INTRODUÇÃO
O projeto Virgem da Lapa “Cidade Educativa” é o resultado da parceria entre o Centro Popular de
Cultura e Desenvolvimento, a Prefeitura Municipal de Virgem da Lapa, o Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente e a Petrobrás. Neste ano, nossas atividades não acontecem
somente com as crianças em defasagem escolar, mas com toda a comunidade. Dessa forma,
procuramos envolver um número maior de pessoas nas diferentes atividades realizadas.
Na zona urbana, as nossas atividades já foram iniciadas em todos os bairros, com 20 agentes
comunitários de educação e 9 mães-cuidadoras. Em cada um deles, as mães e agentes têm um ponto
de encontro, onde acontecem as nossas ações. Nesse período, conseguimos conversar com muitas
pessoas que vêm contribuindo com o projeto e em cada bairro nos aproximamos das pessoas para
discutir assuntos importantes, como saúde e amizade, trocando conhecimentos e gerando
aprendizagem. Já contatamos a Escola Estadual Catulo Cearense, onde atenderemos alunos de
primeira a quarta série que estão com dificuldade na aprendizagem.
O pólo é composto por seis comunidades: Marimbondo, Tamanduá, Buriti, Lagoa da Manga, Limoeiro
e Barra do Vacaria. Cada comunidade tem o seu ritmo e estamos conseguindo aos poucos fazer com
que as pessoas participem. Procuramos estratégias para chegar a um número maior de pessoas e
fazer com que elas se integrem ao projeto. No Pólo Lagoa da Manga, atuam dois agentes
comunitários de educação e 10 mães-cuidadoras. Em cada comunidade, há duas educadoras
trabalhando junto à equipe.
No Pólo Tum-Tum, o trabalho foi iniciado com uma formação de equipe, na qual foram desenvolvidas
várias atividades, todas com o intuito de formar um time coeso e preparado para alcançar os objetivos
propostos. O grupo é formado por 12 mães-cuidadoras e 9 agentes comunitárias de educação, que
moram em diferentes comunidades do pólo. Às segundas-feiras, ele se reúne para avaliar a semana
anterior e planejar a que se inicia. Assim, todas as experiências praticadas no campo e na escola
passam a ser do conhecimento de todos.
Atualmente, atendemos 127 crianças na escola, todas já diagnosticadas. De acordo com as atividades
do Plano de Trabalho e Avaliação (PTA), além de trabalhar com essas crianças, o projeto desenvolve
atividades com a comunidade, onde são produzidos produtos como pasta de brilho, pomadas
cicatrizantes, sabão e outros.
O distrito de São João da Vacaria localiza-se a 48 km de Virgem da Lapa e tem três mil habitantes,
divididos também nas comunidades vizinhas. Pelo fato de ser distante de Virgem da Lapa, os
moradores preferem ir para Salinas, cujo acesso é mais fácil. As pessoas do distrito são humildes e
acolhedoras e só precisam de mais oportunidades para que a comunidade possa se desenvolver com
todo o potencial que tem.
Nessa comunidade, há muitas crianças, mas também muitas pessoas idosas e alguns jovens. Muitas
não conseguem trabalho e então procuram emprego em outras cidades, no corte de cana, na colheita
de café ou como vendedores no litoral do país, principalmente na região Sul. Algumas pessoas
também trabalham no garimpo, à procura de pedras preciosas e semipreciosas, de onde tiram seu
sustento. Há também trabalho nas lavouras locais. Alguns jovens permanecem no distrito com a
Os moradores da comunidade têm muitas coisas boas para mostrar. Isso nós já sentimos nesses meses
que estamos trabalhando na comunidade. A cada dia, vamos descobrindo o que esse lugar tem de
melhor a oferecer, apesar de suas dificuldades.
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
• Bornal de Jogos
Na zona urbana, fizemos a oficina de Bornal de Jogos com todos os professores da Rede Municipal de
Educação. A oficina tem duração de 40 horas, algumas das quais dedicadas à construção de jogos
para cada escola. Durante a oficina, os professores construíram diversos jogos para usar nas
atividades escolares. Esse é mais um instrumento que eles têm para buscar soluções criativas para
cada dificuldade das crianças dentro da sala de aula. Foram entregues para a Secretaria Municipal de
Educação 20 Bornais de Aprendizagem, 20 Bornaizinhos e 20 Bornais da Paz, para serem usados nas
escolas do município. Ao final da oficina, de acordo com os alunos, cada escola ficou com um desses
bornais.
No dia 18 de maio, inauguramos na zona urbana o Banco de Jogos, oportunidade em que tivemos
apresentações de teatro e música. Contamos com a participação de 100 crianças, que vieram visitar e
usar alguns jogos. O Banco funciona à base de troca e empréstimo de Jogos da Paz, de Aprendizagem
e Bornalzinho. O principal público é constituído de professoras, que trocam e pegam os jogos para
trabalhar com seus alunos. Dessa forma, os professores que não têm tempo de construir os seus
próprios jogos podem fazer um só e usar os do Banco de Jogos. Alguns professores já trocaram jogos
e fizeram empréstimo para usar e construir outros iguais.
Os agentes e as mães-cuidadoras estão sempre construindo jogos e hoje temos mais de 110
reproduzidos, que usamos em nossas atividades diárias e também no Banco. Os jogos são usados nos
bairros todos os dias, constituindo um instrumento que está presente em todas as nossas atividades,
ajudando muito no aprimoramento da aprendizagem. Atendemos muitas crianças com diversas
dificuldades, entre as quais problemas relacionados à socialização e à agressividade. Com os jogos
“Dado do afeto”, “Coração leal” e “Direitos e deveres”, estamos conseguindo superar essas
dificuldades com algumas crianças.
No Pólo da Manga, o Bornal de Jogos é um ótimo instrumento para gerar aprendizagem dentro do
objetivo de ensinar brincando. A confecção dos jogos é prazerosa e estimula o aprendizado, pois
usamos a sucata para construí-los, contribuindo para a preservação do meio ambiente. As mães e
agentes já construíram 50 jogos para usar nas cinco comunidades atendidas pelo projeto no Pólo
Lagoa da Manga. Nas atividades desenvolvidas na escola, também estamos usando os jogos. As mães
cuidadoras, os agentes e os professores estão trabalhando juntos, com o mesmo objetivo: fazer com
que as crianças aprendam a ler e a escrever.
Com o objetivo de fazer o diagnóstico da aprendizagem das crianças no Pólo Tum-Tum, trabalhamos
os jogos “Abre cartas”, “Conta ponto” e “Descobre-cobre”. Na oportunidade, percebemos que, ao
lidar com as operações, as crianças se sentem desafiadas, pois começam tímidas e depois
demonstram um grau crítico de aprendizagem. Meninos da 6ª série com dificuldade nas operações de
adição conseguem encontrar o resultado mais facilmente usando pedrinhas.
É ainda lento o processo de desenvolvimento e de interação das crianças e dos adolescentes com as
atividades. Alguns ainda mostra resistência diante das dificuldades, principalmente os maiores.
Preocupados com a dificuldade das crianças no aprendizado de operações, agentes comunitários de
educação e mães-cuidadoras estão investindo em gincanas, utilizando jogos que envolvem as quatro
operações, além de diferentes formas conceituais para organizar melhor as ações de subtrair,
acrescentar, juntar, comparar, sempre usando pedrinhas, palitinhos e tampinhas. A idéia de usar o
material concreto está funcionando e as crianças estão se envolvendo cada vez mais. Com a prática de
usar jogos e de promover gincanas, as agentes comunitárias de educação e as mães-cuidadoras
perceberam que existem diferentes formas de trabalhar o raciocínio das crianças.
Os jogos “Dando Nomes” e “Encaixando letras” serviram para trabalhar a escrita das palavras. Os
professores estão satisfeitos, pois puderam confirmar que esse é um instrumento eficaz que pode fazer
a diferença na aprendizagem da criança, principalmente aquelas que estão em fase de alfabetização.
Além de estimular a criança a aprender mais, o Bornal de Jogos possibilita um melhor diagnóstico do
nível de aprendizagem.
No decorrer de quase dois meses, foram reproduzidos pelas mães e agentes do distrito de São João
do Vacaria 52 jogos bem coloridos e bonitos. Ao reproduzi-los, os educadores ficaram muito
entusiasmados, pois estão aprendendo a aproveitar e a reciclar diferentes materiais alternativos, como
Nesse início de trabalho com as crianças, o Bornal de Jogos é o nosso instrumento fundamental.
Percebemos que elas estão entusiasmadas, mostrando muita força de vontade para jogar, e assim o
aprendizado fica mais fácil. As atividades do Bornal estão acontecendo nas ruas e nas casas das
crianças, de manhã e à tarde, sempre em horários que não coincidem com os da escola.
Nos bairros, sempre tem uma Algibeira de Leitura ou um Bornal de Livros. Nas oficinas de leitura,
cada um deve ler e contar o seu livro para o colega e depois escrever sobre ele e interpretá-lo. Esse
movimento acontece naturalmente, porque as crianças têm vontade de ler e de contar para outras
pessoas. Ao ver os livros, as crianças que ainda não sabem ler mostram mais vontade para descobrir o
que está escrito em cada um.
Uma das atividades da Algibeira de Leitura é visitar a casa das crianças. Quando perguntamos na
roda quem vai levar a Algibeira, todo mundo quer levar. Muitas casas não têm livros e, quando eles
chegam, todo mundo da casa é incentivado a ler um pouco. Em algumas casas, as crianças querem
ler todos os livros e também pedem que os pais leiam para elas. Dessa forma, as crianças estão tendo
a oportunidade de ter contato com livros bons, o que contribui para que comecem a tomar gosto pela
leitura, envolvendo também seus pais.
A partir do livro “Contos de Bichos do Mato”, montamos um teatro para apresentar na cantoria
popular. Foi mais uma forma de incentivar as crianças a ler. Nesse dia, tivemos a participação de 130
pessoas, entre crianças e adultos. Com o livro “Contos e Clássicos Infantis”, montamos uma peça com
as crianças da praça. O teatro foi apresentado para as mães das crianças, que gostaram muito. Nesse
bairro, estamos conseguindo ganhar a confiança das mães, o que facilita as outras atividades.
Com o objetivo de desenvolver o gosto pela leitura, a Algibeira e Bornal de Livros são ótimos pretextos
para fazer da aprendizagem um grande acontecimento. Após a leitura do livro, realizamos teatro e
contação de estória, e com essas atividades estamos conseguindo fazer com que as crianças se
interessem e criem o hábito de ler. Temos que aproveitar esse interesse, incentivando-as cada vez
mais, para que futuramente elas possam ser amigas inseparáveis dos livros em seu dia-dia.
Já nos reunimos com os professores e conversamos a respeito de nossas atividades dentro da escola,
entre as quais o uso do Bornal e da Algibeira de Livros. Os professores gostaram muito e conseguimos
o apoio da direção, que manifestou grande interesse para que atuemos dentro da escola. Uma de
nossas primeiras atividades foi disponibilizar o Bornal e a Algibeira para a Escola Estadual São João
do Vacaria.
Movidos pela curiosidade, crianças e adolescentes do Pólo Tum-Tum estão mais próximos da nossa
biblioteca itinerante. Os livros do Bornal e da Algibeira estão presentes nas atividades diárias, na
escola e na comunidade. Com isso, estamos conseguindo incentivar as crianças a ler mais. Como a
escola está em reforma, as algibeiras são usadas só no horário das atividades ao ar livre. Assim, as
crianças aproveitam para folhear, ler e até mesmo levar para casa.
Muitas atividades são desenvolvidas com os livros: as crianças fazem teatro, textos, frases e ilustração
da história. Na escola, por exemplo, crianças da fase introdutória usam as ilustrações dos livros para
criar outra história. Os livros mais procurados são “Quem tem medo do escuro”, ”A casa que Pedro
fez” e “Menina bonita do laço de fita”. Eles conquistaram as crianças, que vão indicando para outras,
e assim os livros vão passando de mão em mão.
• Cantinho de Estudo
• Pedagogia do Biscoito
Realizar a pedagogia do biscoito tem dado bons resultados, pois as crianças gostam e se envolvem
com a atividade. A cada biscoitada, combinamos com as crianças o compromisso de escrever a
receita. Quem tem muita dificuldade com a leitura e a escrita é acompanhado por uma mãe-
cuidadora ou por um agente. A biscoitada já aconteceu no bairro Vila Nova, na casa de Dona Santa;
no bairro Bela Vista, usamos o salão da comunidade e no bairro Alto São Vicente fizemos na casa de
Dona Aparecida. No final da atividade, o biscoito é servido com chá.
Na comunidade do Tamanduá, fizemos uma biscoitada com as crianças na casa de Dona Teresa. Elas
aprenderam a fazer o biscoito e se divertiram escrevendo letras e números. Para iniciar, fizemos uma
roda e conversamos como seria feito o biscoito, combinando como cada um iria participar. Fizemos
algumas brincadeiras e começamos a preparar o biscoito, e todos ajudaram e se comportaram muito
bem. Depois que o biscoito ficou pronto, voltamos para a roda e, enquanto as crianças comiam, íamos
formando palavras. Desse modo, a biscoitada ficou mais divertida e mais fácil de aprender a escrever.
