é m uito demorado e pode le var anos para conse guir atendime nto.

Já a me nina Tâmara Souza Braga, de 5 anos, não teve o mes mo apoio da m ãe, que não tem
acom panhado a filha nas consultas. Quando che ga o dia da consulta à fonoaudióloga, ela sai de
cas a e n em arruma a criança para a mãe-cuidadora le vá-la. A na C arla, que é a mãe -cuidadora,
conse gue ver o dese nvolvimento da cri ança após as idas na fonoaudióloga, mas acredita que seria
mais i nte ress ante e com me lhor rendimento se a mãe também participasse do processo.

Everton é uma criança de 3 anos da com unidade de Enge nheiro Schnoor. Desde que nasceu, a pele
de se u rosto apres entava um a doença diferen te, crian do uma couraça avermelhada, dolorosa e de
aspecto ruim. Intrigados com aquilo, os técnicos d o Cidade Criança pe diram ajuda de f ora, já que na
cidade os mé dicos não encontravam solução. O D r. E ds on Correia, ex-pró-reitor da UFM G, indicou
um amigo em Araçuaí, que o encaminhou para a D ra. Rita, su a espos a pediatra, p ara c uidar do caso.

A criança aprese ntava alergias em todo o ros to, que já estava bem danif icado: os olhos não abria m

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direito e as rachaduras m inavam sangue. E verton e ra uma criança triste, desanimada, quase não
conse guia dormir à noite, alimentava-se m uito pouco e sentia-s e rejeitado pelos colegas. Sempre que
algué m se aproxim ava dele, era c om pena, e isso o fazia se ntir-se diminuído. A pós a primeira c ons ulta
e o us o dos me dicamentos, o resultado foi obse rvado já na primeira sem ana, quase que de i me diato.

Foram fe itos ex ames de Hemograma, IGE total, VDRL, Creatinina e EPF 3 amostras. A Dra. Rita disse
nunca ter vis to algo assim, um cas o de alergia gené tic a em grau tão alto. Ho je, a pele do rosto de
Everton já está be m diferente, as pess oas na c omunidade custam a acreditar que é aquela criança que
tinha o rosto m achucado e que hoje es tá pratic ame nte c urada. Everton está mais alegre, desenvolvid o,
dorme me lhor à n oite, alimenta-se bem, corre e sorri m uito. Ainda não fala.

A mãe f ala com muito orgulho desse resultado, pois há muito tempo su bm etia-o a tratamento na
própria comunidade, c om os estagiários, m as nunca havia conseguido um bom res ultado. A gora, c om
apenas três meses de tratamento, já se percebe a dife rença em relação ao tratamento anterior, que
durou três anos, se m melhora.

O projeto Cida de Criança mobilizo u toda a aldeia pa ra cuidar de uma criança. As m ães -cuidadoras
sentem-se realizadas e engrandecid as c om o resultado do trabalho.

Em fevereiro de 2007, iniciamos no Cida de Criança, nas comunidades rurais de Alfredo G raça e
Engenheiro S chnoor e em quatro bairros da zona u rbana de Ar açuaí, o projeto de c artas e fotograf ias
para os pais que vão trabalhar no corte de cana. Esse projeto es tava sendo coordenado pela
intercambista ame rican a E mm a Raynne, com a participação das e ducadoras do Cidade Criança. A
atividade consiste em escrever cartas para os pais durante o período em que eles estão no corte de
cana, perm itindo que e les acompanhe m o dese nvolvime nto da f amília por meio de palavras, desenhos
e fotos.

Esta é uma experiência muito positiva. Quando recebe m as fotos, as cartas e o CD no corte de cana,
os pais fi cam ansiosos para terminar o trabalho para ver, ler e ouvir as vozes dos filhos.
Imediatamente, lig am para as famílias para contar e falar das em oções que tiveram em receber as
encom endas. Alguns chegam até a chorar de s audade, outros mandam ampliar as f otos, alguns
chegam a dormir com as f otos embaixo do travess eiro.

As cartas s ão tam bém um me io que as mulheres têm de relatar alguns sentime ntos que há muito
tempo gos tariam de dizer ao m arido, m as que não tinham oportunidade: dizer, por exe mplo, que ele é
o me lhor marido, o melhor pai, que é uma pessoa especia l, de quem gos ta muito etc. Isso tem

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contribuído para m elhorar a relação afetiva en tre os casais. A atividade de escrever as cartas para os
pais es tá e nvolvendo as crianças de forma muito positiva.

