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Políticas de saúde e formação de

recursos humanos em Odontologia


Os cursos de Odontologia devem avançar para um projeto pedagógico
construído coletivamente, centrado no aluno como sujeito da
aprendizagem e no professor como mediador do processo
ensino-aprendizagem.
Samuel Jorge Moysés*

* Professor Titular do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da


Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

P esquisa recente7, encomendada pelas principais


entidades representativas da Odontologia no
Brasil, revela aspectos relativos ao perfil atual do ci-
interpretação, que nos remetem ao debate contem-
porâneo sobre as profissões superiores, tanto no que
diz respeito ao processo de formação e desenvolvi-
rurgião-dentista brasileiro, bem como aponta tendên- mento desta forma de organização da divisão social
cias já exploradas em outras publicações que tratam do trabalho, quanto aos enfoques sobre as profissões
do tema da inserção profissional do dentista no mer- no mercado.
cado de trabalho19.
Por exemplo, torna-se clara a progressiva femini- CONJUNTURA CRÍTICA
zação do trabalho, com predomínio de profissionais O Brasil saltou de 90 cursos de Odontologia ofer-
jovens, até 30 anos, com altíssima concentração na tados em 1996 para 165 cursos em 2003. Neste perío-
região sudeste, especialmente no estado de São Paulo, do, enquanto a população brasileira cresceu a uma
atuando como clínicos gerais e/ou especialistas nos proporção aproximada de 1,8% ao ano, o crescimen-
seus consultórios, sendo que a maioria tem a autoper- to do número de cirurgiões-dentistas foi de cerca de
cepção de que ainda são profissionais liberais autôno- 2,5% ao ano3,7. A estimativa atual é de que cerca de
mos. 30% da população brasileira tem acesso regular,
Contudo, uma realidade mais típica das classes anual, a serviços odontológicos, públicos e privados,
trabalhadoras assalariadas confronta esta autopercep- mas certamente este percentual reduz bastante quan-
ção liberal dos dentistas. Mais de 40% deles declaram do se considera apenas a população que, de fato, pode
exercer uma jornada de trabalho igual ou maior de pagar os custos da atenção privada com recursos pró-
44 horas semanais, 37% admitem duplo vínculo com prios. O Quadro 1, construído com base nas informa-
emprego público ou privado, e mais de 48% deles ções da Pesquisa Nacional por Amostra de
admitem uma renda familiar máxima mensal de Domicílios - PNAD/1998, pode ajudar a esclarecer
R$ 3.600,00. Um número bastante importante dos esta questão4.
profissionais, exercendo a prática privada, também Com isto, sem contar os mais de 29 milhões de
reconhece ser dependente dos convênios/credencia- brasileiros que jamais obtiveram atenção odontológi-
mentos, que poderiam ser percebidos como uma for- ca, resta uma grande maioria, talvez na casa dos 100
ma de “assalariamento indireto” exercido no próprio milhões de cidadãos, que acessam de modo esporádi-
consultório privado, dada a grande dependência des- co os serviços de Odontologia, considerando os dois
ta modalidade de vínculo na geração de “receita”. cortes de faixa de renda exemplificados no Quadro 1.
Mas não deveríamos nos iludir com estas elabora- Predominam nesta situação aqueles de renda inferior
ções simples e a natureza descritiva desta sondagem a 10 salários mínimos. O grande desafio, então, é in-
amostral do mercado de trabalho dos cirurgiões-den- cluir este enorme contingente, que potencialmente
tistas brasileiros. Ela encerra amplas possibilidades de estaria enquadrado na categoria de “população SUS-

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Quadro 1 - Relação entre população, renda e acesso a serviços odontológicos no Brasil (PNAD4, 1998).
População Número (milhões) % relativa à faixa de renda % do total
Total 158.232.252 100,0
Nunca consultou dentista 29.626.264 18,7
Com acesso a dentista, em qualquer tempo 128.526.924 81,3
População com renda declarada < 10 salários mínimos 122.247.173 77,3
Populaçãocom renda declarada < 10 salários mínimos
34.786.697 28,5 22,0
e com acesso a dentista no último ano
População com renda declarada > 10 salários mínimos 27.059.005 17,1
População com renda declarada > 10 salários mínimos
14.909.675 55,1 9,4
e com acesso a dentista no último ano