No Pólo Tum-Tum, uma das preocupações do projeto é envolver as crianças na atividade, de forma
que elas entendam o que fazem, por que fazem e para que fazem. Geralmente, uma vez por mês,
realiza-se nas comunidades a pedagogia do biscoito. Antes, combinamos com as crianças os locais, o
dia e a hora. São muitas as lições a serem aprendidas. Na roda, as crianças aprendem a organizar os
ingredientes e as vasilhas que serão utilizadas.
No grupo, todos têm uma função: escrevem a receita, quebram ovos, fazem contas com os números,
desenham as iniciais dos seus nomes e escrevem palavras. O entusiasmo é tanto, que algumas
crianças querem escrever sozinhas e quando têm dificuldade os colegas ajudam. Essa atividade
sempre conta com a participação de algumas mães da comunidade e no final todos se reúnem na
roda para saborear o biscoito.
Com a turminha da fase introdutória, executamos uma biscoitada na qual os meninos aprenderam a
fazer o biscoito passo a passo, sabendo a quantidade de cada ingrediente e quais colocariam para
fazer um maravilhoso biscoito. Pedimos às próprias crianças que fizessem os biscoitos na forma de
letras e números, com o objetivo de trabalhar a memória, a coordenação motora e o aprendizado.
Essa atividade foi uma coisa nova para as crianças, que nunca tinham feito biscoito. Sabemos que
ainda temos muita coisa para trabalhar com elas, mas, quando se tem um time que joga junto, fica
mais fácil vencer os obstáculos.
• Oficinas Comunitárias
Nos encontros com a comunidade, fizemos sabão caseiro, doce contra verme, doce de coco, fanta
caseira, xarope de beterraba e detergente. Todas essas receitas foram combinadas e discutidas
previamente com os moradores dos bairros. Já fizemos encontros nos bairros Novo Horizonte, Alto São
Vicente, Bela Vista e Vila Nova. Nesses encontros, aproveitamos para conversar com as pessoas, fazer
amizade e resgatar receitas que ninguém mais faz, aproveitando o que cada um sabe fazer de melhor.
As mulheres aproveitam para conversar e esquecer um pouco os problemas de casa, desfrutando de
um tempo só para elas. Quem não sabe as receitas anota para testar em casa. Como muitas mães
ainda não participam, procuramos enviar convite para cada casa do bairro, para que as pessoas
possam participar efetivamente.
No dia 16 maio, fizemos um sabão na comunidade Lagoa da Manga, onde estavam presentes 10
mães, que contribuíram com o que tinham: sebo e óleo velho. Fizemos uma roda onde conversamos
sobre a importância dos grupos de produção e cada uma teve a oportunidade de falar e dar
sugestões. Durante o preparo do sabão, houve troca de receitas, contação de causos e trocas de
experiências. O trabalho foi bem descontraído e todos ajudaram. No final, fizemos a avaliação do
encontro e combinamos o próximo. Depois, dividimos o sabão e cada pessoa pôde levar um pedaço
para casa.
No Pólo Tum-Tum, o grupo de produção tem como maior desafio proporcionar às pessoas da
comunidade um melhor envolvimento na atividade. As pessoas ainda não demonstraram interesse em
participar para aprender e os poucos que participam ainda não se apropriaram da idéia. Nos
encontros, conseguimos produzir pomada cicatrizante, pasta de brilho, fanta caseira e sabão em
barra.
Diante do entusiasmo das pessoas, marcamos um segundo encontro, que aconteceu no dia 24 de
maio, no salão paroquial da comunidade. A pedagogia do sabão está produzindo ótimos resultados,
principalmente pelo fato de aproximar as pessoas. Nesse dia, contamos com a participação de 37
moradores e todos contribuíram com o que tinham. A atividade foi muito prazerosa: enquanto o sabão
esfriava, fizemos uma grande roda de verso, convidamos as pessoas para a nossa 1ª Folia do Livro e
falamos da importância da leitura e de sempre incentivar as crianças a pegar os livros da Algibeira.
• Teatro
Em Virgem da Lapa, onde está sendo construído o Plano Diretor Participativo, o projeto Cidade
Educativa foi convidado a falar do Plano para as crianças do município. Algumas pessoas do grupo de
mães-cuidadoras e agentes levaram material e montamos um teatro a partir dele. Já fizemos oito
apresentações, reunindo um público de aproximadamente 800 crianças.
Pensando em ajudar as crianças a aprender a ler e a escrever, fizemos a pedagogia das placas em
algumas casas do Pólo Lagoa da Manga. Essa é uma forma de fazer com que a criança possa, dentro
de sua casa, ter acesso a letras a partir de placas com os nomes de todos os móveis. Fizemos um total
de 30 placas nas escolas das comunidades de Buriti e Barra do Vacaria e nelas as crianças escreveram
os nomes dos móveis, fixando-as depois nos locais devidos. Dessa forma, a atividade ficou mais
divertida e prazerosa.
Por ser mais uma alternativa de aprendizagem, a pedagogia da placa está sendo uma referência na
aprendizagem das crianças, acontecendo com freqüência nas comunidades de Tum-Tum, Boa Vista e
Beira Rio. Nessa atividade, as crianças têm a oportunidade de dar nomes a tudo que as rodeiam. Essa
prática as ajuda na leitura e na escrita e nos permite diagnosticar dificuldades em muitas delas. Nem
todas foram alfabetizadas, mas já se encontram em processo de alfabetização. Com as placas, já
conseguimos fazer com que reconheçam as letras do alfabeto.
Nos dias 28 e 29 de abril, na Cantoria Popular de Virgem da Lapa, fizemos uma oficina de
brinquedos com as crianças da zona urbana. Nesses dois dias, confeccionamos cata-ventos e
desenhos, a partir do Plano Diretor. Nos bairros, sempre realizamos oficinas de brinquedos com as
crianças, nas quais fazemos bolsinhas, bilboquês e pára-quedas. Em cada oficina, procuramos
trabalhar com as crianças a importância da reciclagem, discutindo com elas o cuidado que devemos
ter com o meio ambiente. Com essa atividade, estamos trabalhando a criatividade e a socialização
durante o processo de construção do brinquedo.
Para resgatar e valorizar a cultura local, fizemos a nossa primeira rua de lazer no distrito de São João
do Vacaria, onde houve a participação de aproximadamente 110 crianças. Nesse dia, fizemos cata-
vento, bolsinha e bilboquê. Também brincamos, cantamos, pulamos e pintamos o sete. Percebemos
que as crianças estavam muito felizes em participar e que queriam fazer todos os brinquedos.
Para completar a atividade, houve uma apresentação de teatro em que um casal baiano encenou e
cantou. Foi uma alegria total e depois aconteceu uma grande roda de verso com a música “Baile
francês” .
Depois de tantas demonstrações de entusiasmo e alegria, fizemos a roda para avaliar as atividades do
dia: todos cantaram, brincaram com os brinquedos confeccionados pelas mães e agentes, como o vai-
e-vem, o jogo das argolas e o bilboquê, todos feitos com a reciclagem de materiais. Como em São
João tem muito lixo jogado na rua, começamos a pensar em formas de aproveitar esse material, além
de conscientizar as pessoas a manter a cidade limpa.
• Folia do Livro
Com o intuito de incentivar a leitura na comunidade São João da Vacaria, realizamos a nossa primeira
Folia do Livro. A participação de crianças, adolescentes, funcionários da escola e de toda a
comunidade superou nossas expectativas: o evento reuniu aproximadamente 400 pessoas. Foram
necessários 15 dias para organizar músicas, teatro e mobilizar toda a comunidade. O cortejo da
bandeira pelas ruas de São João contou com uma multidão de pessoas. Tambores, músicas e fogos de
artifício foram complementos para animar ainda mais a Folia do Livro. Foi um momento de conquista,
descoberta e valorização da cultura.
Com a parceria da Aprisco, aconteceu em seguida o “Chá com poesia”, no qual alunos, professores,
mães-cuidadoras e agentes comunitários de educação declamaram poemas. A noite se encerrou com
A Folia do Livro serviu para acordar as pessoas, que pareciam estar adormecidas em relação ao
hábito da leitura. Agora, na casa de Dona Maria, as crianças e os adultos da comunidade podem
pegar os livros e participar das atividades programadas.
• Roda de Viola
Fizemos duas Rodas de Viola no Pólo Lagoa da Manga, nas comunidades de Marimbondo e Barra do
Vacaria. Conseguimos reunir muitas pessoas dessas e de outras comunidades, que vieram prestigiar e
cantar. Nas duas rodas, reunimos aproximadamente 150 pessoas. Na oportunidade, apresentamos
peças de teatro, cantigas de roda e danças com as crianças da Escola Municipal Basílio Paulino, junto
com as mães-cuidadoras e os agentes comunitários de educação.
Contamos com a participação de sete tocadores, sendo um da cidade e seis das comunidades
vizinhas, que animaram o encontro com várias modas de viola. Dançamos batuque, cantamos
cantigas de roda e folias.
A Roda de Viola é um momento de resgate da cultura, das músicas, da amizade, do encontro entre as
pessoas. Serve para contar causos e matar a saudade de quem estava longe e não se via há algum
tempo. A comunidade contribui muito, doando ovos, goma e outros ingredientes para servir na
confraternização. Nessas pequenas coisas, podemos ver que as pessoas são solidárias e querem
ajudar. Só precisam de oportunidade para fazer algo de bom para outras pessoas da comunidade.
• Reuniões
Para iniciar nossas atividades nos bairros, precisamos fazer várias reuniões para apresentar e falar
novamente do projeto. Fizemos uma reunião em cada bairro e combinamos os lugares de encontro
com as crianças e dos grupos de produção com os pais. Nas reuniões, contamos com uma média de
20 pessoas.
O retorno foi positivo e a presença das famílias, principalmente na comunidade de Tum-Tum, superou
nossas expectativas. Nas três comunidades, conseguimos reunir 106 pessoas. Tivemos momentos de
descontração, com brincadeiras e batuques.
Com o objetivo de conhecer e descobrir como é a realidade das pessoas que vivem no distrito de São
João do Vacaria, decidimos fazer visitas nas casas de todos os moradores. No início, ficamos um
pouco apreensivos quanto à forma como as pessoas iriam nos receber, mas correu tudo bem e fomos
bem recebidos. A partir do diálogo com as pessoas, descobrimos um pouco da cultura local, como a
festa de São João, uma tradição dos antepassados que, graças ao povo, continua viva e é
comemorada com nove novenas, que se estendem do dia 1º de maio até 23 de junho.
Notamos que as pessoas são muito humildes e atenciosas. Elas enfrentam muitas dificuldades, pois
são bem pobres, mas o coração é rico em acolhida. Já estamos começando a nossa parceria com as
pessoas da comunidade: nos reunimos com os professores para ter uma conversa e apresentar o
grupo de agentes e de mães-cuidadoras, levamos as Algibeiras e os Bornais de Livros e aos poucos
fomos falando do projeto. Após a conversa, pedimos aos professores que fizessem o diagnóstico das
crianças e, a partir dele, iríamos iniciar as nossas atividades dentro da escola, se fosse do interesse
deles. Os professores ficaram muito animados e falaram muito das crianças, das dificuldades e do
anseio que têm para ver as crianças se desenvolverem.
• Oficina de Beleza
Não importa se é menino ou menina, o importante é todo mundo ficar bem limpinho e cheiroso. Nas
oficinas de beleza feitas na zona urbana, todo mundo participa e, com o resultado, passa a se
valorizar cada vez mais. Algumas crianças vão muito sujas para a escola e não se cuidam, mas com a
oficina as mães e os agentes contribuem para que elas passem a cuidar de seu corpo, e isso reflete em
seu desempenho dentro da sala de aula.
De uma forma descontraída, fizemos uma roda e conversamos sobre a importância de nos mantermos
limpos e de cuidarmos de nosso corpo. Passamos a receita do xampu contra piolho e todos ficaram
muito entusiasmados em fazer o seu próprio xampu. Quando lavamos os cabelos das crianças e
passamos o pente fino, constatamos que elas tinham realmente muito piolho. Depois, cortamos as
unhas e limpamos os ouvidos de todas elas. Para finalizar, tivemos muitas brincadeiras e uma oficina
de brinquedo com cata-vento.
No Pólo Tum-Tum, nós realizamos a oficina de beleza em parceria com a instituição Aprisco. A
atividade contou com a participação de 17 meninos. Eles cortaram o cabelo e fizeram as unhas e nove
meninas escovaram o cabelo e também fizeram as unhas. As crianças relatam com orgulho as
sensações que vivenciaram e esperam ansiosas pela próxima oficina.