Esse é o caso de Re nata, u ma criança de 1 ano e 3 meses. Ela mostra a foto do pai sem pre q ue ouve o
CD com a fala dele, fi ca procurando por ele e g ritando papai. Quando o pai f oi em bora, ela tinha
apenas 10 meses. A atividade das c artas é uma forma de ajudar a criança a não es quecer o pai, como
acontecia antes.

As crianças m aiores vão escolhe ndo o que quere m mos trar para os pais, ficam ate ntas a tud o que
acham que vai interessar a ele. Com iss o, estão cuidando das hortas, d os animais, dos brinq ue dos... E
o mais importante: o pai não c ai n o esquecime nto e nem o fi lho, já que os pais recebem inform ações
mens ais e acompanham todo o process o de desenvolvimento, mesmo de longe.

• Atividades de convivência

Durante as vis itas às casas das crianças, divers as atividades são propos tas e obser vam os que as
brincadeiras s ão prim ordiais para o desenvolvime nto delas. Quando u ma criança es tá brincando, es tá
exercitando habilidades essenciais à saúde e alimentando s uas fantas ias e a imaginação. As crianças,
quando brincam, des cobrem as m últiplas poss ibilidades de resolver os dife rentes problemas que lhes
são c olocados. Um a atividade be m-sucedida é a confe cção de brinque dos e bonecas em oficinas que
reúnem crianças e pais. M uitas vezes, os pais não têm din heiro para comprar um brinque do e, com
essas oficinas, podem ficar mais p róximos dos filhos, ao mesmo tempo em que reciclam materiais.

O teatro e a contação de história têm despe rtado nas crianças e jovens o interesse e o prazer pelas
his tórias. Os livros são mais procurados, há grande interesse pela leitura e que m ainda não s abe ler
corre à procura de alguém que sa be, o que contribui para a convivência entre c rianças, adultos, jovens
e idos os.

O guisado é outra ativid ade que tem des pertado o s entimento de cooperação e ntre o grupo,
principalmente no Semen tinha, que atende crianças de 4 a 6 anos. As crianças aprendem a dividir o
que traze m de casa e ao mesmo tem po ajudam a preparar o próprio alimento. C om ess a atividade,
elas têm a oportunidade de levar para s uas cas as s ugestões de uma alimentação nutritiva,
aumentando o gosto pelas verduras e a valorização do alimento que consegue m fazer.

A equipe de educadoras do Cidade Criança está f aze ndo re uniões mais constantes com os pais e c om
toda a comunidade. O objetivo é colocar as pess oas inteiradas dos cronogramas de atividades do

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proje to, além de poder contribuir com s ugestões e partici pação nas atividades que as interessarem.
Essa prática tem contribuído para ações mais coletivas, pois os pais e ntende m m elhor o trabalho e
contribuem mais també m. Esse tipo de apoio é fundame ntal para o dese nvolvimento das crianças.

• Atividades de aprendizagem

O Nova Espe rança é u m bairro novo da cidade, onde as m anifestações de v iolência física, doméstica e
verbal são e xtrem am ente fortes. Constanteme nte, acontecem ass ass inatos no bairro e as crianças
presen ciam as cenas. Algumas que re m sa ber o m otivo da morte dos pais e f icam pe nsando ape nas
em vingança. Ess a é uma grande preocupação das mães-cuidadoras, que n ão s abem como res olver o
proble ma. As atividades que ac onteciam à noite, como roda de viola, c ontação de his tórias e fo lias do
livro, enf rentam obstáculos para acontece r, dada a falta de segurança do bairro, pois os tir oteios
acontecem em qualquer lugar. As fam ílias são carentes, nume rosas e têm renda s alarial muito baixa.
Em s uas v isitas, as mães-cuidadoras procuram levar atividades que elevem a auto-estima das c rianças
e d as mulheres. E las já ganharam a conf iança e o carinho das crianças, que vê m as m ães -cuidadoras
como um adulto bom, alegre, confi ável. A equipe está apre ndendo a lidar com ess a grande
difi culdade. O medo ainda não dominou o grupo, que faz o trabalho de visitas lev ando os cuidados, o
acolhimento e uma oportunidade dife rente para as crianças do lugar.