dependente”, portanto condicionado à existência de lise publicada, na Sociologia das Profissões, focando
políticas públicas de saúde dentro do Sistema Único tanto as profissões no mercado e sua constituição em
de Saúde (SUS). grupos sociais, quanto suas relações com o Estado e
Estimativamente, apenas o contingente de renda com a sociedade, nas perspectivas histórica, compara-
acima de 10 salários mínimos poderia sustentar o cus- da ou contemporânea6.
to da atenção odontológica privada, de forma regular. Diante da prevalência de estudos sobre ocupações
Mas estes não passam de 9,4% da população pesqui- pouco ou semiqualificadas na Sociologia do Trabalho
sada na PNAD/1998. Por outro lado, a população brasileira, surge um novo campo temático dos estudos
coberta por planos de saúde odontológicos, conforme sobre profissões de nível superior, especialmente
recentes projeções, não passa de 1,5%2. Daqueles re- quanto a trajetórias de profissionalização. Alguns
gularmente atendidos, na faixa abaixo de 10 salários vêem, por exemplo, uma tentativa de legitimar a usur-
mínimos, possivelmente a maioria foi atendida na pação de posições privilegiadas neste mesmo mundo
rede pública. do trabalho, por meio de credenciais (credencialis-
Como resolver este paradoxo, de cirurgiões-den- mo) e do corporativismo. O credencialismo é um con-
tistas progressivamente sem “pacientes”, nos seus con- ceito de inspiração weberiana desenvolvido para se
sultórios, e uma população sem (ou com acesso irre- referir à “utilização inflacionada dos certificados edu-
gular) a dentistas? Para isto, profundas mudanças cacionais como meio de monitorizar a entrada para
sociopolíticas, conceituais, pedagógicas e práticas tor- posições-chave na divisão do trabalho”20.
nam-se necessárias para a Odontologia brasileira. No- Esta corrente teoriza sobre questões que teriam
vos papéis profissionais são exigidos do cirurgião-den- suas correspondentes expressões de senso comum, na
tista. linguagem popular, em frases como: “A corporação
Para discutir tais questões com o mínimo de sus- contra a sociedade”; ou ainda (e especialmente) no
tentação analítica, será preciso recorrer a alguns dos caso brasileiro: “Você sabe com quem está falando?”,
teóricos da Sociologia das Profissões, já que os fatores típica dos que brandem diplomas e títulos no mundo
que influenciam a emergência de novas profissões, ou das profissões superiores (ou, ainda, de modo mais
“inovações” por dentro das profissões tradicionais, tragicômico, na política).
podem ser: Na dimensão do mercado surgem estudos que re-
• avanço do conhecimento; fletem sobre o sucesso ou insucesso da profissionali-
• progresso tecnológico; zação no Brasil, tais como as análises que identificam
• mercado; o poder dos profissionais, as que apontam as fraquezas
• estrutura de serviços; para obter ou manter o monopólio do mercado de
• políticas públicas; trabalho, as que analisam os processos de construção
• agenda social e perfil de demandas. das profissões envolvendo o controle das credenciais,
os abrigos de mercado, o encarceramento dos saberes,
UMA BREVE INCURSÃO NA SOCIOLOGIA e as estratégias atuais que visam criar “blindagens”
DAS PROFISSÕES contra o risco de desprofissionalização.
Estudos sobre profissões constituem, nas Ciências Na dimensão das relações entre profissões e Esta-
Sociais, um alentado segmento. Já há importante aná- do, há uma ênfase nos estudos que analisam as profis-