Observamos que algumas crianças não conheciam condicionador nem xampu, sem falar que ficaram
com medo do secador. No desenvolvimento da atividade, houve um pouco de resistência por parte dos
meninos, que achavam que fazer unha é coisa de “mulherzinha”. Conversamos bastante sobre a
importância da participação de todos na atividade, independentemente do sexo.
• Batucão
A música está muito presente na vida das pessoas no Vale do Jequitinhonha, e isso tem que ser
aproveitado e incentivado. Pesquisamos algumas músicas e começamos a cantar e a construir
tambores. Com isso, nasceu a idéia de fazer um batuque ou um batucão, que já está acontecendo
todo mês, na praça ou na rua. Convidamos os tamborzeiros da cidade para participar e estamos
incentivando e fazendo com que outras pessoas participem também, de forma que a música fique
presente na vida de todos da comunidade.
Quando nos reunimos com os professores, estamos alargando a nossa parceria, tirando dúvidas,
experimentando coisas novas e buscando soluções e idéias novas para serem aplicadas junto às
crianças. Nessa semana, trabalhamos a formação de grupos, discutindo o trabalho em equipe a partir
das dinâmicas.
Foi uma capacitação muito boa e produtiva. A maioria dos jovens era de São João e poucos vieram
das comunidades vizinhas. Durante a semana, vivenciamos muitas coisas boas e grandes desafios.
Nos primeiros dias, trabalhamos a formação de um time. Todas as dinâmicas foram voltadas para
pensar e refletir sobre o trabalho em grupo. No início, as pessoas estavam muito acanhadas, mas aos
poucos foram se saltando. Alguns eram bem comunicativos, e isso ajudou a impulsionar as discussões.
• Modelagem
A modelagem feita com argila é uma das atividades mais envolventes nas comunidades do Pólo Tum-
Tum. O objetivo é trabalhar coordenação motora, letras, números e interpretação de textos. Na
comunidade Beira-Rio, a atividade propiciou agradáveis momentos de trocas e as crianças puderam
esbanjar criatividade. A partir do livro “A onça e o saci”, de Pedro Bandeira, as crianças modelaram os
personagens da história, dando asas à imaginação.
• Permacultura
Nos dias 07 e 08 de junho, uma mãe-cuidadora e três agentes participaram do Curso de Hábitat na
cidade de Araçuaí. As pessoas aprenderam a cuidar do meio ambiente e a fazer pequenos hábitats em
escolas e outros lugares, criando dessa forma ambientes propícios à conservação da vida e
conservando o solo. A partir do que aprendemos, vamos passar para os outros grupos de mães e
agentes.
Com o intuito de multiplicar o conhecimento das pessoas atendidas recentemente na creche de Boa
Vista, aconteceu a construção da espiral de ervas. Crianças, agentes comunitárias de educação e mães
-cuidadoras puderam aprender com um agente de Virgem da Lapa a melhor forma de aproveitar o
espaço e a matéria orgânica que temos. Uma coisa que chamou a atenção das crianças foi o canteiro
“caracol” e as folhas secas de bananeira utilizadas para o adubo. Jefferson, de 10 anos, ficou
encantado com todo o processo e foi logo pedindo para fazer um no quintal de sua casa.
Na Escola Estadual São João do Vacaria, construímos uma grande horta de mandalas. Ela vai atender
a 240 pessoas, entre crianças e jovens. Houve a participação de alunos e professores da escola, além
de agente e mães-cuidadoras e alguns pais da comunidade. A forma de construção gerou curiosidade
entre as pessoas, que a consideram muito mais bonita do que a forma tradicional. Assim, conseguimos
abertura para falar sobre a importância da preservação do solo.
Ervas são ótimas, principalmente se estiverem próximas a nós. Por isso, na escola da comunidade de
Lavrinha, foi construída junto com as crianças uma espiral de ervas, onde plantamos capim cidreira,
hortelã e outras ervas. Discutimos a importância do plantio, as conseqüências provocadas pelas
queimadas e assim todos ficaram bem mais conscientes em relação à preservação da natureza. Após a
construção, pedimos espirais em algumas residências e, na oportunidade, construímos um ciclo de
bananeiras. Concluímos que a produção da banana será mais rápida, pois a raiz permanece sempre
úmida.
Como o compromisso com o ambiente está no nosso Plano de Trabalho e Avaliação (PTA),
consideramos que trabalhar com a técnica da permacultura é de extrema necessidade para toda a
comunidade. Em todo o planejamento do mês, estamos construindo coisas que conscientizam as
pessoas quanto à preservação do meio ambiente.
Como a experiência de trabalhar com mural tem sido positiva na comunidade Boa Vista, as
comunidades de Tum-Tum e Beira Rio decidiram experimentar, usando sementes, revistas e areia. As
dificuldades encontradas foram um desafio para as agentes comunitárias de educação e as mães-
cuidadoras, que sempre procuram dar um toque especial usando material diferente. Com revistas, elas
formam frases e escrevem os nomes das figuras usando letras recortadas. Depois que o mural fica
pronto, as crianças apreciam seus nomes e comentam entre si o que acharam.
• Trabalho na Escola
O trabalho nas Escolas Municipais Antônio Pinheiro e São Domingos (Tum-Tum) está sendo uma
oportunidade para as pessoas se reunirem e conversarem sobre os assuntos da escola. No início,
estamos atendendo nos cinco dias úteis da semana, em horários combinados com os professores. O
foco do trabalho é a socialização e todas as atividades são direcionadas para essa dimensão. Para
isso, temos realizado atividades de teatro, dança, livros, gincanas, dinâmicas e jogos.
A 4ª e a 5ª série constituem o nosso grande desafio, pois as crianças são muito agitadas e as salas
têm maior número de alunos. Com a dinâmica “Sons da palma”, atividade que conquistou a simpatia
das crianças, estamos conseguindo trabalhar atitudes como ouvir, conversar com todos juntos, passar
recados, combinar regras e avaliar. Percebemos que alguns alunos da 5ª série não são fãs de
matemática, mas adoram ler, dançar e participar de teatro.
As atividades na escola estão contribuindo para o bom relacionamento entre professores e alunos.
Muitas delas foram desenvolvidas em conjunto e o trabalho está sendo bem produtivo. Projeto e
professores estão mais unidos, utilizando diferentes estratégias para trabalhar o respeito e valorizando
o trabalho de ambas as partes. Os agentes e as mães-cuidadoras estão adorando essa parceria, pois
acreditam que o mais importante em todo trabalho é o estímulo que recebem na criatividade e
principalmente em sua auto-estima.
Os intercâmbios com as instituições são de grande importância para que possamos trocar experiência
e expandir nossos conhecimentos. Eles estão acontecendo em diversas áreas e têm contribuído muito
com o nosso trabalho. A Emater de Virgem da Lapa, por exemplo, esteve presente nas comunidades
de Tum-Tum e Cansanção para participar das rodas e ministrar palestra sobre o meio ambiente, o que
Outro foco abordado foi a poluição visual e sonora, uma forma de provocar crianças e adolescentes a
respeitar os bens públicos da escola e conscientizá-las da importância de cuidar do meio em que
vivem. Elas aprenderam que o meio ambiente é tudo o que está à nossa volta e que todo dia é dia de
meio ambiente.
Esses intercâmbios foram muito gratificantes e a idéia é que continuem, de forma que juntos possamos
fazer a diferença na vida dessas crianças. A parceria começou efetivamente a partir do planejamento e
do envolvimento de outras instituições na programação do Dia da Solidariedade.
• Diagnóstico de Aprendizagem
Antes de começar as nossas atividades com as crianças dentro da escola, pedimos que os professores
fizessem o diagnóstico de aprendizagem. Nele ficamos sabendo o nível em que se encontram as
crianças e os adolescentes. Nos quatro pólos onde o projeto está atuando, já diagnosticamos, até o
momento, 650 crianças.
O diagnóstico também é feito pelas mães e agentes nos bairros e nas comunidades. Dessa forma, é
possível levantar mais informações sobre as crianças, pois em alguns diagnósticos feitos pelos
professores não conseguimos identificar a dificuldade da criança.
- Nível 1: são crianças e adolescentes que estão com dificuldade para acompanhar sua turma ou que
ainda não são alfabetizadas, não conseguem ler, não conhecem as letras, não conhecem os números,
têm dificuldade para fazer contas mais simples, não conseguem somar nem subtrair.
- Nível 3: a criança consegue fazer qualquer conta de acordo com a sua turma, consegue ler e escreve
com agilidade.
O nosso desafio é fazer com que as crianças possam sair do estado crítico em que se encontram e
alcancem um nível melhor. Para isso, usamos vários instrumentos que possibilitam um aprendizado
mais prazeroso. Procuramos envolver todas as pessoas da comunidade nesse sentido, transformando-a
em nossa parceira nessa empreitada. Estamos aqui para ajudar o professor e pensar junto com ele
soluções inovadores e criativas para ajudar as crianças.
GERENCIAMENTO DO PROJETO
O projeto “Virgem da Lapa: Cidade Educativa” é uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Virgem
da Lapa, o Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD), o Conselho Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente e a Petrobrás Distribuidora S.A. O CPCD é a instituição responsável pela
coordenação e execução de todas as ações.
• Zona urbana
O grupo deste ano é muito animado. A maioria das pessoas permaneceu e outras novas entraram,
tanto mães-cuidadoras como agentes. Uma característica boa do grupo é o trabalho em equipe, pois
todos conseguem discutir e procurar soluções para os desafios que surgem. A troca de idéias é uma
prática que vem contribuindo para o melhor desenvolvimento das atividades, pois todos os bairros
estão ligados uns com os outros.
Ainda há pessoas muito individualistas no grupo e que não assimilaram a metodologia do projeto,
mas aos poucos vamos mudando isso. O nível de maturidade das pessoas aumenta a cada dia e
quem entra consegue acompanhar o andamento dos trabalhos. O grupo é muito dinâmico e
proporciona muito prazer em trabalhar com ele, pois mostra muita disponibilidade e alegria.
• Tum-Tum
Algumas ainda não compreendem a metodologia, mas acreditam nela. Por isso, estão empenhadas
cada vez mais com o êxito do trabalho. Por ser um grupo heterogêneo, é capaz de superar as
dificuldades e de fazer de cada atividade um momento de aprendizagem.
Nas reuniões de planejamento e avaliação, procuramos criar momentos descontraídos, com músicas,
brincadeiras, dinâmicas e textos. A idéia é dar às pessoas oportunidades para que expressem suas
opiniões e se apropriem cada vez mais da roda. Assim, continuamos investindo na formação da
equipe, de forma que ela seja a cada dia mais coesa.
Com a convivência de quase dois meses, notamos que as pessoas estão mais interessadas no projeto,
pois sabem que estão aprendendo e ensinando. O interesse é tão grande, que o grupo se prontificou a
ajudar fora do horário de trabalho. O compromisso com o horário e com os objetivos das atividades é
muito grande.
ENVOLVIMENTO DA PREFEITURA
ENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE
Zona urbana
A comunidade está bem mais próxima da nossa equipe nas atividades. Estamos sempre procurando
trazer os moradores para as atividades, mas a participação poderia ser melhor. Nos grupos de
produção, conseguimos discutir muitas coisas com quem participa, incentivando outros a participarem
também. Nos bairros, temos muitos desafios para superar: pessoas que não conversam umas com as
outras, que não vão à casa das outras. Conversamos a esse respeito na roda, tratando o assunto
coletivamente e não diretamente com as pessoas.
Outra dificuldade é com a Associação do Bairro Bela Vista. Não temos muita liberdade para usar o
salão da igreja e estamos buscando alternativas para as nossas atividades. Ainda temos que trabalhar
muito para trazer os pais para junto de nossas atividades.
Lagoa da Manga
Ainda encontramos pessoas muito tímidas em relação ao nosso trabalho, mostrando-se acanhadas
para participar das atividades. Precisamos incentivar o entrosamento das pessoas, mas aos poucos
estamos mudando essa situação. Já podemos observar o crescimento do número de pessoas que se
empenham em participar das atividades desenvolvidas.
Tum-Tum
É um desafio para o projeto envolver a comunidade nas atividades. Já fizemos reuniões nas
comunidades, onde tivemos uma boa participação e percebemos que as pessoas estão interessadas,
mas ainda não conseguimos trazê-las efetivamente para o projeto. Até o momento, poucos participam
das atividades.
A comunidade se empenha ao máximo em ajudar na execução das atividades do projeto, das crianças
até os mais velhos. Cada um ajuda como pode: com um verso, uma história, uma roda de batuque,
IMPACTOS
• Índices quantitativos
Pólo Cidade
ÍNDICE GERAL
• Índices qualitativos
Pólo Cidade
Pólo Tum-Tum
DIFICULDADES ENCONTRADAS
Pólo Cidade
Pólo Tum-Tum
SÍNTESE
O nosso trabalho já está acontecendo nos quatro pólos, onde estamos atuando com muita vontade e
compromisso. A cada dia que passa, conquistamos muita coisa boa nas comunidades: carinho,
atenção, compromisso, respeito, valorização e mais participação. Isso se deve ao trabalho que as
mães-cuidadoras e agentes comunitários de educação vêm realizando nas comunidades.