No bairro tam bém sã o re alizadas atividades interessantes, como as ofi cinas de bonecas, que s ão fei tas
em cas a junto com m ães e cri anças. É um m omento de troca e de aprendizagem, as pessoas vão
ensinando o que sabem e as m ães-cuidadoras aproveita m para conve rsar e tirar as dúvidas e m
relação aos cuidados com as c rianças.

As ofi cinas de produção nas cas as das famílias têm retornos pos itivos, pois as e ducadoras e nvolvem as
mães e a s crianças n as produções. N o bairro Arraial, na cas a da Dona Izabe l C oelho, acontece u a
produção de vitamina de bete rraba. E la tem uma família m uito grande: são muitos filhos, netos e
noras, e todos entraram n a roda. As c rianças n ão gos tavam de comer beterraba e as m ães -cuidadoras
acharam a solução para esse problema. Se gundo Izabel Vieira Coelho, de 48 anos, “achei muito
interes sante, porque antes não sabia com o fazer as crianças comerem beterraba e hoje aprendi a
fazer a vitamina. Gos tei do que aprendi e v ou f aze r para minhas f ilhas e ne tos ”.

As hortas nos quintais das famílias, a partir do ince ntivo das educadoras, també m têm dado bons
resultados. A alimentação das crianças está mais rica e saudável. Em um pedaço pequeno de terra é
possível plantar muitas variedade s, até mesm o em bacias, baldes e sucatas de vasil has. As atenções
também es tão voltadas para o cuidado com o meio ambiente, principalme nte o reaproveitame nto de

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água das pias, de res tos de alimentos e de lixo dos quintais.

Os grupos de produç ão na zona urbana estão acontecendo de 15 e m 15 dias. As m ães já


aprenderam a faze r s abão caseiro, pasta de brilho, vermíf ugos, xaropes contra gripes e atualme nte
estão produzindo doces, tortas de verduras, fanta caseira e tc. As produçõe s são pre textos para os
grupos de mulhe res se encontrarem e conversarem, mas já se pe rcebe e conomia no orçamento
domés tico. O s abão, por exe mplo, é m ais barato e rende mais. O que é produzido é dividido entre o
grupo, que já plane ja o próximo encontro quand o avalia o que foi concluído. A escolha do que
produzido de pende do m ome nto vivid o pelo grupo de c rianças: xarope, se e las estive re m gripadas;
xampu, se es tiverem c om piolhos e tc.

Em j ulho, Tião Rocha, presidente do Centro Popular de C ultura e Desenv olvimento (CPCD), fez uma
pales tra de apres entação do novo proje to a se r iniciado na comunidade de Alfredo Graça, o
“Caminho das Águas ”. F oi uma palestra abe rta para toda a comunidade e algumas mães levaram
seus f ilhos, como de c ostume. Gustavo, um menino de 3 anos, particip ante do Cidade Criança, ouviu
toda a pales tra. A partir daí, nunca m ais des perdiçou xixi: qua ndo tem vontade, corre para o pé de
laranja. M argarete, m ãe de Gus tavo es tranhou ess a atitude e perguntou o m otivo, ao que ele
respondeu: “O Tião R ocha falou que x ixi é bom para a laranje ira dar laranja m ais gostosa”.

A equi pe parou para discutir com o fu nciona a cabeça da criança diante de todas as inform ações
trans mitidas, que duraram ce rca de três horas: o G ustavo conse guiu aplicar iss o em sua vida e c olocar
em prática desde então. Apesar de ter vis to o T ião Rocha pouquíss imas vezes, o menino já o tem como
algué m que admira e procura seguir seus e nsiname ntos. Gustavo agora ensina a todas as outras
crianças a fazerem xixi nas laranjeiras. É uma prática um pouco dif ícil para as meninas, mas l ogo e las
vão descobrir um je ito de não des perdiçar o xixi.

O projeto Caminho das Á guas, apes ar de ter foco dife rente, a água, não é uma prática de svin culada
do Cidade Criança; ao contr ário, é uma atividade a mais e que já existia dentro do proje to,
englobando os cuidados com a água, com o lixo e com o meio ambiente em geral. Com esse novo
proje to, todos f icam atentos a tudo que envolve a água, principalmente as crianças: a limpeza do rio,
dos quintais, as m andalas, as es pirais, os círculos de bananeiras fei tos nas casas, tudo chama a
ate nção delas.