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sões na política, sua participação na esfera pública, a no mercado de trabalho milhares de novos profissio-
atuação de seus membros como profissionais no Esta- nais. Termos como “inflação de diplomas” começa-
do ou como “experts” qualificados para assessorá-lo, ram a circular como um alarme contra a desvaloriza-
as visões que concebem os profissionais como cons- ção dos graus acadêmicos; outros, como
trutores do Estado, a perda da autonomia em decor- “credencialismo”, para denunciar o ensino superior
rência da relação com o Estado e da profissionalização como mera fábrica de “sinalizadores” para um merca-
vinda de cima para baixo, bem como a cooptação dos do de trabalho muito competitivo, independente-
profissionais. mente do conteúdo da educação.
Há, também, análises que focalizam as profissões Diniz9 (2001) analisa as questões acima sob três
na sociedade, tanto aquelas que vinculam as profissões aspectos:
com a estrutura da sociedade quanto as que buscam a) Quais os modelos analíticos disponíveis para o es-
compreender os projetos e as ideologias profissionais tudo das profissões, e como encaminham a análise
voltados para a sociedade civil e para a cidadania. E da constituição das categorias ocupacionais?
também os estudos sobre feminização de carreiras b) Qual a consistência do argumento sobre “proleta-
profissionais, sobre socialização e identidade profis- rização” e a “desprofissionalização”, como anteci-
pações do destino das profissões nas sociedades
sionais, sobre “ethos” dos grupos profissionais no Bra-
capitalistas contemporâneas?
sil, sobre profissões e imigração e sobre profissões e
c) Qual o papel das profissões nos processos de gera-
mobilidade social.
ção de desigualdades sociais? Segundo a autora,
Seriam os profissionais os novos mandarins da so- há que se olhar as profissões do ponto de vista de
ciedade contemporânea ou estariam se proletarizan- sua constituição, suas formas organizativas e suas
do? Esta questão, aparentemente simples de observar, estratégias de monopolização de mercado; e res-
traz consigo a necessidade de focalizar uma visão crí- saltar a importância de se considerar a “cultura”
tica sobre o conceito de profissão. das profissões no estudo do “lugar” das profissões
Um dos aspectos mais característicos da expansão na estratificação social.
e diversificação da estrutura ocupacional no Brasil é Nesta linha, as evidências de crescente assalaria-
o crescimento do número de ocupações que reque- mento de algumas das chamadas “profissões liberais”
rem o nível superior de educação: em 1950 seriam não constituem suporte adequado para a tese da “pro-
menos que uma dezena as profissões estabelecidas; letarização” dos profissionais. Utilizada no seu sentido
em 1980 eram 114, das quais 76 estavam regulamen- mais simples, a expressão apontava para o que parecia
tadas. Atualmente, no setor saúde, são 14 profissões ser uma importante transformação na esfera ocupa-
superiores reconhecidas pelo Conselho Nacional de cional. Por detrás do assalariamento alguns perce-
Saúde (Resolução nº 287 de 08 de outubro de 1998). biam a lógica inexorável do capital (ou do Estado sob
Esta expansão quantitativa é mais impressionante a égide do capital) que, finalmente, começava a su-
quando vista sob o ângulo do contingente de profis- bordinar aquelas ocupações que há poucas décadas
sionais no mercado de trabalho: em 1979, a força de eram autônomas e operavam à margem do sistema
trabalho com educação de nível superior constituía produtivo. Principalmente os médicos passaram a re-
3,5% da população economicamente ativa, contra correr à imagem de uma “época dourada”, lamentan-
5,35 em 19859. do a “mercantilização” da Medicina e a perda da an-
Paralelamente ao surgimento de novas profissões, tiga dignidade da profissão, ou para protestar contra
aquelas chamadas “tradicionais” – Medicina, Odonto- a mediação de terceiros na relação “profissional-pa-
logia, Engenharia ou Direito – foram se fragmentan- ciente”, ou sua crescente subordinação a hierarquias
do em inúmeras especialidades: o clínico geral e o empresariais e/ou estatais heterônomas. Aparente-
engenheiro civil, os profissionais polivalentes foram mente, investir numa educação longa e dispendiosa
suplantados por dezenas de especialistas. Por trás des- já não rendia os dividendos que todos esperavam ver
ta explosão está a expansão vertiginosa do sistema de agregados ao diploma universitário.
ensino superior, principalmente a partir da Reforma Estariam os profissionais descendo a ladeira que
Universitária de 1968. O afluxo de sucessivas ondas de os levaria, mais cedo ou mais tarde, às mesmas condi-
jovens em busca do diploma universitário, talvez mais ções daquela imensa parcela da força de trabalho que,
do que as exigências da divisão social do trabalho, além de assalariada, perdeu o controle sobre o pro-
forçou a ampliação do número de carreiras disponí- cesso do seu próprio trabalho? Muitos supõem que as
veis. Ano após ano as universidades – e as faculdades ocupações que se tornaram “profissões” seguiram
isoladas que foram surgindo por todo o País – jogaram uma trajetória mais ou menos padronizada composta