“As atividades têm sido desenvolvidas com êxito, contamos com grande empenho das mães-
cuidadoras, dos agentes comunitários de educação e da comunidade. Com essa aceitação, o trabalho
fica mais fácil e prático. Temos uma esperança muito grande em ver o resultado nas comunidades ao
concluir o planejamento da semana. As crianças estão evoluindo muito e levando a comunidade
junto.”
Patrícia Santos - Educadora
“Em todas as atividades desenvolvidas, foi necessário criar o espírito cooperativo no grupo, o que vem
modificando as ações, as atitudes e gerando momentos de trocas de experiências, aprendizagens e
conhecimento para todos.
O trabalho tem muitos desafios, tanto positivos como negativos, mas o querer das pessoas e a
persistência fazem com que ele se torne cada dia melhor.
Aos poucos, estamos colocando em prática as atividades do PTA, juntando os saberes e fazeres de
todos, criando alternativas que vêm gerando aprendizagem significativa e deixando nossas rodas cada
vez mais dinâmicas. Isso tem estimulado as pessoas a criar, inventar, sugerir, discutir regras e avaliar.“
Giani Vieira - Educadora
“Inicialmente, tudo parecia muito complicado, mas estamos superando, entendendo e aprendendo a
planejar soluções para as dificuldades encontradas. Com isso, as atividades estão sendo realizadas
com responsabilidade, organização, participação e muita alegria. “
Grecy Vadeane - Educador
Agentes
Mães- Carga Coordenação
Nomes Comunitários de
Cuidadoras Horária Geral/ Local
Educação
Edina Alves de Andrade ü
Gilda Luis Batista ü
Lucinélia Caetano de Jesus ü
Nézia Neres Teixeira ü
Adélia dias Viana ü
Izabel Gonçalves de Jesus ü
20h
Rita Caetano de Jesus ü Patrícia Santos
Joanalice Teixeira Batista ü
Suely Alves dos Santos ü
Teixeira
Elizete da Silva Pereira ü
Janna Neris de Oliveira ü
Elizângela Assunção Neto ü
Agentes
Mães- Carga Coordenação
Nomes Comunitários de
Cuidadoras Horária Geral/ Local
Educação
Kátia Silene Rolim ü
Edna Pereira Santos ü
Claudiane de Andrade ü
Mariza Modesto Nunes ü
Carmita Francisca Pereira ü
Vanilda Fidelis Pereira ü
Maria Luzeth Celestina de
ü
Oliveira Ferreira
Venuza Pacheco Santos ü
20h
Erislane Carla Santos Rolim ü Grecy Vadeane
Giselha Costa de Oliveira ü
Tatiane Jaqueline P Santos ü
Hawilland Dalilla S. Miranda ü
Josiel Gonçalves de Oliveira ü
Elixandre Barreto Pereira ü
Vilioni Pereira de Amorim ü
Claudinéia Gomes da Silva ü
Flávia Fernanda B. Reis ü
Leidinaura Dias ü
Agentes
Mães- Carga Coordenação
Nomes Comunitários de
Cuidadoras Horária Geral/ Local
Educação
Adriana Elias de Assunção ü
Aline Lopes Soares ü
Ana Flavia Ribeiro Gonçalves ü
Carla Vieira Jardim ü
Cinnthia Catarine Botelho
ü
Gomes
Cleomário Lopes Pinheiro ü
Davi Moreira de Sousa ü
Éllida Karoline Jardim Vieira ü
Grecy Valdeane de Souza
ü
Santos
Joice Naira Jardim Torres ü
Katarine Marielly Batista
ü
Cardoso
Lidiane Roque Fonseca ü
Norma Moreira de Souza ü
Patrícia Santos de Almeida ü
Ricardo Cristhiann Mendes 20h
ü Jorge Luiz
de Souza
Heloene Vieira Costa ü Pereira
Kamila Gomes Teixeira ü
Antonio Eldo Lopes Amorim ü
Valeria de Souza ü
Ronam Educardo Magalhães
ü
Lima
Maria Jose Ferreira de Souza ü
Adriana Teixeirra Santos
ü
Vieira
Paula Roberta R.G. Martins ü
Sanghia Caroline de Oliveira ü
Claudete Nogueira de
ü
Almeida
Idalina de Fátima ü
Roberta Magalhães Santos ü
Lucélia R. de Oliveira Melo ü
Isis Teca Alves
ü
Claudiane Francisco de
ü
Oliveira
Agentes
Mães- Carga Coordenação
Nomes Comunitários de
Cuidadoras Horária Geral/ Local
Educação
Elizabete Pereira Rodrigues ü
Aline Pereira da Cruz ü
Marcos Moreira Oliveira ü
Ricarda Pereira Rodrigues ü
Ana Paula Pereira ü
Ana Carmem P.Gonçalves ü
Marilene Pereira Jardim ü
Maria do Carmo C.Silva ü
Daiane Lopes Reis ü
Vilma Borges da Silva ü
Zilda Moreira Gonçalves ü
Ângela M. Moreira de
ü 20h Giani Vieria
Oliveira
Rezende luiz
Maristane Pereira de Oliveira ü
Carmelita Pereira da Silva ü
Marizete Gonçalves dos
ü
Santos
Maria Elza Moreira Silva ü
Maria do Carmo Gomes da
ü
Silva
Eleonice Soares Melo ü
Dailba Alves Ricardo ü
Vanuza pereira da Silva ü
Lúcia Lopes da Silva ü
Bairro / Responsáveis /
Dia Hora Atividade / Técnicas / Dinâmicas
Localidade Público Alvo
Ultima semana de capacitação de
01 Educadora do
13:00 Agentes comunitários de educaçaõ. A
Salão Paroquial CPCD. Adolescentes e
às capacitação vai acontecer com os
Pólo Cidade jovens de Virgem da
15:30 jovens que estudam na parte da
Lapa.
manhã.
7:15 Nesta semana grupo de ACE e Mães-
às cuidadoras estarão confeccionando
11:15 Sede Projeto jogos para e organizando o material 18 Agentes
e Cidade para a as atividades com as crianças, comunitários de
12:15 Educativa. além de planejar as reuniões em educação.
às todos os bairros.
16:15
08:00 Início do diagnóstico no Pólo Lagoa
02 a 04 às da Manga. As atividades estão sendo
12:00 Creche - Pólo feitas na casa das crianças e também 10 Mães-cuidadoras 02
e Lagoa Da algumas vezes na escola. Estamos ACE. Crianças e
13:00 Manga trabalhando com Bornal de Jogos e professores.
às Bornal de livros e Algibeiras de
16:30 Leitura.
Durante a semana a atividades esta
12:00 acontecendo na igreja, as Mães e
Igreja - Pólo 13 Mães-cuidadoras 08
às Agentes estão se reunindo para
Tum tum. ACE.
16:00 construir jogos e organizar o trabalho
na comunidade.
08:00 Durante a semana as Mães-
Pólo São João 06 Mães-cuidadoras e
às cuidadoras vão construir jogos e
do Vacaria 02 ACE.
12:00 aprender a jogar todos construídos.
Igreja Nossa Reunião com os moradores. Na
17:00
Senhora da ocasião estaremos falando do Projeto 3 Mães-cuidadoras.
às
Saúde. Pólo e combinando encontros com os Moradores do bairro.
18:00
02 Cidade. moradores.
Sede Projeto Reunião com o grupo de Mães e ACE
10 Mães-cuidadoras 20
12:30 Cidade da zona urbana para planejamento e
ACE.
Educativa. avaliação das atividades da semana.
Bairro Bela Vista Reunião com os moradores do bairro
14:30 na Igreja Nossa Bela Vista. Na ocasião estaremos 2 ACE e 3 Mães-
03 às Senhora das falando do projeto e combinando cuidadoras. Moradores
15:30 Graças – Pólo encontros com os moradores. do bairro.
Cidade
12:30 Reunião com o grupo de Mães e
Sede do Projeto 10 Mães-cuidadoras 20
09 às ACE. Reunião de planejamento e
Cidade Educativa avaliação das atividades. ACE.
16:30
Bairro/ Responsáveis /
Dia Hora Atividade / Técnicas / Dinâmicas
Localidade Público Alvo
13:00 Reunião de planejamento das 06 Mães-cuidadoras e 09
Distrito de São
às atividades da semana. Agentes comunitários de
João do Vacaria.
17:00 educação
10:00 Reunião da equipe para 10 Mães-cuidadoras e 02
Pólo Lagoa da
às planejamento e avaliação das Agentes comunitários de
Manga
02 14:00 atividades a partir do PTA. educação
Reunião de planejamento das
12: 00 Mães e Agentes comunitários de Mães-cuidadoras e
Pólo Tum tum
às educação a partir do PTA (Plano Agentes comunitários de
16:00 de Trabalho e Avaliação) na educação
Igreja.
07:00 Construção de jogos do Bornal de 06 Mães-cuidadoras e 09
03 e Distrito de São
às Jogos. Agentes comunitários de
04 João do Vacaria
11:00 educação
11:00 Roda de conversa com as
Pólo Lagoa da Crianças da escola
às crianças na comunidade do
Manga
16:00 limoeiro, tamanduá e lagoa.
12:00 Mutirão de limpeza na escola da 1 Mãe-cuidadora e 1
Pólo Lagoa Da
às comunidade do Buriti com todas ACE e crianças da escola
Manga
16:00 as crianças. e uma professora
08:00 As atividades dessa semana vão
às estar acontecendo na
10 Mães-cuidadoras, 02
12:00 comunidade e também na escola.
Pólo Lagoa Da Agentes comunitários de
e Vamos trabalhar com os ornal de
Manga educação e crianças das
12:00 jogos, Bornal de Livros e
02 a cinco comunidades.
às Algibeiras, contação de estórias, e
04
16:00 construção de jogos.
As atividades estarão
acontecendo nos bairros, Bela
07:15
Vista, Ponte, Novo Horizonte,
às
Antonio de Milla e Alto São 10 Mães-cuidadoras, 18
11:15
Vicente. As Mães e Agentes vão Agentes comunitários de
e Pólo Cidade
trabalhar com Bornal de livros e educação. Crianças de
12:30
algibeiras, bornal de jogos, cada bairro.
às
estórias, passeios, futebol,
16:30
cantigas de roda, visita a casa
das crianças.
- Jogos: Descobre-Cobre e
Caixa de Letra Comunidade
Beira Rio Casa de Zé
Roberto e Igreja.
- Colagem com sementes
12 Mães-cuidadoras, 9
creche do Tum-Tum.
Agentes comunitários de
03 08:00 Pólo tum tum - Contação de historia pelas
educação. Crianças da
crianças – creche Boa Vista á
comunidade
- Dinâmica de apresentação
e brincadeiras na Escola 1ª
serie
- Construção horta mandala
(Escola).
Criação de adivinhas 5ª e 6ª
serie
-Jogo bingo de letras e
continuando a estória
7:00
(Creche Tum-Tum)
às
-Preparação de teatro (Boa
11:20 - Pólo tum
Vista)
e tum Crianças da escola
-Jogo brincando e somando,
12:00
contando e completando
às
fase introdutória após o
16:20
recreio;
-Brincadeira barra manteiga
2ª serie antes do recreio
(Passeio (Beira Rio)
08:30 Oficina de tinta de terra. 3 Agentes comunitários
Comunidade do
às de educação. Crianças e
Bonito
11:30 comunidade
Oficina de permacultura.
12:00 2 Mães-cuidadoras e
Pólo Lagoa da Construir a horta mandala na
às toda a comunidade do
Manga escola da comunidade do
16:00 Limoeiro
Limoeiro.
7:30 Organização do material para a 06 Mães-cuidadoras e 09
Distrito de São
às rua de lazer. Agentes comunitários de
João do Vacaria
11:30 educação
23 Dinâmica da bala e fui a
feira 5ª e 6 ª serie
7:00 -Apresentação do teatro em
às parceria a casinha da
13 Mães-cuidadores e 08
11:20 cultura (Boa Vista)
Pólo tum tum Agentes comunitários de
e -Jogo brincando e somando
educação. Crianças da
12:00 e contando e completando
escola e da comunidade.
às (Creche Tum-Tum)
16:20 -Algibeira de livros ( Beira
Rio)
-Gincana 4ª serie
Rua de lazer com as crianças e
07:30 06 Mães-cuidadoras e 09
Distrito de São adolescentes. Vamos fazer
22 às Agentes comunitários de
João do Vacaria brinquedos e brincadeiras na
11:30 educação
praça.
Gincana 5ª e 6ª serie
7:00 - Jogos Beira Rio descobre e
às cobre adição e subtração
13 Mães-cuidadores e 08
11:20 - Boa Vista, modelagem com
Agentes comunitários de
24 e Pólo tum tum argila.
educação. Crianças da
12:00 - Brincadeiras, cantigas de
escola e da comunidade.