Em uma visita a Rodrigo e a Láisla, de 5 e 3 anos respe ctiva mente, a menina dese nhou o Rio Gr avatá,
que corta a comunidade. Rodrigo, que estava de olho, es pe rou pela hora e m que ela iria colorir a
água do rio. A o ver que a irmã escolheu o lápis azul, e le interrompeu, dize ndo: “Colore de preto,

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porque n osso rio agora es tá sujo e com esgoto. Daqui a alguns dias v ocê pode colorir de azul de
novo, quando ele estiver limpo outra vez”. As crianças e ntendem rapidamente o que é m elhor para
elas, e nquanto os adultos com plicam e tende m a des truir tudo à s ua volta, até mesm o s uas próprias
vidas.

• Atividades de oportunid ade

O cinema na comunidade da Baix a Quente contou com um púbico de 120 pessoas e com a
partici pação de alguns profess ores da escola. Esse fo i o primeiro filme do a no na comunidade e as
pessoas estavam muito atentas às cenas. Foi também uma oportunidade para que as crianças
pudessem entrar e brincar no e spaço da quadra até o momento de iniciar a sess ão. Es se é um local de
lazer em que as pess oas p recis am contribuir com dinheiro para te r acesso. Como as crianças não têm
como f aze r iss o, nunca entram na quadra, a não se r em ocasiões especiais, como o cinema.

No dia 13 de se tembro, aconteceu a segunda Folia do Livro da zona urbana de Araçuaí, saindo do
bairro Nova Es perança e m direção ao bairro Pe dregulho. As m ães-cuidadoras e as age ntes
comunitárias de e ducação infantil se pre pararam para m ais uma fes tividade do bairro. As crianças
pintaram os rostos e coloc aram asas de papelão. Aos p oucos, a comunidade se juntou a elas para
uma longa caminhada pelas ruas, levando as algibeiras e os bornais de livros. Na oportunidade, as
educadoras aprese ntaram um te atro retratando o cuidado com o meio ambiente, as que imadas, o
cuidado com a água, o us o da permacultura e tc.

As educadoras estão trabalhando e sses temas com as f amílias nos bairros e aos poucos e stão
conse guind o resu ltados satisf atórios, mesmo que sejam um pouco lentos. Nos quintais, ainda se
encontra muito lixo e uma grande res istência das f amílias em relação ao tratamento que se de ve dar a
ele. M utirões de limpeza e conscientização junto às famílias es tão s endo realizados e algumas já
começam a f azer a coleta do lixo, colocando-o em local adequado para o caminhão pegar, tud o isso
a partir do trabalho pe rsistente das educadoras.

O projeto Cidade Criança está comple tando dois anos de trabalho na c omunid ade de Alfre do Graç a.
Durante es se p eríodo, a equipe de mães-cuidadoras, além de cuidar de Luciano – agora com 4 anos –
, cuidou també m de seu pai, o S r. José Lúcio Gonçalve s. As mães -cuidadoras reclamaram e pedira m
tanto ao Sr. J osé para de ixar a be bedeira, que em agosto ele res olve u deixar. A esposa de le está tão
feliz que não c abe em si. D ize ndo-se realizado, ele contou que trabalhou e re cebeu 90 reais, se parou
80 para a fe ira de cas a e 10 para bus car umas gali nhas que estão em outra com unidade e que vão
ajudar na re nda da família. E le nunca h avia separado dinheiro para as des pes as domésticas. Essa

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vitória deixou a e quipe nas nuvens de tanta fe licidade e confiante no v alor do trabalho que fazem.

GEREN CIAMENTO DO PROJETO

O gere nciame nto do projeto é dinâmic o e efi caz, presente e ágil nas tomadas de decisão. C ontri bui
para o bom dese mpenho das atividades e ajuda a equipe a se r m ais protagonista, sempre que
possível. As rodas de inf ormações sobre todos os projetos têm acontecido u ma vez por mês, o que
facilit a o entendimento de c ada um e deixa todos por dentro de tudo que acontece n os projetos, o que
possi bilita a c ada coordenador contribuir e recebe r contribuições par a o se u trabalho.

DESEMPENHO DOS E DUCA DORES

Os e ducadores es tão mais envolvi dos c om o trabalho, procurando f orm as dife renciadas de envolver a
comunidade nas atividades do projeto. São of icinas de bonecas, teatro nas r uas com o f oco no te ma
“meio am biente“, passeios com as crianças nas praças da c idade, guisados etc.