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de sucessivas etapas de profissionalização. Em certo sua respectiva cultura de atuação por dentro das ins-
sentido, termos como “proletarização” e “desprofis- tituições, percebe-se que eles ainda dispõem de recur-
sionalização” – que não são exatamente equivalen- sos de poder, bem como uma ideologia corporativa
tes – apontam para um percurso invertido: ocupações difícil de colocá-los no mesmo patamar dos assalaria-
profissionalizadas são impelidas, por diversos fatores, dos proletários, mesmo que a renda de certas profis-
a se tornar “menos profissão”. As dificuldades de um sões venha caindo na média. Isto parece ser verdadei-
esquema desta espécie ficaram evidentes com a mul- ro, sobretudo na perspectiva da Sociologia crítica de
tiplicação de pesquisas históricas que mostram que as conceitos como “trabalho” e “classe social”.
profissões percorrem trajetórias muito diferenciadas Diniz9 (2001) também conclui que, embora as pro-
de sociedade para sociedade, e que as descontinuida- fissões possam ser veículo ou agência dos interesses
des nestas trajetórias não são incomuns. A Engenharia de classes, esta função é mediada pelo interesse das
brasileira teve a mesma trajetória da Medicina, ou da profissões em manter seus monopólios no mercado
Odontologia? Qual foi o papel do Estado brasileiro de serviços e seu status na estrutura ocupacional. Mos-
na organização das profissões? tra também que profissão e burocracia não são prin-
Outra questão diz respeito às classes sociais. Quan- cípios conflitantes de organização do trabalho. Em
do se discute a tese da “proletarização” e a inserção várias sociedades a burocracia do Estado foi o modelo
dos profissionais no sistema de estratificação social, as de organização das profissões.
dificuldades tornam-se maiores. Serão as profissões Qual a participação do Estado na viabilização do
meras ocupações? Grupos de status? Estratos dentro profissionalismo, freqüentemente pensado como um
de classes? Uma classe social? Esta é uma questão di- processo que só ocorre no mercado? A relação com o
fícil, e as respostas são as mais variadas mesmo dentro Estado pode impulsionar o profissionalismo ou invia-
de uma única tradição analítica18. Neoweberianos não bilizar a noção de profissão, segundo as características
se entendem sobre o assunto, neomarxistas digladiam- das profissões que as diferenciariam das demais ocu-
se em torno de diferentes mapas topográficos de es- pações no conceito construído por Freidson12,13 (1994,
trutura de classe. As teorias das classes sociais compar- 2001). Para este autor – que estudou, particularmen-
tilham de uma característica comum: uma classe é te, o profissionalismo médico –, nas sociedades indus-
pensada como uma posição numa estrutura de dife- trializadas os profissionais são valorizados e diferen-
renças, ou de posições. Seu sentido, seu poder descri- ciados de outros trabalhadores ligados as burocracias
tivo, classificatório e analítico, constrói-se no cruza- estatais ou regidos puramente pelo mercado, porque
mento entre características intrínsecas e características possuem conhecimentos e habilidades especializados.
diferenciais destas posições. Se, em Marx, o operário Ele apresenta o profissionalismo como um tipo ideal,
define-se pela liberdade em relação aos meios de pro- fundado na economia política de linha weberiana.
dução, isto decorre de que outro, o capitalista, tem a Para ele, na regulação de certas atividades humanas,
propriedade destes. O operário define-se tanto por o profissionalismo é uma “terceira lógica”, uma opção
diferença (ele não é capitalista, não é servo, não é mais viável do que o consumismo do mercado e a
escravo) quanto por identidade (ele é livre, só tem sua burocracia do Estado.
força de trabalho para vender). As teorias de estrati- Contudo, Freidson12,13 (1994, 2001) discute o pro-
ficação social de extração weberiana definem ainda palado declínio do profissionalismo, nos dias atuais,
mais fortemente a estrutura de classes como sendo de predizendo um “renascimento” do mesmo. Mais que
posições e diferenças, estas últimas quase sempre as- isto, o autor defende o profissionalismo como um
sociadas a idéias de hierarquia e status social6. método desejável de prover serviços complexos e dis-
De maneira geral, estas questões básicas, mas já cricionários para o público em geral, argumentando
centenárias na tradição crítica, são refratárias a con- que métodos baseados puramente no mercado ou na
senso. Mais consensual é a constatação de que as pro- burocracia de Estado empobreceriam a qualidade dos
fissões contribuem decisivamente, e de maneira pecu- serviços aos consumidores. Nestes casos, estaria ple-
liar, para a estrutura de desigualdades sociais. namente justificado o valor do “credencialismo” ou
Desvendar os mecanismos pelas quais elas se apro- monopólio profissional, não obstante as críticas dos
priam de vantagens materiais e simbólicas é mais im- que ele qualifica como “economistas neoclássicos ou
portante do que “ficar revolvendo a desorganizada populistas”.
mapoteca da teoria de classes”9. Mas, segundo Campos5 (2001), o “crème de la crè-
Ao se olhar para o “lugar” ocupado pelos profis- me” desta disputa deveria passar mesmo pela temática
sionais superiores na estratificação social, bem como da inserção dos profissionais na estrutura de classe.