às roda (Creche Tum-Tum)
16:20 - Atividade na horta com as
crianças (Escola)
08:00 As atividades vão acontecer nas
às comunidades. Vamos trabalhar
29 a Pólo Lagoa da Crianças da comunidade,
12:00 com algibeiras de livros, criação
31 Manga Mães e ACE
e de estórias, jogos, teatro a partir
12:00 do bornal de livros. Na escola
Bairro/ Responsáveis/
Dia Hora Atividade/ Técnicas/ Dinâmicas
Localidade Público Alvo
FOLIA DO LIVRO saída da casa 06 Mães-cuidadoras e 09
18:00 de Marisa para casa de Dona Agentes comunitários de
Distrito de São
às Flonila. educação. Todas as
João do Vacaria
19:30 pessoas de São João Do
01
Vacaria
Reunião de planejamento e 12 Mães-cuidadoras e 09
Igreja - Pólo Tum-
12:00 avaliação das atividades a partir Agentes comunitários de
Tum
do PTA. educação
Auditório Julio Oficina de Bornal de Jogos para
Gamboa e todos os professores da rede 02 Educadores do CPCD.
08:00
01 e Sindicado dos municipal de educação. Professores e
às
02 Produtores Rural Coordenadores da Rede
17:00
de Virgem da Municipal De Educação.
Lapa
Construção do forno na escola da 5 Mães-cuidadoras 1
Comunidade do
7:00 comunidade Limoeiro: teremos Agentes comunitários
01 a Limoeiro e Barra
às passeio ecológico e contação de de educação. Crianças
06 do Vacaria - Pólo
10:00 historia na comunidade Barra do e comunidade
Lagoa da Manga
Vacaria.
Reunião de planejamento a partir
do PTA (Plano de Trabalho e
12:30 Sede do Projeto 10 Mães-cuidadoras e 18
Avaliação) e avaliação a partir do
às Cidade Educativa Agentes comunitários de
MPRA (Monitoramento de
16:30 - Pólo Cidade educação.
Processos e Resultados de
Aprendizagem).
Planejamento da semana para
atender as crianças através de 06 Mães-cuidadoras e 09
São João do
12:30 jogos, algibeira e bornais de livro, Agentes comunitários de
04 Vacaria
cantigas de roda e brincadeiras educação.
educativas.
9:30
Comunidade do Palestra sobre o meio ambiente Funcionário da Emater.
às
Cansanção - em parceria com a Emater na E.E. Alunos, Professores
11:00
Pólo Tum-Tum São Domingos no Cansanção.
12:00 Reunião de Planejamento 12 Mães-cuidadoras e 09
às Pólo Tum-Tum avaliação das atividades para Agentes comunitários de
16:00 semana. educação
07:00 As atividades dessa semana vão 12 Mães-cuidadoras e 09
às acontecer na comunidade e Agentes comunitários de
04 a 11:00 também na escola. Vamos educação. Crianças e
Pólo Tum-Tum
08 e trabalhar com os jogos, Bornal de adolescentes da
12:00 Livros e Algibeiras, contação de comunidade e
às estórias, construção de jogos, professores.
A higiene está no ar
Sinto cheiro de limpeza
É só você participar
E vai ficar uma beleza
Amarelado empapuçado
Comedouro de feijão
Cara larga sem vergonha
Cospe o meu nome no chão
Rua de Lazer
“A rua de lazer foi ótima, pois brincamos de brincadeiras que nos ensinam algo, principalmente o
bilboquê e o vai-e-vem, que é feito de litro que jogamos fora.”
Érika - 7 anos
Distrito de São João do Vacaria
Bornal de Jogos
“Aprender a construir coisas bonitas através do lixo é muito gratificante, principalmente se for jogo
educativo para uso com as crianças.”
Carmita Francisco - Mãe-cuidadora
Distrito de São João do Vacaria
“Com o jogo ‘Vencendo Obstáculos’, a atividade foi bem divertida, pois aprendi a contar com a ajuda
das pedrinhas.”
Rafael Santos da Silva - 10 anos
Comunidade Boa Vista
“Através do jogo ‘Descobre-Cobre’, estou aprendendo a multiplicar. E usando as pedrinhas tudo fica
mais fácil.”
Rosimar Borges da Silva - 11 anos
Comunidade Beira Rio
“Achei muito importante o dia de hoje: conheci muitas letras com o jogo ‘Encaixando Letras’.”
Gisely Gonçalves dos Reis - 6 anos
Fase Introdutória
“Antes eu escrevia a palavra sapo com ‘ç’. Agora, com o jogo do alfabeto, aprendi a escrever certo a
palavra sapo.”
Natalia Jardim de Melo - 11 anos
4ª série
“Trabalhando os jogos ‘Encaixando Letras’, ‘Conta pontos’, ‘Árvore ortográfica’ e ‘Rapidinho’, tenho
percebido que as crianças estão mais espertas.”
Zilda Moreira Gonçalves - Mãe-cuidadora
Comunidade Tum-Tum
“Quando começamos a trabalhar com a 4ª série, foi muito difícil. Agora que descobrimos as
dificuldades que as crianças têm em somar, dividir, multiplicar e subtrair, nós estamos explorando tudo
que está ao nosso redor e que está dando resultado.”
Ricarda Pereira Rodrigues - Agente comunitário de educação
Comunidade Tum-Tum
Permacultura
“Fizemos a espiral de ervas aqui na creche e foi muito importante, porque quem participou quer fazer
na sua casa também.”
Jéferson Borges Neves - 11 anos
Comunidade Boa Vista
“A cada dia que participo do projeto, estou aprendendo mais e mais coisas novas.”
Roam Lopes de Souza -12 anos
Comunidade Boa Vista
Pedagogia do Biscoito
“Com base no que acompanhei hoje, a atividade do biscoito é um instrumento que, além de gerar
aprendizagem para o aluno, dá oportunidade para gerar maior entrosamento entre eles.”
Hernandes - Professor substituto
1ª série
“Achei que o melhor era comer o biscoito, mas gostei mesmo foi de escrever, porque escrevi o meu
nome.”
Tereza Vaz de Jesus - 7 anos
1ª série
“Adorei, foi maravilhoso! Queria ficar lá o tempo inteiro escrevendo o meu nome com o biscoito que
eu aprendi a fazer.”
Paula Beatriz – 6 anos
Distrito de São João do Vacaria
“Percebo o quanto essas dinâmicas contribuem para trabalhar a auto-estima, a valorização, as regras
e o respeito. Acredito que, trabalhando a socialização com os alunos, os resultados serão imediatos,
porque os alunos hoje não têm limite.”
Fazuleide - Professora
Escola Estadual São Domingos - Tum-Tum
“Depois que entrei no projeto, minha vida está mudando muito. Sinto-me uma pessoa mais realizada,
porque estou aprendendo a ver as coisas de forma mais simples, sem complicar muito.”
Carmelita Pereira da Silva
Mãe - cuidadora - Comunidade Boa Vista
“Estou muito feliz com o trabalho. Para mim, é uma experiência muito boa. Engana-se quem acredita
que ensina, porque aqui estou é aprendendo cada vez mais com as dificuldades vividas.”
Elizabete Pereira Rodrigues - Agente Comunitária de Educação
Comunidade Tum-Tum
“Através das brincadeiras e dinâmicas, percebi que estamos ouvindo melhor o outro.”
Adalto Costa Chaves Filho - 11anos
Comunidade Boa Vista
“Da história ‘Quem tem medo do escuro’, gostei da parte em que a menina viu a sombra e teve
medo.”
Bruna Maria Barbosa - 8 anos
2ª série
“Aprendi que a gente não precisa ficar com medo, porque mesa e sofá não saem dos lugares
sozinhos. É o medo que faz imaginar coisas.”
Camilo Alves Pereira - 6 anos
Fase Introdutória
“Gostei do livro ‘As três gêmeas’, porque tenho muita dificuldade na leitura, e com a ajuda dos
colegas consegui ler e entender a história.”
Natalia Jardim de Melo - 11 anos
4ª série
“Essa estratégia de trabalhar com livros, apresentando as figuras para as crianças criarem uma nova
história, é muito eficiente, porque descobri que elas se sentem verdadeiras protagonistas da história.”
Marcos Moreira Oliveira - Agente comunitário de educação
Comunidade Tum-Tum
Reuniões na Comunidade
“O projeto é um benefício muito grande para a comunidade e está mudando até o jeito de pensar das
famílias. Elas estão mais dispostas a participar e a colaborar com o que for preciso.”
José Lúcio Borges - Pai de Rosimar Borges da Silva
Comunidade Boa Vista
“O projeto, além de contribuir na aprendizagem das crianças, melhora a auto-estima dos jovens e das
mães.”
José Mário Campos - 73 anos
Animador da Comunidade Tum-Tum
“Adorei colar os nomes, mas gostei mesmo foi de escrever a palavra ‘chão’, porque eu escrevia ‘xão’ e
agora não vou esquecer mais.”
Cleosom Borges Silva - Comunidade Beira Rio
“Gostei da atividade, porque é tanta coisa que a gente pensa saber escrever o nome e, quando
escreve, falta alguma letra.”
Natalia Jardim de Melo - 11 anos
4ª série
Oficina de Beleza
“Hoje foi um dia muito especial para mim, porque usei xampu e as pessoas cuidaram de mim.”
Abílio Aguilar Chaves - 7 anos
“O dia de foi muito bom: fiquei feliz quando olhei no espelho e me vi diferente, com o cabelo
escovado.”
Gisele Gonçalves Reis - 6 anos
Fase Introdutória
“Agora é que o projeto vai ficar mais animado e ninguém vai faltar mais, pois as mães-cuidadoras e
os agentes cuidam da gente com muito carinho. Olha que lindo as minhas unhas!”
Natália Jardim de Melo - 11 anos
4ª série
“É gratificante saber que podemos fazer muita diferença na vida das crianças. Fico feliz pelo grupo e
mais ainda agradecida pela atuação do projeto Cidade Educativa aqui na comunidade.”
Aline Pereira da Cruz - Agente comunitária de educação
Comunidade Tum-Tum
“É prazeroso para gente estar aqui, contribuindo com a educação dessas crianças, até mesmo para
sentirmos a importância do nosso trabalho, que está sendo aceito por todos os segmentos.”
Eliane Pereira da Silva Nobre - Conselheira tutelar
“Acredito que, com essas palestras, vamos conseguir mudar muita coisa ruim que está acontecendo e
assim reverter esses casos.”
Vanderleia Inácio de Souza Santos
Conselheira tutelar
“A escola, como qualquer bem público, tem que ser cuidada com o mesmo carinho com que cuidamos
da nossa cama e da nossa casa.”
Aliria Soares Santos - Conselheira tutelar
“Temos mesmo que preparar as crianças, para que elas se conscientizem da importância de cuidar do
meio em que vivem e aprendam a valorizar as nascentes dos rios, as frutas, as hortaliças. Para
produzir alimento com fartura temos que ter água, pois as plantas precisam respirar para sobreviver.”
Luiz - Representante da Emater
Modelagem
“O trabalho com a argila deixa as crianças tão calmas, que elas não querem parar.”
Zilda Moreira Gonçalves - Mãe-cuidadora
Comunidade Tum-Tum
“Gostei muito de ler, porque através da leitura estou aprendendo palavras novas e interessantes.”
Lucas Souza - 10 anos
Comunidade do Buriti
“Eu achei muito bom, porque contei para meus colegas a história do meu livro, que falava do oceano
mágico e era boa e divertida. Gostei também de desenhar.”
Dioclésio Dias - 9 anos
Comunidade Buriti
“Eu adorei participar da espiral de ervas, pois aprendi o nome das ervas e para que serve cada uma.
Eu ajudei a plantar e a molhar a espiral.”
Aziele Elias - 9 anos
Comunidade do Buriti
“Gostei de estar plantando junto com as crianças, porque a horta serve para a alimentação delas e
plantando elas também são motivadas a comer as verduras.”
Joanalice Teixeira - Mãe-cuidadora
Comunidade do Buriti
“Eu nunca tinha participado de uma horta e achei muito bom, porque eu semeei a cenoura e meus
colegas plantaram as outras verduras. Foi muito divertido!”
Dioclésio Dias - 9 anos
Comunidade do Buriti
“É importante fazer o remédio na comunidade. Às vezes, nós pagamos caro por um remédio e ele
pode estar na comunidade tão barato. É só reunir e fazer.”
Ana Batista - 65 anos
Comunidade do Tamanduá
“Foi a primeira vez que participei da roda de viola e gostei da apresentação das crianças: estava tudo
muito bem organizado e espero que em breve possa estar participando de outra.”
Vilma Caetano - Comunidade do Santana
“Gostei muito da roda de viola. Não aproveitei mais porque estava tocando, mas fiquei muito contente
de poder contribuir de alguma forma.”