Os encontr os da equipe nas sextas-fe iras são enriquecedore s e as pess oas procuram não deixar o
grupo cair na monotonia. T oda s em ana, o coordenador da re união inicia os trabalhos com uma
dinâmica e em se guida come ça a avaliaç ão do grupo. As e ducadoras reconhe cem que têm m ais
autonomia para discutir e levar para a roda as propostas e os objetivos do trabalho. Avalia-se como
ponto positivo ess a credibilidade que a coordenação tem dado ao grupo. Dess a forma, é possí vel
perce ber quem se des taca na e quipe.

ENVOLVIMENTO DAS F AMÍ LIAS E C OMU NIDADES

As famílias têm se envolvid o cada dia mais no tr abalh o do projeto. As of icinas es tão des pertando o
interes se das pess oas em redescobrir algo novo que irá contrib uir e gerar sustentabilid ade. Em várias
comunidades rurais onde o projeto C idade C riança atua, algum as pess oas já não compram m ais
sabão, fazem sua própria pasta de brilho, têm no quintal um a horta com hortaliças e plantas
medicinais. Tudo isso s ão indicadores de que os objetivos do proje to vêm s endo alcançados.

Na comunidade da Baixa Quente, es tão sen do desenvolvidas algumas a tividades junto à cre che e à
escola es tadual. A s pessoas da comunidade têm reconhecido o trabalho do projeto e participam m ais

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da vid a es colar. A lgumas oficinas, como tinta de terra, teatro, brinquedos, jog os e m andalas, foram
desenvolvidas em parceria com outras pessoas da comunidade. Ess as ativ idades são prete xtos para se
trabalhar o respeito, a auto-estim a, a valorização e a afe tivida de entre os alunos, profess ores e
comunidade e m geral. As educadoras estão s atisfei tas com os resultados alcançados até o momento.

AVANÇOS OBTID OS N O DESE NV OLVIME NTO DOS OBJETIVOS - PT A

• Índices qualitativos

- Auto-estima das grávidas mais e levada.


- Fam ílias e e ducadoras m ais comprom issadas em cuidar do m eio ambiente.
- Educadoras mais com promiss adas com o trabalho.
- Maio r envolvime nto das famílias n os grupos de produção.
- Afetividade f amiliar.
- Empoderamento com unitário.
- Acolhime nto
- Convivê ncia
- Aprendizage m
- Oportunidade
- Apropriação
- Satisfação e conômica
- Aleitame nto materno
- Valorização da c riança
- Melhora do Everton
- Recuperação da Cleide

• Índices quantitativos

- 01 oficina de tinta de te rra n o bairro Arraial, com 33 cartões confe ccio nados e 20 objetos pintados.
- 35 cartas esc ritas para os pais n o corte de cana, uma carta-envelope para cada pai.
- Média de 2 a 3 fo tos de cada família enviadas a os pais n o corte de cana.
- 20 grupos de produção re alizados.
- 04 cine m as i tinerantes reali zados.
- 04 folias de livro realizadas.
- 209 crianças sendo atendidas na zona urbana.

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- 10 gestantes sen do atendidas na zona urb ana.
- 11 mães -cuidadoras e 3 agentes comunitárias de educação inf antil atuando na zona urbana.
- 05 bairros da zona urbana sen do atendidos: Arraial, Nova Espe rança, C orredor, Ped re gulho e
Piabanha.
- 199 crianças sendo atendidas na zona rural.
- 20 gestantes sen do atendidas na zona rur al.
- 13 mães -cuidadoras e 4 agentes comunitárias de educação inf antil atuando na zona rural.
- 15 bonecas confeccio nadas.
- 03 mandalas feitas n a comunidade da Baixa Quente.

DIFICULDADES EN CONTRA DAS

Na comunidade da Baixa Quente, uma se nhora de apenas 23 anos, alcoó latra, perdeu um bebê de
cinco meses de gravidez. Durante sua ge stação, poucas vezes foi atendida pe la m ãe -cuidadora, pois
na maioria das vezes estava m uito bêbada. Um a das dificul dades e ncontradas é c onvencê -la a deixar
de be ber e volte a ter uma vida normal, cuidando dos filhos, da casa e de si mesma. El a já é mãe de
três crianças – um a de 7, u ma de 5 e outra de 2 anos – e o marido es tá trabalhando no corte de can a,
motivo pe lo qual está bebendo mais ain da e os filhos es tão ficando com a avó.