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Para ele, numa abordagem foucaultiana11, advogados, piente participação da Odontologia no SUS no Brasil.
médicos, economistas, terapeutas, dentistas e tantos Além disto, o País atravessa uma importante transição
outros profissionais estão em tal extensão presentes demográfica e epidemiológica em saúde bucal, com
em nossa vida cotidiana que não imaginamos que pos- o envelhecimento da população e o declínio de cárie
sam ser mais do que as aparências sugerem: não só os em população jovem, não obstante persista o fenôme-
peritos a quem levamos os inevitáveis problemas que no da “polarização”, com um percentual importante
afligem todo cidadão, em troca de uma justa remune- de crianças e adolescentes com alta experiência de
ração, mas também detentores de um poder sobre cárie. Por outro lado, problemas ligados aos acidentes
todos nós, os leigos, os não-iniciados nos insondáveis traumáticos em meios urbanos, que atingem as áreas
mistérios de corpos de conhecimento esotéricos. de cabeça, face, boca e dentes, bem como a ocorrên-
Para Campos5 (2001), os profissionais podem tam- cia do câncer bucal, tornam-se cada vez mais impor-
bém operar no atacado; médicos freqüentemente tantes. E, ainda mais, o adulto brasileiro continua
assessoram os governos no âmbito da saúde pública, portador de uma herança epidemiológica das mais
ou os economistas cuidam da boa saúde das finanças graves, com grande estoque de doenças bucais acu-
nacionais. Mas a diferença aqui parece ser apenas de muladas, refletidas no índice de edentulismo na ter-
escala, pois a natureza do serviço permanece a mesma ceira idade.
e idêntica à conduta que se espera dos profissionais; A realidade de fatos, acima referidos, impõe uma
isto é, a prestação competente de um serviço, numa agenda de mudanças na formação e no trabalho do
perspectiva como a de Max Weber, que tanta fé pro- dentista brasileiro, já que o trabalho é a categoria cen-
fessou na racionalidade formal da técnica e da ciên- tral onde se encontram diferentes atores, provenien-
cia. tes de distintos espaços. As necessárias mudanças de-
O autor vai além e aponta criticamente a visão que vem começar na formação profissional e na visão de
tenta nos fazer crer que nosso clínico é um santo ho- mundo reproduzida dentro das academias, pois cer-
mem, imune aos apelos do vil metal, e que o nosso tamente nestes espaços também começa a formação
advogado é um ser absolutamente ético; e que à ima- das possibilidades para a empregabilidade futura do
gem deles, todas as demais espécies de profissionais cirurgião-dentista e de sua relevância social17. O gran-
interessam-se apenas pelo bem-estar dos clientes e da de dilema para tratar de assuntos sensíveis como este
comunidade, em troca de justos e modestos honorá- é que toda mudança traz “desconforto”.
rios. Para ele, deveríamos prestar mais atenção na Os Relatórios Flexner e Relatório Gies, publicados
advertência de Bernard Shaw: “Toda profissão é uma nos Estados Unidos, respectivamente em 1910 e 1926,
conspiração contra o leigo” (All professions are cons- normatizaram o ensino médico-odontológico. Os
piracies against the laity. The Doctor’s Dilemma (des)caminhos médico-odontológicos, desde então,
(1911) act. 1. [citado em 2004 jun 08] Disponível em: foram diversos. A concepção mecanicista, com redu-
http://www.quotationspage.com/quotes/George_Bernard_ ção da doença à dimensão biológica, levou a maior
Shaw/71). ênfase no processo curativo-reparador, o que gerou
uma prática de alto custo, baixa cobertura, com pou-
ODONTOLOGIA E REALIDADE BRASILEIRA co impacto epidemiológico e desigualdades no aces-
NA PASSAGEM DO SÉCULO XX PARA O so.
SÉCULO XXI Sobre a formação tradicional do dentista brasilei-
As contradições da Odontologia brasileira, obser- ro, poderíamos começar falando de seu viés mais im-
vadas sob a perspectiva analítica da Sociologia das portante, implicado com o racionalismo dominante
Profissões, refletem e reproduzem os dilemas corren- nas universidades brasileiras. Este viés poderia ser qua-
tes de um modelo de formação e prática odontológi- lificado com o seguinte epíteto: o “erro” de Descar-
ca imerso em complexa transição. A passagem da tes.
Odontologia de mercado, de natureza liberal e priva- Ou seja, o paradigma cartesiano disjuntivo, aplica-
da, típica das últimas décadas do século XX, para uma do ao pensamento e a ação, com a separação do todo
Odontologia sujeita às oscilações da oferta de empre- em partes e as demais dissociações decorrentes: sujei-
go e renda, num mercado extremamente competitivo, to/objeto, alma/corpo, espírito/matéria, qualidade/
é a tônica moderna. quantidade, sentimento/razão, existência/essência,
Contribuem para esta paradoxal transição os des- liberdade/determinismo. Este paradigma, aplicado
caminhos do sistema de educação superior no Brasil, aos currículos e disciplinas do meio biomédico, após
particularmente na área da Saúde, bem como a inci- as sucessivas reformas de natureza flexneriana/giesia-

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na, levou à ênfase ao domínio cognitivo e instrumen- barbárie.


