MLLE.
RIGUEUR
SE DURANTE DCADAS o Departamento de Filosofia da USP
no
produziu filosofia nenhuma, no foi por inpcia nem por
preguia,
mas por uma louvvel renncia asctica. Pelo menos o
que nos asseguram os funcionrios e diretores dessa digna
repartio.
A crena ali dominante, escreve Paulo Arantes, era que
s poderia nascer uma filosofia no Brasil ao trmino de um
infindvel aprendizado de tcnicas intelectuais
criteriosamente
importadas. Mais urgente do que filosofar, era portanto
seguir
os debates que se travavam nos grandes centros
produtores de
cultura filosfica.
Mas seguir, nesse contexto, no significava apenas manterse informado: significava tomar o padro europeu do dia
como norma de aferio do valor e da importncia do pensamento
local. Esse padro, por sua vez, era mltiplo e cambiante,