As educadoras lutaram para que ela parasse de beber e não perdesse o bebê, m as não teve jeito. A
situação é constrangedora e com pli cada, pois e la já está toda inchad a e não conse gue faze r m ais
nada: só fica n a cama e mesm o assim consegue ir atrás da bebida. A equipe do C idade C riança es tá
buscando uma parceria junto à Associa r para providenciar um tratame nto méd ico para e la.

Outra dif iculdade diz respeito às c rianças que n ão têm registro. No bairro Nova Es perança, são várias
nessa situação, pois algumas mães são acomodadas e não re gistra m os fi lhos, dif icultando o trabalho
das m ães-cuidadoras. M uitas vezes, a própria m ãe não s abe a idade ce rta do f ilho, mudando
constantemente o nome fi ctício que es tá no cartão de v acina. S ão m uitas as conversas com essas mães
quanto à importância de se dar um nome e de registrar o filho, mas ainda sem sucess o. As mães-
cuidadoras ainda não enco ntraram meios de convencê-las a re gistrar os fi lhos s em o uso da lei, o que
geraria constrangimento e até a re tirada da criança do projeto.

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BREVE SÍ NTESE

Ver o grupo e nvolvido com o trabalho, e m busca de cres cime nto, melhorias, acolhimento, cuidado,
aprendizagem e gerando oportunidades para as crianças, principalm ente, nos dá ânimo para
enfre ntar os desaf ios que encontram os no dia-a-dia, m as primeirame nte nos dá muito praze r e
felicidade e m participar do process o desde o início.

Os avanços do C idade Criança dão vida nova a todos os e nvolvidos. Nes te último trimes tre,
aconteceram muitos f atos agradáve is, m uitas vit órias, como a de Betinho, Cleide e J osé Lúci o.
Aprendemos com o Gus tavo, que aprendeu com o Tião Rocha. A convivê ncia com as crianças
infl uencia os adultos de forma agradável, com panheira e carinhosa. A lógica das crianças, tão real e
simples, nos m os tra que é poss ível des com plic ar. Afinal, para que serve a laranja? Nada mais lógico
do que dizer que é para chupar, como disse Ianca. Mas nós ficamos enfeitando, dizendo que tem
vitaminas, que iss o e aquilo e o mais lógico deixamos p ass ar.

Por que não adotamos um a atitude prática na nossa vida, como a decis ão do Gus tavo de fazer xixi no
pé da laranjeira, ao invés de tentar resolver o mundo? Deveríamos mes mo era aprende r c om e las, as
crianças, porque aí tudo se ria mais sim ples, bonito, agradáve l. Se ria tudo uma brincadeira verdadeira
e c onstrutiva, alegre e prazerosa, que acabaria quando uma outra brincade ira aparecesse. Que ótimo
que o Cidade Criança está aqui para n os e nsinar tu do isso: ser feliz simplesme nte.

M arili a Barbosa / Silmara Soar es


Coord enadoras do Pr ojeto Cida de Criança

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ANEX OS

• História contada para tr abalhar a ques tão do preconce ito e ntre os adultos

Era um a vez um lobisomem que m orava e m uma cave rna muito estranha. O lobisomem er a muito fe io
e tinha a cara pintada de tinta verde. E le queria muito uma namorada, mas e ra tão feio, que todas as
fêmeas corriam dele. Mas, certo dia, ele es tava andando pela mata e de repente encontrou um
lobis omem azul, que o olhou de ponta a cabe ça e, depois de trocarem v ários olhares, se apaixonaram
perdidam ente um p elo outr o e res olve ram se casar.

Ah, vocês não sabem o que aconteceu! Depois desse dia, todas as outras lobisomens, ou melhor,
lobimulhe res, que o desprezaram ficaram morrendo de inveja e quere ndo se cas ar com ele, mas só
que aí era tarde dem ais para elas. O lobisomem estava perdidame nte apaixonado pela lobimulher
azul.
Mi lene Gonçalv es - Agen te Comuni tária de Educação Infan til
Comunidade Ba ixa Qu ente

• Simpatia para ajudar a criança a andar

- Ir par a u ma cas a que te nha três portas, cozinha, c orredor e s aída.