tal, com algumas das seguintes conseqüências: meca- Segundo, porque o modelo ainda dominante, sob
nicismo, biologicismo, assistência individual, a lógica da competência técnica para o mercado pri-
especialização precoce, tecnificação do ato médico- vado e para a ação “curadora”, não produz sujeitos
odontológico, ênfase em Medicina/Odontologia políticos capazes de protagonizar novas aberturas
curativa. para a sociedade e para a profissão.
Um dos problemas mais visíveis do paradigma Finalmente, o SUS tem pressa para mudar o mo-
disjuntivo, quando aplicado ao mundo do trabalho e delo de atenção dominante, ou seja, um projeto que
aos sistemas de saúde, aqui incluindo o sistema de seja distinto do modelo biomédico hegemônico e não
formação de força de trabalho, é a separação, por pode continuar consumindo recursos no esforço de
oposição, das esferas público-estatal e privada como “(des)construção” de perfis profissionais inadequa-
pólos que se repelem. Assim, geram uma ruptura, na dos, por meio de cursos de capacitação que visam
organização objetiva do sistema e nas estruturas mais fornecer o que as graduações não ofereceram. Infe-
profundas onde as práticas sociais são representadas lizmente, a universidade não faz “recall” dos “produ-
(intersubjetividade). O pensamento cartesiano típico tos” que lança no mercado de trabalho.
tem como característica uma estrutura rígida de con- As ideologias ocupacionais e o imaginário social
cepção do mundo, com a negação da diversidade, o do aluno/dentista, reforçados por uma concepção de
uso de um repertório de certezas preestabelecidas e ensino aprisionada em contextos de décadas passadas,
irrefletidas, produzindo, ao fim e ao cabo, uma pos- criaram uma bomba-relógio de expectativas frustra-
tura intransitiva. das. Certamente, continua indispensável a competên-
Exemplos do pensamento intransitivo na Odonto- cia no domínio de aspectos biológicos e clínicos en-
logia podem ser citados pela construção de “persona- volvidos na prática profissional, mas também é cada
gens” do SUS, segundo esta ótica caricata. Portanto, vez mais premente o necessário desenvolvimento de
quem seriam os trabalhadores ou gestores em serviços competências quanto às dimensões ética, política, eco-
de saúde coletiva, senão o “esquerdista”, o profissional nômica, cultural e social do seu trabalho. O foco deve
“que não deu certo” no mercado, o “sacerdote”, o ser deslocado para a promoção de saúde, no seu sen-
monge franciscano, o “rebelde” sem causa. E, assim, tido integral que inclui até mesmo a redução de danos,
fechando o ciclo dos pré-conceitos, os usuários do SUS mas com aptidões para trabalhar na saúde coletiva,
nada mais são senão “carentes”. familiar e individual. Assim, o papel tradicionalmente
Mas qual é o impacto do projeto pedagógico na atribuído pelo “mercado” ao dentista deve ser progres-
profissão odontológica? E mais: vivemos, de fato uma sivamente substituído por novos papéis, com um re-
crise da Odontologia, ou uma crise da Odontologia torno radical e historicamente contextualizado à
de mercado? Para começar a responder esta formula- agenda da Reforma Sanitária Brasileira.
ção, poderíamos propor em nossa arquitetura concei- Esta é uma difícil empreitada, já que é uma mu-
tual a noção de que é fundamental formar força de dança substantiva, que implica em profunda revisão
trabalho em Odontologia, com vistas ao SUS e, dentro de conceitos e condutas daqueles responsáveis por
da lógica de reestruturação da atenção no SUS, traba- coordenar e ministrar o ensino superior. Este novo
lhar a própria abordagem familiar em programas protagonismo gera desconforto, desconfiança, reação
como o Programa Saúde da Família (PSF). conservadora e posicionamentos pessoais insólitos.
Primeiro, porque parece estar caminhando para Mas é neste quadro de pluralidade que as inovações
rápido esgotamento o modelo que alimentou o ensino ocorrem, e há muito que se comemorar também, país
e prática para gerações de dentistas/professores até afora, em termos de projetos pedagógicos conseqüen-
meados dos anos 1990. São milhares de profissionais tes e fortes alianças transformadoras.
da nova geração vivendo o efeito arrasador da ocupa- A questão colocada agora, no Brasil e no Ociden-
ção precária, que favorece uma crescente “canibaliza- te, é ainda aquela já colocada anteriormente por pen-
ção” profissional, fora mesmo dos regramentos de sadores como Paulo Freire ou Florestan Fernandes: a
mercado (por exemplo, com graves desvios de ética busca de uma educação libertadora, emancipatória,
corporativa). Do ponto de vista da ética maior, de crítica e que nos leve a novos patamares de civilização.
inclusão social e sanitária, são milhões de brasileiros Estes pensadores advertiam que antes de decidirmos
sem respostas aos seus problemas de saúde bucal. A pelo tipo de universidade que queremos edificar é
mutilação bucal ou a falta de acesso a serviços de qua- necessário refletir sobre o modelo de sociedade que
lidade é um sintoma da sociedade da exclusão e da desejamos desenvolver. E mais:

