desse contato, desenvolvemos nossa sensibilidade "sem querer impor o nosso gosto e
nossos padres subjetivos marcados historicamente pela poca e pelo lugar em que
vivemos bem como pela classe social a que pertencemos". Apreciar e sentir, e depois
analisar e contextualizar nos fornece o conhecimento da linguagem de cada arte, a
cultura que gerou a obra, seus estilos.
A funo social da arte fica clara medida que ela transforma e nos traz o
conhecimento do mundo -- no um conhecimento abstrato, mas afetivo e real. O artista
percebe o mundo e cria formas sensveis para interpret-lo.
Ao se aproximar da cultura popular, o artista serve de mediador entre o objeto
bruto e a representao, entre o que observamos e sentimos com nossos sentidos e o
pensamento. As imagens nos fazem pensar e tornar o mundo repleto de significados,
alargando a sua abrangncia. O artista atribui significados ao mundo real por meio de
sua obra que lida e compreendida pelos espectadores. Evidentemente que esses
significados dependem de fatores e valores de determinada poca. Os artistas podem
buscar temas idnticos; no entanto, o tratamento dado transformado e representado de
acordo com sua leitura e linguagem. A cor, o volume, o espao, o peso, a luz permitem
essa abrangncia e do condies ao artista elaborar sua produo. De qualquer forma, o
"artista cria o que poderia ser". O meio, o material, as tcnicas e estilos compe a
linguagem da obra, o projeto do artista. Suas obras de arte tornam-se smbolos que
atribuem significados a fatos, imagens e formas.
Cabe a ns, educadores, sermos agentes de transformao do apreciar e do olhar
artstico, possibilitando aos jovens e crianas, conhecer nossa cultura e histria, o Brasil
e seu povo, nossos sonhos e nossa realidade, representados e expressos em cores,
formas e linhas, imagens figurativas e abstratas, luzes e sombras, relevos e perspectivas.
Este o nosso maior desafio.