- Pegar três fiapos de palha e a marrar um no outro.
- Amarrar a tira dos três fi apos em u m a das pernas da criança e segur á-la para andar e m dire ção à
porta.
- Ao pass ar pela primeira porta, parar e perguntar a que m c uida da criança: o que corto? A pess oa
deverá res ponder: o med o.
- Cam inhando em direção à segunda porta, repetir a mes ma f ala, se m pre se gurando a criança pe las
mãos.
- Ao c hegar na terceira porta, a da sala, fazer a mesma pe rgunta e depois a ndar até s air na rua.
- Repetir por três sextas-feiras.
- Têm crianças andaram antes de c om pletar as três se xtas -feiras.

M argari da - Mã e-cuidadora
Engenheiro Schnoor

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• Monitoram ento de P rojeto - M PRA
P rojeto das C artas para os pais

Pe rguntas R espostas
1. Quantos iniciaram a atividade e/ ou o - 51 pessoas iniciaram as atividades do projeto das
projeto? cartas, se ndo 25 f amílias n a zona urbana, 9 f amílias
em Alf redo Graça e 17 famílias em Schnoor.
2. Quantos c oncluíram? - 38 pessoas finalizaram a primeira etapa do
projeto, sendo 20 famílias na zona urbana, 7
famílias e m Alfredo Graça e 11 famílias em
Schnoor.
2.Quanto te mpo gastamos ou necessi tamos - A ativ idade teve duração de 5 meses – fevere iro a
para realizar a atividade e/ou o m ódulo? F oi junho, coordenada por Emm a Raynne e 5 meses
suficiente? coorde nada pela equipe do Cidade Criança. Este
tempo foi s ufi ciente para iniciar a atividade, gravar
depoimentos dos pais, fotografar as famílias com a
presen ça dos pais, fazer os primeiros contatos,
bus car endereços e produzir as fotos após a ida dos
pais para o corte. A continuidade se estenderá por
mais alguns mese s, até novem bro, quando os pais
retornam para cas a.
3. Quantos produtos e/ou materiais de apoio - Foram gravados três CDs contendo as falas dos
e/ou de instrução foram feitos? El es atendem pais, um por localidade – Schnoor, G raça e Zona
aos objetivos do proje to? urbana.
- Foram produzidas cinco fotos das f amílias, cada
família com o pai pres ente.
- Realização de se is fotos das famíli as na ausência
dos p ais.
- Gravação de um CD com fotos e música, para
exibição no telão nas com unidades durante as
sessões de cinema.
- Gravação de um CD sobre algumas atividades do
Cidade Criança.
- Uma carta por mês enviada para os pais no corte
de cana.
- Uma visita em um alojamento de trabalhadores do

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corte de cana em São P aulo realizada por Emma
Raynne.
- Os produtos fei tos atende m aos objetivos do
projeto, ale gram os pais e os colocam cientes do
que acontece e m c asa em s ua aus ência.
4. O que foi feito que evidencia ou garante que - Avaliação dos resultados junto às mães.
atingimos os objetivos propostos? - Avaliação dos pais por telefone.
- Motivação e interesse dos filh os em contar para os
pais o que acontece em casa;
- Maior envolvime nto f amiliar;
- Cuidado e carinho na es colha do que fotografar
para os pais;
- Recordação afetiva da fi gura paterna;
- Respeito e valoriza ção do trabalho dos pais.
5. Como as a tivid ades foram realizadas: foram - As atividades f oram lúdicas e inovadoras e ao
lúdicas? Foram inovadoras? Foram e ducativas? mesm o tempo e ducativas. Nunca ningué m parou
para pensar e fazer algo que valorizasse os pais e
seu trabalh o, ao retornarem do corte se mpre f oi
trabalhos o reconquistar os filhos e ter o carinho dos
mesm os, com o projeto das cartas a figura do pai
não é es quecida, pois os filhos cons truíram portas
retratos, dese nhos, es colheram como deve riam ser
as fotos e c artas para se re m enviadas aos p ais.
6. O que pode se r sis tem atizado?É possíve l - Ainda é cedo para s istem atizar algo sobre o
construir uma “teoria do c onhecim ento”, j á? Projeto das cartas, após o retorno dos pais, com
avaliação dos mesmos, das es posas e,
principalmente, das crianças talvez seja possível
sistematizar algo.
7. O que ne cess ita se r ainda praticado para - As práticas exis tentes até o m omento têm su prido
alcançar os objetivos ? as ne cess idades e alcançado os objetivos do Projeto
8.Se o proje to en cerrasse hoje, ele estaria longe - Se o Proje to encerrasse hoje ele estaria perto, pois
ou perto do objetivo? as crianças n ão se se ntem tão a bandonadas como
antes, estão s empre lembrando e fa lando algo s obre
os pais e, os pais por sua vez, acompanham o
desenvolvimento dos fi lhos através das fotos,
desenhos e cartas escritas por e les e pe las mães com

