As figuras de estilo mais comuns nos textos barrocos reforam a tentativa de apreender a
realidade por meio dos sentidos. Observe:
Metfora: uma comparao implcita. Tem-se como exemplo o trecho a seguir, escrito por
Gregrio de Matos:
Se s fogo, como passas brandamente?
Se s neve, como queimas com porfia?
Anttese: reflete a contradio do homem barroco, seu dualismo. Revela o contraste que o
escritor v em quase tudo. Observe a seguir o trecho de Manuel Botelho de Oliveira, no qual
descrita uma ilha, salientando-se seus elementos contrastantes:
Vista por fora pouco apetecida
Porque aos olhos por feia parecida;
Porm, dentro habitada
muito bela, muito desejada,
como a concha tosca e deslustrosa,
Que dentro cria a prola formosa.
Paradoxo: corresponde unio de duas ideias contrrias num s pensamento. Ope-se ao
racionalismo da arte renascentista. Veja a estrofe a seguir, de Gregrio de Matos:
Ardor em firme Corao nascido;
pranto por belos olhos derramado;
incndio em mares de gua disfarado;
rio de neve em fogo convertido.
Hiprbole: traduz ideia de grandiosidade, pompa. Veja mais um exemplo de Gregrio de Matos:
a vaidade, Fbio, nesta vida,
Rosa, que da manh lisonjeada,
Prpuras mil, com ambio dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.
Prosopopeia: personificao de seres inanimados para dinamizar a realidade. Observe um trecho
escrito pelo Padre Antonio Vieira:
No diamante agradou-me o forte, no cedro o incorruptvel, na guia o sublime, no Leo o
generoso, no Sol o excesso de Luz.
Fesmo: No Barroco encontramos uma atrao por cenas trgicas, por aspectos
cruis, dolorosos e grotescos. As imagens frequentemente so deformadas pelo
exagero de detalhes. H nesse momento uma ruptura com a harmonia, com o
equilbrio e a sobriedade clssica.
Literatura moralista, j que era usada pelos padres jesutas para pregar a f e a
religio.
Conflito existencial gerado pelo dilema do homem dividido entre o prazer pago
e a f religiosa.