Jose Araújo (sanfoneiro) - Comunidade do Marimbondo
Folia do livro
“A Folia do Livro está de parabéns! Serve para que as outras instituições tomem como exemplo.”
Delvan Pacheco - 35 anos
Distrito de São João do Vacaria
“O grupo de produção serviu para nos mostrar que nem tudo é inútil depois de utilizado. E assim cada
vez aprendemos receitas de proveito para as nossas famílias.”
Maria da Glória - 27 anos
Distrito de São João do Vacaria
“Joguei três umbigos de banana fora. Agora não jogo mais, pois vou fazer o xarope que aprendi
participando do grupo de produção.”
Osmarina Pereira - Distrito de São João do Vacaria
“Estou com 50 anos e não sabia do xarope de umbigo de banana. Deixamos o que temos em casa e
compramos na farmácia só porque outra pessoa é quem faz.”
Maria Gonçalves - Avó de Ana Clara, 5 anos
Distrito de São João do Vacaria
Visita às famílias
“Aprendi coisas novas sobre o lugar onde vivo através das visitas que fiz às famílias.”
Claudiane de Andrade - Mãe-cuidadora
Distrito de São João do Vacaria
• Receitas
Ingredientes
2 umbigos de banana médios
1 rapadura
Modo de preparo
Corte os umbigos e reserve.
Raspe a rapadura e misture ao umbigo
Sabão de álcool
Ingredientes
2 litros de água
½ kg de soda
2 litros de álcool
1 litro de óleo morno
1 litro de sebo morno
Modo de preparo
Em um tambor de plástico, coloque a água e depois, aos poucos, acrescente os demais ingredientes, a
soda, o álcool e por fim o óleo e o sebo, mas não pode parar de mexer até o ponto de despejar em
uma vasilha plástica. Aguarde até o dia seguinte para cortar.
Xarope de beterraba
Ingredientes
01 beterraba
03 dentes de alho
02 paus de canela
05 cravos
Mel ou rapadura derretida
Modo de preparo
Em um vidro, coloque uma beterraba cortada em cruz e depois despeje o mel. Coloque dois dentes de
alho, um inteiro e outro amassado. Coloque os cravos e a canela. Depois de colocar tudo, tampe o
vidro e deixe de um dia para o outro.
Como usar
Adulto: uma colher de sopa de manhã e uma à tarde.
Criança: uma colher de chá.
ü Lá no fundo do quintal, tem um prato de melado. Quem sabe jogar verso é melhor ficar calado.
Dioclésio Dias - 9 anos
ü Lá em cima do pé de limão, tem duas alianças. Quem quiser casar comigo espera que ainda sou
criança.
Lucas - 9 anos
Aqui na cidade
Vocês comem é doce fino
Lá no sertão nós
Comemos é requeijão
• Músicas
Hino da folia
1° Oi São João, salve o livro (bis) /que é muito importante, oiaoia (bis)
3°Essa folia é pro livro (bis) / pra que possa incentiva, oiaoia (bis)
4° A ler o livro todo dia (bis) e passar o que aprender, oiaoia (bis)
6° Ei você que está olhando (bis) /vem pra cá participar, oiaoia (bis)
7° Vocês podem ir chegando (bis) /nem que seja só pra ver, oiaoia (bis)
8° Mas eu tenho a certeza (bis) /que vocês vão querer ler, oiaoia (bis)
10° Pois a leitura nos ensina (bis) /ao mundo conhecer, oiaoia (bis)
11° Vamos dar a despedida (bis) /mas é somente por hoje, oiaoia (bis)
12 °Daqui uns dias tem mais (bis) /pode ficar aguardando, oiaoia (bis)
O livro popular
Eu to falando é do livro
Parabéns quem acertou
Vamos fazer uma folia
E expressar o nosso amor
Parabéns quem acertou
O vapor da inteligência
Cantiga do livro
Eu vou ler
O lê lê, de olê
Chorou de ó linda, foi nas tranças,
de seus cabelos chorou de ó linda. (Bis)
Circo Marimbondo
Circo marimbondo
Circo marambaia
Eu cheguei de longe
Não me atrapalha,
Não me atrapalha.
Vê se não me amola,
Larga a minha saia.
Circo marimbondo
Circo marambaia
Se eu te der um tombo
Tomara que caia.
Circo marimbondo.
Circo marambaia (Bis)
Eu cheguei de longe
Não me atrapalha
Vê se não me amola
Larga a minha saia.
Circo marimbondo
Circo marambaia
Se eu te der um tombo
Tomara que caia
Circo marimbondo
Circo marambaia.
Beira mar
Maria, Maria
Vapor da Cachoeira
O vapor da cachoeira não navega mais no mar. Anda, roda, toca o fuso, nós queremos navegar.
Ai, ai, ai, nós queremos navegar!
Refazenda
Mulher rendeira
Sete e sete são quatorze, com mais sete vinte um, tenho sete namoradas, mais eu gosto só de uma.
Coco de mim
Coco da ema
Batucão
O lê lê, de olê
Chorou de ó linda, foi nas tranças,
de seus cabelos chorou de o linda. (Bis)
Introdução
Realizamos em São do Vacaria, uma comunidade de Virgem da Lapa, a capacitação de jovens que
serão agentes comunitários de educação. Essa capacitação tem mobilizado jovens da comunidade que
querem fazer de sua cidade um lugar melhor de se viver. Formar uma aldeia para educar nossas
crianças e promover a transformação social é o nosso objetivo. Assim, estaremos construindo uma
cidade educativa.
Perfil da equipe
Iniciamos a capacitação com 29 jovens entre 16 e 23 anos. Desses apenas 5 eram rapazes,
registrando-se a desistência de dois nos três primeiros dias. No começo, a turma demonstrava timidez,
mas depois das apresentações alguns foram se soltando. Desse grupo foram selecionados 19 agentes
que se integrarão ao grupo de mães-cuidadoras.
Atividades desenvolvidas
Iniciamos a nossa capacitação com uma apresentação e a confecção do crachá. A dinâmica de Cosme
e Damião serviu para que o grupo interagisse melhor, ficando bem à vontade para participar. A
apresentação do crachá trouxe um pouco da identidade de cada um, seus sonhos, suas expectativas de
vida.
Com a dinâmica do boneco individual, as pessoas discutiram sobre as coisas que consideram
importantes para um trabalho em equipe, o que precisam pensar juntos para melhorar a comunidade,
o que têm para contribuir, o que gostariam de receber e qual a melhor forma de desenvolver o
trabalho em equipe. O boneco construído no grupo trouxe coisas importantes para serem discutidas.
Os jovens falam da realidade de sua comunidade e como a vêem depois do projeto. Suas expectativas
a partir do desenvolvimento do trabalho, o que querem fazer para melhorar a realidade e transformar
Foi um momento em que o grupo participou bastante, pois as pessoas se expressavam com uma
vontade de fazer diferente, falavam das suas expectativas, sobre os benefícios que o projeto trará para
a comunidade e como iriam se empenhar para fazer um trabalho de qualidade e que fosse valorizado
por todos.
O texto “É brincando que se aprende” trouxe para a roda a discussão sobre o desfio dos brinquedos e
brincadeiras, a importância do brincar na vida das crianças. Como brincam as crianças de São João
do Vacaria? O que os brinquedos e brincadeiras podem nos ensinar? Essas reflexões foram muito
importantes para estimular a participação do grupo. Para cada brincadeira que os grupos traziam
para a roda discutia-se a melhor forma de trabalhar com as crianças, o que ela poderia trazer de
aprendizagem, como trabalhar a escrita, a leitura, a matemática através dela. Com esse
desenvolvimento, o grupo pôde resgatar brincadeiras de seu tempo de criança e que trazem muito
aprendizado. Brincadeiras que antes as pessoas não tinham observado, por brincar apenas por
brincar, para se divertir.
A dinâmica “Limite sem pés” foi um desafio para o grupo, pois levantou algumas questões que
precisam ser trabalhadas com a equipe, como saber ouvir e respeitar a opinião do outro, a falta de
iniciativa de algumas pessoas, a acomodação, o cuidado com o outro. Mas, no final, os grupos
conseguiram chegar ao seu destino.
A pesquisa na comunidade trouxe histórias interessantes de pessoas que têm uma riqueza de saberes e
fazeres. Formamos grupos para conhecer um pouco da história da comunidade, visitamos as casas,
procuramos por pessoas que nos presentearam com momentos de alegria, aprendizado e
conhecimento. No final, essas pessoas formaram uma grande roda para apresentar suas músicas,
suas histórias e todos se alegraram com a cantoria que se formou. Depois, o grupo confeccionou três
livrinhos que contam um pouco dessas histórias.
Qualitativos
Quantitativos
Dificuldades encontradas
Breve síntese
A realidade de cada comunidade nos chama a atenção. Acho que o desenvolvimento do projeto nessa
comunidade tem um grande desafio, não só na parte da alfabetização, mas também no resgate e na
valorização do que é valor humano.
Advete - Educadora
Depoimentos
“Aprendi que nada se faz sem união e que, apesar dos obstáculos e das barreiras, com fé, força de
vontade e firmeza, podemos seguir adiante e alcançar os nossos objetivos.”
Tatiane - Agente comunitária de educação
“Todos aprenderam que, para nossa comunidade melhorar, temos que trabalhar em grupo e mostrar
que a união faz a força. Através das atividades que realizamos aqui, foi mostrado o quanto somos
capazes e não sabíamos, talvez até por medo ou vergonha, mas agora é acreditar e mostrar para
todos o que somos.”
Elexandre Barreto - Agente comunitário de educação
“Irei sair dessa capacitação muito feliz por ter aprendido muitas brincadeiras, jogos e ter discutido os
assuntos interessantes com meus amigos, o que me fez olhar para as coisas de forma diferente. Estou
saindo daqui não com colegas, mas sim com grandes amigos, que farão parte da minha vida hoje,
amanhã e sempre.”
Flávia Fernanda B. Reis - Agente comunitária de educação
“Aprendi muitas coisas novas, principalmente que temos que saber ouvir a opinião dos outros, que
tudo pode ser conversado na roda e que brincando a gente aprende.”
Poliana Gonçalves de Oliveira - Agente comunitária de educação
“Essa semana, para mim, foi como uma escola de vida, onde as matérias foram as dinâmicas, os
professores fomos todos nós, as notas só as melhores e o diretor, a nossa comunidade.”
Leidinaura - Agente comunitária de educação
“Estamos muito confiantes de que esse projeto poderá mudar a comunidade e resgatar a nossa
cultura.”
Josiel Gonçalves de Oliveira - Agente comunitário de educação
“Aprendi que todos nós devemos respeitar a opinião do outro, sejam elas quais forem.”
Maria Ilma Gonçalves - Agente comunitária de educação
Pesquisa na comunidade
Dona Maria, Dona dos Anjos, Senhor Carrim e Sra Betinha são os moradores mais antigos da
comunidade de São João do Vacaria. Quando tem apresentação na comunidade, são eles e outras
Ingredientes
Hortelã
Folha de algodão
Folha de andu
Capim da lapa
Mel
Preparo
Coloque tudo em uma vasilha e deixe ferver até ficar apurado. Depois é só coar e acrescentar o mel.
Ingredientes
Uma porção de mastruz
03 colheres de leite
Preparo
Bata os ingredientes juntos e tome em jejum, no espaço de 3 a 4 dias.
Introdução
Neste segundo ano de execução do projeto em Virgem da Lapa, estamos deixando a fase UTI, cujo
foco centrava-se apenas nas atividades capazes de promover a leitura, a escrita e as quatro operações,
para realizar ações variadas, que transformem a cidade em uma “Cidade Educativa”. Essa é a
segunda fase do projeto.
Nesta segunda fase, convidamos os professores novamente para a nossa roda, com o intuito de
avaliar, trocar experiências positivas e planejar ações em conjunto, para a construção dessa Cidade
Educativa.
Perfil da Equipe
Contamos com a participação de 35 pessoas na Capacitação de Educador Social, entre elas apenas
um homem. A equipe era mista no quesito idade: havia pessoas muito jovens e senhoras de idade
avançada. A primeira impressão foi de um grupo sério, calado e com pessoas que tinham expressões
fechadas, muitas com rostos sofridos e tristes. Ao longo da semana, entretanto, essa impressão foi
mudando, dando espaço para conversas alegres e até para brincadeiras descontraídas.
Pudemos contar com os professores do Ensino Fundamental da Rede Municipal do Núcleo Malhada
Branca (zona rural), da Educação Infantil (zona urbana) e duas funcionárias da biblioteca. Todos os
participantes vêm trabalhando há muito tempo na área da educação. Nos relatos, é possível observar
a frustração das pessoas em relação à falta de valorização e de apoio.