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“Não se pode esquecer que a história é cruel com aqueles • Promover no estudante a competência do desen-
que pensam que ela é eterna. Porque ela não é eterna. Ela volvimento intelectual e profissional autônomo e
muda as faces, muda as exigências. E pode se converter permanente. Esta competência permite a continui-
num abismo e afogar aqueles que não perceberem que é dade do processo de formação acadêmica e/ou
momento de mudar de rumo”10. profissional, que não termina com a concessão do
diploma de graduação, implicando em uma rela-
Os grande pilares, ou fundamentos teóricos para ção continuada com os centros formadores e uma
mudança, estão sendo discutidos em grandes fóruns educação permanente do sujeito que aprende.
mundiais e já mostram suficiente clareza de orienta- • Nas escolas técnicas, ou nos cursos de graduação
ção. Por exemplo, a Declaração de Paris22, que enfa- e pós-graduação em saúde, articular a Educação e
tiza a universidade como espaço que: a Saúde, com ênfase na promoção, prevenção, re-
• propicie o aprendizado permanente; cuperação e reabilitação da saúde, em cenários
• contribua para a consolidação da cidadania pedagógicos diversificados, especialmente as
democrática; próprias unidades públicas de saúde e seus respec-
• reforce suas funções críticas e progressistas; tivos territórios de cobertura. Desta forma, o con-
• utilize sua capacidade intelectual e prestígio ceito de saúde e os princípios e diretrizes do SUS
moral para defender e difundir ativamente valores são elementos fundamentais a serem enfatiza-
humanistas; dos.
• aporte sua contribuição para o tratamento dos Não é por ausência de arcabouço teórico-legal,
problemas que afetam o bem-estar das comuni- que tais dispositivos de mudança na realidade educa-
dades onde atua; cional do País deixarão de ocorrer. Reza a Constitui-
• fomente a inovação e a transdisciplinaridade. ção Federal do Brasil, de 1988:
A Conferência Mundial da UNESCO, de onde • Título VIII - Da Ordem Social
emergiu a Declaração de Paris em 1998, foi recente- – Capítulo II - Da Seguridade Social
mente reeditada em 2003, com o nome de Paris + 5. – Seção II - Da Saúde
Reuniu cerca de 400 especialistas de 120 países para – Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde
avaliar as mudanças ocorridas no ensino superior e compete, além de outras atribuições, nos
fazer um balanço dos resultados obtidos desde a pri- termos da lei: III - ordenar a formação de
meira reunião, em 1998. Neste evento, na conferência recursos humanos na área de Saúde.
de abertura, o Ministro da Educação do Brasil reafir- A Lei de Diretrizes e Bases (LDB), nº 9.394, de 20
mou a visão de que a Universidade é a instituição mais de dezembro de 1996, também estabelece, em conso-
preparada para reorientar o futuro da humanidade. nância com os dispositivos constitucionais:
Mas, para tanto, há certamente um pressuposto • Estímulo à formação profissional generalista, hu-
crítico. Será preciso resgatar Paulo Freire e transfor- manista, crítica e reflexiva, com base no rigor tec-
mar o modelo “bancário”, onde o aluno é mero “de- nocientífico, pautado em princípios éticos e com-
positário do processo ensino-aprendizagem, exigindo promisso social.
a problematização, a ação e a reflexão do aprendiz • Perfil profissional com foco na promoção de saúde
sobre a realidade, bem como a capacidade de solucio- e apto a trabalhar na saúde coletiva.
nar problemas reais”14,21. Os desdobramentos para tal • Aluno que busca a aprendizagem ativa, que pode
movimento de mudança são: ser obtido por meio de atividades de extensão co-
• Superar as concepções antigas e herméticas das munitária.
grades curriculares, muitas vezes, meros instru-
mentos de transmissão de conhecimento e infor- CONCLUSÃO
mações, preparando o futuro graduado para en- As profissões na pós-modernidade sofrem desgas-
frentar os desafios das rápidas transformações da te incontido, tanto mais quanto mais estiverem inse-
sociedade, do mercado de trabalho e das condições ridas na dinâmica disruptiva do conhecimento. Do
de exercício profissional. Isto exige, não apenas ponto de vista de mercado, a vantagem educacional
alterar grades disciplinares em currículos es- comparativa é aquela que forma profissionais capazes
tanques, mas uma profunda revisão de projetos de refazer constantemente a própria profissão. Do
pedagógicos que sejam mais dinâmicos, críticos, ponto de vista da vida, trata-se de gestar cidadãos ca-
flexíveis, transdisciplinares. pazes de mudar a sociedade em nome do bem co-