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a ajuda das m ães -cuidadoras e das agentes
comunitárias de e ducaç ão inf antil.

9. Há ne cess idade de “corre ções de rumo”: nas - Não.


atividades? Na metodologia?

10. O nosso prazer, alegria e vontade em - Aume ntaram, pois as crianças e mães mostram as
relação ao projeto: aumentaram? Diminuíram? fotografias dos pais com orgulho e se sentem felizes
Por quê? por ter alg o que supre um pouco a soli dão. Este
contato tem s ido muito rico para todas as famílias
envolvidas, principalme nte para as c rianças.

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• De poimentos de algum as f amílias que p articiparam do projeto das cartas :

“Para mim, principalmente, foi muito bom, porque me aproxim ou mais da minha f amília. Meu marido
está longe, m as es tamos mais perto um do out ro. Meu m arido es tá participando mais da nossa vida
aqui. P rimeiro foi s ó por telefo ne, mas não dá para falar tudo e nem mostrar nada. A gora, dá para
mostrar as coisas e tem mais aproximação entre o homem, a mulhe r e o filho. A coisa m ais importante
que e u pude m os trar por e ssas cartas f oi o cres cimento de meu filho, porque toda vez que eu mandava
uma c arta, me u m arido via me u fi lho dife rente, uma vez m ais magro, uma v ez mais gordo, a outra vez
um pouco maior. Ele está sempre crescen do um pouquinho. Com as cartas, meu m arido acompanha
tudo de perto. Ele está longe, m as a o mesm o tempo pe rto.”
Mônica, 24 ano s, tem um filh o de 2 ano s e 5 meses

“Eu acho que esse projeto é muito bom porque dá oportunidade para o pai acompanhar o
crescimento do filho. É bom porque eu não tenho condições de tirar fotos para ele acompanhar o
desenvolvimento de lá onde ele está. Através desse projeto, eu consegui. Também, quando ele estiver
maiorzinho, vou pode r mostrar para ele as f otos de quando ele era pe queno e o pai estava no corte.”
Valquíria, 20 ano s, tem um filho de 3 me ses

“Eu gostei des se projeto porque eu me aproximei mais d o m eu marido. Sem pre quan do ele viajava, ele
ligava mais do que esc revia. Foi bom até para ele também. Ele es tá ve ndo o crescimento das c rianças.
Sempre perdeu muita coisa boa, prin cipalme nte as datas de anivers ários. E le não escrevia porque
estava longe. Foi uma surpresa para ele receber as cartas. Ele não sabia que ia receber. Foi uma
surpres a ver, a lém da carta, as fotos d as crianças e ve r elas crescendo. Qu ando ele viajou, a peque na
nem es tava se ntando direito. E la está rastejando já.”
Maria Jo sé, 23 anos, tem 3 filho s - um com 7 ano s, um com 4 e u m de 6 me ses

“Esse projeto ajudou a gente bas tante. Nem sempre a gente pode estar mandando fotos ou cartas. Eu
gostei muit o porque, c om o CD, a Samira sempre está es cutando a voz dele e e la repete tudo que ele
fala. Ela f ica até falando que o pai dela es tá lá, pensando nela. Eu acho que é um proje to muito bom,
porque os meninos se sentiam muito longe dos pais. A Samira mes mo es tranhava quando o pai dela
chegava. Demorava para ela se acostumar com ele. A gora e u acho que ela não vai estranhar m ais
não. P orque ela es cuta a voz dele e fi ca fa lando: ‘ O pai! O pai!’. F oi muito bom. A melhor cois a que
veio por aqui foi o projeto das c artas.”
Arl ene, 18 ano s, tem uma filha de 2 anos

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