Em nossa roda, pôde-se notar uma certa resistência das pessoas em relação ao projeto. Muitas vieram
insatisfeitas com problemas externos e com uma impressão negativa do trabalho. Tinham uma opinião
Atividades desenvolvidas
A nossa primeira atividade foi uma apresentação com a dinâmica do fósforo. Cada pessoa acenderia
o fósforo e teria que se apresentar e falar sobre o seu trabalho ou sobre sua vida pessoal enquanto o
palito estivesse aceso. Foi frustrante a indisposição das pessoas em participar. No momento em que
recebiam o fósforo, falavam apenas o nome e o sopravam, para que a chama se apagasse. Assim, a
nossa apresentação durou menos de cinco minutos.
Houve uma tentativa para que acontecesse uma discussão sobre o que havia sido combinado, se as
pessoas poderiam apagar ou não o fósforo, se isso estava na regra, por qual motivo as pessoas
apagaram o fósforo tão prematuramente: por vergonha, indisposição, timidez? Entretanto, a discussão
não fluiu, pois as pessoas pareciam estar apáticas, não opinavam, não reagiam, não gostavam nem
desgostavam.
Na confecção do crachá, foi proposto que escolhessem um formato que representasse um sonho. Senti
as pessoas frias até para fazer uma atividade prática. A roda ficou do mesmo jeito: algumas poucas
pessoas levantaram e pegaram material para si e para as outras. Não houve entrosamento nem
empolgação para construir o crachá.
Realizamos a dinâmica do boneco, com o intuito de ressaltar as coisas boas do nosso trabalho e de
refletir sobre o que não foi bom ou que merecia maior atenção. Era uma avaliação do trabalho
individualmente e do projeto e que também pudéssemos criar propostas para este ano.
Nesse momento, as pessoas deixaram de ser apáticas e começaram a colocar suas opiniões e
frustrações com o trabalho. Cada um falou sobre as experiências do ano passado e, na visão da
maioria, o projeto não funcionou. As pessoas falaram também dos problemas da comunidade da
Lagoa da Manga, avaliando que não havia coordenação, que o trabalho foi só de recreação, que não
houve diferença na aprendizagem das crianças dentro da sala de aula, que as mães-cuidadoras só
iam lanchar na escola e que às vezes atrapalhavam o trabalho.
Novamente, foi colocada a proposta do trabalho, a nossa metodologia, a razão do brincar, o que vem
atrás disso e outras formas diferenciadas que temos de atividades. Conversamos sobre o porque das
nossas ações na comunidade, sobre o diagnóstico, o planejamento e o objetivo daquela roda, que é
Com a dinâmica do desenho, pedimos às pessoas que desenhassem coisas importantes sobre a sua
infância. Em um segundo momento, nós trocamos os desenhos e cada pessoa tentava adivinhar como
havia sido a infância da pessoa que tinha feito aquele desenho.
Na roda, começamos a discutir sobre nossas infâncias, como foi a criação de cada um, as
dificuldades, as brincadeiras e os brinquedos de ontem e de hoje. A partir daí, começamos a conversar
sobre o que aprendemos com aquelas brincadeiras, sobre o que carregamos até hoje na nossa vida
adulta. As pessoas afirmaram que, com as brincadeiras antigas, a criança se socializava mais rápido,
buscava soluções para os desafios, aprendia a ganhar e a perder, era mais ativa e mais criativa.
A partir dessa discussão, propusemos outro desafio: dividimos a equipe em grupos e cada um deveria
apresentar, em forma de desenho, que infância a sua escola quer proporcionar para as crianças. Tais
ações poderiam ser realizadas com a parceria do projeto, especificando o que a escola pode fazer
junto conosco para melhorar a infância de seus alunos.
Nas apresentações, surgiram coisas variadas, como gincanas, roda de contação de história, teatro,
resgate de brincadeiras e cantigas de roda, a pedagogia do guisado, receitas variadas e a confecção
de brinquedos.
Tivemos a oportunidade de levar a equipe para conhecer o Sítio Maravilha. Como a maioria do grupo
trabalha ou mora na zona rural, o passeio permitiu que se quebrasse o gelo e fez com que as pessoas
se sentissem mais à vontade e entrosadas umas com as outras. No sítio, as pessoas conheceram um
pouco mais sobre a permacultura e várias técnicas diferentes de cultivar e preservar o meio ambiente.
Depois de uma roda de conversa e de um passeio pelo sítio, a turma teve a oportunidade de construir
uma mandala e uma espiral de ervas. Com bom humor, a maioria pegou as enxadas e, debaixo de
um forte sol, colocou a mão na massa para a realização das atividades, o que foi uma surpresa.
Em nosso último dia de capacitação, trabalhamos com a Algibeira e o Bornal de Livros. Nos primeiros
momentos, conversamos sobre uma experiência vivenciada em Araçuaí trazida pela expedição Vaga-
Lume, que é a mediação de leitura. E até nos arriscamos a experimentar algo novo: em duplas, fomos
para a rua ler livros para as pessoas.
Foram colocadas algumas questões sobre as pessoas que gostam de ler e não têm acesso aos livros.
Discutimos sobre a importância do acesso aos livros e colhemos sugestões de como melhorar isso. Por
fim, as pessoas começaram a falar de suas experiências e das várias formas que utilizaram a Algibeira.
Em grupo, pudemos compartilhar e sugerir coisas diferentes para explorar mais a Algibeira e os
Bornais, como fazer mediação de leitura nos bairros (alunos x pais), teatro, murais, produção de texto,
criar uma caixa com objetos e criar histórias.
Avanços Obtidos
Quantitativos
- Participação de 65 educadores
- 07 brincadeiras utilizadas
- 03 notícias discutidas
- 01 Algibeira utilizada
- 01 Bornal de Livros utilizado
Qualitativos
Dificuldades encontradas
Breve síntese
Ao buscar um ideal maior em relação às nossas necessidades e aos benefícios próprios, temos que
lembrar ao ser humano que somos incompletos, que não somos os donos de toda a verdade e que o
aprendizado é feito no plural, que não basta fazer por fazer e sim querer fazer o melhor, o que pode
gerar a diferença para a sociedade em que vivemos.
Depoimentos
“Essa semana de capacitação foi muito gratificante. O projeto nos trouxe maravilhosas experiências
para complementar o nosso conhecimento já adquirido.”
Alaíde Batista Cardoso - Professora
“Para mim, foi um curso que me trouxe mais idéias para um trabalho mais aprimorado e que ao
mesmo tempo nos dá forças para chegar a conclusões que desejamos no plano educacional.”
Marinalva Almeida - Professora
E. M. Gustavo Almeida
“O curso foi gratificante. Adoro descobrir coisas novas! No início, achei que estava repetitivo, mas foi
engano. As novidades chegaram rapidinho e eu adorei.”
Valdinéia Luciene P. Gomes - Professora
“O encontro foi de grande valor e a cada dia enriqueceu meu conhecimento e saber.”
Maria de Lourdes Ribeiro - Professora
“Foi importante a visita ao sítio, por causa das técnicas diferentes trabalhadas na permacultura. Pois
todos nós conhecemos e sabemos que tudo o que alimentamos vem da terra, mas todos nós achamos
difícil produzir. Mas, com interesse e força de vontade, é possível desenvolver técnicas que gerem uma
produção mais fácil. Foi muito interessante conhecer a forma de trabalhar no cultivo dos alimentos do
sítio.”
Maira Leonice A. Antunes - Professora
E. M. Professora Diva
“Aprendi a lidar com a terra, a fazer plantações de acordo com o ambiente. Para mim, vai ser útil
fazer uso desse conhecimento com os meus alunos. O mais interessante foi fazer a mandala e a
espiral, que é muito diferente.”
Neusa Rodrigues Batista - Professora
E. M. Mestra Chiquinha
“Seria bom que todas as pessoas tivessem conhecimento sobre a permacultura e respeito para com a
natureza.”
Elixandra de Souza Faustino - Professora
“Aqui a gente adquire muito conhecimento. O processo que a gente faz para colocar a água e o
adubo é muito diferente. Nós cavamos bem na beiradinha da planta e vimos que aqui é totalmente
diferente. Quando chegar em casa, vou falar para o meu marido que não é daquele jeito que a gente
faz.”
Maria Emília Oliveira Fonseca - Professora
“Achei muito interessante, é muito prático e podemos usar na sala de aula. Na comunidade Santa Rita,
fizemos uma plantação de banana e morreu tudo. Agora, com essa nova técnica que eu vi aqui, vou
usar não só na Santa Rita como também nas comunidades que eu coordeno. Na comunidade do São
José, vamos fazer uma horta. O que eu vi aqui eu vou carregar para o resto de minha vida.”
Kênia Teixeira dos Santos - Coordenadora do Pólo Tum-Tum
“Muita coisa que a gente aprende na faculdade e no dia-a-dia de professor não é o tanto que
aprendemos aqui num único dia. A experiência que aprendemos aqui não deve ficar restrita. Temos
que passar para os pais e dar oportunidade para que eles também vejam isso aqui e possam ver como
é grande esse projeto e o quanto nós podemos fazer para conservar o nosso meio.”
Judithi Rodrigues de Souza - Professora
“Nós trabalhamos na sala de aula com teoria e aqui vimos na prática o que deve ser trabalhado.
Temos que passar isso para os pais e as crianças, porque o futuro do mundo depende disso.”
Geralda Mangêla Antunes - Professora
“Quando eu chegar em casa, vou fazer muita coisa que eu aprendi. Na minha escola, não tem árvore,
mas agora eu sei como plantar para que elas não tenham doença nenhuma.”
Maria Gilma Cardoso - Professora
“Eu nunca tinha visto um tipo de manejo desse com a terra. Nas escolas, temos que nos reunir com os
pais e passar para eles esse tipo de coisa para eles fazerem na casa deles. Eu vou tentar fazer a espiral
de ervas, porque não é difícil de fazer, para plantar as plantas medicinais e já trabalhar ciência a
partir delas.”
Maria José Amorim Moreira - Professora
“Durante o processo das atividades desenvolvidas, pude aumentar minha auto-estima e meu
conhecimento, de forma que toda essa bagagem eu quero compartilhar com a turma que educo.”
Judithi Rodrigues de Souza - Professora
“Aprendi a ser amante da leitura e das produções de texto, motivada pelas professoras do primário,
mais precisamente por uma professora da 3ª série, de nome Demétria (Mitrinha). Lembro-me de uma
produção que fiz e que ela queria que todos os professores da escola onde eu estudava lessem. Ela
levava os professores até a classe dela e apontava para mim. No cabeçalho eu li: ‘Parabéns pela
coordenação de idéias’. Isso me motivou tanto, trazendo-me idéias tão positivas, que descobri que o
meu eu estava ali, perdido nas palavras e que essa capacidade se escondia de mim mesma, pois nem
eu conhecia. Por um gesto simples e por aquelas poucas palavras, a minha professora abriu-me uma
trajetória, pela qual cada vez mais me apaixono. Hoje componho poemas e espero um dia poder
publicar o meu livro e transmitir ao público os sonhos de um poeta.”
PS : Existem cerca de 200 poemas já escritos por Marinalva.
Tempo
O pensamento voa
A saudade foge à toa
O destino vem no tempo
O tempo traz a mim
Um amor soprado pelo vento
Leva de mim o sofrimento
Trás de volta a saudade
Leva consigo a maldade
O tempo é o tempo...
Que diria o tempo do dia que vai
Tempo indistinto de uma noite que cai
O tempo da hora, do minuto...
Que talvez tempo de um tempo
Tempo que outrora tomaste-me
Introdução
Realizamos mais uma etapa visando a mobilização da comunidade, para que todos juntos possamos
educar as nossas crianças. Estamos realizando capacitações e a partir delas buscando convencer as
pessoas a explorar o potencial e as habilidades que têm para fazermos da nossa cidade uma “Cidade
Educativa”.
Perfil da equipe
Iniciamos a nossa capacitação com 29 jovens entre 15 e 23 anos, dos quais apenas 5 eram rapazes
As pessoas se mostraram muito retraídas e tímidas no primeiro momento, o que dificultou para que
houvesse uma melhor produtividade nas discussões e atividades desenvolvidas. Aos poucos, porém, as
pessoas foram se soltando, a alegria finalmente entrou na roda e fez com que todos se sentissem mais
à vontade.
A maioria dos participantes é composta de estudantes ainda muito imaturos. Isso pode ser concluído
em vista de suas ações, falas e atitudes, nas quais mostram muita dificuldade em focar um assunto e
desenvolvê-lo nas discussões. Dessa turma, foram selecionados 5 jovens para ingressar no grupo de
agentes comunitários de educação.
Atividades desenvolvidas
Iniciamos a nossa capacitação com uma apresentação e a confecção do crachá, pedindo que fosse
feito em um formato diferente, que representasse os sonhos e as metas traçadas para as suas vidas. A
maioria das pessoas encontrou dificuldades em falar de sonhos e metas. Os desenhos que mais
construíram foram corações e estrelas. Os jovens se mostraram um pouco desiludidos em construir
metas ou ir em busca de seus sonhos. Acabaram se deixando vencer pelas dificuldades e pelos
desafios, sem nem mesmo tentar. Faltou iniciativa e força de vontade para realizar ou buscar algo.