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Políticas de saúde e formação de recursos humanos em Odontologia • Moysés SJ

mum8. br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad98/saude/
Portanto, os cursos de Odontologia deverão, pro- sb11.shtm.
gressivamente, avançar para um projeto pedagógico 5. Campos E. Prefácio. In: Diniz M (ed.). Os donos do saber:
construído coletivamente, centrado no aluno como profissões e monopólios profissionais. Rio de Janeiro: Revan e
sujeito da aprendizagem e apoiado no professor como IUPERJ/UCAN; 2001. p. v-viii.
6. Cardoso AM. GT trabalho e sociedade. [citado em 2001 nov
facilitador e mediador do processo ensino-aprendiza-
23] Disponível em: http://www.iuperj.br/associacao/anpocs/.
gem, em conformidade com as resoluções recentes do
7. CFO - Conselho Federal de Odontologia. [citado 2003 out 30]
Conselho Nacional de Educação1.
Disponível em: http://www.cfo.org.br/.
São aspectos cruciais para a educação superior,
8. Demo P. Complexidade e aprendizagem: a dinâmica não linear
para a formação profissional e para uma cidadania do conhecimento. São Paulo: Atlas; 2002. 195 p.
contextualizada, particularmente quanto à Odonto- 9. Diniz M. Os donos do saber: profissões e monopólios profissio-
logia: nais. Rio de Janeiro: Revan e IUPERJ/UCAN; 2001. 192 p.
• o perfil do formando (egresso/profissional); 10. Fernandes F. Entrevista. Tempo Social. Rev Sociol USP
• as competências, aptidões e habilidades que lhe 1995;7(1-2):187-95.
são necessárias; 11. Foucault M. The birth of the clinic: an archaeology of medical
• os conteúdos curriculares; perception. New York: Vintage Books; 1994. 240 p.
• os estágios e atividades complementares; 12. Freidson E. Professionalism reborn: theory, prophecy, and
• a organização do curso; policy. Chicago: The University of Chicago Press; 1994. 238 p.
• o acompanhamento e a avaliação. 13. Freidson E. Professionalism, the third logic: on the practice of
As mudanças epistemológicas e metodológicas knowledge. Chicago: The University of Chicago Press; 2001.
que ocorrem no campo da avaliação curricular pro- 240 p.
curam esclarecer a influência da condição pós-moder- 14. Freire P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra;
na na emergência de um novo paradigma. O alarga- 1980. 220 p.

mento do conceito de racionalidade – racionalidade 15. Habermas J. The theory of communicative action. v. 1 - Reason

comunicativa – e a teoria dos interesses cognitivos, na and the rationalization of society. Cambridge: Polity Press;

linha habermasiana15, mais as contribuições teóricas 1995.


16. Morin E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São
na linha do humanismo dos novos paradigmas educa-
Paulo: Cortez, UNESCO; 2000. 118 p.
cionais16, permitem pensar em uma avaliação curricu-
17. Moysés SJ. A humanização da educação em Odontologia. Pro-
lar que deixará de ser um mecanismo de regulação
Posições/UNICAMP 2003;14(1):40-74.
externa para passar a ser um processo participativo de
18. Moysés SJ. Cooperativismo odontológico – uma face do merca-
construção de significados, única forma de fundar do de trabalho do cirurgião-dentista. [Dissertação de Mestra-
uma verdadeira cultura colaborativa que vá ao encon- do]. Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte;
tro dos novos desafios da Odontologia brasileira e das 1989. 165 p.
demandas sociais por mais saúde bucal.  19. Moysés SJ, Sheiham A. O papel dos profissionais de saúde bucal
na promoção de saúde. In: Buischi YDP (Ed.). Promoção de
saúde bucal na clínica odontológica. São Paulo: Artes Médicas/
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APCD; 2000. p. 23-37.
1. Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educa- 20. Parkin F. Marxism and class theory: a bourgeois critique. Lon-
ção. Câmara de Educação Superior. Diretrizes Curriculares
dres: Tavistock; 1979. 54 p.
Nacionais do Curso de Graduação em Odontologia. Diário
21. Taylor PV. The texts of Paulo Freire. Buckingham and Phila-
Oficial da União, Brasília, 4 mar 2002, seção 1, p. 10.
delphia: Open University Press; 1993. 169 p.
2. Brasil. ANSS - Agência Nacional de Saúde Suplementar. [citado
22. Universidade Federal do Paraná. A UNESCO e o futuro do
2002 dez 14] Disponível em: http://www.ans.gov.br/portal/site/
ensino superior. Documentos da Conferência Mundial sobre a
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Educação Superior. Curitiba: Imprensa Universitária da UFPR;
3. Brasil. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
1998. 75 p.
[citado 2003 out 29] Disponível em: http://www.ibge.gov.br/
home/estatistica/populacao/censohistorico/default.shtm.
4. Brasil. PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, Aceito para publicação em 11/2003
1998. [citado 2003 out 29] Disponível em: http://www.ibge.gov.

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