Construímos o boneco individual e sobre ele as pessoas colocaram as coisas que consideram
importantes para um trabalho em grupo: o que têm para contribuir, o que gostariam de receber e qual
o melhor caminho para conquistar o trabalho em equipe.
A discussão foi menos produtiva do que o esperado. Surgiram pontos importantes, como o
companheirismo, o compromisso e outros, mas a participação das pessoas foi muito fraca. A inibição
– ou a falta de compreensão sobre o que estava sendo discutido – impediu que tivéssemos uma
discussão enriquecedora. Mas foi possível criar um desenho do que seria um trabalho em equipe ideal
para atingir nossos objetivos com mais qualidade e agilidade.
Com a dinâmica “Limite sem pés”, foi possível observar algumas situações que foram colocadas na
roda: houve casos em que alguns integrantes colocaram o pé no chão e não receberam ajuda do
grupo, houve também um grupo só tinha uma estratégia e outro que conseguiu atravessar todos juntos
em menor tempo.
Assim, discutimos sobre o que é um trabalho em equipe, como pensar no coletivo e não no individual,
como buscar estratégias para solucionar as nossas dificuldades, como nos preocupar com o outro,
entre outros.
Nesse momento, a discussão fluiu mais, as pessoas deram opiniões e sugestões a respeito das atitudes
do grupo e de como deveriam se portar. Fizerem também uma avaliação individual de como
participaram dentro das atividades.
Realizamos a brincadeira “Minha direita está vaga...”. Uma pessoa não quis participar e algumas
encontraram muita dificuldade em resolver as operações. Conversamos sobre a postura da pessoa que
não quis participar da brincadeira, sobre a dificuldade que as pessoas têm com o raciocínio lógico e
sobre exclusão e inclusão das pessoas em alguma atividade. Como será esse tipo de postura para o
trabalho? É o ideal ou não?
Com os textos “Consertar o Mundo” e “Pescadores de Ti”, cada grupo procurou uma forma diferente
para apresentar a mensagem extraída do texto por meio de música, teatro e poesia. Na roda,
discutimos sobre a importância das nossas ações, como buscar soluções para os problemas, como ir à
raiz dos problemas. Qual a importância de mobilizarmos e realizar algo para o bem comum. Como
podemos ter mais atitudes e fazer de Virgem da Lapa uma “Cidade Educativa”.
Com a dinâmica “Mãe Natureza”, discutimos algumas situações que surgiram no grupo, como a falta
de diálogo, o individualismo, as estratégias utilizadas, a cooperação de um grupo com o outro, o
comodismo de outros e a falta do trabalho coletivo.
Depois de levantar e discutir essas questões, foi lançado para a roda um novo desafio. Antes, cada
pessoa recebeu duas notas diferentes para comprar a sobrevivência, que era uma bala, e ganhar uma
nota, mas para isso teria que ter três notas iguais. O novo desafio proposto foi que cada pessoa teria
que comprar a sua sobrevivência recebendo apenas uma nota.
Todas as questões discutidas na roda foram esquecidas na hora da prática. A importância de pensar
no coletivo e de dialogar se perdeu na ansiedade e no desespero das pessoas. Surgiram novas
estratégias, mas elas não foram bem utilizadas e o grupo não atingiu o objetivo. Tivemos uma rica
discussão sobre a fala e a prática, por que isso havia acontecido com o grupo, o não aproveitamento
das estratégias, a falta de uma liderança e a falta do senso de equipe.
Avanços:
Qualitativos
- Diálogo
- Participação
Quantitativos
- 29 participantes
- 01 rap criado
- 03 poesias
- 03 textos trabalhados
- 07 brincadeiras
- 03 teatros apresentados
- 05 pessoas selecionadas
Dificuldades encontradas
- Inibição
- Espaço muito quente
- O não entrosamento de algumas pessoas com o grupo
- “Imaturidade”
Anexos
• Rap - Transformar
Atitude
Introdução
A oficina do Bornal de Jogos não é novidade para a equipe de professores da Rede Municipal de
Virgem da Lapa. A novidade foi a forma encontrada pela equipe para se envolver e ser estimulada. O
grupo contou com a participação de professores de dois pólos, reunindo treze comunidades.
Foram quatro dias de capacitações, somando 40 horas, para 29 professores. Ao todo, foram
construídos 19 jogos sobre temas diversos: matemática, português, meio ambiente, afetividade e
conhecimentos gerais. Os jogos foram divididos entre as escolas participantes e todas saíram com
jogos prontos para serem usados e com regras para reprodução posterior nas escolas.
Este é o relatório dos professores dos pólos Tum-Tum e Lagoa da Manga e de professores de outras
comunidades.
Perfil da equipe
A equipe contou com profissionais interessados e freqüentes, apesar das dificuldades enfrentadas na
rotina particular de cada um. No geral, foi uma equipe dinâmica, extrovertida, ativa. O que foi
repassado foi anotado e discutido pelo grupo na roda. Num segundo momento, ou seja, na segunda
etapa da oficina, em junho, tudo o que foi visto no primeiro momento, em maio, e colocado em
prática com os alunos foi relatado na roda e avaliado por todos. Houve retorno positivo e maior
interesse do grupo ao retornar para o segundo momento, pois estavam todos cheios de novidade para
contar a partir da oficina.
Atividades desenvolvidas
Os textos utilizados – “Pra você me educar” e “Receita de Alfabetização” – e as leituras, usadas como
fonte de avaliação individual da prática em sala de aula, contribuíram para um momento interior de
cada professor, além de ser uma pausa na prática de construir e utilizar jogos. Foram usados os jogos
“Batalha da amizade”, “Conhecendo você”, “Jogo da pulga” e “Formiga”. Em equipe, mostraram
como o jogo pode ser divertido, atrativo e educativo ao mesmo tempo.
Jogos diversos foram utilizados para estimular a criatividade e facilitar a criação: “Rapidinho”, “Dinha
legal”, “Dando nomes”, “Pense rápido”, “Craque é craque”, “Formando palavras”, “Coração leal”,
entre outros. Usados posteriormente nas salas de aula, esses jogos obtiveram ótimos resultados,
conforme depoimentos no segundo momento da oficina: “Com o jogo Formiga, os alunos se
entrosaram mais e começaram a ensinar os colegas com maiores dificuldades”; “Usei o Batalha da
Amizade na reunião de pais e foi muito bom. Tiramos um horário e confeccionamos um igual para a
escola”; “Com o jogo Dinha legal, avaliei que meus alunos da fase introdutória sabem mais e melhor
a matemática do que os alunos da quarta série”; “O jogo Coração leal foi difícil de ser jogado, pois os
alunos têm muita dificuldade de dar e receber carinho”; “O Tomatinho foi muito interessante. Agora
tem que ter tomatinho – alongamento – todos os dias pela manhã, as crianças levam a gente pra
grama quase no colo, e é impossível não brincar com elas”; “A dinâmica do crachá, feita no primeiro
dia, eu coloquei em prática na sala. Um aluno, o Pedro, não quis participar na hora, mas depois foi
até o cartaz e colocou seu nome e escreveu que o que mais gosta na escola é da professora. Isso me
comoveu muito”.
Ainda no primeiro momento da oficina, os professores foram convidados para conhecer o Banco de
Jogos, inaugurado naquele dia. Os professores tiveram a chance de conhecer vários jogos e de levá-
los emprestado para a escola. Cada professor pôde levar tantos jogos quantos quisessem.
Toda a oficina aconteceu de forma tranqüila. As necessidades que surgiram, como algum material ou
assunto relacionado ao local utilizado, foram sanadas com agilidade e pontualidade. O
gerenciamento contribuiu para que o tempo de trabalho fosse aproveitado de forma mais eficiente.
Avanços obtidos
Índices quantitativos
Índices qualitativos
- Freqüência
- Respeito
- Auto-estima elevada
- Jogos bonitos e criativos
- Visita ao Banco de Jogos
- Entrosamento e envolvimento da equipe de professores
A maior dificuldade foi conseguir mostrar, no primeiro momento, que a oficina não seria repetitiva. A
equipe mostrou-se interessada e contribuiu para que a oficina fosse agradável, divertida e produtiva. A
segunda maior dificuldade foi perder muito tempo com as reuniões da secretaria, que utilizou grande
parte do tempo reservado para a oficina. Outra grande dificuldade foi o último dia da seqüência da
oficina cair no sábado, pois as pessoas têm outros compromissos nesse dia.
Síntese
O Bornal de Jogos é muito interessante e agradável de se trabalhar. Cada professor reage de forma
particular e individual durante a oficina. É preciso ganhar a confiança do professor, mostrar que
realmente funciona. A partir daí, tudo fica mais simples e é possível criar momentos muito ricos e
únicos na vida de determinados professores.
A participação na oficina de grande parte do grupo foi boa. Procurei dar atenção individual a cada
professor, valorizando o que já conhecia dos jogos e mostrando outras formas de uso, deixando o
professor à vontade para perguntar, questionar, dar sugestões. Foi positivo, pois aprendemos juntos e
nos demos a chance de errar e de corrigir o erro em grupo.
Vi que essa oficina vai fazer a diferença para alguns. O intervalo entre o primeiro e o segundo módulo
foi importante, pois as pessoas usaram muita coisa que vivenciaram na oficina, tendo o que relatar e
avaliar no segundo módulo. Tudo o que foi usado foi avaliado como positivo e de grande valor no
aprendizado das crianças.
Pude perceber que o toque e o carinho são ainda mais difíceis entre os próprios professores, embora
seja algo que valorizam. Penso que uma oficina de cafuné seria interessante para o grupo, mais ainda
para as crianças.
Silmara Soares - Coordenadora da oficina do Bornal de Jogos
“Me surpreendo a cada dia: são tantas coisas boas e proveitosas que me ajudam a desenvolver a
criatividade e o raciocínio no dia-a-dia da sala de aula. O CPCD tem sempre muita novidade.”
Neuza Ribeiro
“Sempre que fazia uma brincadeira, eu descobria formas diferentes de trabalhar com cada tipo de
aluno, de acordo com sua idade, série, dificuldade... A partir dos jogos, podemos ampliar cada vez
mais a nossa forma de trabalho.”
Liliana Eugenia Oliveira
“Aprendi jogos para trabalhar desde a fase introdutória até a quarta série. O encontro foi
aconchegante, não foi nem um pouco cansativo.”
Laudilene F. Pacheco
“O curso foi ótimo! Vamos levar muita coisa interessante para os nossos alunos. Agora, o importante é
colocar em prática tudo o que aprendemos.”
Graciete Pereira Barbosa da Conceição
“O curso nos estimulou a construir jogos e mostrou a importância de tornar as aulas e a interação com
os alunos a cada dia mais afinadas. Com o jogo, a aula fica mais prazerosa, desenvolve o senso
crítico da criança. Aprendi também que podemos proporcionar aos alunos vários meios para se
alcançar o objetivo. Basta sermos criativos.”
Judithe Rodrigues Souza
Fase Introdutória
Leitura Matematização
150 150
103 103
100 100
50 50
3 0 3 0
0 0
1ª Diagnóstico (106 alunos) 1ª Diagnóstico (106 alunos)
1ª e 2ª Série
Leitura Matematização
3ª e 4ª Série
Leitura Matematização
Leitura Matematização
60 51 49 80 63
35 60 44
40
40 28
20 20
0 0
1ª Diagnóstico (135 alunos) 1ª Diagnóstico (135 alunos)
7ª e 8ª Série
Leitura Matematização
19
20 20 17 17
15
15 10 15 10
10 10
5 5
0 0
1ª Diagnóstico (44 alunos) 1ª Diagnóstico (44 alunos)
1ª e 2ª Série
Leitura Matematização
60 47 80 63
40 32 60
40
20 16
0 20 0
0 0
1ª Diagnóstico (79 alunos) 1ª Diagnóstico (79 alunos)
3ª e 4ª Série
Leitura Matematização
30 23 23 40 32
30 23
20 15
20
10 10 6
0 0
1ª Diagnóstico (61 alunos) 1ª Diagnóstico (61 alunos)
1ª e 2ª Série
Leitura Matematização
20 17 20 17
15 15
10 7 10 5 6
4
5 5
0 0
1ª Diagnóstico (28 alunos) 1ª Diagnóstico 28 alunos)
3ª e 4ª Série
Leitura Matematização
30 30 23
21
20 20
10 7 10 5
3 3
0 0
1ª Diagnóstico (31 alunos) 1ª Diagnóstico (31 alunos)
1ª e 2ª Série
Leitura Matematização
93 95
100 100
44 40
50 50
4 6
0 0
1ª Diagnóstico (141 alunos) 1ª Diagnóstico (141 alunos)
3ª e 4ª Série
Leitura Matematização
94
80 62 100
60
32 37
40 50 28
20 9
0 0
1ª Diagnóstico (131 alunos) 1ª Diagnóstico (131 alunos)